Sherlock não podia acreditar que estava em um quarto fechado com um suposto senhor do tempo e um outro detetive, que devia ter sérios problemas na coluna e tanto açúcar no sangue que não dormia. O senhor do tempo foi o primeiro a falar:

- Credo, que desânimo, parece que alguém morreu. Aliás, meu nome é Doctor e estou em minha décima reencarnação. Você deve ser o famoso Sherlock Holmes - disse apontando para o homem de cabelo encaracolado e olhos claros -Yay! Sempre quis te conhecer. Bem, você é L, não é?-falou para o que comia um doce e destruía a coluna sentando de um modo estranho na poltrona-Hum… ok. Agora seria muito gentil da parte de vocês, se pudessem se apresentar.

- Meu nome é L, mas gostaria de ser chamado de Ryuzaki, por gentileza. Mmm, esse bolo está muito bom, me lembrem de agradecer Watari depois - disse o de cabelo negro espetado.

- Pelo amor de Deus! Por que diabos me colocaram em um grupo com vocês dois. Doctor, pelo que deduzi o senhor é um alienígena, estou correto?-perguntou o suposto Holmes - O que fui fazer da vida… enfim, por que estamos aqui mesmo?

- Não faço a menor ideia, coleguinha - respondeu o Doctor.

- Me chama de “coleguinha” de novo que eu te arrebento, “amigo”-respondeu Sherlock, se segurando para não pular no homem.

- TODO MUNDO CALA A BOCA!-gritou L.

Sendo assim, ficaram quietos. L respirou fundo e continuou comendo seu bolo. Doctor pegou um aparelho que fazia um barulho extremamente irritante e ficou apontando para todos ali presentes. Sherlock pegou uma bola de gude e jogou-a na cabeça do homem, que caiu no chão, reclamando. Holmes revirou os olhos e andou um pouco pela sala. L se levantou, ajudou Doctor a fazer o mesmo e logo depois disse:

- Somos os únicos que podemos parar certos criminosos de nossos passados, tais como: Master e Jim Moriarty. Irei ajudá-los, pois seria uma desgraça se fossem mortos. Kira já deve ser um defunto, então não teremos que nos preocupar…

- Wait, wait, wait. Você também deveria estar morto se fosse assim - interrompeu Sherlock.

- Olhe, não fui morto, quem morreu foi BB. Continuando…

- MEU JESUS SAGRADO! Esse bolo é mesmo maravilhoso! Watari, eu te amo!-falou Doctor com a boca cheia de pedaços do doce, interrompendo L novamente.

- EU DESISTO! ME DEIXEM FALAR, DROGA! - explodiu Ryuzaki - Haham… acho que se nos juntarmos teremos mais chances de sairmos vivos dessa trama. Enfim, seja como for, não revelem meu nome para ninguém, ok?

Os dois assentiram e todos saíram da sala, indo para o estacionamento. O Doctor entrou em sua TARDIS e sumiu com um zumbido baixo. L e Sherlock foram de táxi para o aeroporto, já que todos iriam se encontrar em Londres e estavam no Japão.

Naturalmente, o senhor do tempo chegou primeiro. Os outros dois não ficaram muito atrás. Sherlock e Doctor brigavam bastante, mas conversavam sobre os mais diversos assuntos (excluindo ameaças de morte). L era o mais quieto e tentava manter a paz entre todos (na maior partes das vezes, em vão). No final de uma grande discussão, decidiram que iriam para o 221 B, apartamento de Holmes. Uma senhora muito simpática disse ao chegarem:

-Sherlock, não me disse que traria seus amigos. Aliás podem me chamar de senhora Hudson. Bem, vou fazer uns biscoitos e chá.

-Não somos amigos - disse L com os olhos brilhando por causa da menção a algo doce.

-Nope. Infelizmente…-falou Doctor.

Se sentaram para esperar. Holmes fechou os olhos e entrou em seu “palácio mental”. L ficou olhando pela janela, até gritar, desesperado:

-TEM A PORCARIA DE UM HOMEM-ESQUELETO-AZUL-TRANPARENTE LÁ FORA!

-SAÍA DE PERTO DA JANELA! AGORA! - gritou o Doctor de volta. Pegou sua sonic e apontou para a porta de entrada, que travou no modo trancado - Esse é Master. Moriarty provavelmente tem uma sniper apontada para sua cabeça, Sherlock. Boa sorte com isso.

-Calma, calma, quer dizer que não vai nos ajudar? - perguntou Holmes, saindo de seu transe.

-Vou cuidar de Master enquanto vocês cuidam de Moriarty - disse, ignorando a pergunta.

A senhora Hudson chegou com o chá e biscoitos na hora em que a porta foi arrombada. L pegou os biscoitos e enfiou tudo na boca. Doctor gritou “Allons-y” e pulou da janela, seguido dos dois. Nenhum deles se machucou muito, pois entraram dentro da piscina da TARDIS. Ainda que molhados, conseguiram fugir. Sherlock ligou para a senhora pra saber se estava tudo bem, ela respondeu que sim, para seu alívio. O Doctor dirigiu até uma quadra de distância, para pegarem um táxi, que era menos perceptível. O trânsito estava horrível, mas, pelo menos, o trio não estava brigando. Era óbvio que Jim tinha feito algo para atrapalhar a viagem até um lugar seguro, onde poderiam enfrentar seus devidos “inimigos” sem envolver civis. Ele gostava do alvoroço. A coisa estava tão lenta, que Sherlock perdeu a paciência e gritou:

-VOU MATAR ESSES DESGRAÇADOS QUE ESTÃO OBSTRUINDO O TRÁFEGO!

