Seven Souls escrita por Mordeckai


Capítulo 6
Capítulo 5 — Oblivion


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui está o capítulo 5
Muito obrigado a todos que leram até aqui, espero que estejam gostando~~
Espero que gostem desse capítulo
Desejo uma ótima leitura a todos~~



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Todos se juntaram no meio da sala dando as mãos, Shiira e Haiiro entraram em modo de camuflagem, tudo conforme Aneki pedira. Os únicos que não deram as mãos foram Brenered e Gusttavo, que ficaram envolta dos três, um pouco afastados. Reike reparou nisso e perguntou:

— Espera, vocês não vão vir com a gente? — Olhou para os dois.

— Nós só vamos ajudar vocês a teletransportarem suas coisas com nosso poder, vocês não teriam forças para levar essa quantidade de malas sozinhos... — explicou Brenered.

— E além disso, nós não estamos no seu grupo. Eu e Brenered só estávamos ajudando a Aneki com a tarefa de te encontrar. Agora voltaremos ao trabalho na nossa divisão: a Vigília da Guarda Lyrik no mundo humano — completou Gusttavo.

— Até mais então, foi um prazer — Reike mexeu a cabeça em forma de cumprimento e deu um sorriso que foi retribuído pelos dois.

— Preparem-se — pediu Aneki.

Respiraram fundo, ficaram em silencio e fecharam os olhos para se concentrarem. De repente Reike sentiu um poder amedrontador. Teve a sensação de que todo o universo a sua volta estava sendo destruído e em seguida reconstruído de forma diferente.

Sentiu-se o mais poderoso dos seres, mas ao mesmo tempo sentiu-se extraordinariamente pequeno. Finalmente, quando abriu os olhos, já estava em um novo universo... Oblivion.

— Hehe, isso é sempre tão divertido — concluiu Aneki contente.

Reike continuava calado, olhando em volta. Aquilo era inacreditável.

Uma imensa planície estendia-se a sua frente, ao fim dela erguiam-se enormes paredões de pedra, completamente retos. Do lugar onde estavam era impossível ver o que havia acima daquelas gigantes muralhas de pedra, porém com a visão que tinham à frente isso pouco importava.

No centro da planície existia uma cidade demasiadamente grande, que começava no chão e erguia-se em trono de uma montanha, em forma cônica, cobrindo-a completamente de construções. Aquela cidade parecia-se com a "Death City", do anime "Soul Eater", ou a "Academia Vera Cruz", do anime "Ao No Exorcist", porém incomparavelmente maior do que as duas.

Não existia só aquela cidade, mas também outras bem menores que estavam espalhadas por aqueles campos de gramas curtas com cores belas.

— Incrível... — murmurou o garoto.

O dia estava lindo. O sol brilhava entre as nuvens brancas, pássaros plainavam pelos céus e um vento refrescante fazia os cabelos balançarem.

Uma longa estrada de chão batido estendia-se até a cidade. Por ela os três começaram a andar lentamente, admirando a paisagem à frente. Reike estava tão impressionado com essa que nem percebera o gigante portão atrás deles...

— A cidade maior é a capital do reino — informou Aneki. — e lá é minha casa — falou ela apontando o dedo para algum lugar no meio da cidade construída na montanha. — Sim, eu moro na capital — disse ela, respondendo a possível pergunta.

Eles continuaram caminhando pela longa estrada, não quiseram se teletransportar. Essa escolha não era só pelo fato de não terem muitas forças restando para isso, mas também porque seria um desperdício não vislumbrar por mais um tempo a paisagem.

Reike permaneceu quieto pela maior parte do caminho, observando o lugar e eventualmente ouvindo algumas perguntas que Shizuka fazia à Aneki. Tudo aquilo parecia um sonho para ele.

Quando estavam chegando na cidade o sol já começava a se por, dando um aspecto alaranjado a tudo.

— Vamos teletransportar para casa agora — disse Aneki olhando para a cidade que parecia ainda maior de perto. Ela segurou nos braços dos dois e se teletransportou para frente da casa. — Tcharam, essa é minha casa — Sorriu e teletransportou-se para dentro da moradia.

Realmente a casa não era tão diferente em relação a do Reike.

Entrando na casa, o primeiro ambiente era uma sala. Logo atrás da sala havia uma cozinha bem bela. À direita havia um corredor que levava para os quartos e ao banheiro, já à esquerda uma escada que levava ao sótão da casa e em baixo da escada havia uma grande estante de livros, mangás e jogos.
— Sua casa é bem bonita, Aneki — comentaram Reike e Shizuka.

— Obrigada, hihi, mas ela está toda suja... vai dar trabalho limpar tudo isso — suspirou a loira.

Depois de guardarem suas coisas, todos foram ajudar a limpar a casa, o que demorou algumas horas. Por fim Reike teve que fazer a janta, já que ele era o melhor cozinheiro dos três.

