Elas não pareciam muito diferentes do que me lembrava. Rosalie ainda não aparentava estar gravida, ela ainda tinha o costume de deixar os cabelos sempre soltos, e o marido dela era alto, forte, tinha cabelos pretos cacheados e parecia num constante bom humor. Alice não usava mais os cabelos cortados bem curtos, ela estava usando um penteado tradicional, um coque e alguns cachos soltos, e seu marido era alto, loiro e tinha os cabelos quase chegando aos ombros.

            Quando Renée e eu chegamos a casa dos Hale, eu fiquei com receio de que minha mãe notasse algo, pois os quatro recém chegados demonstraram um grande interesse por falar comigo.

            Todos nos sentamos a mesa e jantamos, conversando principalmente sobre como estava a vida dos visitantes, sobre Londres, sobre o bebe de Rosalie, e sobre o negócio de Jasper e Emmett. Este eles tentavam falar pouco, para que não houvesse chances da conversa chegar ao sócio deles.

— Bella, minha mãe comprou algumas roupinhas para o meu bebe, você quer ver? – Rosalie perguntou, e eu sabia que era uma desculpa para conversar comigo longe das vistas de minha mãe, então assenti.

— Eu vou junto. – Alice disse contente e se levantou.

            Subimos para o andar de cima, e elas me guiaram até o quarto que costumava ser de Rosalie. Era grande e tinha ar de elegância. Ela foi até sua penteadeira e pegou um pacote de tamanho médio, que ela abriu e dele tirou algumas peças brancas de um tecido suave. Ela estendeu as roupinhas de bebe na cama e apontou para a cadeira da penteadeira, então me sentei.

— Para o caso de alguém aparecer, não estaremos mentindo completamente. São lindas não são? Eu acho que vai ser um menino. – Ela acariciou o próprio abdômen.

— Ah, mas eu ia gostar de ter alguém para mimar com laços, fitas e babados. – Alice riu. – Vou ter que eu mesma fazer uma menina então.

— Ou, quem sabe, daqui um tempo Bella não nos arranje alguém para ser sua boneca. – Rosalie sorriu de lado e eu me senti envergonhada, mas ao mesmo tempo feliz.

— Então, como estão indo? – Alice indagou sentando se na cama junto a sua irmã.

— Bem, acho que não demorará tanto agora que já temos os padrinhos no país.

— Vamos ter que dar um jeito de ir ao local que haja mais boutiques nesse lugar, você precisa de vestido e essas coisas de noiva. – Alice falou animada.

— É tão bonita essa história, amor desde a infância. – Rosalie sorriu, e Alice concordou.

— Ele falou disso com vocês? – Perguntei curiosa, e elas se olharam e depois riram.

— Ele falou muito de você em Londres. Alice e eu nunca ficamos assim tão próximos de vocês na juventude, mas nos lembrávamos, e quando percebemos que o amigo do nosso noivo era ele ficamos muito felizes de ter alguém daqui, sabe, eu amo Londres mas não conhecíamos ninguém lá. Então, ele nos contou que amava você, e que você era a noiva dele, e que um dia iria lhe buscar para finalmente se casarem, ele falava disso com brilho nos olhos. – Rosalie contou, e eu me senti um pouco culpada por um dia ter pensado que Edward havia me esquecido.

— Todas as vezes que ele via Rosas, não importava a cor, podia ser da estampa de um cortina ou uma rosa de porcelana para enfeite, ele sempre olhava, sorria, e dizia o quanto você gosta de rosas.

— Eu gosto, muito mesmo. – Sorri para elas. – Sabe, como é ser casada?

— Hum, acho que não mudou tanto, continuamos os mesmos. – Alice deu de ombros.

— O que muda é só coisas pequenas... Voce usa sempre a aliança  e as pessoas de chamam de senhora. – Rosalie completou, e eu assenti.

— Isso tudo parece um sonho, mesmo com o compromisso, nesses anos todos era tão inalcançável a ideia de ser a Senhora Cullen. – Falei de um jeito extremamente sonhador, então vi que Rosalie de repente me olhou séria, e se inclinou um pouco mais em minha direção.

— Bella, sua mãe me disse uma coisa aos sussurros hoje que me preocupou, pode não ser nada mas... Ela me disse deixar preparado um vestido bonito que não fosse preto nem branco, para essa semana. – Ela falou baixo.

— Ah, então era isso... Ela ia me falar algo antes do jantar, mas Jasper a interrompeu para ajeitar minha presilha. – Alice disse pensativa. – Talvez ela queira nos convidar para um jantar ou um chá da tarde na casa dela.

— Eu não sei, aquele era um tom orgulhoso demais para  alguém que vai apenas mostrar aos visitantes o belo jogo de porcelanas ou o conjunto de talheres de prata que possui. – Rosalie falou receosa.

— O que você acha que pode ser? – Indaguei e ela suspirou.

— Não sei, apenas tome cuidado sim? – Ela sorriu de um jeito afetuoso, e eu assenti, iria ficar alerta.

— Edward é um bom amigo para todos nós, tem um caráter invejável. Ele já perdeu a mãe, o pai, o seu pai que ele mesmo diz ser como um segundo pai para ele... Ele não suportaria perder você também.

— Acha que Renée pode estar desconfiando de algo? Ela disse que se eu não me casasse com Sr. Black ela me mandaria para um instituto católico para moças na frança.

— Não, pelo que vejo, estão sendo bem cuidadosos. – Rosalie descartou a hipótese.

— Espera, sua mãe quer lhe casar com outro? – Alice indagou.

— Sim, já faz algum tempo. – Mumurei envergonhada, e ela olhou rapidamente para a irmã e depois para mim novamente.

— Ele gosta de você?

— Acho que sim. – Não entendia onde ela queria chegar.

— Rosalie, lembra-se quando estávamos na Escócia e... – Alice parou quando viu Rosalie balançar a cabeça.

— Impossível. – Ela disse.

— O que? – Perguntei curiosa.

— Não, nada demais, esqueça, eu devo estar equivocada. – Alice falou, mas ainda tinha um olhar preocupado.