Seven Souls escrita por Mordeckai


Capítulo 7
Capítulo Extra — Criação


Notas iniciais do capítulo

Aqui está um novo capítulo!
Entretanto será necessárias algumas breves explicações sobre ele.
Esse capítulo é um pouco diferente dos capítulos normais postados até agora, pois ele deixa de contar a história de Reike e Aneki para contar uma história muito anterior a eles — por esse motivo é um "capítulo extra".
Também acho necessário lembrar sempre de que essa história é uma ficção e que meu objetivo nesse capítulo não é fazer críticas religiosas, mas sim proporcionar algumas explicações sobre o universo de Seven Souls, podendo assim aprofundar um pouco mais a história. Espero a compreensão de todos nesse aspecto.
Enfim, a escrita desse capítulo foi bem trabalhosa... então espero que gostem e que ele ajude todos a compreender um pouco melhor a história.
Agradeço a todos que leram até aqui e que continuam acompanhando a Fic.
Boa leitura a todos~~



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Ao chegarem em casa fizeram tudo normalmente — banho, janta e lazeres. Entretanto, enquanto Reike olhava os livros da Aneki na estante, ele achou um livro com uma capa vermelha e grossa que lhe chamou a atenção.

— Ei, Aneki — falou tirando o livro da estante e vendo que ele não tinha nome. — O que é esse livro? — perguntou mostrando-o para ela.

— Hmm, traz ele aqui para eu ver — falou ela fazendo sinal para que ele sentasse ao lado dela no sofá.

Reike sentou-se com o livro ao lado dela, abriu ele e folhou-o até a página onde estava o título: Fiat Lux.

— Nossa! A quanto tempo que não leio esse livro! Ele conta sobre a criação desse universo. Quer ler? — disse ela escorando-se contra o Reike para ler também.

— Uhum.

O livro tinha poucas folhas, mas elas eram bem grossas e um tanto amareladas. Reike virou para a próxima página onde começava a história.

...

No principio havia somente trevas...

Então Kyrios disse: Fiat lux.

E a partir disso criou-se todos os universos.

Contudo, ele não estava satisfeito com apenas isso...

Então criou um ser muito poderoso e o nomeou Mephisto.

Concedeu-lhe o poder de controlar o tempo e o espaço.

Concedeu-lhe também conhecimento e o poder de saber tudo o que estava acontecendo em qualquer lugar.

Apesar disso, Kyrios continuava insatisfeito, então criou uma mulher e nomeou-a Lilith.

Deu a ela os mesmos poderes de Mephisto e deixou que eles vivessem juntos.

...

Reike virou a página e continuo lendo junto com a Aneki.

...

Capítulo 1 — A Criação

Mephisto e Lilith viviam felizes em um mundo só deles. Esse era repleto de animais, plantas e possuía os mais diversos e belos lugares, que iam desde as profundezas dos Grandes Mares em torno dos dois continentes, até os picos mais altos, que tocavam os céus.

Os dois, seguindo o exemplo de Kyrios, decidiram brincar de criar... criar montanhas. Foram até uma grande planície cercada por paredões rochosos — esse lugar ficava no oeste de Pryme, o primeiro grande continente — e teletransportando a parte de dentro desses paredões, construíram algumas grandes montanhas em formato cônico, deixando a maior bem no centro da planície.

Deram o nome Valley para esse lugar.

No topo da maior montanha feita por eles, construíram um castelo.

Durante o dia, Mephisto e Lilith viajavam pelo mundo todo — eles conseguiam sentir o que estava acontecendo em qualquer lugar, mas achavam mais belo ver tudo com seus próprios olhos... que eram azul-escuros como o mar profundo e azul-claros como os céus — , desde Pryme até Segno, o segundo grande continente.

Já durante a noite, os dois voltavam a Valley e descansavam... e se amavam...

Certo dia, Kyrios decidiu presentear os dois com um filho.

Esse filho nasceu forte e saudável. Ele possuía — diferente dos seus pais que tinham cabelos negros e olhos azuis— cabelos brancos e olhos castanhos... e ao invés de poder teletransportar-se, ele podia controlar a eletricidade.

Rayden. Esse foi o nome que deram a ele.

Depois de muito tempo, Rayden herdou as terras do leste de Pryme.

Algum tempo se passou e novamente Kyrios presenteou Mephisto e Lilith, dessa vez com três filhos.

