(Giovanna)

             Meu coração estava a mil por hora, meu estomago revirava e eu sempre sentia um friozinho na barriga. Sim eles estavam chegando e eu estava no aeroporto esperando, junto com mais umas vinte fãs e com a Any. Ela parecia tão nervosa quanto eu, não parava quieta, e toda hora que um jatinho particular pousava ela prendia a respiração, sem perceber, e só voltava a respirar quando todos desembarcavam e ela via que não eram eles.

            Eu estava com uma sensação estranha de que algo de ruim podia ter acontecido, pois eles estavam mais de uma hora atrasados, as outras fãs que estavam lá tinham a mesma impressão, mas nenhuma sentiu vontade ou coragem suficiente pra perguntar se estava tudo bem com o vôo deles. Talvez todas estivessem com medo da resposta, por isso evitamos a pergunta.

            Já era de madrugada, todas nós estávamos exaustas, pois fazia quase 5 horas que estávamos lá, eu já havia conhecido todas as fãs que estavam lá, Any não parava de olhar pra pista, eu nunca a tinha visto tão concentrada daquele jeito.

            O medo estava tomando conta dos nossos corações, ninguém nos dizia nada e nenhuma de nós perguntávamos nada, e assim a impaciência ia aumentando. Eu olhava pro meu pé e me perguntava se pela primeira vez na vida o meu tênis favorito iria me deixar na mão, não me daria o que eu estava mais desejando naquela hora, ver os Tokio Hotel.

            De repente a Any começa a gritar, ela estava apontando pra pista, então eu olhei, e vi um jatinho. Meus lábios formaram um sorriso bobo, e meus olhos se encheram de lagrimas, meus pés estavam presos no chão e eu não conseguia me mover, todas as fãs que estavam lá passavam por mim em direção ao portão de desembarque internacional.

            A Any veio correndo até mim e começou a me puxar, mas sem sucesso, eu não me movia, o estranho era que o que realmente me prendia no chão não era minha emoção e sim um chiclete, que havia grudado no meu tênis. Eu não estava acreditando naquilo, era a minha chance de vê-los pela primeira vez e não aconteceria.

            Eu continuava lá me esforçando pra sair do lugar, mas aquele chiclete parecia cola de sapateiro, nem por Lady Gaga saia do lugar. Eu estava com tanta raiva do meu tênis, como que podia fazer isso comigo, bem na hora que eu mais precisava dele.

            Eu gostava tanto dele que até tinha escrito meu nome e alguns versos que eu mesma criava em seu solado, sempre que gastava eu reescrevia tudo, ele era como um melhor amigo pra mim, eu nunca podia imaginar que ele seria contra eu encontrar com os Tokio Hotel.

            E então eles romperam o portão de desembarque, o Bill estava com uma camiseta preta, jeans escuros e óculos escuros, seus cabelos estavam baixos e ele andava rápido e de cabeça baixa, parecia estar procurando algo em sua bolsa de grife. Tom estava com camisetas e jeans largos como sempre e usava boné e óculos escuros também. Georg estava com uma camiseta branca e jeans claros, não usava óculos escuros, mas seus cabelos estavam presos. Gustav estava de short, como sempre, e camiseta branca, com seus óculos de grau habitual.

            Por um momento me faltou ar, e eu esqueci que estava presa no chão por culpa de um chiclete, era tão incrível vê-los vindo em minha direção, como se eu estivesse vendo um episodio de THTV no computador. Espera ai, vindo na minha direção? Não podia ser verdade, eu estava presa bem no meio do caminho por onde eles passariam e sim eu não sabia o que iriam fazer comigo, pois eu não havia me movido um único centímetro desde que aquele chiclete me prenderá ali.

            Tudo aconteceu em questões de segundos, a multidão se movia em minha direção, os seguranças abriam caminhos no meio das fãs que queriam tocar seus ídolos, e quando eu me dei conta um braço me empurro com muita força pro lado e o meu tênis finalmente se desprendeu do chão, mas infelizmente ele escapou do meu pé, aquela minha velha mania de usa o tênis o mais frouxo possível. Ninguém havia percebido mas o tênis havia dado umas duas piruetas no ar, e caído dentro da bolsa do Bill, nem ele percebeu o que tinha acontecido, foi tudo tão rápido.

            O que mais me intrigo foi que ninguém viu, exceto a Any, ela foi à única que prestava atenção em mim e nos meninos, pois ninguém tinha me visto presa naquele chão. Tudo passo como um furacão, e eu só me dei conta de que realmente aquilo tudo havia acontecido quando vi Any correndo na minha direção, toda eufórica.

            - Amiga, você tem muita sorte! – Ela me ajudou a levantar e ficou pulando na minha frente, parecia o Bill e seus pulinhos.

            - A sim tenho muita sorte, só apenas não consegui ficar perto dos meninos, como também não os vi direito, e só pra termina perdi um pé do meu ex-tênis preferido, que neste momento esta na bolsa do Bill, coisa que até agora eu não entendi direito como aconteceu. – eu falei tão rápido que acabei sem fôlego.

            - Bom eu vi como tudo aconteceu melhor do que você, e posso te dá certeza de que ninguém mais viu. – como se eu não soubesse disso. – Foi assim, o Bill estava procurando algo na bolsa...

            - Isso eu vi né, será que dá pra pula pra parte do “e caiu na bolsa dele sem ele vê”? – ela já estava me irritando, ou melhor, terminando de me irrita.

            - Ta, não precisa fica nervosa. Bom quando o tênis voou do seu pé o Bill tinha tirado a bolsa do braço, pra procura melhor seja lá o era que ele estava procurando, bom o caso é que ele achou, e eu não consegui vê o que era, mas na hora que ele achou ele continuo segurando a bolsa com uma mão a sua frente, e olhou pra trás e entrego o objeto pro Tom, foi quando o tênis caiu na bolsa, e ele não viu, apenas fecho a bolsa e coloco no braço de novo. – O sorriso no rosto dela estava me dando medo.

           - Espera ai, você ta me dizendo que justo na hora em que o Bill entregou sei lá o que pro Tom meu tênis caiu na bolsa? E ele não viu nada? Nadinha? – eu ainda não estava acreditando e nem entendendo.

            - Sim!

            Por que uma coisa dessas só acontece comigo? Bom eu não sei explicar, mas eu não tinha entendido como que a sorte do meu tênis falhou justo no momento mais importante da minha vida. Eu queria acaba com o outro pé que me restou, mas deixei ele guardado, pelos menos pra saber que um tênis meu conseguiu chegar onde eu mais queria estar, junto com o Bill.