— Só tem dois quartos aqui em casa, né? — Reike perguntou à Aneki.

— Sim. Tem o sótão também, mas ele ainda está uma bagunça — confirmou ela.

— Acho que terei que dormir na sala então.

— Não — Aneki falou rapidamente. — Você pode dormir comigo!

— Nossa! Quanta perversão. Eu tinha visto aquele monte de jogos eroges no seu quarto Aneki, mas não esperava que já fosse querer fazer isso logo no primeiro dia... e ainda anunciar isso para todos. Você é a pior! — Shizuka falou com uma cara séria, mas logo em seguida não conseguiu conter o sorriso de divertimento com sua piadinha maliciosa.

Aneki iria falar algo, mas nada saiu de sua boca. Seu rosto estava completamente corado, sua boca entreaberta e seu olhar fixava o nada. Ficou assim por alguns instantes até que finalmente falou algo:

— Não é o que vocês estão pensando! — disse ela, vermelha de vergonha.

— Essa foi sua melhor resposta depois de tanto tempo pensando?! — Reike e Shizuka perguntaram ao mesmo tempo, surpresos.

— Idiotas! — xingou ela e meteu-se a comer enquanto os dois davam risadas.

No fim das contas Reike realmente acabou dormindo no quarto da Aneki, na mesma cama que ela, pois não havia outra. Porém isso não foi um problema, ele já tinha se acostumado em dividir cama com a garota.

Mesmo com sono, foi uma noite difícil para Reike. Ele estava tão agitado que seus pensamentos o impediam de cair em sono profundo.

Além da agitação havia mais uma coisa que lhe incomodava... a lembrança da noite na floresta, que agora voltava para lhe assombrar. O cheiro do sangue das pessoas que ele matara parecia estar voltando, junto com o eco dos gritos que preencheram a floresta naquela noite, mas que agora preenchiam a mente do garoto.

Era como se os mortos tivessem decidido voltar para puxar seu pé, e quanto mais pensava sobre essas coisas mais tinha essa sensação.

O garoto virou-se na cama ficando de frente para Aneki e permaneceu olhando-a dormir.

— Reike... — murmurou ela ainda dormindo, mexendo-se para mais perto do garoto.

Ele olhou para ela com o rosto um pouco corado. Ainda lembrava-se do beijo no hotel... mas agora perguntava a si mesmo se aquele beijo não seria resultado da Aneki também ouvir esses ecos e não saber como lidar com isso, assim como ele. De qualquer modo, nenhum dos dois tinha tocado no assunto e Reike estava certo de que ela não se lembrava de nada que acontecera naquela noite.

O garoto, percebendo que ela iria falar algo novamente, ficou atento à voz dela.

— Não ponha saia nos crocodilos, Reike... — continuou ela.

"Mas o que diabos?!", pensou Reike, confuso sobre sonhos da Aneki.

Deu uma risadinha baixa para não acordá-la e continuou viajando em pensamentos. Acabou lembrando-se do que sentira enquanto matava aquelas pessoas, aquele enorme prazer em matar era o que mais estava lhe atormentando agora.

Como uma forma de tentar escapar desses pensamentos, abraçou Aneki, que inconscientemente fez o mesmo, entrelaçando suas pernas com as dele e, como ela era menor que ele, afundando seu rosto no peito dele. Reike curvou sua cabeça sobre a dela para sentir o cheiro do cabelo loiro, o qual hipnotizava-o.

O calor do corpo dos dois que estavam ali, praticamente grudados um no outro, trazia paz ao coração de Reike e o cheiro do cabelo da Aneki fazia ele esquecer-se das mortes... então pegou no sono.

Finalmente o sol começou a nascer — fato que acontecia em tanto tardiamente, por culpa dos paredões de pedra que faziam uma meia lua em volta da longa planície — e a claridade que entrava pela janela despertou Aneki, que por sua vez despertou Reike.

— Reike! Ei, Reike — chamou ela.

O garoto abriu os olhos meio zonzo.

— Vamos! A gente tem coisas para fazer — continuou ela.

Reike olhou melhor e viu ela sentada em cima dele, logo ficou com as bochechas avermelhadas.

— Vamos lá! — insistiu ela. — Eu quero "praticar" com você, hihihi — Ela, com um sorriso pervertido, começou a ir com o rosto em direção ao do Reike, molhando os lábios lentamente com a língua, fazendo o garoto ficar ainda mais vermelho. De repente cessou o movimento e largou uma risada. — Você é mesmo um lolicon, pervertido sem salvação. Nós só vamos treinar, como sempre — Rapidamente ela levantou e foi se arrumar. Reike fez o mesmo ainda confuso com aquela cena.

Mais um dia "normal" estava começando...