O mais velho dos três foi nomeado Ainck, o do meio Ernen e o mais novo dos três Nikeru.

Ainck tinha cabelos vermelhos e olhos castanho-avermelhados. Ele possuía poderes curativos.

Ernen tinha olhos verdes e cabelos loiros. Ele possuía poderes telepáticos, podendo assim compartilhar pensamentos.

Nikeru tinha olhos castanho-claros, assim como seus cabelos. Ele possuía o poder de enxergar qualquer coisa, por menor essa que fosse, ou mais distante que ela estivesse.

Esses três filhos foram morar em Segno. Nikeru no nordeste, Ainck no sul e Ernen no noroeste.

Muito tempo se passou até Mephisto e Lilith ganharem o quinto e ultimo filho.

Esse filho foi nomeado Stadow.

Ele tinha a pele morena, olhos amarelos e cabelos esbranquiçados. Possuía o poder de controlar as sombras. Foi concedido a ele as terras do sul de Pryme.

E novamente muito tempo passou-se.

Nem Mephisto, nem Lilith ficavam velhos. O poder divino de controlar o tempo e o espaço dado a eles impedia que envelhecessem.

Seus filhos que receberam outros poderes de Kyrios também não envelheciam mais. Mesmo eles não tendo os mesmos poderes que seus pais, receberam a bênção da juventude eterna, assim como eles.

Todos moravam em lugares muito distantes, mas quando pais e filhos estavam todos reunidos, eles eram capazes de qualquer coisa. Foi assim que conseguiram chegar ao universo Nether, onde existia a Terra.

Contudo, aos poucos Kyrios foi cansando de observar somente aqueles 7.

Decidiu então criar mais pessoas.

Criou 14 mil pessoas semelhantes a Mephisto e Lilith, porém com poderes extremamente inferiores.

Criou 7 mil semelhantes a Rayden, 7 mil semelhantes a Ainck, 7 mil semelhantes a Ernen, 7 mil semelhantes a Nikeru e 7 mil semelhantes a Stadow, porém todas essas pessoas tinham poderes inferiores a eles.

Cada um desses grupos de pessoas ficou conhecido como um clã.

Cada clã carregava o nome de seus lideres, exceto o clã de Mephisto e Lilith, que foi nomeado Liryk.

Cada uma das 49 mil pessoas criadas por Kyrios tinha a bênção da juventude eterna e podia procriar.

Finalmente Kyrios estava satisfeito.

Capítulo 2 — O Pecado de Mephisto

Os povos, cada vez mais, foram aumentando e os lideres acabaram virando reis, que tinham que cuidar dos assuntos do seu clã.

Os números aumentavam e aumentavam...

Chegou o dia em que o clã Stadow e o clã Rayden ficaram tão grandes que não havia mais espaço que chega para todos.

Stadow e Rayden tentaram negociar territórios, mas não chegavam a lugar algum. Os dois cogitaram até a possibilidade de ocupar o norte de Pryme, porém os Lirykys já estavam lá.

Por muito tempo a situação manteve-se a mesma entre os dois, porém, certa vez, uma guerra iniciou-se.

Muitas pessoas começaram a morrer por causa dela.

Lilith vendo aquilo quis interferir, porém Mephisto a impediu de fazer isso, afinal o problema era entre Stadow e Rayden.

Contudo, Lilith não deu ouvidos a Mephisto e tempos depois foi falar com Rayden — para tentar fazer eles pararem com a guerra —, porém no dia em que ela foi ao território dele houve um ataque do clã Stadow e todos os Lirykys que acompanhavam Lilith foram mortos.

Ela ficou enfurecida e decidiu por um fim naquilo. Teletransportou-se até onde Stadow estava e lutou com ele até matá-lo.

Ao voltar para Valley, coberta pelo sangue do próprio filho, foi recebida por Mephisto, que já esperava a volta dela.

O homem sentado em seu trono olhou para ela com ódio e desprezo.

"Você matou seu próprio filho! Ele que não tinha nada a ver com o ataque. Você está banida desse clã! Essa não é mais sua casa", gritou ele com toda sua fúria.

Lilith começou a dizer que tudo aquilo era culpa dele, que se eles tivessem interferido antes nada daquilo teria acontecido e jurou que se vingaria dele.

Após isso ela foi para o norte de Pryme e o clã ficou dividido em dois.

