Deadline Circus escrita por Arya


Capítulo 13
Meia noite é amanhã.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Segunda-feira, quatro horas.
Japão, Inazuma.

YUUME

A rosada estava no quarto olhando as roupas que tinha no armário. Nenhuma a chamava atenção, e mesmo pedindo conselhos a sua gêmea, no qual estava deitada na cama da caçadora mexendo no celular. Yuume queria ficar linda, era o seu primeiro encontro. Além disso, Victor aparenta ser alguém que sempre fica bonito para tudo, até mesmo quando está com uma cabeça de um vampiro em mãos, e ela queria o surpreender.

Por mais que Victor não seja aquele que repara em muita coisa.

— O que acha deste? — disse Yuume, pegando um vestido vermelho que ia até os joelhos e tomara que caia. Ela nem se lembrava de que tinha aquilo e quando Ashley, sua irmã, olhou o vestido, a menina riu.

— Yuume, esse vestido não. Ele está fazendo aniversário e deve estar com cheiro de mofo. Nem sei por que comprei isso a você, não é usado. — Ashley disse, e a garota concordou. — Além do mais, quem é o garoto que você vai sair? — ela voltou a mexer no celular.

— Victor. — Ashley largou o celular na hora. — O que foi?

— Ele não é o líder do Jester? — Ashley perguntou.

— Sim. — Yuume respondeu. Ashley se levantou.

— Yuume, isso vai ser uma coisa muito ruim. Não devemos namorar líderes dos nossos grupos, vai incomodar e muito. — disse a irmã, que apenas revirou os olhos e ignorou. — Eu nunca vi uma pessoa boa com Salazar em uma parte do nome. E aquela família é cheia de problemas, Yuume, você mesma diz.

Yuume colocou o vestido no armário e pegou outra roupa, assim olhando Ashley. A irmã gêmea deu um suspiro olhando a mesma com a peça de roupas em mãos.

— Essa blusa não combina com essa saia, mas eu tenho uma blusa perfeita para isso. — disse Ashley, pegando o celular. — Vou te ajudar, já que mesmo eu falando, você não vai desistir disso. Mas lembre-se, Yuu: Se você chorar por aquele garoto, não diga que eu não tentei impedir de você se aprofundar mais com ele.

A irmã de Yuume saiu do quarto, deixando a Testarossa pensando sobre o garoto. Victor era alguém machucado de muitos modos, tendo amadurecido aos cinco anos e visto quase todos os dias de sua vida o seu irmão tendo que ser dopado para conseguir dormir. Ele simplesmente não aguentou ser alguém gentil e acabou virando quem ele é nesse momento.

Esse era a opinião de Yuume sobre Victor. Por mais que olhasse Benjamin e percebesse como ele é bem mais simpático do que o moreno de cabelos curtos, aquilo a chamava atenção. Foi culpa de Ben que o pai deles morreu que a casa pegou fogo e que uma parte do rosto de Dimitri está com uma cicatriz enorme.

Parou de pensar naquelas coisas, examinando e se colocando no local como se tivesse uma mente que levou a Victor a ser como ele é ao ver a sua irmã entrar no quarto com uma blusa branca, algumas caixas de sapatos e a sua mala de maquiagem.

— Vamos brincar de boneca! — disse a mesma, e Yuume fez uma leve careta. — Tem que ficar bonita para o Salazar.

***

Segunda-feira, quatro e dez.
Japão, Inazuma.

SAVANNAH

Ela se lembra da época que era aprendiz. Nos momentos de batalha com o professor e quando ele batia e Savannah tinha que se defender, até dos momentos que era o contrário. Lembrava-se de como saia roxa de cada aula, e ela sempre quis fazer isso com um aprendiz para mostrar que ser caçador era difícil e se vingar, fazendo-o sair roxo e ela não ter feito um único esforço.

Mas no momento... Está sendo difícil ser professora de Irene e não sair da mesma cor da uva que Pavel comia olhando o treinamento.

É a quarta vez que elas caem no chão, e olha que são duas caçadoras contra uma aprendiza de peso pena. Irene era mais alta e parecia uma modelo, mas quando lutava ela conseguia ser tão bruta e rápida que era difícil, não impossível, de tocar um dedo nela em algumas situações.

Claro, Irene não estava diferente das duas. Ela tinha caído muitas vezes, até mesmo bateu a cabeça na parede do enorme quintal que tinha atrás da casa dos Morozov cheio que equipamentos. Estava com um dos braços com um hematoma que se estava de modo que não tivesse como esconder ou não reparar, afinal, Irene é anormalmente branca.

Elas se sentaram e Irene fez o mesmo, por mais que não tinha perdido a postura correta e se sentando reto, por mais que parecia estar sentindo dor.

