(Giovanna)

            Estava tomando café da manhã na cozinha, quando senti mãos macias tamparem meus olhos, meus lábios abriram um sorriso e logo senti uma respiração quente e suave em meu ouvido.

            - Adivinha quem é?

            - É o meu namorado perfeito? – Retirei suas mãos dos meus olhos, me virei e logo ganhei um selinho demorado, provavelmente era a recompensa por adivinhar quem era. Bill era sempre assim, fofo, romântico, eu amava passar as tardes com ele no jardim de D. Tânia, eram sempre mágicas.

            - E então, está preparada pra começar a trabalhar?

            - Sim, quero saber logo o que irei fazer, essa surpresa de D. Tânia está me matando de curiosidade. – Mordi o lábio inferior. Bill se sentou na cadeira ao meu lado.

            - Calma minha menina, D. Tânia deve ter algo perfeito pra você. – E ele sorriu, eu sempre me derretia com esses sorrisos, eles que iluminavam meu dia, por isso pedi para Bill vir me ver tão cedo antes de eu ir trabalhar.

            - Obrigada Amor. – Me inclinei na cadeira e lhe dei um selinho. – Você sempre me deixa melhor.

~x~

            Assim que pisei na loja toda produzida pela própria D. Tânia senti vários olhares em mim. Any que estava ao meu lado até me cutucou. D. Tânia nos guiou novamente até os closets e mais uma vez entramos na ultima sala do corredor.

            - Bom dia meninas! – Cumprimentou D. Tânia.

            - Bom dia! – Dissemos junto com as meninas.

            - Então Gi, você ira ficar aqui, irá organizar esta sala, irá ajudar as meninas, e irá sempre organizar as roupas nos closets. – D. Tânia falava enquanto andava pela sala e apontava para objetos, papéis, lápis de desenhos e roupas jogadas por todo lado. – Bom quem geralmente faz isso sou eu mesma, mas como não tenho mais tempo de vir, quero você aqui, ajudando e supervisionando as meninas, e no final do dia você me passa tudo o que aconteceu. Com o tempo você irá aprendendo como fazer tudo. E eu claro irei lhe passando mais responsabilidades. – D. Tânia nem me perguntou se eu tinha dúvidas e se virou pras meninas. – Bom e vocês a ajudem também, pois agora ela é meu braço direito aqui dentro.

            Muitas meninas torceram o nariz com o que D. Tânia disse, apenas a Mary, única que eu conhecia ali, sorriu. Me senti mais aliviada com isto, pelo menos poderia contar com alguém ali.

            - Querida, agora eu e Any temos que ir, vou apresentá-la a um amigo meu estilista que adora novas modelos, quem sabe não é a chance dela? – Ela sorria de orelha a orelha.

            - Ok D. Tânia, e boa sorte Any. – Abracei minha amiga e a vi seguir D. Tânia, as duas desapareceram pela porta e eu me senti perdida, as meninas voltaram pros seus desenhos ou afazeres, já que algumas analisavam algumas roupas e as combinavam com outras peças.

            Tentei entender o que elas estavam fazendo, então me sentei em um sofá que tinha no canto e fiquei observando. Uma menina loira e muito alta pegava algumas blusas regatas, cheia de babados dourados e combinava com algumas saias pretas, com riscas de giz, e até a combinou com uma calça preta. Eu realmente achei todas as combinações legais.

            - Olá! Giovanna, certo? Tudo Bem? – Me assustei, era Mary.

            - Olá!  Sim sou eu. Estou bem sim e você?

            - Ah estou bem. Reparei que você está meio perdida, gostaria de ter ajuda?

            - Nossa claro, eu realmente não faço a mínima do que devo fazer aqui... – A olhei – D. Tânia não me disse antes em o que eu iria trabalhar...

            - Ah entendo, mas olha é bem fácil o que você vai fazer. Venha aqui... – Mary segurou minha mão e me puxou pra fora da sala, passou por duas portas dos closets enormes e entrou na terceira. – Han este é o closet da nova coleção, D. Tânia gosta de manter as roupas guardadas, e apenas deixa na vitrine e a disposição do mostruário peças de exibição.

            - Peças de exibição? – É eu realmente teria muita coisa pra aprender, mas estava gostando de ter que aprender.

            - Ah é, ela diz que deixar às roupas que vão ser vendidas a exposição às deixam feias, ela acha que deixar apenas molde para as pessoas verem e experimentarem conserva a roupa. E daí se a cliente for levar alguma roupa, as vendedoras vem aqui e pegam. – Ela passava a mão sobre os tecidos frágeis dos vestidos chiques, seus olhos brilhavam. – Este é meu preferido, venho trabalhando em um modelo mais básico deste, mas com o mesmo corte há semanas.

            - Trabalhando? Como assim? - Mary me olhou com uma cara assustada, creio que ela não imaginava que eu não entenderia nada sobre moda, ou desenhar, ou costurar, ou fabricar, ou qualquer coisa que envolva roupas. Pelo visto aquele dia seria longo, muito longo.