Que horas eram? escrita por Fósforo ambulante


Capítulo 5
Capítulo 5 - Alana


Notas iniciais do capítulo

E aqui estou eu! Postando mais um capítulo no último dia do mês! É dia 30, mas ainda é novembro.
Esse capítulo vai ter uma personagem nova, o título deve revelar seu nome...
Boas notícias: estou de férias e pretendo postar mais de dois capítulos por mês! É isso aí!



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~11:04~

Alana estava de boa sentada na frente de sua casa nova pegando sol. O protetor solar era tanto que sua pele ficava branca. Ou melhor, mais branca.

Ela estava de óculos escuros, seu objeto favorito.

— Dá pra olhar o lugar a sua volta sem ninguém perceber tão bem quanto a gente ficar encarando alguma coisa ou pessoa. Ninguém sabe pra que lado eu estou prestando atenção.- ela dizia.

Ela olhou pra uma menina ruiva, mais ou menos da idade dela, que estava correndo meio estranho como se outra coisa, sem ser correr, lhe tirasse as sua últimas reservas de força fazendo com que ela não conseguisse nem ao menos andar normalmente. "suspeito." Alana pensou. Mas não tinha nada de suspeito naquilo. Se ela estava andando tropeçando nos próprios pés, não indica ela seja uma espiã ou algo do tipo. Mas Alana estava entediada. Tudo pode virar suspeito.

Tomou uma decisão. Iria segui-la até seu destino final. Ver o que é o tal 'destino final' e espiona-lo.

Pelo menos óculos escuros ela já tinha. E se tiver que correr, onde estão seus tênis? E cordas, se tiver que escalar uma montanha? E água, se sentir sede? Rapidamente, ela pulou da cadeira de praia onde estava e entrou em casa. Pegou uma mochila resistente e começou a trocar suas roupas por um moletom mais confortável enquanto pensava o que colocar na mochila.

"Meus pais não se importam de eu sair. Ainda mais se for pra me socializar." Terminou de colocar os tênis e começou a olhar para as coisas que iria levar e enfia-los na mochila."Uma garrafa de água. Ok. Um grampo de cabelo. Ok. Uma toalha. Ok. Um binóculo. Ok. Hum... Cordas. Ok. Uma bandana. Ok. Meus óculos escuros, claro. Ok."

Colocou algumas outras coisas desnecessárias e foi a luta. Olhou para os lados quantos saiu de casa e viu a menina correndo a uns 200 metros de distância.

— como ela corre devagar!- Alana criticou.

A menina virou uma curva e Alana se aproximou mais um pouco. Ela, a garota, estava resmungando bravamente ao longo do percurso todo e Alana só tinha percebido isso agora.

De repente, a menina ruiva se virou e deu de cara com ela.

— por que está me seguindo?- ela perguntou com um repentino ânimo.

— quê? Eu? Hah! Como assim? Por que acha isso?- ela disse olhando pra os lados.- Eu só estou... Conhecendo a cidade.

A garota ruiva não fez que acreditou.


— então tá. Aliás, meu nome é Fernanda

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~ 11:13 ~

— Finn, você precisa ficar mais em casa. As crianças sentem sua falta. E eu também.- Flame falou controlando sua vontade de voar em seu marido e queimá-lo vivo.

Os dois estavam na cozinha, Finn e Flame. Ele estava brincando com uma colher e ela estava falando seriamente.

— compromissos... eu tenho um monte.- ele falou desanimado.- tenho que salvar o reino doce quase todo dia... Cansa, mas eu tenho que fazer...

Terminando de falar, ele enfiou a cabeça entre os braços cruzados em cima da mesa.

— Finn, meu amor, meu querido, minha paixão... Você realmente precisa ficar tempo em casa.

— tá bom. Vou tentar.- ele respondeu sem levando o rosto.

Flame se levando e fechou os olhos. Suspirou profundamente e falou:

— Finn, você tem que ficar mais tempo casa. Ou não poderá mais entrar e ficar aqui.- seu último esforço para controlar sua raiva estava no limite. Mais uma resposta indiferente e ela não prometia nada.

Finn levantou a cabeça quando ouviu a última frase, e até já tinha ganhado fôlego para responder, quando os dois ouviram um gemido choros vindo da sala.

Fernanda tinha acabado de chegar. Ela abriu a porta devagar e sem fazer barulho quando viu que seu irmão tinha dormido assistindo TV de novo. Estava quase abrindo a porta da cozinha quando ouviu seus pais discutindo. Ela ouviu a última frase de Flame e não pôde impedir de fazer algum barulho.

