Eyes of the Future escrita por QueenOfVampires


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oooi gente! Tudo bem? Dei uma adiantada aqui!
Queria agradecer primeiramente à todos que comentaram no capítulo anterior.Fiquei muito feliz com suas opiniões, teorias e tudo mais. Muito obrigada!
Entããão, vamos ao capítulo de hoje? Preparem os corações... Alguém irá para o bunker e não vai gostar nadinha do que irá encontrar...
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/643239/chapter/3

Oliver ficou em silêncio durante todo o caminho, vez ou outra ele me dirigia o olhar, como se não acreditasse que eu realmente estava ali. Aquele silêncio sufocante, a curiosidade e o medo estavam massacrando o meu bem estar psicológico e eu não podia mais continuar daquele jeito.

I miss the taste of a sweeter life – comecei a cantarolar Maps do Maroon 5 -, i miss the conversation.

– Você está cantando Maps? – o ruivo ergueu uma sobrancelha.

– Canto quando fico nervosa... E toda essa sua reação quando descobriu quem eu era me deixou muito nervosa! Então me deixe cantar...

– Meghan, me desculpe! – Oliver falou rapidamente – É que... Você não tem ideia do quanto eu quis te conhecer!

– Por quê?

– Porque... Eu sou praticamente um fã! – ele deu uma risada forçada – Não acredito que estou passando por isso.

– Que tipo de pessoa é fã de... Mim?

– Vai ser difícil explicar considerando o fato que você não quer saber nada sobre si mesma! Por favor, me deixe contar!

– Não! – exclamei e tapei os ouvidos – Eu não posso!

– Meghan, você é incrível! Minha nossa... Você já virou um demônio! Opa... – ele comprimiu os lábios – Você já virou demônio, não foi?

– Já! Agora cale a boca antes que fale algo que eu não sei... E não vamos parar em nenhum hotel, vamos direto para Lebanon, eu dirijo quando você cansar... Preciso que Balthazar me tire daqui.

– Balthazar? Ele que te jogou aqui? – e ao dizer isso, revirou os olhos – Típico...

– Você o conhece?

– Eu conheço quase todos os anjos... Eles são meus tios, lembra?

– Ah, claro... E você conhece o Arcanjo Gabriel?

– Eu...

– Não! – o interrompi – Não diga, não quero saber, cale a boca!

– Ok. – Oliver gargalhou e me olhou como se estivesse realmente maravilhado.

A viagem para Lebanon foi muito longa, eu fui para a direção quando o ruivo começou a ficar cansado, ele logo adormeceu no banco de carona. Eu estava muito curiosa sobre o que tinha feito para que ele se interessasse tanto em mim, mas poderia ser desastroso. Ele havia lido sobre mim, sobre os Winchesters... Em livros! Livros sobre nós! Quer dizer, eu sabia que existia a coleção Supernatural by Carver Edlund, escrita pelo Chuck há anos atrás, mas eu não era mencionada nesses livros.

Chegamos na cidade por volta da 8 horas da manhã, Oliver ainda dormia como uma pedra. Já eu estava em estado de alerta, só queria voltar para o meu tempo e levar a vida. Claro que eu não ignoraria esse futuro e faria de tudo para impedir. Demônios dominando a terra? Não comigo ali.

E outra coisa que prometi a mim mesma foi que encontraria os pais de Oliver no passado e os impediria de ter um filho só para ser um soldado, ainda mais considerando que ele cresceria para ver todos da família morrendo. Por esses e outros motivos que eu não teria um filho, seria muita crueldade.

Estacionei em frente ao prédio e chamei o ruivo que dormia todo largado no banco, ele se assustou e deu um pulo no lugar.

– Já acordei!

– Chegamos. – anunciei e saí, a rua estava vazia, nem uma alma podia ser vista, então decidi que devia chamar aquele desgraçado que me jogou ali – BALTHAZAR! SEU MALDITO ANJO AFEMINADO!

– Ei, o que está fazendo? – Oliver saiu do carro e me empurrou para dentro do prédio – Temos que ser discretos... Pode atrair demônios!

– Quero voltar para casa...

– Ele vai te levar na hora certa... Vamos subir, eu te faço um Ollieburger!

– Seria o nome daquele cheeseburger maravilhoso que comi antes de ontem?

– Sim!

– Me convenceu... Mas eu quero a receita, hein?

– Eu vou te dar a receita. – ele gargalhou – Vamos lá... Meghan Harper! Ah, eu ainda não acredito nisso.

– Oliver...

– Sim?

– É melhor você ficar calado.

– Sim, senhora.

Assim que entramos no apartamento, Oliver foi diretamente para a cozinha e colocou vários ingredientes em cima da mesa, me entregou uma folha de papel e uma caneta.

– Vou anotar a receita agora?

– É, enquanto eu faço... – ele pegou um pão bola e o cortou ao meio – primeiro, antes de qualquer coisa... Você tem que fazer seu próprio pão.

– Por quê?

– Porque não dá para confiar em padarias! Estamos em 2045, lembra?

– Claro... Continue.

– E outro desafio é conseguir carne, com os demônios rolando aí, vem os presságios e entre eles tem a matança de gado... Então, tem que prestar atenção nesse detalhe aí!

– Oliver! Eu vou fazer isso 30 anos atrás... Ainda temos carne! – estreitei o olhar, ele estava jogando todos os pontos ruins daquele futuro na minha cara, como se eu fosse a culpada.

