Dead Paradise (RKKT - Season 2) escrita por Ivashkov


Capítulo 4
Kill is easy


Notas iniciais do capítulo

To meio assassino
NDIASNDQIN
Espero que gostem



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LENA

SHOPPING

19h53

Lena estava no shopping, que ficava a algumas ruas de distância de seu hotel. Tinha se hospedado no Pacific Paradise Ocean por causa da convenção de modelos, da qual ela participaria.

Ela estava nesse ramo profissional há anos. Sua irmã mais velha, Lauren, que é jornalista, estava do seu lado, olhando as vitrines. As duas conversavam sobre o possível assassino à solta no hotel.

– As autoridades ainda não confirmaram nada – disse Lauren. – O jornal ainda vai fazer uma matéria sobre isso.

– Mas alguém matou aquela garota! E alguém decapitou o menino hoje na praia! Tem sim um assassino a solta!

– Lena, não se precipite. Pode ser só uma brincadeira...

– Você sabe que não! Temos colegas hóspedes que sofreram naquela universidade! Tenho quase certeza que são eles!

Lauren não respondeu. As duas entraram em uma loja de roupas e olharam as peças em promoção. Lena pegou várias camisas e saias e entrou no provador, para experimentá-las.

Sua irmã ficou sentada no banco da loja, esperando-a. Ela começou a trocar mensagens com seu namorado, Nathan, que também estava no hotel, acompanhando Lauren na viagem.

“Estou no shopping com a Lena. Volto em algumas horas.”

Alguns segundos depois vieram as mensagens dele:

“Tudo bem. Não demora muito. O gerente do hotel disse que a partir de hoje, o prédio terá um toque de recolher, que será às 21h, para evitar assassinatos.”

Lauren ficou chocada. Eles não podiam simplesmente prendê-los no prédio como animais, em um abatedouro. Nesse instante, Lena saiu do provador, vestindo uma camisa azul, com uma saia da mesma cor. A garota começou a desfilar pela loja.

– Vou começar a treinar para a convenção, daqui a duas semanas.

Lauren riu.

– É melhor mesmo. A concorrência vai estar forte esse ano.

– Mas é claro que eu vou ganhar.

Lena jogou o cabelo para o lado e voltou desfilando para o provador, do qual saiu alguns minutos depois, segurando todas as peças que tinha experimentado.

– Vou levar só o conjunto azul.

Ela se dirigiu ao caixa, para pagar. Lauren aproveitou a oportunidade e mandou uma mensagem para seu chefe.

“Senhor, vou começar a investigar o caso do hotel Pacific Paradise Ocean. Aproveitando que estou hospedada no mesmo. Entrevistarei todos os hóspedes e descobrirei quem está fazendo isso.”

Seu chefe apenas visualizou a mensagem. Ele não era muito chegado a tecnologia. Nunca respondia as mensagens dela.

Lena voltou para perto da irmã, segurando uma sacola com o nome da loja.

– E agora? Vamos andar mais?

– Não podemos. – Lauren olhou o relógio. – Nosso toque de recolher vai ser em meia hora.

– Toque de recolher?

– Nathan me disse que eles estão tentando evitar os assassinatos.

– Então tem um assassino no hotel! – gritou Lena, entusiasmada.

– Não se anime, querida.

– Você vai investigar, não é?

– Claro.

Com isso, elas se dirigiram para as portas de vidro do shopping, que deslizaram para o lado, deixando-as saírem para a rua.

***

JAMES

RESTAURANTE

20h10

James estava tendo um dia bem maluco. Tinha chegado no hotel na manhã anterior e já estava tendo um encontro. Sua namorada tinha terminado com ele fazia dois meses. Nada o impedia de recomeçar.

Helena o encarava, enquanto estavam sentados à mesa do restaurante, esperando a comida chegar.

– O que foi? – ele perguntou.

– Nada – ela pegou a taça ao seu lado e bebeu um gole de champanhe. - Só que é meio estranho...

– O que é estranho? – ele perguntou surpreso.

– Ter um encontro. Não faço isso há muito tempo.

– Entendo.

Ficaram em silêncio e a comida chegou. Comeram, conversando de vez em quando, sobre assuntos aleatórios. Helena sempre falava de como era rica e poderosa. Ninguém nunca seria melhor do que ela. James ficava mais fascinado pela mulher a cada segundo.

Terminaram de comer, pagaram a conta e saíram do restaurante, indo em direção ao jardim dos fundos.

Ela pegou a mão dele, entrelaçando seus dedos. A lua iluminava os rostos deles. Os arbustos do jardim batiam na cintura de James. Helena era alguns centímetros mais baixa que ele.