Kyrios, vendo a aproximação de uma guerra entre os dois e já prevendo o futuro dela, falou que caso um deles usasse seus poderes temporais para ressuscitar os que morreriam na guerra, eles seriam castigados.

Mephisto, vendo o clã Stadow ser destruído, decidiu protegê-lo oferecendo o interior das montanhas de Valley como abrigo para o clã, que após aceitar a oferta foi renomeado Underdark.

Isso deixou Lilith com ainda mais ódio de Mephisto.

A guerra iniciou-se.

A metade do clã que permaneceu com Mephisto continuou se chamando Liryk. Já a metade do clã que ficou ao lado de Lilith ficou conhecido como Lyryuku.

Os dois lutaram por muito tempo.

Pessoas morriam sem parar. Aquilo estava tornando-se um inferno. A guerra não tinha fim... a tristeza e o ódio tomava o coração de todos.

Mephisto e Lilith decidiram que era preciso por um fim nisso e o único jeito disso acontecer era se um deles morresse.

Entretanto, seria impossível um deles conseguir matar o outro sem ter alguma carta na manga.

Mephisto foi o primeiro a chegar até essa conclusão, então decidiu criar uma arma a partir de sua própria carne.

Ele sacrificou sua mão esquerda e a visão do seu olho esquerdo para criar um novo ser com a ajuda e Kyrios.

Criou uma espécie de raposa misturada com gato, que tinha o pelo todo preto. Nomeou essa nova espécie como Kurogitsune.

Essa Kuro'ne tinha o poder de se transformar em uma espada.

Lilith, vendo aquele ser, deu risadas e sacrificando 7 voluntários de seu clã criou — com a ajuda de Kyrios — um cão grande e forte, que possuía o poder de impedir que uma pessoa se teletransportasse.

Finalmente Mephisto e Lilith se reencontraram pessoalmente para lutar e acabar de uma vez por todas com a guerra.

A mulher estava confiante de que venceria, afinal seu cão era um caçador e o gato era só uma presa.

Entretanto, quando a luta iniciou-se, Mephisto revelou sua carta secreta. Ele não havia apenas sacrificado partes do seu corpo, ele havia dividido sua alma em duas partes, sendo que uma das partes estava na Kuro'ne. Além disso, o poder de saber tudo o que estava acontecendo acabou sendo passado para ela. Isso fez com que ela fosse muito mais poderosa, podendo transformar-se em muito mais que somente uma simples espada.

A Kurogitsune transformou-se em uma mulher de pele morena — onde tinha vários símbolos gravados — olhos azul-escuros e cabelos roxos. Ela tinha orelhas de gato e cauda de gato também.

Ela olhou para Lilith e sorriu com deboche. Após isso transformou-se em uma armadura juntamente com uma espada para Mephisto.

A luta de Mephisto e Lilith era tão monstruosa que fazia o chão tremer, os céus desabarem e os mares agitarem-se.

A guerra chegava ao seu ápice.

Em certo momento todos os Lirykys e Lyryukus já haviam morrido.

Finalmente Mephisto estava conseguindo vencer Lilith que começava a fraquejar.

Nos momentos finais da batalha, Lilith descobriu um jeito de derrotar Mephisto porém era tarde demais.

O homem, juntamente com sua Kuro'ne, selou os poderes de Lilith no cão, que por sua vez foi selado dentro de um portão imenso que jamais deveria ser aberto novamente.

Lilith enlouqueceu em fúria ao ver que a perspicácia do gato vencera a força do cão.

A mulher foi banida para extremo norte de Pryme, sem seus poderes e sem o cão. Mephisto não conseguira matar ela, faltara-lhe coragem para isso.

Quando Mephisto estava voltando para Valley, a Kuro'ne falou para ele:

"Seu povo todo está morto Mephisto. Realmente valeu a pena?"

Mephisto não pode suportar aquilo e decidiu desobedecer Kyrios.

Ele usou seus poderes para ressuscitar todos os que haviam morrido na guerra, sem exceção.

Todos os Lirykys ao ressuscitarem ganharam uma Kurogitsune — que tinha poderes bem inferiores a do Mephisto e que era bem mais semelhando com um gato do que a dele — e todos os Lyryukus ao ressuscitarem ganharam um cão, porém perderam o poder de se teletransportar. O Máximo que podiam fazer era se teletransportar através dos rastros deixados por um Liryky.

