Deadline Circus escrita por Arya


Capítulo 15
O grande naufrágio da vida.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Dias atuais, em Dezembro.

Quarta feira, duas da tarde.
Japão, Inazuma.

YUUME

Parecia comum sempre chorar esses dias.

Parecia comum não se sentir feliz por estar na semana de Natal.

Parecia comum ir ao cemitério.

Parecia tudo comum, mas não era. E Yuume se segurava para não desistir de tudo.

Sentada no corredor da casa dos Salazar, na frente do quarto de Victor, Yasmin pensava em tudo que aconteceu nesses dez meses que rapidamente passaram, e imaginava se entrava no quarto para chorar na cama do garoto ou se chorava ali, sozinha e esperando que ninguém a visse.

Portanto, antes de terminar, um albino de terno retirando a gravata parou do lado dela. Ela olhou para cima e viu Yuri, que retirou a gravata e a olhou, como se tivesse tentando se lembrar de quem era ela.

Ele se sentou do lado dela, vendo que a mesma ainda usava a roupa que tinha usado no enterro. Um vestido que ia até os joelhos e preto, com uma sapatilha da mesma cor do vestido com um laço na frente.

— Yuume. — ele disse, apoiando a cabeça na parede e fechando os olhos. — O quarto dele está trancado.

— Eu sei. Apenas queria... — ela passou as mãos nos olhos, tentando parar as lágrimas. — Apenas queria chorar no quarto dele e sentir um pouco do cheiro do mesmo, antes de tentar engolir isso tudo e não chorar.

— Entendo. Souji está chorando dormindo há duas horas no quarto, e eu nem me atrevo a entrar lá e falar com ele, creio que ele vai me bater por acordá-lo e depois reclamar que seus olhos estão inchados. — ela deu uma risada da última parte, mas logo o sorriso desabrochou.

Yuri respirou fundo, olhando-a e assim voltando a fechar os olhos. E por fim, ele apenas escutou Yuume começar a chorar e muito.

Ela se sentia bem por terem recuperado Kidou e descoberto quem é o informante, mas o fato de Victor ter morrido era impossível não sentir uma culpa no coração, principalmente quando Benjamin recebeu a notícia enquanto a esperança dele era dar um presente de Natal adiantado ao gêmeo.

— Porque você tinha que morrer Victor? — ela perguntou ao nada.

***

Uma semana atrás.

Segunda-feira, quatro e meia.
Japão, Inazuma.

YUUME

Eles estavam em uma parte deserta de Inazuma, na qual não tinha muitas pessoas por conta de ter vários ataques de vampiros, a procura de alguma pista. A garota sentia um pouco de frio por estar sem agasalho, mas logo passou quando sentiu um casaco em suas costas. Ela olhou para trás, vendo Victor sorrir de leve a ela e começar a andar na frente junto a Yuri.

— Que casal fofo. — Yasmin brincou. — Se o meu namorado fosse assim...

— Se você ao menos tivesse um namorado. —Dimitri provocou e Yasmin deu um soco de leve em seu braço. Eles se gostavam e todos sabiam disso, menos eles dois a respeito dos sentimentos um do outro.

Dimitri retirou o casaco e colocou no ombro de Yasmin, depois voltando à atenção a Lorelai que comentava algo sobre aquele lugar dar um pouco de medo. Yasmin ia devolver, mas acabou colocando o casaco direito, no qual a tampava quase toda. Yuume colocou o casaco de Victor, no qual apenas estava em seus ombros e respirou um pouco.

— Eu acho que ele gosta da Lori. — disse Yasmin. — Eles sempre da atenção a ela mais que as outras meninas.

— Talvez porque eles se conhecem desde que ela estava na barriga da mãe? — Yuume comentou. — Só porque ele fala com ela mais que fala com você que quer dizer que ele gosta dela. E além do mais, todos sabem que Nagumo é quase um monstro quando se trata de ciúmes.

— Eu não sou tão ciumento. — disse Nagumo ao lado dela, olhando Dimitri e Lorelai conversando como se quisesse atirar naquele momento no loiro. — Ciúmes? Desconheço essa pala...

Lorelai abraçou Dimitri.