As árvores tampavam um pouco a visão do céu. De dia, aquele jardim era lindo. Mas à noite... parecia um cemitério. Causava arrepios em James.

Ele sentiu que estavam sendo observados. Olhou em volta e não viu ninguém.

– O que houve? – perguntou Helena.

– Acho que tem alguém nos observando.

Ela não respondeu. Ficou tensa ao lado dele.

– Olhe aquilo – apontou para o outro lado do jardim, onde uma grande árvore estava plantada.

O garoto olhou. Por um segundo, não viu nada. Demorou um tempo até que seus olhos se acostumassem com a escuridão. Quando ele finalmente enxergou, desejou não ter o feito.

Alguém, ou melhor: alguma coisa, os observava. Era uma criatura da cor do céu noturno, com chifres e asas. Seus olhos vermelhos e brilhantes eram a única iluminação do jardim. Ele estava parado em um galho baixo da árvore. Não se mexia.

– Você sabe o que é isso? – perguntou James.

– Não. Melhor irmos embora daqui.

Helena deu um passo para trás e um galho se quebrou embaixo de seu pé. A criatura entortou o pescoço e gritou. Não era bem um grito, e sim um rugido. Parecia que estava gritando por ajuda.

– Isso não pode ser algo bom. – o garoto disse. – Vamos!

Os dois, que estavam no meio do enorme jardim, correram para a porta. Mas o esforço foi em vão. Mais nove criaturas apareceram, gritando.

A noite foi preenchida por gritos e mais gritos. As criaturas foram para cima deles, abrindo a boca e mostrando seus dentes afiados. Os jovens gritavam e corriam. Aquela porta nunca pareceu estar tão longe.

Helena estava correndo na frente. James estava quase alcançando a porta, quando uma criatura enfiou as garras em suas costas e mordeu seu pescoço, arrancando sua pele e sua carne. Ele caiu no chão e a criatura saiu de cima dele, indo em direção à árvore, para se juntar a seu amigo. As outras fizeram o mesmo. Agora, elas estavam disputando o jantar.

A garota parou de correr, para poder ver o que tinha acontecido com James. Ela gritou e correu até o menino caído, para ajudar. Ele estava desacordado. Estava perdendo muito sangue. Helena o arrastou pelo saguão do hotel e o levou até o quarto das empregadas, olhando para todos os lados, verificando se não tinha ninguém observando-a.

Colocou James em uma cama de alguma empregada, manchado-a de sangue.

– Vai ser rápido, querido. Muito rápido.

Ela se debruçou em cima dele, quase colando sua boca na dele. Começou a recitar palavras em latim, que eram quase incompreensíveis. Parou de falar e deixou seus lábios em formato de “o” e começou a sugar o ar dos pulmões de James.

Quando terminou, limpou os lábios e começou a sugar os lábios dele. Ela sempre fazia isso quando alguém estava a beira da morte... e quando não estava também. Helena estava sugando a vida e a juventude do garoto. Era assim que conseguia se manter bonita e jovem para sempre. Se não fizesse, provavelmente seria um cadáver a essa hora. Sempre dizia que tinha vinte e três anos. Mas na verdade, ela tinha nascido em 1768.

Ela tinha o poder de se manter imortal, sugando a vida e a beleza das pessoas.

Terminou de sugar a vida de James. Ela olhou para ele. Agora, ele não passava de um corpo de um velho, morto.

Ela bateu palmas e o garoto começou a flutuar. Saiu pela porta, levando o corpo de volta para o jardim dos fundos. As criaturas viraram a cabeça para olhar a garota. Dez pares de olhos se concentraram no corpo flutuante ao lado dela.

– Não se preocupem, queridos. Mamãe trouxe o jantar.

Ela bateu palmas novamente e o corpo caiu no chão. As criaturas voaram para cima de James, comendo sua pele e carne. Helena encarava, enquanto ele virava uma refeição.

– Sabe, acho que veio um mínimo de pena aqui no meu coração – mela falava sozinha. – Não, espera! Eu não tenho sentimentos!

Ela gargalhou e saiu, desfilando pelo jardim, em direção a seu quarto, deixando as criaturas e o corpo dilacerado para trás.

***

HESTER

21h45

Hester estava no quarto da Chanel #2, conversando coma garota. Gigi e Pete estavam conversando sobre bebês, no outro lado do quarto. A mulher dava conselhos para o menino.

– Então ele estava batendo na Gigi? – perguntou Chanel #2, quase sussurrando, para que a Gigi não ouvisse.

– Sim. Ela provavelmente iria morrer se eu não tivesse chegado lá. – sussurrou a garota de volta.

