Wonderful Love escrita por Gabriel Lucena, matheus153854


Capítulo 50
Capitulo 50




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Mário...

Eu não sei de onde o Gustavo havia tirado aquela ideia de nos escondermos dentro da biblioteca para esperar a chuva passar de uma forma mais calma e confortável, já que lá no meio da multidão estávamos completamente apertados.

— Ai que tédio esse silêncio. - bufou Aninha.

— O que você sugere maninha? - disse Marcelina.

— Eu não sei, o que tem pra fazer aqui além de ler livros?

— Ora, vamos ler a sinopse de cada livro e cada um tenta adivinhar o final. - sugeriu Gustavo.

— Só isso? - eu disse.

— Alguém tem uma ideia melhor? - ele nos olhou. Ninguém se intrometeu e acabou decidindo que seria isso mesmo. Porém, aquilo era tão chato que eu não consegui prestar atenção em nada, não ouvia uma palavra que eles estavam falando, porque de uma forma incrível, memórias começaram a rodear na minha memória. Aquele momento em que estávamos todos juntos, nós quatro, sozinhos em um lugar aparentemente impossível de se ficar, graças ao meu irmão. Depois da nossa última briga aquele momento parecia muito improvável, eu jamais imaginaria que depois da briga entre cada um de nós quatro, estaríamos naquela situação, só o filme já seria o bastante pois eu havia adorado ele, mas durante todo o passeio eu havia me perguntado se valeria a pena ter aceitado aquele passeio, agora não tinha mais dúvidas.

— Ei Mário... é sua vez mano. - disse Gustavo, balançando a mão na minha frente.

— Desculpe, eu tava aqui pensando numas coisas e me distraí. - ri os olhando.

— Pensando em quê? - disse Marcelina, curiosa.

— Ah... nada de mais, só em como esse passeio tomou um rumo inesperado. Tipo, há pouco tempo estávamos brigados e agora de repente acabamos parando aqui, nesse lugar tão impossível de acessar, não é mesmo? Está sendo uma aventura e tanto. Desculpe estragar o clima da brincadeira, mas eu precisava desabafar isso... - sorri.

— Concordo com você, estaremos encrencados quando saírmos daqui mas valeu muito a pena termos passado por tudo isso. - sorriu Gustavo.

— Eu acho que essa chuva de granizo é meio que um sinal. - falou Aninha, sorrindo.

— Que sinal? - perguntei.

— Sinal de que está mais do que na hora de tudo voltar a ser como era antes, sermos aqueles casais que... você sabe.

— Sim Marcelina, eu concordo, mas primeiro continue tentando, eu estou aos poucos voltando a confiar em você.

— E eu depois de hoje, com essa aventura e agora fazendo de tudo pra que nada fique chato, estou começando a achar que vale mesmo a pena tudo aquilo, mas ainda vamos com calma, sem forçar. - sorriu Aninha.

— É essa a intenção, consertar o erro com muita diversão! - sorriu Gustavo, animado com a possibilidade.

Então, as lembranças começaram a surgir novamente e ficamos lá, lembrando os velhos tempos, momentos felizes, como aqueles dias lá na casa de campo da minha mãe. Como foram maravilhosas, queria muito achar uma forma de voltar no tempo e reviver aqueles dias.

Não sei exatamente quanto tempo passou, mas quando vimos, haviam se passado muitas horas e nossas mães deviam estar preocupadas com a gente.

— Gustavo, sei que aqui tá muito bom, mas que horas será que são? - perguntei.

Ele pegou o celular pra olhar a hora.

— Meu deus, são quinze para as nove! - exclamou ele, sendo que estávamos no shopping desde as três da tarde.

— Eita, temos que ver se a chuva de granizo já passou! - disse Marcelina.

— Acho que já passou, não estou mais ouvindo o barulho da chuva. - respondeu Aninha.

— Então vamos descer lá. - eu disse.

— Como? Se os seguranças estiverem lá vão nos pegar! - falou Gustavo.

— E o que você sugere então? Afinal, você quem nos trouxe para cá. - suspirou Marcelina.

— Bom, podemos fazer o seguinte... - sussurrou ele.

Logo, deixamos os livros de volta no lugar e todo o procedimento que fizemos na primeira vez havia se repetido, Gustavo e eu ficamos parados na frente da escada que dá acesso ao primeiro andar e quando vimos um segurança passou ali perto quase nos pegando, mas nos escondemos a tempo.

— Que estranho... - disse o mesmo. Respirei aliviado e logo Gustavo fez um aviãozinho de papel e lançou bem na direção dele. Não sei exatamente o que estava escrito ou desenhado no papel, mas era algo bom, pois ele sorriu e foi até o caixa mostrar.

— Hum, é de alguma admiradora secreta é? - riu a balconista.

— Espero que sim né? Quem sabe? Se bem que a letra parece ser de homem, então acho que deve ser para você, por isso estou te entregando. - respondeu o caixa e nessa hora Gustavo fez um sinal para descermos, tiramos os sapatos e descemos descalços pela escada.

— Para mim? E por quê você foi atingido? - perguntou a moça.

— Não sei, vai ver o cara errou ou quis jogar em mim para eu entregar pra você. - respondeu ele.

— De onde veio?

— De lá. - ele apontou na nossa direção, mas por sorte havíamos nos escondido para colocarmos os sapatos ali mesmo na prateleira de livros e quando terminamos de calçar, disfarçamos lendo um livro.

— Ei garotos, esse papel é de vocês? - perguntou o rapaz, alguns segundos depois surgindo ali.

— Não, não é meu não. - disse Gustavo e todos nós negamos com a cabeça. Assim que ele se afastou, deixamos o livro lá e fomos embora dali.

— Ufa, acho que ele não desconfiou de nada. - ri saindo com ele.

— É, mas estou preocupada com as câmeras de segurança. - exclamou Marcelina.

— Calma Marcelina, não vai acontecer nada, se tinha câmeras com certeza elas não pegaram a gente lá, porquê ia ter câmeras em um lugar que só funcionários entram? - riu Gustavo.

— Ela tá certa meninos, vai que eles colocaram pra caso haja algum assalto na parte onde ficamos? - disse Aninha e Gustavo se calou, mostrando um semblante preocupado.

— Bom, mas até eles olharem as imagens, a gente já foi embora! - falei tentando amenizar a situação.

O clima ficou tenso do nada, andamos em silêncio até o saguão do shopping quando vimos que, embora estivesse de noite, todos estavam saindo normalmente do local, a chuva havia parado e a saída foi liberada.

— Ai, graças à Deus! - exclamou Aninha.

— Eu não disse que ia ser uma aventura e tanto? - riu Gustavo.

— Realmente foi, valeu irmão por essa grande aventura! - sorri o olhando.

— É, agora vamos rápido antes que nos peguem! - riu Marcelina nos puxando pra fora do shopping e assim caminhamos para nossas casas.


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