—LORELAI JEAN SALAZAR! — Nagumo gritou, indo até ela. Lorelai se soltou de Dimitri e olhou Nagumo. — O que foi isso? Porque essa intimidade toda? E aquela coisa que nós íamos se casar, morar em Belfast com um bebê gordinho?

— Casamento? — Victor disse. — Você só vai se casar com ela quando eu me casar e o Dimitri falar logo que gosta da Fujoshi.

— Victor se casar pode ser fácil, mas Dimitri falar que gosta da menina que lê mais yaoi que a Irene... Nem Deus faz milagre. — Yuri disse baixinho, levando um leve peteleco na cabeça por Dimitri. Yasmin abaixou a cabeça, meio envergonhada.

— Eu não gosto da Yasmin.

— Se você não gosta da Yasmin, a Irene é meiga. — Yuri ironizou, fazendo todos rirem.

— Eu não gosto da Yasmin, estou falando sério. — disse olhando a garota.

— Ele a ama. — Hiroto fez uma voz sem saco e Dimitri revirou os olhos.

— Amar é uma palavra muito significativa. — Suzuno comentou. — Amar significa “se ferrou”. Ela não deve ser usada em vão.

Todos olharam Suzuno, que assobiou disfarçadamente. Mas antes que todos pudessem prestar atenção em Suzuno ou o pergunta algo, eles escutaram um ruído vindo de uma das casas abandonadas da área.

Yuri fez sinal para se calarem e foi andando sem ao menos tomar cuidado na direção da casa, olhando de leve para o lado e para o outro. Yuume, assim como o resto com suas armas, pegou a sua espada e ficava olhando para todos os lugares. Logo ela percebeu a falta de alguém.

— Cadê Enzo? — disse Yuume baixo, fazendo todos olharem em sua volta e não ver o menino. Giulia já tinha começado a se desesperar, mas começou a contar em italiano para não perder a calma.

E logo eles foram atacados de surpresa por um homem de capuz, que pulou e deu um pontapé na cara de Suzuno, no qual desequilibrou e quase caiu. Logo eles viram que, em sua frente, as pessoas com capuz aos poucos foram aparecendo mais e mais, e os olhos vermelhos eram as únicas coisas que conseguiam ver de seu rosto.

E o número ficou incontável. Yuri deu um passo para trás, olhando para ver se não tinha ninguém atrás deles e se virou de costas a todos.

— Correm. — disse.

Todas as voltas de Yuume começaram a correr sem que ela percebesse, e depois ela correu rapidamente ao ver que realmente tinha muito vampiros atrás deles e com o puxão que Hiroto deu em seu braço ao perceber que ela estava sem reação, qualquer um iria correr. Ela olhou para o lado, vendo Giulia correr rapidamente e olhar para trás de vez em quando, vendo que os vampiros corriam atrás deles.

Olhando para frente, ela viu Dimitri pegar Yasmin nas costas por ela ter pisado em falso e desequilibrado. Em todos os lugares que ela olhava, era como um caos e a mesma nunca pensou que ia correr tanto daquele jeito. Via que Victor olhava frequentemente para trás para ver se estava tudo bem ali atrás, mas sempre voltava a correr.

Eles entraram em um pequeno prédio de quatro andares e trancaram as portas e janelas, tampando até mesmo com uma cortina. Colocaram pedaços de madeira que tinha por ali e móveis na entrada para tampar e alguns subiram as escadas para ver se estava tudo bem. Ela olhou por uma brecha da janela que os vampiros passaram direto por eles.

Lorelai desceu as escadas junto a Yuri depois de algum tempo.

— Limpo. —disseram baixo.

Yuri respirou de alívio e se sentou no chão, retirando um mapa do bolso dobrado junto a uma caneta piloto preta. Era o mapa da cidade de Inazuma. Todos sentaram em volta, apenas alguns ficaram de guarda em pé, mas prestavam atenção.

— Estamos aqui. — ele fez um “X” no local onde estavam. — Aqui era um antigo prédio barato. — disse Yuri a eles baixo. — Para sairmos daqui, precisamos ir até aqui. — ele fez um círculo em uma parte do mapa. — Iremos pegar um trem e ir até Hokkaido, e lá nós podemos procurar uma ajuda do grupo de caçadores de lá ou podemos voltar para Inazuma sem parar aqui.

