Hanna Rapture escrita por skammoon


Capítulo 9
Capitulo 8


Notas iniciais do capítulo

Lamentações



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Hanna abriu seus olhos ao poucos, estava voando no colo de Jake, ela o olhou e percebeu que ele estava preocupado, focava-se para frente passando velozmente pelas nuvens.

–Jake? – ela sussurrou.

–Você acordou.

–O que aconteceu?

–Você desmaiou assim que saímos de sua casa.

–Há quantas horas?

–Quatro.

–Quatro? – ela surtou – tudo isso?

–Sim, por um momento eu... – ele suspirou – achei que não ia mais acordar.

Hanna não o respondeu, ela não sabia o que dizer, aquela noite tinha sido um total desastre, queria que tivesse sido melhor, mas pelo menos ela viu as pessoas que amava.

–Para onde estamos indo?

–Jerusalém. – ele ainda estava sério.

–Você esta bem?

Jake não a respondeu, Hanna sabia que ele não estava bem, seu olhar estava disperso e ele não dera nenhum sorriso.

Passaram horas viajando em silencio, Jake estava pousando perto de um templo, não havia ninguém no lugar, Hanna desceu do colo dele desatenta, não gostava de quando Jake descontava seu nervosismo nela, a ignorava como se ela nem estivesse lá.

Hanna cruzou os braços e não pôde disfarçar sua irritação.

–Quando falei com Lola, ela disse que estavam indo para o muro das lamentações.

–Hum.

–Fica ao Norte, o caminho não é muito longo.

Ela não o respondeu, ele pegou sua mão, mas ela não fez questão, andou sem dizer nada esperando que Jake dissesse algo, mas ele permaneceu quieto por longos minutos.

–Estamos chegando – ele finalmente disse.

Hanna revirou os olhos e parou, o fazendo parar também.

–Algum problema?

–Que pergunta boba Jake.

–Que foi?

–Esta me ignorando desde que acordei.

–Não estou te ignorando.

–Eu perguntei se você estava bem, mesmo sabendo que não estava e você nem me respondeu, nem falou comigo direito.

–Estou preocupado – ele elevou o tom de voz – não conseguimos encontrar a lança do destino ainda, temos apenas cinco dias para impedir que Azazel apague nossa existência, você esta cada vez pior, achei até que iria morrer esta noite, tem noção de como fiquei quando vi que você não estava acordando? Desculpa se eu não consigo ficar tranqüilo com tudo isso.

–E me desculpa por ter nascido e causar todos esses problemas, perdão se eu sou culpada por tudo isso e sinto muito te fazer tanto mal.

–Eu não quis dizer isso Hanna.

–Não é o que parece.

–Hanna...

–Não diz mais nada Jake, vamos logo.

Ele tentou pegar sua mão, mas ela se afastou, estava mal por tudo que ouviu ele dizer, todos esses problemas era culpa de Hanna, se ela não tivesse se envolvido com Azazel, se ela não tivesse nascido novamente não causaria tanto sofrimento a todos, Jake não a teria escolhido e iria permanecer no céu, não iria sofrer por ela, iria ser feliz, seus pensamentos acabavam consigo.

–Chegamos – ele disse em um tom de voz baixo.

Hanna observou o lugar, era fechado com muros enormes, havia varias pessoas orando e colocando os papeis com pedidos dentro dos pequenos buracos do muro.

Ela avistou os anjos vindo em sua direção.

–Até que enfim – Carly a abraçou.

–Encontraram algo? – Jake perguntou.

–Ainda não – Cam o respondeu. – eu estava pensando...

–Isso é raro – Lola riu.

–Não me interrompa – Cam continuou – voltando ao assunto, por que a lança estaria aqui?

–Eu não sei – Caleb franziu a testa.

–Ela não pode estar emperrada no muro.

–Vamos aplaudir, pela primeira vez Cam disse algo com sentido. – Tifany aplaudiu.

Hanna ainda observava o muro, ela queria fazer um pedido e por lá, como era um lugar sagrado talvez a ajudasse, sem pedir permissão, Hanna andou até o muro, pegou um papel e caneta que estava sobre uma pedra, que tinha um formato de uma mesinha, ela viu os anjos a olhando confusos, principalmente Jake que parecia chateado, mas ela os ignorou, respirou fundo e começou a escrever.

“Eu não sei se isso vai mesmo me ajudar, mas tenho fé... A única coisa que quero pedir é que possamos vencer Azazel e viver em paz, sem tantos problemas, sem tantas preocupações, brigas, mortes e tudo mais que vem nos atormentando! Eu quero ver Jake feliz, ele já fez tanto por mim, que não me importo de dar minha vida por ele, resumindo é isso.”

Hanna colocou o papel em um pequeno buraco do muro, quando se virou para voltar tombou em uma mulher morena, com cabelos presos em um pedaço de pano e um longo vestido preto, a mulher chorava, mas sorriu para Hanna.

–Seja o que tenha pedido, espero que se realize pequena menina.

–Obrigado, igualmente. – Hanna sorriu.

Ela voltou para onde os anjos estavam, ficou pensando no que aquela mulher desejava, tinha um olhar tão triste e um sorriso tão lindo.

