Oi!

Cara, ainda bem que você não veio hoje para o trabalho. Aqui tá uma zona!

Em suma, hackearam o PC do L e (não me pergunte como), postaram diversas montagens dos funcionários, que ele provavelmente vinha criando e guardando para si. Algum tipo de desejo mórbido de rir dos outros. O problema é que você não aparece em nenhuma montagem, e já surge o burburinho de que você está envolvido.

Besteira! Eu te conheço, você não é disso.

Pelo menos, não no futuro.

Estou escrevendo principalmente para contar como você se tornou um cara bacana. É claro, mais bacana, porque certamente você foi um adolescente/jovem super maneiro. Super é uma palavra que você não gosta, porque (eu deduzi) você ainda está lidando com palavras de espontaneidade. Isso é natural, cara. Eu te ouvi xingando outro dia, então você está aprendendo.

Você já me contou muita coisa, então sei da sua vida como você sabe da minha. Pra começar, a gente se conheceu há muitos anos, e eu não sei como a gente começou a conversar, porque tu não gostas de puxar conversa, e realmente não gosta de continuar conversas difíceis ou desinteressantes. Viu? Eu te conheço. Então um bate-papo qualquer é barra...

Mas foi assim, falando de música, filmes, do universo ou de café, eu não me lembro, mas a gente se tornou amigo. E você lê, escreve, canta, desenha (ou pensa que desenha né), dirige uma lata velha que você acha legal (um Chevy PickUp), canta de novo, faz umas artes (agora você é pago pra isso, yahoo!), escreve de novo. Bem, em suma você é bem ocupado. E, como você vive repetindo pra mim, "somos protagonistas de nossas histórias".

Eu espero que seu eu que está lendo essa carta resista até aqui. Que persista em viver, se formar, e, bem, lutar um dia de cada vez.

De seu amigo, com muita esperança em você,

N.