(Giovanna)

            Eu estava super nervosa, depois que aquele segurança me tirou do show no meio da ultima música, e me levou pro camarim eu já não sabia o que pensar. Any sorria feito boba, e repetia baixinho apenas pra ela, mas eu conseguia ouvir.

            - Minha idéia, seu tênis, e nós estamos no camarim, perfeito... – ela fitava cada canto do local com admiração, pensar que era ali que eles ficaram antes do show.

            O tempo não colaborou e o que foram minutos, pareciam horas. Aquela sala, que parecia branca, tinha um sofá no meio, onde nos sentamos, e uma mesinha na frente, no canto tinha um balcão e uma torradeira, ao lado tinha um frigobar, no outro canto estavam às malas com as roupas de show dos meninos, menos as roupas do Bill, estas estavam em uns cabides especiais em outro canto.

            De repente a porta se abre e o Gustav entra todo suado, ele parecia que não tinha nos vistos, logo tirou a camisa, pegou uma tolha e ia sair do camarim quando nos viu.

            - Oi! – Foi a única coisa que ele disse, e saiu. Mania de ser quieto hein.

            Depois veio o Georg, ele também estava suado e parecia bem cansado, mas apenas ligou um ventilador, parou em sua frente, e nos olhou.

            - Oi, o Bill nos disse que você estaria aqui, seu nome é Giovanna certo? – A meu Deus, ele me fez uma pergunta, eu estava tremendo, acho que era o nervosismo.

            - Sim, sou eu. – Foi a única coisa que saiu da minha boca tremula.

            Ele sorriu, que sorriso, e se voltou de frente pra Any, ela quase teve um infarto só com o olhar dele.

            - E você é a amiga, qual seu nome?

            - A-Any-ny, Any. – Ela estava mais nervosa que eu, fato.

            - Ela que me encorajou a fazer o cartaz com o tênis! – eu não precisava dizer isso a ele, mas eu estava nervosa e me forcei a dizer algo, e isso foi a primeira coisa que me veio a cabeça. Any assentiu, ela também não precisava fazer aquilo, mas que droga de nervosismo hein.

            Georg riu, e ficou de frente para o ventilador, a conversa tinha chego ao fim. Ele percebeu nosso nervosismo, com toda a certeza desse mundo ele percebeu. Tom entrou e se jogou no que sobrou do sofá. Ele olhou direto pra mim.

            - O Bill já esta vindo, ele esta tentando tirar aquela roupa dele. – E riu. – Falei que ele devia usar algo menor e mais fácil, mas não ele tem que aparecer.

            Minhas mãos começaram a suar, ele estava vindo, e o que eu diria? Esperaria ele puxar assunto? Será que ele apenas me devolveria o tênis e me mandaria embora? Tantas dúvidas.

            - Então como é o nome de sua amiga? – Tom tentava puxar assunto, ele percebeu nosso nervosismo, será que estava tão aparente assim? Droga, pior que estava aparente mesmo.

            - Ela se chama Any, o inglês dela não é muito fluente, então se puder falar mais devagar...

            - Claro! claro, sem problemas! – O sorriso que se formou em seu rosto me deixou de boca aberta, uma coisa é você ver em fotos, outra é ele ali na sua frente sorrindo maliciosamente pra sua amiga.

            Tom tinha todos os seus motivos pra dar em cima da Any, ela era linda, parecia uma boneca de porcelana, bronzeada claro, mas tinha aquele rostinho meigo, olhos castanhos claro, meio esverdeados, cabelo preto e liso natural até a cintura, ela era bem magrinha, mas tinhas seios bonitos e pernas perfeitas. O sonho dela era ser modelo, então ela se cuidava muito.

            E enquanto meus pensamentos sobre Any e Tom vagavam em minha mente, o Bill entrou no camarim, apenas com uma calça preta e uma camiseta, seu cabelo estava todo despenteado. Ele me olhou assim que cruzou a porta, e sorriu, veio direto na minha direção.

            - Oi! Eu acho que estou com algo que lhe pertence certo? – ele se sentou na mesinha a frente do sofá e me olhava nos olhos, suas mãos estavam entrelaçadas uma na outra, será que ele estava nervoso?

            - Oi, é você esta com o meu tênis... – eu não sabia mais o que dizer, eu estava tremendo de novo, minhas mãos já estavam encharcadas de suor.

            - É, só por curiosidade, como o tênis foi parar na minha bolsa? – ele fez menção de tocar meu joelho, mas desviou e voltou a entrelaçar as mãos.

            - Han... – Eu comecei a rir. – É uma história engraçada, nem eu acreditei quando meu tênis caiu em sua bolsa. Bom foi bem assim... – e eu desatei a falar, meu nervosismo me fez falar diante a pergunta feita por ele, e eu contei toda a historia que acorreu no aeroporto, e todos ali riram, ele, Tom, Georg e até a Any estava rindo, mas era por causa do meu jeito de falar.

            Bill quase ficou ser ar de tanto rir, seus olhos estavam cheios de lagrimas, mas depois que passou o ataque de riso, ele voltou a me olhar nos olhos, e estava sorrindo, o sorriso mais lindo do mundo, eu me arrepiei inteira com aquele olhar e aquele sorriso, pois eles eram especialmente pra mim.

            - E aquele verso embaixo do tênis, ele foi escrito por você? – meu coração disparou, ele tinha visto o verso, e pelo visto conseguido traduzir. Será que ele tinha gostado, ou achado bobo? Minha boca secou e eu demorei um pouco pra responder.

            - Sim. – saiu de minha boca com algum esforço, Bill me olhava de um jeito único, eu estava começando a me sentir especial.