E antes de poder realmente se mover para outro lugar, seus pais abriram a porta, fazendo com que ela batesse na parede e fizesse muito barulho. O suficiente para acordar seu irmão com um sobressalto.

— você ouviu nossa conversa, Fernanda?- Finn perguntou um pouco mais desesperado do que gostaria.

— só o final. - ela respondeu segurando as lágrimas.- Eu vou pro meu quarto.- avisou e virou os calcanhares em direção aos quartos.

Finn e Flame se encararam e ele disse:

— está certo. Vou ficar bem mais tempo com vocês depois dessa. Eu prometo. Mas o que fazemos agora?

— o que aconteceu?- Felipe perguntou, mas foi ignorado.

— acho que devemos deixá-la em paz por um tempo. Eu sempre quis ter privacidade, mas ficar em uma vela transparente no meio da sala mais cheia do reino não ajudou muito.- Flame falou.

— o que houve?- Felipe perguntou de novo.

— vou fazer um bolo. Ela adora bolo branco. Um brigadeiro de panela também cairia bem. Quem sabe ela esquece?- Flame disse.

— esquecer? Acho difícil. É mais fácil ela ver que não é tão sério assim.- Finn disse.

— o que?- Felipe perguntou quase pegando uma panela e uma colher de pau e saindo pela casa batendo um no outro e perguntando o que aconteceu.

Flame o ignorou novamente e foi para a cozinha preparar todo o seu "banquete". Finn sentou no sofá e ficou encarando a parede.

— pai, o que aconteceu?- Felipe perguntou fingindo um choro.

Finn desviou o olhar da parede por um segundo para olhar para seu filho e depois voltou a encarar. Olhou de novo para o Felipe e o fitou.

— nada.- ele disse e voltou a atenção para toda aquela pintura velha e descascada da parede enquanto seu filho o olhava fulminantemente.

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~ 12:09 ~

Felipe estava jogando video-game na TV quando alguém bateu na porta. Ele fez uma careta.

— já vai!- ele gritou.

Esperou mais ou menos 1 minuto e foi lá atender.

Quando ele abriu a porta uma menina que ele nunca tinha visto e estava sentada na grama ao lado da escadinha para sua casa, se virou, fez uma cara de dúvida e depois sorriu. Se levantou e bateu na calça jeans com os bolsos coloridos para tirar a sujeira.

A menina tinha o cabelo loiro muito claro até os ombros. Seus olhos eram castanho claro e seus cílios também eram loiros. Sua pele era super branca, mas combinava com ela. Seu rosto eram fino e seu sorriso era muito lindo. Seu nariz era perfeito para o rosto, sendo fino e pequeno. Mas claro, Felipe percebeu menos da metade desses detalhes.

— a Fernanda tá aí?- ela perguntou.

— uhum.- ele respondeu sem abrir a boca. Depois virou para dentro de casa e gritou:- Fernanda, tem uma menina loira querendo falar com você! - ele se voltou para a menina e perguntou em tom mais baixo: -seu nome?

— Alana.

Ele se virou para dentro de novo e tornou a gritar.

— chamada Alana. Conhece? Posso deixar entrar?

— pode.- Fernanda gritou de volta do seu quarto.- traz ela pra cá.

Felipe se conformou em ter que esperar um pouco mais para voltar a jogar se isso deixaria sua irmã mais alegre. Fez um movimento com a mão claramente a chamando para entrar.

Alana pegou uma mochila preta com alguns retalhos coloridos, mostrando que ela já foi remendada e entrou na casa, se mantendo ao lado do Felipe.

— tá certo. Eu vou te levar no quarto da Fefê.- Felipe avisou, embora já estivesse óbvio. - ela tá com raiva de alguma coisa que os nossos pais falaram, então se ela estiver bem chata, ignora que não é sempre que ela fica assim. É aqui.- ele abriu uma porta.

Alana entrou no quarto e ele voltou a sentar no sofá e jogar animadamente.

No instante que o menino saiu de perto, Alana sentou na cama, ao lado da Fernanda, que parecia chateada.

— para tudo!- Alana falou como se se (tá certo?) conhecessem a muito tempo e não a algumas horas.- você disse que tinha um irmão, tipo, mas não disse que ele era assim.

— assim como?

— Hello! Assim, tipo, gato.

