Escuridão. escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 1
Capítulo 1.


Notas iniciais do capítulo

Hey, tudo bem?
Bem, não é a primeira vez que posto essa história, mas eu alterei algumas coisas nela, pois a forma crua era horrível. Espero que gostem e comentem, pois eu estava extremamente ansiosa para voltar a postar a história.



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- Bela, eu estou saindo agora do colégio, pare de me apressar! – Michael reclamou com a amiga pelo telefone.

- Não sei por que você não faltou da escola como nós quatro, seu teimoso! – a garota reclamou.

- Eu já disse que não pude! Por favor, me deixe ir em paz.

- Escute aqui é você que vai dormir aqui em casa rapazinho, tenho direito de te apressar e você não tem direito de chegar atrasado, entendeu?

-Vou pegar um atalho pelo bosque, ok? Tchau.

- Tchau.

Michael desligou o telefone e adentrou o Bosque de Firth. Ele estudava em período integral e já era bem tarde, e as copas altas das árvores não ajudavam na iluminação do local.

As folhas secas faziam barulhos sob seus pés e o vento de outono o fazia arrepiar sob o casaco negro. Embora ele tivesse certo receio em entrar ou até mesmo passar perto do bosque desde pequeno, ele sabia que dois minutos de atraso fariam Bela ficar mais ardente que seus cabelos ruivos. E se havia algo que Michael temia mais que o pequeno bosque, era ver a amiga bufando de raiva. O temperamento dela era tão perigoso quanto uma bomba atômica.

O motivo para que o moreno não havia faltado à escola era simples: seus pais haviam guardado muito dinheiro ao longo do tempo para que ele fosse para uma boa universidade, de preferência uma das tradicionais da Inglaterra. Eles queriam que o garoto tivesse um bom futuro, nunca revelando os motivos por trás disso. Talvez fosse apenas preocupação paternal, mas eles eram fissurados demais naquilo, como se aquele direito lhes tivessem sido roubado, então, o mínimo que ele podia fazer era se esforçar no colegial.

Ele suspirou, mal enxergando o vapor que saíra de sua boca. Colocou o cachecol azul sobre os lábios, tentando se proteger melhor do vento que lhe cortava a pele. Tentou iluminar melhor o caminho com a lanterna do celular e enxergou a tempo uma raiz de árvore antes de tropeçar.

- Por que diabos eu não sigo a trilha? – perguntou a si mesmo.

Tentou achar a trilha que o levaria diretamente para fora do bosque, mas não obteve sucesso algum.

Deu de ombros e tornou a andar apressadamente. Ficar rodeado de árvores no escuro estava incomodando-o.

Começou a murmurar baixinho uma canção de ninar que sua mãe sempre cantava quando ele tinha um pesadelo quando criança.

Aquela noite um evento astrológico um pouco raro acontecia. Ele acreditava que se chamava “Lua de Sangue”, um eclipse lunar total que tornava a lua vermelha escarlate.

Conforme apressava o passo começava a sentir um calor abafado e decidiu por tirar o cachecol. Sua corrente de prata escorregou para fora de sua camisa azul, fazendo a Cruz Ankh reluzir com o feixe de luz da lanterna.

Continuou a murmurar a canção, tentando se acalmar. Então, no meio das árvores, num pequeno espaço onde a lanterna de Michael alcançava, ele viu uma garota. Sua pele era alva como a neve ou até mesmo a lua, seus cabelos caíam numa cascata negra e ondulada até abaixo dos seios, seus lábios eram brancos como os de um cadáver. Ela usava um vestido branco, uma velharia do século XIX, mas que parecia ser tão novo quanto a calça jeans do rapaz.

- Meu amor. Onde está o meu amor? – ela disse, a voz suave como de um anjo, mas ao mesmo tempo desesperada.

Ela virou a cabeça lentamente e abriu os olhos. Olhos azuis, sem brilho, sem vida alguma.