— Wonderland? — Dimitri perguntou, segurando para não gritar. Yuri coçou a mão na cabeça como se tivesse se esquecido de algo. — Nunca, Yuri.

— Sim, desculpe. Eu esqueci que Wonderland fica em Hokkaido. — disse o albino.

— Posso perguntar algo? — perguntou Yasmin, e Yuri sussurrou algo em russo. — O que tem Wonderland? Lembro que Dimitri ficou irritado quando Enzo falou sobre esse grupo.

Yuri e Dimitri passaram a mão na nuca ao mesmo tempo, e se entreolharam. Logo Dimitri começou a contar.

— Wonderland é onde a nossa mãe era caçadora quando era mais nova. — Dimitri disse a todos, como se tivesse falando e algo dentro dele ia morrendo.

— Isso não é bom? E além do mais, muitos dizem que Wonderland tem um fundador e ele tem um coração grande. — disse Seirin baixo, assim como todos. Goenji fez sinal para ela se calar, dando a entender que não deveria ter falado isso.

— Aquele velho de “bom coração” violentou a minha mãe. — Dimitri disse e todos arregalaram os olhos. — Nisso ele a engravidou, a expulsou da Wonderland e foi o Ygor, no qual namorava ela, que a ajudou. Ela não queria fazer aborto por medo de tudo aquilo, mesmo sabendo o quão difícil ia ser para cuidar de um bebê naquele momento, e Ygor não a largou e assumiu o bebê como se fosse um filho. Esse bebê sou eu.

Yasmin olhou Dimitri, que desviou o olhar da mesma.

— Eu disse que era melhor não perguntarem. —Victor comentou baixo.

O clima ficou tenso por alguns segundos, mas logo Yuri fechou o mapa e começou a andar pela a casa.

— Vamos sair pela a janela do banheiro feminino e assim corremos em direção à estação de trem abandonada e pulamos no vagão aberto de qualquer trem que passar.

Eles se levantaram e foram rapidamente até o banheiro, mas algo os parou. A televisão cheia de poeira tinha ligado sozinha, o que fez todos se assustarem e olharem o aparelho eletrônico.

— Poltergeist? —Lorelai comentou baixo.

Logo a televisão começou a mostrar uma imagem do Kidou desacordado e preso a uma maca, com alguns vampiros injetando algo na veia dele. Kidou, então, acorda e começa a gritar de dor. Carolina tampou os olhos para não ver aquela cena do Kidou se contorcendo e berrando de dor.

Logo a televisão começa a falhar e desliga.

— Gostaram da prévia do filme? — uma voz masculina soou pelo o local. Aquela voz era conhecida, o que fazia todos olharem em volta. — Vejo que ignoraram o fato de eu ter sumido, certo?

— Sabia. Como fui burro em não acreditar em minha lógica. — Yuri sussurrou. — Nunca mais duvido do meu cérebro.

— Sabia o que? — perguntou Yuume.

Logo uma silhueta saiu das sombras de uma área escura e olhou a eles, com a cara tampada. Todos ficaram em posições, e foi quando o garoto retirou o capuz que tampava a sua cara, mostrando sua face bela e seus olhos dourados junto aos cabelos da mesma cor, presos em um rabo de cavalo.

— Eu sabia que Enzo era informante. — disse Yuri. — Ele sempre sumia durante os ataques de vampiro e depois aparecia e falava que aquilo tinha sido assustador.

— Enzo. — Giulia chamou. — Por quê?

Enzo deu um sorriso.

— Não tem um por que. — disse Enzo. — Acredite, foi muito legal enganar todos vocês esses meses inteiros. E Takuya se divertiu torturando o amado da Carolina, Kidou. — Hiroto e Savannah seguraram a garota.

Giulia ia atirar nele, mas logo Takuya apareceu e botou a mão no ombro de Enzo.

— Ele é bem esperto, certo? — perguntou.

— Bem esperto vai ser a minha espada cortando o seu pescoço. — Carolina disse, se soltando de Hiroto e Savannah e indo correndo lutar com Takuya, no qual sumiu junto a Enzo naquele momento.