Fernanda levou um susto e falou como se não acreditasse.

— gato? O Felipe? Jura? Assim, jura mesmo?- disse com uma ponta de um sorriso aparecendo.

— claro. Quando ele abriu a porta que eu levantei e vi ele, tipo, eu tive que fingir que minha calça tava toda suja de poeira e que para limpar tinha que abaixar a cabeça, senão, tipo, ele ia me me ver ficar, tipo, toda vermelha.

— hah, quem diria? O Felipe arrasando corações. - Fernanda disse.- eu nunca pensei que você, logo você, que iria ver ele desse jeito.

— Fernanda, tipo, qualquer um pode ver isso. Porque, tipo assim, ele é lindo e maravilhoso e muito mais do que qualquer um que se aparece por aí, né?

— ai,ai...

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~ 13:40 ~

— tchau, Alana.- Fernanda se despedia.- obrigado por almoçar com a gente e volte sempre que quiser. Nós amamos visitas.

— okay. Volto assim que puder.- Alana respondeu e saiu da casa. Parou na calçada e acenou.

Fernanda acenou de volta e fechou a porta. Sentou do lado do seu irmão no sofá.

— Felipe eu quero te falar uma...- ela começou, mas quando falou seu irmão também começou a falar.

— eu queria... Nada, pode falar.- Felipe disse sem tirar os olhos da tela.

— não, tudo bem. Fala aí.

— bem, é que aquela sua amiga que veio aqui...

— sim...

— a... Alana...

— sim...- Fernanda realmente estava animada com a conversa. Iria informar ao seu irmão que ela gostava dele e agora ele falando dela... Será que ele gostava dela?

— eu acho que ela é muito...

— sim...

— estranha. Ela é branca demais e tem olhos muito maiores que o normal. - ele falou e fechou a boca. Os planos de sua irmã foram embora.- agora fala você.

— hã... Bem... Sobre isso... É que... Eu... Esqueci.

— tá bom. Quando lembrar me fala.

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~ 14:22 ~

— Fernanda, filha, me diz: por que não almoçou com a gente e a sua amiga?- Flame perguntou quando finalmente conseguiram reunir a família novamente na mesa da cozinha.

— quer dizer, né Flame?- Finn emendou- nós sabemos muito bem. Ela está ou brava ou com medo ou confusa ou...

— nós já entendemos, Finn.- Flame respondeu secamente.- Filhinha, não estávamos falando sério...- continuou com uma voz bem mais doce.

— falando o que?- Felipe perguntou ainda sem saber o que tinha acontecido.

— você sabe que eu às vezes falo mais do que deveria. Eu nunca proibiria seu pai de vim entrar na nossa casa ou ver você ou me ver. Entende?

— o que aconteceu?- Felipe ainda perguntava.

— okay. Mamãe, papai, eu... - olhou para todos os presentes.- só quero que respondam ao Felipe que ele já tá me enchendo perguntando sobre o que aconteceu. Obrigada.- virou de costas e estava indo para o seu quarto quando Flame a chamou.

—tá, beleza, mas eu voltou a minha primeira pergunta: por que você não almoçou conosco e com a Alana?

— hum... Conosco? Tá manjando das palavras, hein, Flame?- Finn comentou.- andou comendo dicionários?

Flame o encarou com um olhar de mais pura raiva que fez com que ele calasse a boca. Enquanto isso Fernanda e Felipe riam que nem dois idiotas problemáticos, o que, cá entre nós, é um pouco verdade.

— hahaha... Mãe, é que, bem... - Fernanda respondeu tentando parar de rir.- eu tava nem sei direito como. É que eu fiquei com... Duas coisas: uma com medo do tom de voz da senhora. E outra... Eu... Fiquei com medo de vossas excelências brigarem com minha pessoa por ouvi-los discutindo. - ela começou a rir e acrescentou:- falei do jeito que acho que a senhora falaria já que bateu uma de formal em seu ser.

Ela riu mais ainda com seu irmão e seu pai. Ela bateu na mão do Felipe e continuaram a rir até Flame não aguentar mais. Ela levantou e foi para seu quarto.

Ela achou altamente deselegante sua família cair no chão e rir tão alto de dar para ouvir do outro lado da casa.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!!
Aliás, falando sobre a capa da minha história (hã?), eu vou mudar a capa.
Comentem sobre isso!!!
Aliás, falando sobre a minha história, eu talvez coloque isso:



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