Types escrita por Benjamin Theodore Young


Capítulo 7
- Eu, Infinito -




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Na dúvida, Cameron optou por ouvir toda história diretamente da fonte, afinal, álcool era algo que ele usualmente consumia, porém drogas “nunca fui tão baixo”, pensou. Ao descer as escadas de fininho na tentativa de escapar do temido sermão que sua mãe expusera, a qual tomaria de seu pai, o loiro fora rapidamente interrompido pela mesma, que dizia em alto e bom tom – Além de beber daquela forma, pensa em fugir da responsabilidade – argumentou seca – vejo que esses novos amigos americanos estão cumprindo muito mal o papel de “novas amizades”, afinal, é isso que tem aprendido ultimamente rapazinho? – Indagou-o apontando o dedo para a biblioteca, como quem dissesse, adiante, seu pai esta lá. O jovem então seguiu a ordem direta, e colocou-se na frente do pai, que estava sentado na poltrona ao canto na janela, enquanto lia algum jornal inglês.

                - Feche a porta! – Atou o pai devidamente bravo.

                - Papai... Eu...

                - Cameron – interrompeu-o rapidamente – afinal o que foi aquilo ontem?! Bom, na verdade – riu suavemente – eu não estou tão bravo assim, você sabe que no final das contas é tudo sobre a sua mãe né?!— confidenciou o pai – Você é jovem, e confesso que a cena de ontem não é metade do alarme da sua mãe, e muito menos metade do que eu teria feito na sua idade – e riu como quem se lembrasse da adolescência – mas de certa forma, eu não posso deixar passar em branco, porque você mais do que ninguém conhece a mãe que tem – argumentou dessa vez dobrando o jornal e levantando-se em direção ao filho.

                - O senhor sabe que não sou disso papai, e que bebo uma hora ou outra, mas eu nunca te dei trabalho, muito menos motivos para mamãe – atou o garoto.

                - Concordo com você, porém não te exclui de responsabilidades, não é verdade? Eu confio em você e acredito de fato que é melhor que você tome um porre dentro de casa, do que na rua, mas também não posso deixar que mais eventos como estes ocorressem com naturalidade e sem alguma supervisão, por tanto, essa conversa não é um sermão ou algum puxão de orelha, é nada mais que um wake up call!  Enfim...

                - Isso não vai mais acontecer papai! – respondeu o garoto resignado.

                - Não quero te impedir de viver meu filho, mas lembre-se sempre de limites – disse colocando a mão grave nos ombros do filho – vai, aproveita seu sábado!

                - Posso sair então? – perguntou com certo inconformismo.

                - E não te deixar resultaria em algo? – atou o pai olhando para a porta – Vá, ande logo!

                O loiro cumprimentou o pai, lançando um acenar no ar, e saiu em direção à porta de entrada, enquanto isso, Mrs. Clifford adentrara a sala onde haviam conversado consternada com o que ouviu atrás a porta, e com a atitude tão passiva do pai, quando por fim encostava a porta, o jovem pode ouvir ao fundo em tom compadecido – Meu amor deixe o menino.

                Neste meio tempo, enviou uma mensagem a Hayes dizendo que – estava a caminho.

...

 

(Bando f Horses – Funeral)

                - Pelo jeito a conversa no teu amigo foi bem rápida – disse Annabelle, enquanto olhava para a praia ao longe.

                - Na verdade nem conversamos – risos – surgiram alguns imprevistos – sinalizou Ale.

                - Ah, que pena, espero não ter atrapalhado nada.

                - De que forma – risos – relaxa, não atrapalhou em nada mesmo. E afinal, estar com você também era tão importante quanto! – respondeu o jovem.

                - Bem – questionou Anna – na hora do café da manhã, não parecia tão importante assim – respondeu soltando um riso anasalado.

                - Nossa! Guardando mágoa com tanta facilidade – e riu passando a mão na nuca, era um gesto que ele usualmente tinha desde menino quando se sentia acuado.

                - Não acredito – gritou ela comedida – o mesmo gesto de sempre, de quando você não está muito confortável com algo – e riu passando a mão na franja dele – velhos hábitos nunca mudam – suavizou – fica tranquilo, não guardo magoas, mas sei ser rancorosa quando preciso – atou fazendo um careta engraçada, trazendo uma gargalhada nos lábios de Alejandro.