Eles ficaram calados e assustados por um tempo, e foi quando as janelas se quebraram e os vampiros começaram a entrar no local, fazendo eles não terem tempo para raciocinar e apenas correr e lutar com os que alcançavam. Yuume viu Victor a puxar para perto dele e enfiar a espada por dentro de um dos vampiros que ia a morder, e assim ambos começaram a correr para a janela do banheiro feminino, na esperança de conseguirem sair de lá.

***

Dias atuais, em Dezembro.

Quarta-feira, três e quarenta.
Japão, Inazuma.

CAROLINA

A médica retirou o colar cervical do pescoço de Carolina.

— Você tem sorte de não ter machucado de modo mais sério. — disse a médica. — Tente ler isso. — disse, entregando um pedaço de papel com algo escrito.

O pescoço de Carolina parecia não aguentar. Ela sentia dor em todo o pescoço, por mais que tinha melhorado comparada a dor que sentiu antes. Ela se ajeitou na maca do hospital e respirou fundo.

— Eu sou... — a voz saiu fina e falhada, e Carolina sentiu uma dor assustadora.

— Devagar. — disse a médica.

— Eu sou... — a voz começou a ficar melhor, por mais que estivesse rouca. — Carolina D’Acosta e tenho dezoito anos. — a voz começou a ficar no tom normal, por mais que de vez em quando começava a ter falhas. — Sou da Espanha e sou caçadora do Deadline Circus desde Janeiro de 2015.

A médica sorriu com a voz dela e pegou o papel, jogando no lixo. Carolina olhou a médica.

— Eu... —ela respirou fundo. — Posso ver Kidou?

— Não. Você não pode. —disse Dimitri entrando no quarto do hospital. — Ele que fez isso em você, não se lembra?

Carolina abaixou a cabeça, respirando fundo. Kidou tinha enlouquecido depois desses dez meses preso, ele tinha a atacado e não sabia diferenciar o que era realidade e o que era coisa da mente dele por conta dos “soros” que injetaram nele.

Dimitri se sentou ao lado dela.

— Minha mãe me mandou aqui por esta ocupada. Ela me disse para lhe dar notícias sobre ele. — falou e Carolina deu um pulo, o olhando. — Kidou foi colocado na área psiquiatra e não sabemos quando ele vai voltar, e apenas quando estiver tudo sobre controle que você e qualquer pessoa poderá o ver. — disse o menino. — Victor morreu como deve lembrar, e Enzo ainda encontra-se desaparecido junto a Takuya.

Carolina respirou fundo.

— E as meninas? Elas estão bem? — Dimitri confirmou levemente.

— Elas estão abaladas com a morte de Victor, principalmente Yuume e Lorelai. O enterro foi hoje de manhã, e a minha mãe disse que qualquer coisa o Ivan pode a levar até o cemitério, já que eu vou para a minha caminhada pós-enterro, já que não pude caminhar e pensar antes.

Carolina afirmou, fechando os olhos de leve.

— Porque sempre fazem isso? As pessoas não podem ser boas? — disse Carolina, baixo para apenas Dimitri escuta.

— Não existe bem e mal. Sempre tem que fazer algo mal para fazer o bem, e sempre tem um motivo bom para fazer o mal. — disse Dimitri. — É o que a Irene falou, mas ela disse de um jeito mais bonito. — brincou para ver se Carolina fazia algo, e nada.

Ela se lembrava da morte de Victor melhor que ninguém, pois foi bem na frente dela e por causa dela. Carolina começou a chorar ignorando Savannah e Seirin entrando com flores no local.

Dimitri saiu do lado dela, e as duas entraram entrou, passando as mãos na costa da mesma.

— Calma. Está tudo bem. — ambas disseram.

— Uma pessoa que me chamou para sair e eu recusei é o informante de um vampiro que quer nos matar. — disse Seirin, e Carolina riu entre o choro. — Vamos, não chore. Está tudo bem.

Ela bem queria acreditar, mas Victor estava morto.

Não estava nada bem.

***

Uma semana atrás.