As duas se viraram para Gigi e ficaram examinando a moça.

– Onde o Wes está? – perguntou Chanel #2.

– No hospital daqui do hotel. Por quê?

– Quero vingança. E você vai me ajudar.

– Ok. Agora?

– Claro! Temos que aproveitar enquanto ele ainda tá fraco.

As duas se levantaram.

– Bem, hã... Nós vamos no quarto da Hester, para pegar umas revistas, ok? – mentiu Chanel #2.

A garota foi até Pete e se despediu, dando um beijo nele.

– Ok. Não demorem. O toque de recolher já bateu.

As duas fizeram que sim com a cabeça e saíram do quarto, fechando a porta. Hester apertou o botão do elevador e as duas esperaram.

O hospital ficava um andar acima do térreo. O elevador chegou e as duas entraram. Chanel #2 apertou o botão do hospital, que era marcado por um “H”.

Elas começaram a descer. Era difícil entrar no elevador e não lembrar de que a amiga foi esfaqueada nele. Elas tentavam se manterem fortes, mas raramente conseguiam. Não comentavam a morte da amiga. Desceram em silêncio. Quando chegaram, estava tudo escuro.

– Isso não tá me cheirando bem. – disse Hester. – Podemos voltar?

– Quer desistir agora? A melhor hora de se agir é agora à noite.

Hester assentiu.

As duas procuraram pelo quarto em que Wes estava.

– Kat... Posso ficar aqui fora? – Hester tinha passado a chamar Chanel #2 de Katherine, seu nome verdadeiro, já que as duas não viam necessidade de continuar com o nome de “Chanel algum número”.

– Sim, claro. – a garota respondeu.

Hester andou com a amiga até o quarto e ficou parada na porta, esperando. Chanel #2 fez sinal de silêncio com o dedo e entrou no quarto, deixando a amiga sozinha no corredor escuro.

Hester estava encarando o corredor escuro. Estava sozinha... até alguém surgir correndo no final do longo corredor. Estava todo vestido preto e vinha na direção de Hester, correndo.

A garota ficou sem reação. Quando ia entrar no quarto, a pessoa chegou até ela, socando-a no rosto, desacordando-a. Colocou um pano com sonífero em seu nariz, para garantir que não acordasse.

Colocou uma venda em seus olhos e uma mordaça em sua boca. Saiu arrastando-a pelos corredores.

***

CHANEL #2

Chanel #2 estava nervosa. Olhava para Wes, deitado na cama, todo cheio de aparelhos conectados a seu corpo. Ele estava dormindo. O aparelho que media seus batimentos cardíacos fazia bip. Seu coração estava aparentemente normal.

Ela olhou com nojo para o homem deitado. Pegou um travesseiro que tinha caído da cama e o segurou com as duas mãos, se aproximando dele.

Colocou o travesseiro no rosto de Wes.

Isso vai ser fácil!, pensou.

Começou a fazer força com o travesseiro contra o rosto dele. Wes acordou. Começou a se debater loucamente. Os batimentos cardíacos dele se aceleravam. Ela fazia mais força com o travesseiro.

Após aglguns minutos, ele parou de se debater e os sons de seus batimentos cessaram.

Wes estava morto.

Chanel #2 o tinha matado.

Ela olhou para cima e notou a câmera de segurança.

Droga!, pensou.

Decidiu que usaria magia para sair dessa situação. Apesar de Pete a tê-la proibido. Se lembrou de um feitiço de fogo que tinha lido no livro de magia da universidade.

Concentrou-se nas palavras e bateu palmas. A câmera de segurança explodiu.

Recuou, jogando o travesseiro no chão, exatamente onde ele estava. Saiu do quarto, deixando o cadáver sozinho.

– Hester... me sinto tão melhor depois disso!

Chanel #2 olhou em volta e não viu Hester.

– Ela deve ter voltado para o quarto.

Sentiu uma vibração no bolso de sua calça. Era o seu celular, avisando que tinha uma nova mensagem.

Era de um número anônimo.

“Diga adeus à sua querida amiga, Hester.”

Junto com a mensagem, tinha uma foto de Hester, presa por algemas em uma parede.

Isso era impossível! Chanel #2 teria escutado se alguém tivesse sequestrado a garota!

Bloqueou o celular e correu para o quarto. Chamou o elevador. Enquanto esperava, ligou para Pete. Não deixou nem o menino falar, quando ele atendeu.

– Hester foi sequestrada! Me encontra no décimo andar! Tenho um palpite de quem fez isso.


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Notas finais do capítulo

E então? (emoji de lua)



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