                - Poxa! Não mudam mesmo.

                - Mas e você, quero saber de você – perguntou curiosa ajeitando-se melhor no gramado da praça em que estavam sentados – o que aconteceu todo esse tempo?

                Na vida de Ale, muitas coisas haviam acontecido entre o período de partida e volta de Annabelle, principalmente coisas que ele certamente não contaria para ela, mas em algum momento sentia vontade, afinal, não tinha ninguém para quem dizer o inferno que vinha passando ultimamente. Entretanto contou algo aqui e ali, e decidiu que omitir aquela parte sobre sua sexualidade ainda muito indecisa, seria o mais sábio, pelo menos para ele, naquele momento.

                - Então, é basicamente isso! – atou o moreno forte sem muitas palavras, ao recordar destes últimos três anos passados.

                - Boring!— respondeu a jovem sorrindo – quero saber de detalhes sórdidos – gargalhou!

                - Como assim? – Respondeu Ale rogado – Nada sórdido – concluiu.

                - Namoradas Ale, pelo amor de deus – risos.

                - Nada demais, apenas o convencional – risos – eu estava namorando uma menina do colégio, mas não deu certo.

                - E por qual motivo – perguntou curiosa.

                - Pelos mesmos motivos de sempre – risos, respondeu mentirosamente, lhe fazendo lembra o real motivo. A sua famigerada sex-tape com Brooke. – Vamos comer alguma coisa, questionou mudando o foco do assunto – Eu estou azul de fome!

                - Nossa, desconversou – risos – Mas ok! Por hora eu deixo passar, o que você quer comer?

...

                Cameron deu mais alguns passos e decidiu que esperaria por Hayes na pracinha em frente a casa dele, em seguida mandou-lhe uma mensagem avisando que havia chegado, e que o esperava, e rapidamente o jovem rapaz apareceu. Hayes era aquele tipo de semideus impecável, tinha um corpo escultural até mesmo para as ferramentas de lapidação de Michelangelo, e isso, o garoto tirava todo o proveito possível, pois não aparecera na praça para conversar com Cam, se não de outra forma, sem camiseta, mostrando os músculos, com um short jeans rasgado e o elástico da cueca box branca Calvin Klein que usava aparecendo. Aquilo por si próprio, já desarmara com propriedade qualquer ação defensiva ou de ataque do britânico. O loiro estava de certo modo cabisbaixo, e sentia que de alguma forma, as drogas haviam sido demais, e depois da conversa amistosa que havia tido com o pai, a sua atitude anterior, o deixara ainda mais pesaroso por ter ido tão longe.

                - Im Just trying to figure out how am I went so deep with you last night— disse Cam ainda cabisbaixo.

                - No time for regrets— respondeu Hayes seco sentando-se ao lado do garoto.

                - Arrependimento? – respondeu o loiro arqueando a sobrancelha e olhando para o atleta – não do que eu fiz com você, mas sim pelas drogas, esse não sou eu! – atou.

                - Cara, para de frescura – respondeu Hayes firme – não foi nada demais, ninguém aqui é viciado, estamos curtindo só!

                - Frescura?! – indignou-se Cam levantando-se e colocando as mãos na cabeça rapidamente – você definitivamente não me conhece! – concluiu.

                - Putz, você vai começar com essa historia de novo? – questionou Hayes – você precisa ser mais você e menos o que os outros pensam de você – afirmou, fazendo Cameron rir da ideia do jovem.

                - Isso vindo de você é muito interessante não é não? Afinal, quem aqui ta no armário ainda? – respondeu o loiro cínico.

                - Vai se fuder Cameron – retrucou Hayes já farto do estrelismo do jovem – você é um otário quando age dessa forma – então vai se fuder— e começou dirigir-se em direção a sua casa, dessa vez sem intenção alguma de provocar efeito contrário em Cam, entretanto o loiro, inevitavelmente, sem que pudesse imaginar já estava absurdamente atado aos nós do rapaz.

                - Hayes calma! – gritou pelo garoto que atravessava a rua em performance, deixando que o sol batesse sugestivamente em suas costas definidas, formando pequenas gotas de suor em sua pele branca – Cara, eu, eu só não quero isso, essa parte, entendeu?