— Irene, porque você não vira uma caçadora logo? — Savannah comentou, sentindo a sua perna latejar. — Eu demorei anos para ficar no mesmo nível que os meus irmãos e professores, e você em minutos conseguiu nos fazer apanhar tanto quanto você.

— Vocês são professoras substitutas. A minha verdadeira professora é a minha mãe, e acredite que eu não consigo encostar-se à minha mãe e nem consigo sonhar nisso. — disse Irene, mexendo no braço.

— Porque o Pavel não treina junto conosco? — disse Yasmin, e Irene fechou a cara. — O que foi?

— Vou dizer às palavras que uma vez um garoto, aos simples nove anos, disse e eu concordo plenamente: As mãos de Pavel foram feitas para criar e curar, e não para lutar e matar. — disse a mesma em tom calmo. — Não suporto a ideia de ver Pavel lutando, e ele sabe disso, por isso temos treinamos separados, em horas separadas, por pessoas diferentes. A minha mãe me ensina, e o nosso tio ensina Pavel.

Yasmin ficou em perna de chinês.

— Ele treina algumas coisas com a nossa avó, vocês a conheceram em Tóquio, sobre medicina, desenhos, cerâmica, fazer armas e coisas assim. — Irene continuou. —Ele é bom nisso, e acredite ou não, ele controlou um parto de uma mulher grávida que passava na rua no meio de um dia chuvoso aos treze anos. Nós a trouxemos para dentro da nossa casa, e foi ele que deu as ordens e praticamente fez o parto todo, já que os médicos estavam presos em um engarrafamento por conta da chuva.

— Mas talvez ele goste de lutar. — Irene riu de Savannah. — Salvar as pessoas do mal.

— “Salvar as pessoas do mal” soa como se os caçadores fossem do bem. — Irene perguntou. — Caçadores matam os vampiros para os humanos sobreviverem, mas os vampiros nos caçam para o mesmo motivo. — a albina prendeu o cabelo. — Isso deixou de ser uma civilização e se tornou uma verdadeira selva, onde ambos os lados matam para sobreviver e acabar com a raça um do outro. Não tem lado do bem nessa situação.

— Creio que Takuya não matou seu pai para sobreviver. — Yasmin falou baixo. Savannah sabia que ela não queria falar isso e pensava alto, mas Irene não percebeu. Ela apenas olhou fixadamente a Yasmin.

— Não, ele não matou meu pai para sobreviver. Ele enfiou uma estaca no coração dele, e não sugou o sangue.

Irene abaixou a cabeça por um tempo.

— Carolina é meio esquisita por conta da irmã que morreu nas mãos de vampiros, certo? — Savannah concordou meio confusa de como ela sabia daquilo. — Carolina tem uma história longa de como ela sente raiva de vampiros, então porque os vampiros não podem ter uma história e sentir raiva de nós por conta disso? Não venham me dizer que a raça humana é completamente inocente, já que ela mesma se destrói sem a ajuda alguma de qualquer vampiro.

Ela olhou Savannah, o que fez a garota travar.

— Antes de qualquer comentário, saiba que eu não estou defendendo Takuya ou qualquer vampiro, estou apenas dizendo que ser caçador não quer dizer que é ser bonzinho. — Irene disse respirando fundo.

Savannah queria dizer que o ponto de vista de Irene estava errado, que os vampiros são seres sem coração. Na realidade, eles são. Mas o que Irene disse... Era correto. Talvez nunca pensasse nisso antes de se tornar caçadores.

Logo Pavel apareceu perto delas, entregando o telefone a Irene. A mesma o pegou, e quando teve resposta, ela deu um sorriso de canto e saiu de perto delas. Talvez fosse um namorado? Savannah queria saber, mas apenas voltou a olhar Pavel, que sorria as duas.

— Querem gelo e cupcake? Eu fiz hoje. — o garoto sorriu as duas. — Dimitri não pode comer cupcake, ele ainda não está bem, por isso não se preocupem em deixar cupcake a ele, já que ninguém aqui da casa sem sermos ele e eu, que já separei para mim, gosta disso.

Elas se olharam.

— Óbvio. — falaram juntas, se levantando gemendo de dor, fazendo o albino rir.

***

Segunda-feira, oito horas da noite.
Japão, Inazuma.

CAROLINA

Yuume estava no encontro com Victor, Carolina tinha visto enquanto ia a caminho da casa de Kidou. Eles estavam conversando sobre alguma coisa que fazia ambos rirem como um casal normal.

Também tinha visto Lorelai e Nagumo saírem de uma loja de doces de mãos dadas. Eles a cumprimentaram e voltaram a andar o caminho deles, provavelmente indo para a casa de Nagumo, já que a casa de Lorelai estava em obra e algum Salazar estava morando no Circus, e Lorelai estava morando com o namorado.

