Vida de Princesa escrita por Kikonsam


Capítulo 15
E ela só descobre quem ele é quase no fim.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas aqui vai mais outro cap! Espero que gostem!



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Olho-me no espelho e vejo-me com aquele vestido preto bonito, já pronta para pegar um avião para o Michigan para o enterro de minha mãe. Nesses dois dias simplesmente não consegui sair de casa para fazer nada, nem vi televisão ou fui ver a internet. Minha sorte é que James é compreensível para aturar o fato de eu estar bem depressiva. Nesse momento ele está tomando um banho eterno que ele sempre toma, enquanto eu penso em como eu devo estar conhecida no complexo de parques: a princesa chorosa, que saiu de seu papel e com certeza perderá seu emprego. Ouço um toque na campainha. Demora um tempo para eu registrar a informação de ir atender a porta. Abro-a e me deparo com um homem de meia-idade, bonito de cabelos grisalhos, de terno e gravata e com uma pasta na mão.

– Pois não? – pergunto.

– A senhora é Emily Trane? – pergunta o homem.

– Depende de quem deseja. – digo, olhando de forma estranha para o sujeito.

– Sou Parker Scavo, advogado da Disney aqui na Flórida. – fala ele, estendendo a mão para eu apertar.

– Uau, então quer dizer que a Disney tem um advogado diferente por estado? Que inesperado. – falo, indiferentemente e em tom irônico, enquanto aperto sua mão.

– Não era de se esperar menos. – fala ele, soltando sua mão da minha. – Posso entrar?

Abro caminho para ele entrar, e sem nem ser convidado ele já senta-se numa poltrona da sala de meu novo apartamento. Vou até o sofá á sua frente e sento-me, olhando em seus olhos verdes.

– O que deseja, Sr. Scavo? – pergunto, apesar de já imaginar a resposta.

– Acredito que a senhora já esteja ciente da repercussão da foto, Sra. Trane. – fala ele, abrindo sua pasta e mexendo em alguns papeis.

É, não é a resposta que eu esperava.

– Foto? – pergunto, sem entender. – Que foto?

Ele olha para mim como quem não acredita no que ouve.

– A senhora não sabe? – pergunta ele, sem acreditar, olhando para mim.

– Não sei de quê? – pergunto, sem entender nada.

– A foto tirada da senhora ajoelhada, chorando, viralizou no mundo inteiro. – fala ele, mexendo em sua pasta e tirando de lá uma foto impressa de eu ajoelhada, com o vestido de princesa Aurora, de lado, chorando no meio do parque. – Jornais televisivos, Twitter, Tumblr, blogs, YouTube, programas de TV. Você é o assunto da semana por conta desta foto.

Olho espantada. Nunca imaginava que fosse haver essa repercussão toda.

– Bem... Desculpe sujar o nome da Disney. – falo, devolvendo a foto para ele. – Se eu for demitida, não reclamarei.

– Não, Sra. Trane, a senhora não foi demitida. – fala ele, pegando uma folha da pasta. – Na verdade, meus clientes tem uma proposta para você.

– Desculpe, mas estou de luto. – falo, antes que a conversa se estenda.

– Acredite, a senhora irá querer ouvir isso. – fala ele olhando para mim com olhos famintos, e deixo-o continuar: - É verdade que foto manchou a imagem da Disney. Mas tem uma maneira de você reverter isso. A Ellen DeGeneres está na Flórida por esse mês para gravar seus programas de verão em Miami, que é cinco horas de carro daqui. E adivinhe quem foi chamada para o programa dela hoje?

– O quê? – pergunto, sem acreditar no que ouço. – Eu fui chamada para a Ellen? Alguns dias sem internet ou TV e já fui chamada para a Ellen?

– Para você ver como os tempos de hoje funcionam. – fala ele.

Por um tempo penso no que ele falou. Eu amo a Ellen, e faria de tudo para ir ao programa dela. Mas isso vem com o preço de não ir ao funeral de minha mãe.

– Mas... O funeral de minha mãe... – falo, pensativa.

– Poderá ser perdido ao preço de US$ 100000, só para você limpar o nome da Disney no programa da Ellen DeGeneres. – fala ele, com um sorriso cínico olhando para mim e estendendo um contrato. – Está tudo nesse contrato. Assine-o e iremos logo para os estúdios do programa da Ellen para o programa de hoje á noite.

Paro e pendo m pouco em como esse dinheiro pode me ajudar. Quitar o apartamento, comprar todas as roupas que eu quiser. Poder mudar de vida. Penso nisso por mais ou menos cinco minutos enquanto leio o contrato, antes de assinar meu nome nele.

. . .

Deixar um bilhete para James enquanto ele tomava banho não foi um golpe justo. Não é algo de que eu me orgulhe, mas eu tinha que fazer aquilo ou James seria capaz de me acorrentar a um avião para o Michigan. Não posso me dar a esse luxo, e eu teria que sair logo para poder chegar a Miami a tempo de poder me arrumar e entrar no palco da Ellen. E é bem agora que eu vou entrar. As luzes se acendem, anunciando que os comerciais acabaram e eu serei anunciada.