                - Que parte Cam? – perguntou fingido – a parte de dar uns tiro de vez em quando? Ah qual é Cam, isso não é nada, você que dramatiza demais! Bom, você mesmo me diz que não precisa de mais dramas na sua vida, eu definitivamente também não preciso de mais um pai, então...

                - Não! Não, não é isso – tentava argumentar o jovem.

                - Ou você está comigo nessa, ou não esta pra nada.

(Shawn Mendes – Treat You Better)

                - Hey, qual é, de repente você se tornou nesse cara aí?! – revelou o loiro com um semblante perdido.

                - Cam – disse Hayes sussurrando e se aproximando beligerantemente ao rapaz, que ofegava diante a aproximação – O que eu tenho pra te oferecer é infinito, vai querer provar, ou vai atuar para o resto da sua vida nesse papel secundário de filme B? A oportunidade de ser protagonista é comigo, e agora! – Hayes sem mesmo saber, também estava de alguma forma dominado pela situação, pela tensão sexual entre eles, ainda que o atleta dissesse a si mesmo, “são apenas negócios”, intrinsecamente o rapaz estava fadado a um desfecho fatal.

                Cameron olhou para rapaz com uma firmeza usual, e ao sentir o ar quente que saia das narinas de Hayes em direção aos seus lábios, bambeou as pernas, e não conseguia pensar em outra coisa, se não consumir-se em prazeres com o rapaz.

                - Seus pais estão em casa? – perguntou baixo e aflito, como se fizesse algo de errado, o que lhe perturbava, porque nada no mundo, nem no auge de sua descoberta, havia se sentido tão frágil e inseguro daquele jeito.

                - Não! – sussurrou Hayes mais uma vez.

                - Me leva pro seu quarto?! – pediu como quem implorasse.

                - Tudo depende do que você vai querer. – Argumentou Hayes maliciosamente, com um olhar compenetrado e vidrados nos olhos de Cam.

                - Eu quero o infinito – respondeu o loiro sem titubear, trazendo um sorriso de canto de boca diabólico em Hayes, que apenas foi à frente, fazendo com que Cameron o seguisse em passos afoitos. Já dentro da casa, Cameron beijou o ombro de Hayes, lhe fazendo esquivar-se ligeiro e dizendo – Take it easy pal! — e subiu as escadas indo para seu quarto em seguida trancando a porta.

                - E aí? – perguntou Cam aflito.

                - Agora é só o começo, mas primeiro, a sobremesa, eu sempre gostei da sobremesa antes do prato principal – disse rindo maliciosamente e pegando um pacote de cocaína no fundo falso da sua gaveta – Só tem um problema – disse o rapaz cínico – Esse aqui era pra um amigo meu! Já ta pago e eu preciso levar pra ele hoje, como vamos usar, eu preciso pagar por ela.

                - Como assim?!

                - Eu não trafico, se é isso que você está pensando, apenas fiz um favor pra um amigo, pois conheço o cara que entrega, entretanto essa não é minha, preciso repor e pagar por ela. – Cameron o olhava com alguma consternação, e sabia que aquilo ali, era tudo errado, mas todo aquele erro, aquele senso comum de extremamente ruim e proibido o instigava fatalmente.

                - E quanto é? – perguntou curioso, enquanto Hayes sugestivamente abria o botão da bermuda que usava, e com as pontas dos dedos, brincava com o elástico da cueca, deixando volta e meia o pelos púbicos a mostra.

                - Mil!

                - Pode arma... Eu pago! – Hayes então se aproximou do jovem dando-lhe um selinho rápido e rindo armou as carreiras de cocaína para que usassem. Passado alguns minutos e já extasiados de certa forma, o loiro olhou para Hayes e disse-lhe desejoso:

                -  Agora é minha vez!

                - Taí — respondeu Hayes apontando as outras carreiras para Cameron.

                - Não! – sussurrou o jovem, como você mesmo disse “o infinito” – e subiu no colo de Hayes beijando-o vorazmente, e o jovem, não teve problemas em retribuir o “negócio”, parou por um segundo e afastando a cabeça para trás, com uma das mãos acariciando o membro já teso do atleta e dizendo-lhe – Now fuck me hard, you bastard! – Hayes o jogou na cama arrancando de pressa sua bermuda e em seguida colocou Cam de quatro, passando a língua por toda a suas costas já despida, e ali, consumou o desejo do loiro. Ou de ambos?


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