Kyrios, cumprindo sua palavra, castigou-os, tirando a juventude eterna de todos, com exceção de Mephisto e Lilith, que continuariam vivendo, sendo obrigados a ver seus filhos e seus semelhantes morrerem ao longo dos anos...

Kyrios parou de ajudá-los.

Lilith jurou que um dia vingar-se-ia de Mephisto.

Capítulo 3 — Após as grandes guerras

Após todas aquelas guerras terem terminado, a parte sul de Pryme ficou dividida metade para os Lirykys e metade para os Raydens.

Os Underdarks tiveram que se adaptar a vida no subterrâneo, dentro dos paredões de pedra em Valley.

Os Lyryukus continuaram vivendo ao norte.

Os outros 3 clãs mantinham suas vidas normalmente em Segno.

Para evitar outros possíveis confrontos por território, os clãs começaram a povoar o mundo humano, convivendo com eles.

Os Lyryukus também conseguiram ir ao mundo humano por causa de Lirykys que traíram o clã.

No mundo humano os Lyryukus caçavam os Lirykys.

O ódio entre esses dois clãs perpetuou-se ao longo dos tempos.

...

— Vocês acreditam que tudo aconteceu desse jeito? — perguntou Reike para a Aneki.

— Claro que sim — Respondeu ela confiante.

— E aqui seria Valley? — Reike levantou uma sobrancelha, ele ainda estava achando aquela história meio duvidosa.

— Uhum — afirmou ela, mexendo a cabeça em sinal positivo.

Reike foi até a estante e guardou o livro, olhou para o relógio e viu que já estava tarde.

Reike e Aneki foram para seu quarto, Shizuka foi para o dela e Shiira e Haiiro dormiram na sala como sempre.

Depois de se arrumarem para dormir, quando a Aneki já estava deitando-se na cama, Reike lembrou-se que ela havia prometido um presente a ele.

— Hey, Aneki. Você não tinha falado que eu ia ganhar um presente se conseguisse te acertar? — Ele olhou para ela fazendo pressão.

A garota olhou para o lado.

— Ahaha... achei que você não ia lembrar — falou ela sem jeito. — Bem, eu estava pensando em fazer algo...

Reike esperou que ela continuasse.

— Lembra daquela noite no hotel? — perguntou ela meio envergonhada enquanto mexia na coberta e evitava olhar para ele.

— Heh? N-não me diga que você lembra do beijo?! — indagou ele espantando.

— B-beijo? Espera! Aquilo não foi só um sonho??? — Aneki arregalou os olhos completamente vermelha.

— Você achou que tinha sido um sonho? — Reike já estava ficando vermelho também

— Então o resto também aconteceu? — perguntou ela ainda mais envergonhada.

— Q-que resto, Aneki? — Reike encarou ela.

— A parte onde nó... — começou ela, mas parou. — Resto nenhum! Não teve resto, né? Ahaha, que resto? — falou quase gritando, levantando-se e puxando a coberta junto com ela. Em seguida se teletransportou deixando Reike sozinho.

"Mas o que foi isso que acabou de acontecer aqui?", perguntou-se Reike, suspirando e jogando-se na cama que agora estava sem cobertor.

Aneki estava no sótão da casa.

"O que diabos eu estava falando? Deve ser por culpa do sono...", pensou ela enquanto caminhava de um lado pro outro nervosa.

Depois de algum tempo pensando nisso, deitou-se num sofá velho que estava esquecido lá e dormiu enrolada nas cobertas.

Reike continuava deitado pensando sobre a história do livro e sobre a Aneki. Depois de algum tempo dormiu também.

Shiira e Haiiro já dormiam a muito tempo quando Reike e Aneki pegaram no sono.


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Notas finais do capítulo

Sem duvidas esse capítulo não foi tão divertido ;-; mas creio que ele seja extremamente necessário u.u
Obrigado a todos que leram.
Espero que tenham gostado.

Notas:
Sobre qualquer erro que alguém possa encontrar... por favor, me avisem!
Notem que as repetições de coisas como "[...] 7 semelhantes [...]" são todas propositais! Assim como alguns parágrafos curtos, etc...
Qualquer pergunta pode ser feita a mim por PM ou nos comentários.

Obrigado pela atenção~~
O próximo capítulo será postado assim que possível!
Até logo~~



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