Segunda-feira, cinco horas e quarenta da tarde.
Japão, Inazuma.

CAROLINA

Quando eles saíram do prédio, foi uma confusão. Eles começaram a correr em direção a central da estação de trem com os vampiros atrás deles. Alguns atiravam e até mesmo Giulia quase foi morta, se não fosse Yuri atirar no vampiro que tinha a alcançado.

Carolina pensava que ela poderia mata todos, mas ir ali sozinha era suicídio. Olhou Victor ao seu lado junto a Yuume e percebeu que ele estava cuidando mais da garota do que pensando nele mesmo, o que a fez ficar um pouco chocada.

Yuume seria o ponto fraco dele, tinha percebido isso naquele momento.

Eles entraram na estação de trem. Yuri gritou rapidamente que tinham que se separar em dois grupos, e assim o fez. Carolina, Giulia, Victor, Savannah, Nagumo, Goenji e Seirin iriam subir as escadas e Yuri, Yasmin, Yuume, Lorelai, Goenji, Dimitri iriam pular as roletas, assim faria o grupo de vampiros se separar em dois e ambos cuidariam do que iam vir.

Carolina correu para a escada junto ao seu grupo, subindo ela apressadamente. Por um momento viu o sol se preparando para se pôr, mas logo ela desviou a sua atenção a um vampiro que tinha colocado a mão em seu ombro, se virando e o decapitando.

— Não parem de correr. — disse Giulia subindo a escada para o terceiro andar da estação.

— Como se nós tivéssemos outra escolha. — Savannah comentou.

Voltou a correr ao subir na segunda escada e olhou Victor, que parecia estar ferido. Ela olhou para ele e viu que a perna dele sangrava e muito, provavelmente isso estava o dificultando de correr. Pensou em ajudar ele a correr, mas no momento que ia pedir um vampiro a alcançou e a pegou pelo o braço, tacando-a em Victor. Carolina enfiou a faca no coração dele e o empurrou, mas não conseguiu impedir o impacto com o Victor.

O garoto caiu do corrimão da escada, e Carolina o segurou e viu o mar de vampiros que tinha abaixo dele. Se ele caísse, não iria sobreviver. Olhou para o lado, vendo os vampiros alcançando.

— Me solta. — disse Victor. — Vai logo!

—Não! — Carolina disse tentando puxar Victor, mas as mãos de ambos estavam suadas. Ele ia cair, e ela estava começando a ficar desesperada. Olhou Lorelai longe lutando com alguns vampiros junto as outras. — Eu não irei deixar ninguém morrer na minha frente.

Victor a olhou e sorriu.

— Vocês, do Jester, são importantes para mim. De algum modo. — disse o mesmo. — Corre. Por favor, e diga a Benjamin para ele não desistir de nada por causa da minha morte.

Ele soltou a mão de Carolina, que não conseguiu pegar. Ela o viu batendo as costas no corrimão da escada do térreo para o primeiro andar e caindo no mar de vampiros. Olhou para trás e depois para aquilo, mas logo começou a correr como Victor tinha mandado. Não ia deixar a morte de Victor fosse em vão.

Carolina correu mais rápido que pode, indo para a escada do terceiro andar e alcançando as meninas. Giulia a olhou.

— Cadê Victor? — Carolina ficou calada, e Giulia entendeu aquilo. — Meu deus, Victor!

E por fim elas começaram a correr mais ainda e entraram na escada de emergência, fechando a porta. Nagumo pegou uma dinamite que tinha no bolso e um rádio.

— Lorelai, vocês já saíram do térreo? — disse, chamando a namorada. Giulia disse para não contar que Victor tinha morrido.

— Sim. — ela falou assustada. — Quando escutarem o barulho da bomba taque a que está com você bem forte no chão e fecha a porta com toda a força do mundo.

— Ok. — disse Nagumo. — Lorelai... Vamos nos casar.

Todos pararam e olharam Nagumo.

— Eu estou meio alterado agora, mas vamos nos casar. No momento, eu estou a pedindo em casamento mesmo sendo muito novo. Podemos ficar noivos e se casarmos depois de cinco anos.

— Você é maluco. Ok, eu vou tacar a bomba agora. — disse Lorelai. — E sim, vamos nos casar.

