Ao Pôr do Sol escrita por Vick Alves


Capítulo 16
Regra do Jogo - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

É como se fosse um jogo, basta saber jogar e virar dama. Ashley depois de uma discussão, começa a ver Thomas do jeito que pensava: Um jogador esperto.
Personagens:
Ashley,
Thomas,
Ammy,
Ally,
Scarlett.



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Ally levanta meu queixo e percebe minha pequena expressão de quem iria chorar e chamar a irmã mais velha, eu não ia fazer isso, mas era a vontade. Ela me cumprimenta com um beijo no rosto, é incrível como ela é linda á luz do dia. Seu cabelo vermelho fica mais brilhante e seu sorriso até irrita os olhos de tão branco.

– Você está bem?

– Claro que eu estou bem, estou tão bem... Eu vou sair cantando por aí lá lá lá.

– Você está péssima- ela puxa minha mão. – Vamos ver se Thomas sabe explicar o que te aconteceu!

Entramos novamente na barraca, pela primeira vez ele esta apoiado no balcão olhando para o mar. Ally solta a minha mão e toca levemente em suas costas, ele olha para trás rapidamente, solta um pequeno sorriso e quando finalmente me olha fecha o sorriso que iluminava seu rosto. Fita-me por alguns segundos e então volta o olhar para Ally.

– Vocês estão bem? – ela pergunta.

Bem, a expressão de Thomas era um pouco parecida com a minha. Só não via sinal nenhum de quem iria chorar em seu rosto, ele já deve ser acostumado com brigas á toa. Pena que não posso dizer o mesmo de mim.

– Estamos bem, é claro que estamos...- ele diz tentando não olhar no fundo dos olhos dela.

– Mentira! – eu digo em meio a um espirro falso. – Depois de que eu cheguei aqui tivemos um desentendimento por causa da noite de ontem, mas esquece porque você não tem nada haver com isso – eu digo.

Ally se vira para me encarar, eu sinto que a vontade dela era bater em meu rosto até ela perceber que sou maior que ela. Thomas se aproxima de eu, solta um profundo suspiro, seus lábios estão um pouco trêmulos e isso mostra o quanto está nervoso. Não quero acabar com o clima, mas ele fica maravilhoso quando está nervoso.

– Se isso te perturba então esqueça, esqueça de ontem ou melhor, esqueça de tudo – eu então digo.

– Eu vou tentar, mas se eu consegui não haverá volta.

– Que não haja, eu não me importo. Foi uma noite e não um ano, se isso acontecer cada vez que passar uma noite com um garoto eu ficarei maluca!

Eu saio da barraca sem me despedir de Ally, que não tinha nada haver com a situação e resolveu se intrometer com a intenção de ajudar, mas a realidade é que só atrapalhou. Ao chegar na rua eu jogo o skate no chão e subo e começo a andar, dessa vez eu tento chegar o mais rápido o possível e isso me dá vários quase tombos e pequenos ataques do coração. Ao finalmente chegar em casa, suspiro tentando segurar um pouco do desespero, e abro a porta. Ammy não está em casa para minha alegria, entro no meu quarto e afogo o rosto no travesseiro. Aquela discussão vai e vem na minha cabeça, mas para ser sincera quero que ela volte, pois poderia ter dito coisas melhores. Enfio a mão na bolsa que está do meu lado, e tiro meu celular, Scarlett está online.

ScarlettWood: Ash, tudo bem?

AshCuspi: Na verdade não, eu preciso muito conversar com você. Talvez eu te ligue de madrugada, quando Ammy dormir.

ScarlettWood: Vou esperar sua ligação, eu também preciso muito conversar com você.

Eu desligo o celular e caminho até a cozinha para procurar mais suco de laranja, quando eu ouço um barulho da sala. Sempre é assim, eu estou só, ouço um barulho e morro de medo. Mas dessa vez eu já tinha certeza que era Ammy, ela entrou na cozinha segurando uma sacola que eu tenho quase certeza que era fará macarronada para hoje, pelo o simples fato de ser semana de natal. Todas semanas de natal, minha mãe fazia macarronada até o dia vinte e cinco quando ela finalmente fazia lasanha para tentar me animar, essa tentativa sempre ia em vão.

Ammy coloca as coisas encima da mesa, e suspira esfregando as mãos uma na outra. Ela tira as compras da sacola, e é isso mesmo macarronada e refrigerante de laranja, é a pior combinação do mundo, mas eu amo.

– Achei que chegaria mais tarde – ela diz com um sorriso bizarro.

– Eu discuti com Thomas, mas estamos bem – eu saio da cozinha levanto a caixa de suco. – Me chame quando o jantar estiver pronto.

Eu voltei a me afogar no travesseiro e dormir, o calor era insuportável e eu estava completamente picada pelos pernilongos que vinham visitar as tartarugas e aproveitavam para tirar um pouco do meu sangue. Eu empurro o lençol e me levanto, desbloqueio o celular e vejo que já são vinte horas, o delicioso cheiro de molho de tomate da cozinha que me faz segui-lo. Ammy está encostada ao fogão, usa avental e está com os cabelos presos no alto da cabeça com um coque. Eu me lembro de quando os natais costumavam a ser assim, minha mãe preparava a macarronada enquanto meu pai bisbilhotava o preço dos presentes, ele era a pessoa mais mão-de-vaca que eu havia conhecido.

Ela vira e coloca a panela encima da mesa, eu me sento. Os olhos dela brilham enquanto me observam acompanhados por aquele imenso sorriso no rosto, ela se senta e puxa os copos. Ela serve o refrigerante e coloca em meu prato a quantidade que eu sempre como, a quantidade o suficiente para três pessoas. Ela esfrega novamente as mãos e lambe os lábios, então liga a televisão.

– Você sabe sobre Thomas? – ela pergunta tirando o copo da boca.

– Não, o que aconteceu? – eu me lembro do que aconteceu. – Ou melhor, eu não preciso saber da vida dele.

Ela permanece em silencio, eu termino aquela montanha de macarronada e saio da mesa. O mais legal dos dias de macarronada é depois de comer, eu amava olhar para a minha barriga e pensar que estava gigante o suficiente para ter um bebê lá dentro, eu costumo ser problemática desse jeito mesmo. Volto para o meu quarto, e me deito na cama esperando a madrugada chegar logo, enquanto isso me torço de dor na cama. O pior de dias de macarronada é que eu sempre tenho dores depois. Olho para o relógio e já marca vinte e três horas, então me levanto e corro para o banheiro. Abro a tampa da privada e me sento no chão até a vontade e vomitar voltar, quando Ammy aparece no banheiro, ela pode ter ouvido os meus gemidos de dor de seu quarto. Ela se abaixa e coloca as mãos em minhas costas.

– Calma, é só um enjoo como sempre.

Eu termino de vomitar, ela se levanta me ajudando a levantar também.

– Pode voltar a dormir, eu estou bem.

– Qualquer coisa é só gritar – ela diz saindo do banheiro.

Eu fecho a tampa da privada, dou descarga e sento-me nela. Até perceber que o banheiro está iluminado pela a luz que vem da casa de Thomas, me estico para poder ver: São três garotas saindo de manso da casa dele, ele se despede de todas com um beijo. Enfim, é como eu digo, nunca será mais do que jovem se divertindo. Escovo os meus dentes e volto a dormir, ou pelo menos tento.


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Notas finais do capítulo

Continua:" Já era a segunda noite, e seis garotas."
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