Os dois saíram do quarto e atravessaram o corredor. Na sala estava Shiira vendo TV e ao seu lado Shizuka, conversando com Haiiro. Logo Que eles viram os dois, foram ao encontro deles.

Após tomarem café da manhã juntos, saíram da cidade para treinar — no pátio da casa da Aneki não havia espaço para isso.

— Preste atenção! Eu quero que você se teletransporte lá para cima e volte o mais rápido que puder — falou Aneki, apontando para uma pequena montanha de pedras que estava bem longe. Num instante apareceu lá e quase no mesmo momento já estava do lado do Reike de novo. — Do jeito que eu fiz. Repita isso até conseguir, ok?

Reike repetiu por muito tempo esse exercício que Aneki o mandara fazer. Mesmo sendo cansativo estava se divertindo com aquilo, pois toda vez que se teletransportava sentia que aquele mundo era incrível, que o poder que ele despertara era incrível.

Após conseguir teletransportar-se mais rapidamente, Aneki mandou ele repetir o exercício, porém dessa vez teletransportando-se num raio de 3 metros em sentidos aleatórios, fazendo isso o mais rápido que conseguisse. Depois de muitas horas de treino, finalmente estava conseguindo teletransportar-se sem muita dificuldade.

— Agora, vamos a parte divertida — Anunciou a loira. —Tente me acertar. Se você conseguir, mas só se conseguir, te dou um presentinho, hihihi — provocou ela.

Os dois entraram em posição de combate, um de frente para o outro, sem espadas ou armas. Eles se encararam sorridentes e então Reike correu em direção a ela para acertar-lhe um soco, mas no momento que foi dar o soco teletransportou-se para as costas dela, porém não adiantou. Ela, mesmo sem se teletransportar, esquivou-se do soco e pegou o braço do garoto, arremessando-o para frente. Em seguida, correu alguns passos para acertar-lhe um soco enquanto ele ainda estava no ar.

Novamente, antes que ela o acertasse, teletransportou-se para cima dela, girando no ar para acertar um chute, porém ela se teleportou um passo para o lado, para também tentar acertar um chute nele.

No mesmo instante Reike teletransportou-se, dessa vez para o chão, passando uma rasteira na Aneki enquanto ela estava com a perna levantada para chutá-lo, fazendo-a cair.

Reike então apareceu em cima dela, pronto para desferir um soco, porém ela já estava preparada para fazer o mesmo. Suas mãos se cruzaram e eles trocaram um soco, Reike acertou no rosto da Aneki e ela acertou no dele. Os dois caíram no chão.

— Era só para ter me acertado, não ter me dado uma porrada dessas, Idioooota! — reclamou ela massageando o rosto com suas mãos.

— Você me deu uma também! — Pôs a mão no rosto. — E doeu muito mais em mim do que em você — completou ele ao ver que estava escorrendo sangue de sua boca e nariz. — De onde que você tira tanta força??? — indagou indignado.

— De qualquer forma... você conseguiu. Vamos à próxima parte. Agora você treinara com a Shizuka — disse ela com um tom de decisão e um pouco de orgulho por ele ter conseguido, mas ainda esfregando a bochecha. — Você terá que conseguir erguer suas sombras.

Shizuka que passara o tempo todo sentada — observando os dois lutarem, como quem assiste a um filme — agora levantou-se e foi até eles.

— Você tem que imaginar que as sombras são como uma extensão do seu corpo. Tente levantá-las igual você faz com seus braços e pernas — Shizuka falou isso para ele e sentou-se novamente.

— S-só vai me dizer isso e ficar ai sentada? — perguntou Reike esperando por mais explicações.

— Sim. Fique tentando até conseguir — sorriu ela maldosamente.

As duas garotas ficaram lendo mangá e fazendo piquenique enquanto Reike tentava levantar as sombras. Assim continuou até o fim do dia.

O sol já estava se pondo atrás das grandes paredes rochosas quando Reike conseguiu, pela primeira vez, levantar um pouco as sombras por alguns míseros segundos.

— Por hoje é só — falou Aneki, enquanto segurava seus cabelos que insistiam em voar ao vento.

Reike suspirou cansado de todo seu treino e seguiu as duas garotas até sua casa. Elas andavam à frente, com os cabelos esvoaçando, a cidade que ganhava a cor avermelhada — por causa do sol que estava se pondo — tornava aquela visão ainda mais bela. Aquele mundo era como um conto de fadas...


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Notas finais do capítulo

Finalmente chegamos ao novo mundo!
Muitas coisas nos aguardam daqui para frente...
Espero que tenham gostado desse capítulo
Sintam-se livres para comentar dando suas opiniões

O próximo capítulo será um tanto diferente, mas isso será explicado mais detalhadamente nas notas iniciais dele.
Ele será postado assim que possível, aguardem!



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