Rosas escrita por Stefany Elize


Capítulo 8
Capitulo oito




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Houve um segundo de silencio no recinto, Eu prendi minha respiração para evitar barulho, até que vi um sorriso se espalhar pelo rosto de Edward.

— Eu com certeza estarei no casamento de Isabella. – E dirigiu seu sorriso para minha direção, podia imaginá-lo facilmente no meu casamento, mas não como um simples convidado.

— É ótimo ouvir isso querido. E então já se instalou em sua antiga casa? – Ela indagou, referindo-se a casa branca em que Edward e seus pais viviam no passado.

— Sim senhora, o... – Ele parou por um momento, talvez não quisesse citar que teve um motorista. – O amigo que me deu carona até aqui me ajudou a guardar as coisas, e nem era muito. – Ele ficava dando aquele gentil sorriso, polido e educado. Coisa que minha mãe retribuía com um excesso de falsidade considerando sua extrema ilusão de superioridade em relação a pessoas com nível social mais baixo que o dela, ou ao menos, em relação a pessoas que ela pensava ter um nível social mais baixo que o dela.

            Seguiu-se uma longa conversa, absolutamente entediante. E assim que Renée julgou apropriado e pediu que eu ajudasse Edward a se acomodar, já que ele devia estar cansado. Muito prestativa, se eu não soubesse que ela só estava fazendo isso porque a etiqueta pede.

 

(...)

 

            A casa estava como sempre, algumas criadas a mantinham limpa e arrumada, Renée já estava esperando que Edward voltasse desde que enviou a carta. Eu era a única que acreditava que ele ia ignorar isso e continuar em Londres.

            Edward se sentou no sofá, parecendo cansado. Eu me sentei próxima a ele e peguei sua mão entre as minhas, sentindo seu calor. Isso era uma sensação incrível após tantos anos de separação. A saudade foi tanta, que mal podia acreditar que agora estava diante de meus olhos, com a mão entre as minhas.

            Eu ainda me lembrava de sua partida para a universidade na Inglaterra, me lembrava de como ainda era uma garota, afogada em minha paixão secreta e implicitamente proibida pelo filho dos meus padrinhos, meus padrinhos que eram caseiros, meros criados da fazenda de meus pais.

            E agora as coisas mudaram. O Sr. e a Sra. Cullen agora eram meros personagens de retratos, assim como meu pai. As pessoas vivem e depois deixam de existir numa naturalidade espantosa, e não a nada a fazer além de aceitar a naturalidade disso. Edward não era mais o Jovem que eu vi partindo cheio de esperanças. Edward agora era um senhor respeitável, um executivo de respeito e eu não saberia dizer qual era a ideia mais absurda, esse homem importante num trabalho braçal na fazenda ou o mesmo ainda me amar.

            O que havia mudado em mim mesma durante esses anos?eu havia lido mais livros, meus vestidos eram mais longos, os espartilhos que usava em ocasiões especiais eram mais apertados, talvez seja um pouco mais alta. Mas é só, nada de extraordinário.

— Tão calada. – Os olhos de Edward ainda eram os mesmo, azul, azul, e mais azul, azul como o céu, azul como os da finada Esme.

— Ainda essa manhã eu pensei que seria apenas mais um dia. E agora eu estou...

— Noiva. Você será a futura Sra. Cullen. – Ele disse com firmeza.

— Eu ainda não acredito que voltou mesmo. – Minhas mãos se apertaram em torno da dele e isso o fez rir.

— Eu disse que voltaria. Eu nunca fiz uma promessa tão sincera e com tanta força de vontade em cumprir em toda a minha vida quanto naquele dia em que parti. Te fazer minha esposa é o objetivo que tenho de maior... E ele só vai ser deixado de lado se você me pedir – Ele me encarou novamente como se silenciosamente me perguntasse se eu não queria ser sua esposa. A ideia era ridícula. Ele poderia ter nascido em berço muito mais inferior ao que nasceu, poderia não ter um trabalho tão bom, poderíamos ter que viver em uma casa minúscula e precária pelo resto de nossas vidas e ainda sim eu me sentiria a mais feliz de todos os habitantes desse mundo.

— Não me olhe como se eu fosse te deixar ir embora. – Avisei, e novamente rimos juntos.

— Ainda gosta de rosas? – Ele indagou depois.

— Além da beleza que elas tem, do cheiro bom, elas me trazem boas lembranças, eu sempre vou gostas de rosas.

— Se a viagem não fosse tão longa teria trazido algumas de Londres para você. – Ele divagou.

— Um dia você terá que voltar a Londres, por pelo menos alguns meses, e então eu vou poder apreciar as rosas Londrinas já que não tem possibilidade de você ir sem mim a um lugar com fama de ter mulheres tão bonitas. – Disse com humor, e foi o efeito que eu desejava mais uma vez ele riu sonoramente ostentando o belo sorriso que tinha.

— Eu fiquei durante anos lá, e nunca encontrei uma sequer tão bela quanto você. – Ele me encarou agora como se estivesse apreciando a vista, e me dei conta que meu cabelo não devia estar tão arrumado e minha roupa meio amassada, mas ele não fez menção de notar e apenas me olhava como se eu fosse algo que ele poderia admirar por horas. – E voltando as rosas... – Ele falava sem tirar os olhos do meu rosto. – Lhe darei muitas. Um jardim, um roseiral e eu quero que todos os dias ao olhar suas rosas você tenha lembranças felizes.

            Eu me deixei levar pelos seus planos. Uma casa com o jardim cheio de rosas em volta e mais ao fundo um imenso roseiral, com rosas de todas as cores. E o mais importante eu imaginava Edward e eu abraçados sob um céu de primavera – da cor de seus olhos – vendo crianças ruivas ou talvez morenas correndo e gargalhando entre as rosas.

            Os obstáculos que poderiam separar Edward e eu estavam quase esquecidos, eu gostei de como falávamos com certeza do nosso futuro juntos. Não um “e se” mas um “quando”.

— É melhor você ir. – Ele suspirou. – Eu não quero que sua mãe tenha a mínima desconfiança, assim ela não tentará nos afastar até que  seja tarde demais. Eu vou desfazer minhas malas, caminhar pela fazenda, pra me reacostumar ao lugar antes de começar o trabalho.

— Não vou te ver mais hoje. – Presumi com tristeza.

— Provavelmente não. – Ele concordou no mesmo tom triste.

            Mas eu não deixei que o nosso momento fosse estragado, antes que ele esboçasse qualquer reação eu o puxei para mim colando nossos lábios. Seus braços calorosos foram parar ao redor da minha cintura e foi um doce beijo de despedida que me manteve alegre enquanto eu voltava pra casa.


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Notas finais do capítulo

finalmente estou de volta, apos esse longo hiatus, espero que gostem.



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