Rosas escrita por Stefany Elize


Capítulo 10
Capitulo dez




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— Cullen é o nome do rapaz que comanda a empresa junto com Whitlock e McCarty eu acho. – Disse o Sr. Hale.

— Edward Cullen? – Minha mãe indagou confusa, mas a Sra. Hale negou com a cabeça.

— Rosie nunca disse o primeiro nome, não sabemos. Devem haver tantos Cullen nesse mundo, apenas achei coincidência terem o mesmo sobrenome, acha que podem ser parentes? – Sra. Hale perguntou, eu respirei aliviada, achei que tudo iria por água a baixo.

— Claro que não, os Cullen não tinham parentes dentro do país,muito menos fora. Deve ser coincidência apenas. Esse Cullen que trabalha com seus genros é um homem de berço e fortuna suponho. Edward é só um filho de caseiros, não teria nenhum tipo de instrução se não fosse a caridade de meu finado marido. – Afirmou minha mãe. Sra. Hale aparentemente embaraçada, tomou um pouco de seu vinho pra não ter que responder.

            Após isso, foi bem difícil quebrar o silencio. Falamos sobre o trabalho de Sr. Hale. Falamos sobre o bom tempo. Falamos sobre muita coisa sem importância.

            Sr. e Sra. Hale se despediram e foram embora pouco depois de terminarmos o jantar. Minha mãe educadamente pediu que ficassem mais um pouco, e que fossemos para a sala de estar. Sr. Hale estava claramente deixando que a esposa decidisse, e esta negou dizendo que adoraria mas que queria ir para sua casa antes que ficasse muito tarde.

            Depois das visitas partirem, minha mãe tinha o costume de falar mal delas. De suas roupas, de suas maneiras e de suas vidas. E eu realmente não queria ouvir por isso aproveitei que ela tinha ido acompanha-los até a porta para subir para o meu quarto.

— Kaure! – Chamei antes de sair da sala. E a senhora de meia idade, de cabelos e olhos negros veio ver o que eu queria.

— Precisa de alguma coisa menina Bella? – Ela perguntou gentilmente.

— Kaure, por favor, diga a minha mãe que eu resolvi me deitar porque estou com dor de cabeça. – Pedi, e ela me olhou preocupada.

— Quer que eu lhe faça um chá? A senhorita pode estar começando a adoecer...

— Não precisa, muito obrigado, apenas diga a minha mãe o que pedi, sim? Boa noite. – Boa noite menina Bella. – Ela disse e voltou para a cozinha. Eu subi para o meu quarto rapidamente.

            Naquela noite eu sonhei com azul. O azul de um céu de primavera, rosas azuis. Os olhos de Esme, os olhos de Edward. Foi um sonho confuso, composto de flashes azulados. Eu só sabia que foi um sonho azul, cheio de azul.

            Quando acordei e desci para o café da manhã  a mesa estava posta. Mas vazia. Kaure logo veio pela cozinha trazendo consigo uma jarra e suco de laranja que colocou sobre a mesa.

— Se sente bem senhorita? – Ela perguntou enquanto eu me sentava.

— Sim, estou bem, onde esta minha mãe? – indaguei vendo o lugar dela a mesa vazio.

— Sra. Swan não se sente bem. Tomou vinho demais ontem a noite. Eu já levei o café da manhã dela pra ela no quarto, e uma das criadas esta cuidando dela. – Kaure explicou.

Sem querer ficar feliz por minha mãe estar se sentindo mal, mas era uma ótima noticia. Renée faz tanto drama que apenas isso a fará passar o resto do dia na cama sendo cuidada pelos criados. E eu teria um dia inteiro livre.

            Kaure se retirou alegando ter coisas a fazer na cozinha. E eu fiquei ali sozinha na sala de jantar. A cabeceira da mesa que dava vista para a janela, o lugar do meu pai, estava vazia. E a outra cabeceira, o lugar da minha mãe também estava vazio. Mas o vazio do meu pai é que prendia a atenção. Eu sentia falta de seu tilintar de talheres, do som de seu jornal sendo foliado do cheiro do seu café forte. Não tinha mais Sr. Swan. Sem risos, sem ruídos, sem conversas, sem meu pai. Só me restava uma grande mesa com apenas eu.

            Sozinha, eu pude escolher o lugar que quis. Me sentando ao lado direito do lugar do meu pai. No geral quando estávamos apenas eu, meu pai e minha mãe, esse era meu lugar. Mas na presença de um visitante eu tinha que me sentar ao lado direito de minha mãe, no posto de filha mulher mais velha, mesmo sendo filha única.

            Enquanto comia lembrava-me que meu pai tinha esperança de ter um filho homem. Não para ter um herdeiro, mas para  acalmar os nervos de Renée. Meu irmão mais velho, nasceu dois anos antes de mim, e morreu com menos de uma hora de nascido. Foi assim que começou a amargura de Renée, meu pai contou. E então veio eu, uma menina, não um herdeiro.