Nagumo entregou o rádio para Goenji e esperou o estrondo. Carolina não fazia ideia do que era aquela bomba, apenas que parecia uma dinamite amarela. Ao escutar a explosão, Nagumo pegou o fósforo que sabia que tinha no bolso de Giulia e ascendeu a bomba, abrindo a porta e tacando, e depois fechando junto a todos.

O estrondo fez a audição de Carolina apitar por um tempo, e Nagumo viu que tinha uma tranca e fechou a porta, assim todos correram para o quarto andar. Abriram a porta do quarto andar e saíram, vendo que estava tudo livre.

Carolina olhou para baixo, vendo de longe o outro grupo. Ela acenou a eles e logo viu o corpo de Victor tacado na escada, gravemente ferido e machucado. Ao lembrar-se da pancada que o menino levou nas costas, pensou que talvez ele pudesse sobreviver e ficar paraplégico, mas ao ver a quantidade de sangue que tinha em volta dele...

Victor estava morto.

— Meninas... — Seirin chamou. Eles olharam a garota, e depois para onde a menina apontava.

Carolina sentiu o coração parar de funcionar e logo voltar. Lá estava Kidou, mancando com vários machucados e sem os óculos de costume. Ela correu até ele, mesmo que Savannah tentou a parar, mas a mesma estava em estado de choque assim como os outros, que lágrimas incontáveis caiam no rosto.

Carolina estava assim também. Ela estava chorando por Victor, por ver Kidou e aparentemente o pesadelo ter acabado. E quando foi abraçar o menino, pela a primeira vez depois de muito tempo, e dizer a resposta para a pergunta que ele fez Kidou a pegou pelo o pescoço e a prensou na parede, começando a enforcar a mesma.

— Kidou! — todos começaram a correr para cima do garoto, e essa foi a última coisa que Carolina viu naquele dia.

***

Dias atuais.

Quarta-feira, quatro e meia.
Japão, Inazuma.

YASMIN

Ela olhou Dimitri ao seu lado, meio cansado. Eles estavam na frente do hospital, e Yasmin sabia que Dimitri estava atordoado.

Ao se lembrar do que o menino disse sobre a mãe e Wonderland, ela ficou meio receosa em falar com ele e o mesmo ainda estiver bravo com ela, caso tenha alguma razão para isso. Ela tinha se intrometido, mas ela ia entender caso ele não quisesse contar.

O menino a puxou para o leve abraço de lado, fazendo-a apoiar a cabeça em seu ombro. Ele deu um beijo no topo da cabeça da mesma, fazendo-a ficar meio envergonhada no meio de tantos pensamentos.

— Eu gosto de você. — disse Dimitri. — Sei que não é o melhor momento, mas já que Nagumo e Lorelai ficaram noivos, pelo o que parece, eu acho que deveria contar também por que... Bem, segundo o Victor, eles apenas iam se casar quando eu me declarasse a você.

Yasmin se ajeitou um pouco.

— Eu sabia disso. — disse Yasmin, que riu de leve e Dimitri também. —Eu também gosto de você.

Ela o olhou e deu um leve beijo em sua bochecha. Dimitri sorriu e ajeitou o cabelo castanho da garota, beijando a bochecha da mesma também. Ela voltou a olhar para frente apoiada no braço do garoto.

— O pesadelo acabou por enquanto? — disse Yasmin, e Dimitri apoiou a cabeça de leve em cima da dela.

Ele pensou um pouco, ela crê nisso por ele ter demorado a falar.

— Por alguns dias, talvez possamos viver em paz como humanos e ter uma pequena felicidade. — ele disse. — Mas o pesadelo ainda não começou.


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Notas finais do capítulo

Eu estou MUITO sentimental, por isso não vou comentar nada. Não sei o q dizer sobre a morte do Victor... Só sentir e fugir das pedradas... Mentira, vou deixar vcs me matarem mesmo.
Tumblr: http://dl-circus.tumblr.com/
A fic passa em dezembro de 2015 agr, não se esqueçam.
Até o próximo. Comentem o q acharam, se gostaram, se não gostaram e tal...
XOXO



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