Correu em disparada na direção de Michael. O mesmo fugiu desesperado.

Ele chegou ao final da trilha e saiu do bosque ainda correndo, apenas parando quando já estava na frente da casa de Bela.

Ele olhou para trás por um instante. A rua estava totalmente deserta.

Apertou a campainha, o peito arfando e suando.

Lílian, a mãe de Bela, atendeu a porta.

- Olá... Michael! O que aconteceu?! Você está pálido como um fantasma.

- Oi Sra. Khan. – ele respondeu sem fôlego.

- Entre. – a mulher deu passagem ao garoto, seus amigos estavam na sala e olharam preocupados quando ele adentrou o cômodo.

- Michael, o que aconteceu? – Maggie, a irmã adotiva de Bela perguntou.

- Nada demais. – ele respondeu pouco convincente.

- Vá tomar um banho querido, você está suando frio. – Lílian disse, apontando para o banheiro e lhe entregando uma toalha. – Se você quiser eu posso te levar embora.

- Não precisa, eu estou bem. Só preciso de um banho, só isso. – respondeu indo até o banheiro.

Trancou a porta e arrancou a camiseta. O pingente caiu sobre seu peito nu e o contato frio da prata o fez estremecer. Ele suava frio e estava pálido. Terminou de se despir e entrou embaixo do chuveiro quente da casa dos Khan. Apoiou-se contra a parede, tentando permanecer em pé.

A lembrança da garota invadia sua mente. Ele não sabia o que ela estava querendo naquele momento, mas teve a terrível sensação de que algo estava profundamente errado, que algo não era natural.

Alguém bateu na porta.

- Michael, você esqueceu a mochila com as suas coisas. – ouviu a voz do amigo por de trás da porta.

Fechou o registro, pegou a toalha e amarrou na cintura. Abriu a porta.

- Obrigado Gabriel. – disse pegando a mochila. O amigo o fitava sério. - O que foi? Quer me acompanhar no banho? – caçoou sorrindo torto.

- Idiota. Saia logo daí. – disse e saiu. Michael fechou a porta de novo e voltou ao Box, abrindo o chuveiro de novo.

Ouviu alguém entrando no banheiro. Suspirou abrindo o Box de novo.

- Gabriel você...

- Ai meu Deus! – Maggie disse cobrindo os olhos com as mãos. Sua pele negra não revelava o rubor, mas seu rosto inteiro estava quente.

Michael cobriu a parte inferior do corpo rapidamente com a toalha.

- Pode olhar agora, Maggie. – ele disse.

- Por que você não trancou a porta?! – ela disse descobrindo os olhos.

- Por que você não bateu?!

- Porque quem mora aqui sou eu!

Lílian apareceu por trás da garota.

- Filha, venha. Vamos deixar Michael se trocar. – ela puxou a garota para fora do banheiro.

Michael suspirou e desligou o chuveiro, se enxugando e colocando uma calça de moletom cinza e uma camiseta preta velha. Saiu do banheiro e foi até a sala, evitando olhar Maggie nos olhos. Não é todo dia que uma amiga de infância te vê nu acidentalmente.

- Vamos para o sótão? – Bela disse.

- Vamos. – Rafael respondeu prontamente.

- Nada de ficarem acordados até as 5:00 da manhã, entenderam? - Lílian disse.

- Sim, mãe. – Bela disse. – Boa noite.

- Boa noite, meus amores.

- Boa noite senhora Khan. – os meninos disseram e todos subiram para o segundo andar, depois Maggie abriu um pequeno alçapão, fazendo cair uma escada e eles foram até o sótão que estava arrumado com colchões pelo chão.

Michael olhou pela janela. O eclipse continuava, mas apenas uma parte da lua estava vermelha.

- Agora diga Michael. O que aconteceu?


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? O que acham que vai acontecer? Comentem, me deixem suas opiniões sinceras e se eu puder melhoras em algo, me digam que vou trabalhar nisso! Beijão.



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