Assim que Kidou atendeu a porta depois que ela tocou a campainha, ela teve a sensação que poderia ser, ao lado de Kidou, um casal normal mesmo com o conflito entre as suas personalidades em sua mente.

Ela entrou na casa, vendo que ele morava sozinho. Ou com a irmã, que no caso estava fora.

— Sinta-se em casa. — disse Kidou, fechando a porta. Carolina se sentou e o olhou.

— O que tem de comida? — brincou, e Kidou ia abrir a boca para falar quando Carolina riu. — É brincadeira, Kidou.

— Ah, sim.

Eles riram e logo Kidou pegou o filme alugado e o colocou no DVD, se sentando do lado da mesma. Na frente deles, tinha uma tigela de pipoca que Carolina nem tinha reparado nos primeiros minutos. Olhou o menu do DVD e depois Kidou.

— De que trata esse filme? — Kidou olhou-a com a pergunta.

— Não faço a menor ideia. Vou ser sincero, foi a Haruna que alugou e deu a ideia de chamá-la para ver um filme. — Carolina colocou a mão na testa e riu. — Eu sei, pode me chamar de bobo.

— Você fala como se gostasse de mim.

E logo tudo se tornou silêncio. Kidou olhou Carolina como se ela tivesse falado o óbvio, e a garota ficou sem reação por segundos, olhando para ele assustada e com a mente processando a cara dele e o que ele queria dize com aquilo.

— Mas eu gosto de você. — disse Kidou como se aquilo fosse algo que era para a mesma saber.

Eu gosto de você.

Ela ficou calada e pegou o controle da TV da mão dele, dando play no filme sem olhar na cara do mesmo. Ela se afastou, colocando uma almofada entre os dois e evitava comer pipoca. Tinha medo de acontecer como naquelas cenas em que o casal come pipoca e as mãos se encontram e... Beijo.

Carolina estava com a mente confusa. Gostava de Kidou, o via como uma das raras pessoas que ela tem certeza absoluta que nunca iam a abandonar. Só que ele falou aquilo de modo tão surpreendente que Carolina ficou sem ter como processar ou pensar antes no que ela sente é real, já que ela nunca pensou em algo que comprovasse se não era uma confusão de sentimentos ou algo assim.

— Até amanhã dou a resposta. — disse Carolina. — Prometo. E nunca faça mais isso, você é idiota e maluco. Eu sei que não sou normal, tenho os meus momentos “Victor”, mas mesmo assim eu sou uma pessoa com sentimentos e fico confusa com coisas do nada.

Ela voltou a olha o filme que ela nem tinha prestado atenção. Olhou Kidou, que olhava o relógio mais do que qualquer coisa.

— O que foi?

— Nada. Estou esperando dar meia noite. — Kidou sorriu, batendo os pés de modo cômico. — Meia noite é amanhã.

Carolina o olhou e caiu na risada.

— Você está com algum p... — ela se interrompeu ao ver um vulto que passou na janela de Kidou. — Ei, você viu aquilo?

Kidou parou o filme e negou, olhando para a janela que Carolina falou. O garoto mexeu no sofá, pegando uma arma e mexendo vendo se tinha munição e a entregando, assim pegando outra e fazendo o mesmo. Logo o vulto passa novamente pela a janela.

— Eu vi. — Kidou disse baixo.

Eles se levantaram e andaram devagar pela a casa, um do lado do outro com a arma pronta para atirar. Kidou foi para a cozinha, e Carolina ficou no meio do corredor olhando a sala, no qual a cada momento que olhava mais o coração da mesma acelerava.

Foi quando Kidou ligou a luz da cozinha, e a mesma se virou, vendo que Kidou não estava mais ali. Ela olhou para todos os lados e olhou a cozinha, vendo uma das janelas abertas. Provavelmente ela não estava aberta quando chegou, e sabia disso ao menos sem ver.

Olhou a geladeira, vendo um bilhete em letras de forma. Ela respirou fundo e xingou alto, o arrancando da geladeira. Como tão rápido de modo que ela não reparou?

O bilhete dizia:

Vou o pegar emprestado por um tempo.
Assim você pode pensar melhor se o aceita ou não.
Com amor do informante de Takuya,
O criminoso esperto.


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Notas finais do capítulo

O criminoso esperto é o informante de Takuya, pra quem não reparou. Psé... e.e
Quem vcs acham q é? *música de mistério* Dica: Eu tirei o codinome "criminoso esperto" de uma música de Michael Jackson, Smooth Criminal.
Eu iria comenta mais, só q to com tanto sono. E ah, vou responder os comentários amanhã de manhã ou assim q puder, i swear.
Tumblr: http://dl-circus.tumblr.com/
Até o próximo. Comentem o q acharam, se gostaram, se não gostaram e tal...
XOXO



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