            Eu gostaria de ter conhecido a mulher do quadro que meu pai pintou muito antes de eu nascer. Segundo meu pai, minha mãe era um jovem sorridente, tímida e carinhosa. O casamento deles foi arranjado pelos pais mas nenhum deles se opôs. “Sua mãe era toda cachos dourados e sorrisos largos, bochechas rosadas e olhos brilhantes”disse meu pai um dia quando olhávamos para o quadro dele que ficava na sala.

            O quadro era o que ele descrevia. Uma moça esguia, de rosto amigável, um largo sorriso, olhos verdes, e cabelos dourados caindo em dezenas de cachinhos pelos seus ombros. Gostaria muito de ter conhecido aquela moça.

— Menina Bella?- Kaure me chamou olhando-me cautelosamente. – Esta bem querida? seus pensamentos parecem tão longe.

— Sinto falta do meu pai. – Murmurei, e ela veio para perto de mim pondo seus braços sobre meus ombros.

— Todos sentimos querida, mas sabe o que ele sempre dizia sobre as melhores rosas, tivemos sorte por tê-lo conosco por tanto tempo. – Ela falou carinhosamente me lembrando de outra coisa dolorosa. A  morte de Esme, foi quando ele me disse que num jardim você sempre escolhia as melhores rosas para colher.

— Agora coma querida, você não pode ficar doente,chega de rosas sendo colhidas por aqui, sim?

— Sim, obrigado. – Eu sorri pra ela que sorriu de volta.

— Não há de que, com licença senhorita Bella. – Disse e se retirou, e eu continuei a comer.

            Quando acabei eu fui para o jardim, querendo encontrar Edward. E tive sorte, lá estava ele perto dos estábulos, vestido com roupas simples, escovando o pelo da minha égua. Eu me aproximei dele, que só notou minha chegada quando eu já estava a poucos passos dele.

— Acho que a Aurora gosta de ter você de volta. – Disse atrás dele.

            Aurora era uma égua que meu pai havia me dado quando eu tinha oito anos de idade. Era da raça American Saddlebred, tinha toda sua pelagem branca. O nome, Aurora, eu escolhi porque ainda estava amanhecendo quando eu a montei pela primeira vez.

— Meu pai cuidava muito bem dela não era? – Indagou Edward sorrindo torto, ele falava do pai tentando não demonstrar a tristeza e a saudade que sentia, pode ter se passado anos, mas eu ainda sabia ler Edward. – Aurora é a égua mais bonita e saudável que esse mundo já teve. – Ele afagou carinhosamente o dorso dela.

— Com certeza. – Concordei. Eu o observei por um instante, sentindo a brisa soprar meu cabelo para o lado.

— Esta me olhando com pena. – Edward disse de repente. – Eu não vou começar a chorar, qualquer demonstração de sentimento é inútil. Nada trará eles de volta.

— Você ficou quase cinco anos sem ver seu pai...

— Sim, eu sei. E agora não o verei nunca mais. Nada pode mudar isso. Não me arrependo de ir par Londres. Meus pais iam querer isso, iam querer que eu tivesse educação e um futuro digno, sei que onde estiverem, estão orgulhosos de mim.

— Eu sinto muito. – falei e sem me conter joguei meus braços ao redor de sua cintura e ele me abraçou também.

— Sempre tão acostumada a me consolar... Você também perdeu seu pai e mesmo assim esta aqui me dando um abraço e se preocupando comigo. Somos dois órfãos praticamente. Sem querer ofender. – Ele murmurou.

— Concordo. – Disse pensando em minha mãe. Sim, era como ser órfã. – Os Hale te conhecem. – Falei me lembrado do jantar de ontem.

— Meus amigos, Jasper e Emmett se casaram com as senhoritas Hale, a conheceram em uma viagem a negócios aqui nos  estados unidos. Eu, eles e suas esposas somos todos praticamente melhores amigos. Sua mãe descobriu algo? – Perguntou um tanto preocupado, e eu balancei a cabeça.

— Senhora Hale não sabe seu primeiro nome, minha mãe aceitou que devia ser uma coincidência e se tratasse de um outro Cullen. – Expliquei e ele me soltou, rapidamente beijando minha bochecha.

— Estamos ao ar livre senhorita. – Ele  brincou. – Pode não ser muito bom se nos pegarem abraçados. Por que a senhorita não me da o prazer de a ver cavalgando? A ultima vez que te vi cavalgando Aurora foi a anos atrás. Você em todo seu esplendor com cabelos esvoaçantes é algo memorável, mas sejamos sinceros, você brincava de bonecas naquela época.

            Ele riu enquanto quando eu dei um tapa no seu braço.

— Cala essa boca Cullen, eu já não brincava de bonecas naquela época! – Reclamei, enquanto ele continuava a rir.

— Então, posso ir buscar a sela?- Ele perguntou humorado.

— Sim, vou persuadir Aurora a passar por cima de você.


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Notas finais do capítulo

São seis horas da manhã e ainda não dormi...
Olááa!!
Não gente, isso não é letra de musica sertaneja. são seis da matina e eu virei a noite terminando esse capitulo. Espero que gostem ♥



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