– Bem-vindos de volta ao programa direto de Miami! – fala Ellen. – Agora, vou receber alguém que em dois dias dominou a Internet com uma foto. Quem ela é? Emily Trane!

A auxiliar dos bastidores diz que eu posso entrar, e eu apareço no palco, rindo e indo em direção á poltrona ao lado da loira de terninho mais amada dos EUA. Dou um abraço nela e sorrio para a plateia. Sento-me na poltrona ao seu lado, olhando-a bem em seus olhos, até o público parar de bater palmas e ela dizer:

– Então, Emily, você apareceu do nada e já quebrou a Internet com a foto que viralizou mais rápido em todo ano!

– É... Nem eu consigo acreditar... – falo, sorrindo para ela.

– Então, será que poderia nos explicar o que aconteceu e tudo mais? – pergunta ela, olhando para mim.

Com um sorriso no rosto, olho para a plateia e vejo Parker Scavo sentado no meio delas, e vejo-o balançar sua cabeça, sério. Se tem algo que eu aprendi sendo uma princesa, é disfarçar sorriso. E eu fiz isso muito bem agora. Olho para Ellen e começo a falar:

– Eu... Estava simplesmente sendo a perfeita Bela Adormecida para as criancinhas e simplesmente meu marido veio correndo pelo parque e me comunicou do falecimento de minha mãe, que já estava em coma há anos.

– Espera, - fala Ellen, me interrompendo. – Meus pêsames, mas então quer dizer que você saiu do personagem? Isso não deveria ser estritamente proibido?

– E é. – digo. – Somos extremamente profissionais, e nunca podemos sair de nossos personagens, por isso tentei resistir o máximo possível, mas o amor que eu tinha por minha mãe falou mais alto. Mas somos altamente profissionais, e nunca algo como isso acontecera antes.

– Então você foi demitida? – pergunta ela.

– Não. – falo, já me preparando para a defesa. – Não existe lugar melhor para trabalhar do que a Disney, e apesar de sermos muito competentes, eles compreendem exceções, e com a exposição da mídia, com certeza isso foi relevado. Mas já fui notificada para tomar mais cuidado, pois isso não pode se repetir nem comigo nem com nenhum personagem. Mas é um lugar maravilhoso para trabalhar, eu nunca estive tão feliz em toda minha vida. Ganho bem, tenho um marido ótimo, e um emprego maravilhoso.

– Uau. Que ótimo. – fala Ellen, sorrindo para mim. – Eu conversei com Emily Trane, pessoal, a princesa que não aguentou as lágrimas. Emily, foi um prazer ter você comigo aqui hoje espero que você consiga superar esta fase difícil de sua vida.

Dou um sorriso e levanto-me da poltrona, abraçando-a. Olho para a plateia me aplaudindo e vejo Parker Scavo no meio, sorrindo comoainda não o vi sorrir: com sinceridade. Saio pelos fundos.

Espero Parker Scavo para ele dar minha carona de volta a Orlando, e quanso saio do estúdio, vejo do outro lado da rua um carro igual ao meu, e com um marido igual ao meu em pé ao seu lado, olhando-me com um olhar furioso.

– James? – pergunto, atravessando a rua que não tem nenhum carro passando. – O que você está fazendo aqui? Eu pensei que eu tivesse deixado um bilhete dizendo que eu voltaria amanhã de manhã.

– É. Eu li. – fala ele. – E na mesma hora peguei as chaves e dirigi o mais rápido que pude para Miami.

– Uau. Obrigada, amor. – falo, aproximando-me delepara beijá-lo, mas ele coloca duas mãos na minha frente e se afasta. – Ué? O que aconteceu?

– O que aconteceu, Emily? – pergunta ele, falando alto e com raiva. – Vou lhe dizer o que aconteceu. Eu aguento papéis alucinógenos em sua língua. Eu aguento você ter que trabalhar muito para sustentar nós dois. Eu aguento até você ser tão sucumbida que não sabe mais onde é trabalho ou vida real. O que eu não aguento é você ser sucumbida ao ponto de esquecer sua vida. Sua mãe morreu, Emily, porra! – nesse momento ele grita comigo.

– James, se acalme. – falo, segurando seus ombros.- Minha mãe morreu. Mas a vida segue. Temos que seguir em frente, dado momento.

– Seguir em frente? – pergunta ele, e nesse momento ele solta minhas mãos de seus ombros e sai de perto de mim, abrindo a porta do carro e entrando nele, abrindo a janela para falar comigo: - Que falar sobre seguir em frente? Ótimo. Vamos seguir em frente. Eu quero o divórcio.

– O quê? – pergunto. Não acredito no que ouço.

– Sim. Fale com meu advogado pela manhã. Começarei a tirar as coisas de seu apartamento. – fala ele, fechando a janela.

– James? – pergunto, enquanto vejo meu carro ir andando. – James!

O carro corre e some ao virar na segunda rua á direita.

Sinto lágrimas escorrerem de meus olhos, mas não posso deixar isso me abater como antes, afinal, gosto de ser uma princesa perfeita.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, deixe suas impressões nos comentários! Próximo capítulo em no máximo cinco dias! (reta final :) )



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