–O que você pediu Hanna banana? – Cam zombou.

–Privacidade. – ela respondeu friamente.

–Nossa, tudo bem – ele riu.

–Ninguém ta com clima para gracinhas Cam – Carly foi ao lado de Hanna. – esta tudo bem?

–Por que não estaria? – Hanna sorriu forçadamente.

–Eu sei que não esta bem, e se quiser conversar estarei aqui.

–Que melaço – Tifany se entediou.

–Então, para onde vamos agora? – Caleb abriu o mapa.

–Me deixa ver – Jake pegou o mapa – vamos nos dividir... Cam, Carly e Tifany vão para o Monte Sião, Caleb, Hanna e eu para o domo das rochas.

Todos assentiram, ainda eram onze horas da manha, Hanna estava faminta, mas sabia que não conseguiria comer.

–Quer comer algo? – Jake perguntou a ela.

–Não, melhor irmos logo.

Os anjos se dividiram, Hanna pegou o mapa e viu o caminho do domo das rochas, então seguiu a frente ignorando Jake.

Estavam na metade do caminho, nenhum deles haviam dito algo, Hanna ainda seguia a frente, quando Jake se aproximava ela andava mais rápido, sentiu a mão dele a puxando e ficando poucos centímetros do rosto dela.

–Para com isso Hanna.

–Me deixa. – ela se soltou.

–Você esta agindo igual uma criança.

–Pense o quiser.

–Sinto até o clima de tensão no ar – Caleb disse.

–Não sei por que você esta assim – Jake continuou.

–Se eu não tivesse nascido novamente, nada disso estaria acontecendo.

–Ainda esta com isso na cabeça?

–Você não faz idéia de tudo que esta passando na minha cabeça.

–Por que vocês estão discutindo? – Caleb foi ignorado.

–Eu não quis dizer aquilo Hanna.

–Não é só naquilo que estou pensando.

–Chega de pirraça.

–Pirraça?

–Sim.

–Quer saber Jake? Não estou me importando com o que você diz.

–É assim que você me ama?

–Duvida do meu amor?

–Eu...

–Não acredito – ela o interrompeu – como pode duvidar do meu amor? Você já pensou se quer mesmo passar o resto da vida comigo?

–Você já?

–Chega vocês dois – Caleb elevou o tom de voz – parem com essas briguinhas de casaizinhos de novela.

–Eu... – ela abaixou o tom de voz – só estou cansada de tudo isso.

–Eu também – Jake concordou – mas não estou cansado de você.

–Nem eu, só que... – ela não conseguiu continuar, pois sentiu uma pontada de dor de cabeça, ela chacoalhou a cabeça, mas então começou ouvir o barulho agonizante.

–Hanna? – Caleb tocou em seu ombro – tudo bem?

Ela não conseguiu responder, fechou os olhos e se apoiou em Jake, Caleb parecia confuso, mas Jake sabia o que estava acontecendo, a pegou no colo para carregá-la novamente, Hanna odiava se sentir tão frágil.

–Ela esta piorando, as dores estão ficando mais fortes e esta escutando um barulho agonizante horrível. – ele explicou a Caleb.

–Mas ela não parou de decifrar o livro?

–Sim, não sei por que isso não parou, estou preocupado.

Hanna os ouvia conversando, mas não respondia, a imagem de Portland veio em sua mente novamente, a mulher, a lança, tudo como sempre.

–Portland – ela disse com dificuldade.

–O que tem em Portland? – Caleb perguntou.

–Eu não sei – Jake o respondeu – já faz dias que ela vê imagens de Portland.

–Depois que encontrarmos a lança devemos ir pra lá.

Jake assentiu, Hanna olhou para o lado, já estavam chegando ao domo das rochas, o edifício era um santuário, com as paredes enfeitadas e uma enorme cúpula dourada.

Eles entraram, Hanna desceu do colo de Jake, o barulho continuava, mas estava fraco e sua dor de cabeça mais leve.

O lugar era magnífico, o teto dourado e as paredes com desenhos hebraicos.

Havia poucas pessoas no local, Caleb analisou o lugar e voltou-se para Hanna e Jake.

–Vamos nos dividir.

–Concordo – Hanna olhou para Jake.

–Tem certeza que vai ficar bem? – Jake perguntou pegando em sua mão.

–Sim, não se preocupe.

–Então ta.

Eles se separaram cada um para um canto do edifício.

Hanna observou os objetos que tinham, olhava um por um, passando os dedos entre eles, mas não havia sinal da lança, ela avistou uma pequena porta de pedra, se aproximou e abriu disfarçadamente para que ninguém a visse, entrando lá, tinha vários outros objetos, espadas, cálices, bijuterias, Hanna olhou por toda a parte daquele quartinho, comparou todas as espadas com a imagem da lança que tinha em sua cabeça, mas nenhuma parecia ser igual.

–Droga – ela sussurrou.

Sentiu uma mão fria em seu ombro, quando se virou seu coração se acelerou, viu os obscuros olhos brancos de Austin a encarando e dando um sorriso malicioso.

–Hora de ir princesa – ele a entrelaçou rapidamente fazendo com que sua respiração ficasse ofegante.


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