-Holmes, por favor, se não quiser morrer agora mesmo, não grite – disse Ryuzaki, calmamente.

-Gente… - disse o Doctor, apontando para o Master, que era o taxista - basicamente, CORRE!

Eles foram para um armazém e L deu dois adesivos, um para cada um, dizendo:

-Não posso interferir no problema de vocês, mas esse aparelho vai contar os seus batimentos cardíacos, então saberei se estão bem.

-Err… Ryuzaki, acho que vou precisar de outro – disse o Doctor e L o olhou, confuso – dois corações, Senhor do Tempo.

-Ah, claro – respondeu L, dando outro adesivo para o homem - agora vão!

***

Sherlock entrou em uma sala meio escondida no estabelecimento. Moriarty, como de costume, o estava esperando. O detetive se posicionou do lado oposto e disse:

-Nenhum atirador, estou impressionado com você, Jim.

-Não gosto que interrompam meu trabalho sujo, além disso queria falar com você em particular – falou J.M – agora, Sherl, me diga, por que estou trabalhando com Master? Eu te disse, mas você ouviu?

Holmes recapitulou tudo que o outro tinha dito que pudesse ser uma pista e como em um passe de mágica, lembrou.

-Sistema… - murmurou – Você quer entrar no sistema!

-Não, Sherlock, não…- Moriarty disse, chateado – NÃO! Você sempre acha que estou tentando roubar algo, porém é muito mais do isso. Sempre o mesmo raciocínio. Não alcancei tudo que tenho hoje roubando. Eu fiz isso por um motivo bem mais simples, mais sutil. Claro, você não entenderia se dissesse.

-Moriarty, seu “parceiro” é até pior do que você. Sinceramente, minha vida seria bem…parada sem seus “trabalhos”. Por favor, não morra.

-Pff… Eu morrer? Querido, eu já estou morto há muito tempo, assim como você – ele deu uma piscadela para o oponente – pode ficar tranquilo que tenho meus truques. Não sabia que se preocupava em ficar sem casos.

-Pergunte para Jonh ou para senhora Hudson, não sou tão pior quanto você entediado. Digamos que é até bom que não estejamos do mesmo lado.

-Bem, você tinha Magnussen – ele disse sorrindo – e lhe deu um tiro. Parabéns Sherl.

Holmes deu uma risada nervosa, lembrando do ex-inimigo. Moriarty ai sair pela porta, quando o detetive derrubou-o no piso. Jim bufou, mal-humorado.

-Agora vamos te levar para Ryuzaki – falou Sherlock, tirando sarro da cara do homem.

***

Doctor entrou no pátio e encontrou Master comendo um hambúrguer vegetariano. O outro Senhor do Tempo demorou para perceber a presença do homem ali:

-Doctor! Você está me devendo quarenta reais, pela volta no táxi. Aliás, você sabe que sou mais forte do que seu trio inteiro combinado com o Bonde Stronda, então nem tente me atacar fisicamente – falou, terminando de comer.

-Ava! Sério mesmo?! Pensei que fosse fraco! - gritou o Doctor, irônico – Você não vale a porcaria de um pedaço de lenço sujo! “Ah eu sou um cara todo bombado”, idiota! Olha, já sei que seu plano é dominar a cambada toda, mas eu infelizmente não posso permitir. A Terra é minha responsabilidade e vou fazer o que for preciso para protegê-la.

-Cruzes. Meu amigo, você não precisa se estressar, não estou aqui para dominar seu planetinha estúpido. Na verdade Moriarty fez um trato comigo e agora tenho que cumprir minha parte do acordo. Esse tal de acordo é velho e é uma infelicidade que ninguém possa acessá-lo.

Doctor saltou para cima do Senhor do Tempo com a agilidade de uma lebre. O outro caiu no chão, arfando.

-Não sou seu amigo – disse o Doctor, com a mandíbula cerrada.

Master soltou um raio no inimigo, que saiu voando para trás. O viajante do tempo estralou o pescoço. Ele não gostava de brigar, mas aquele ser merecia ter uma amostra do que ele era capaz de fazer com quem ferisse seus amigos. Em um piscar de olhos, ele deu um impulso na parede e foi para cima do outro. O Master continuou atingindo o Doctor com descargas elétricas, em vão. A luta se resumiu a raios, chutes e hematomas. No final os dois estavam totalmente esgotados. Master somente teve energia para fugir dali o mais rápido possível.

-Ok, hora de voltar para meus “coleguinhas de trabalho” - resmungou, andando até o ponto de encontro.

***

Os quatro se reuniram na frente de um prédio executivo, que seria o novo QG. Moriarty foi acorrentado a Sherlock, por motivos de segurança e pela ordem de L. Eles se reuniram em uma sala ampla, cheia de computadores. Ryuzaki disse, calmamente:

-Master ainda está solto por algum lugar da cidade. Moriarty é o único que pode saber onde ele se encontra, então precisaremos dele. Isso Holmes, sinto muito por você não poder assassiná-lo.

Sherlock resmungou alguma coisa e Jim deu risada do ato. Doctor se pôs a trabalhar nos computadores, procurando por assassinatos inexplicáveis ou coisas do tipo. J.M disse, antes de começar a pesquisar também:

-Vamos achar esse tal de Master.