– Ah, desculpe-me senhora eu-tenho-carne-e-padarias-com-humanos.

– Qual o seu problema?

– Nenhum! Vamos continuar de uma vez... Tem que ter cebolas, molho de churrasco, três fatias de queijo cheddar, um pedaço de gorgonzola e cenoura.

– Não parece nada demais...

– Porque o negócio todo está no modo de preparo!

Oliver começou o processo todo, ele dourou as cebolas em uma panela, colocou duas das fatias do queijo cheddar junto, o que resultou em um creme muito atrativo, depois fritou o hambúrguer que já estava moldado e jogou uma fatia de queijo por cima, que derreteu lindamente! Então ele começou a montagem, pão, creme de cheddar com cebola, hambúrguer, cheddar, cenoura ralada...

– E o queijo gorgonzola? – perguntei quando ele estava prestes a colocar o outro pão por cima.

– Olha só, ela estava prestando atenção! – ele deu um sorriso irônico.

Em seguida cortou o queijo em pequenos pedaços e jogou em uma pequena frigideira, até que ele derreteu e começou a queimar. Antes que eu o alertasse, ele tirou a camada endurecida de queijo da panela, quebrou e colocou por cima da cenoura antes de fechar o pão.

– Parece fácil...

– E é extremamente fácil, se souber o que tem dentro. – ele empurrou o prato pra mim.

– Ah, eu não estou com fome agora...

– Melhor pra mim! – Oliver puxou o sanduíche de volta e começou a comer – Tem torta de limão na geladeira.

– Torta... – choraminguei indo até a geladeira, aparentemente ainda tinha espaço no meu estômago – Dean...

– Você realmente sente falta de casa, não é? – ele me olhou pelo canto dos olhos.

– Muito. – peguei a torta inteira e levei até a bancada – Como era sua família, pelo o que você se lembra?

– Ah... Eu não sei bem, nós vivemos tempos ruins, então sei que não estavam em seus melhores momentos... Meu pai era um anjo que morreu sem ser anjo, ele estava sem a graça dele.

– Como isso aconteceu? – perguntei sem desviar a atenção da torta, que estava muito boa. Comecei a considerar a ideia de levar Oliver para o passado e contratá-lo como cozinheiro.

– Não sei, acho que demônios tiraram... E então tinha a minha mãe, pelo o que me falaram, foi morta por um Cão do Inferno, sendo que ela não tinha feito um pacto, então você pode notar o nível do absurdo.

– É, isso é estranho...

– Eu fui criado pela minha irmã, nós vivíamos na estrada e de vez em quando encontrávamos outros familiares, como tios e primos... Ah e meus avós! Eles também eram da área, ótimas pessoas por sinal! Então começaram os telefonemas... – Oliver deu uma pausa e colocou o sanduíche de volta no prato – Primeiro os demônios colocaram fogo na casa dos meus avós com eles dentro, retalharam meus tios, arrancaram a pele dos meus primos... E no final de tudo, mataram minha irmã lentamente bem na minha frente.

Continuei calada, larguei o garfo e perdi o apetite completamente. Ele olhava diretamente nos meus olhos e eu podia ver o sofrimento que carregavam e toda a dor que já havia sentido.

– Eu poderia ter me entregado também, mas eles não quiseram me matar... Eles me deixaram sofrendo lá. Pedi a vários anjos que me matassem, mas nenhum teve a coragem, eu mesmo cheguei a pegar uma espada... Então eu percebi que teria sido tudo em vão e não foi isso que eu aprendi. Eu aprendi que tenho que lutar para salvar as pessoas, é o meu trabalho como caçador e como Nephilim e eu não vou desistir até que me matem... O que não vai acontecer tão fácil. – ele sorriu e me lançou uma piscadela.

– Como você consegue? – foi só o que pensei em perguntar, estava um pouco perturbada com tantas informações.

– Do mesmo jeito que você! – ele deu de ombros – Agora me conta sobre você.

– Achei que você já soubesse tudo sobre mim...

– Conte coisas bobas que ninguém colocaria em um livro, por exemplo, comida favorita, o que gosta de fazer no tempo livre, qual a sua cor favorita...

– Lasanha, dormir e roxo. Eu também gosto de encher a paciência dos meus irmãos e das namoradas deles, gosto de fazer perguntas difíceis, porém óbvias, para o meu anjo e me divertir com as respostas que ele tenta arrumar e de bancar o cupido com meu “pai adotivo” e a namoradinha dele.

– Bobby Singer?

– Ele mesmo.

– Foi um grande caçador...

– Ele morreu?!

– Ai não. – Oliver tapou a própria boca.

– ELE MORREU? MEU TIO BOBBY MORREU? – levantei do banco e comecei a andar pelo apartamento – O que aconteceu? Como aconteceu? Por que não o trouxemos de volta?

– Meghan...

– NÃO DIGA! EU NÃO QUERO SABER!

– E por que perguntou?!

– Eu só estou chocada! Posso? Você acabou de dizer que meu tio está morto!

Oliver bufou, balançou a cabeça negativamente e voltou a comer. Me joguei no sofá e abracei uma das almofadas, não estava mais aguentando aquela pressão na minha cabeça de saber ou não saber porque eu estava ali.

O dia foi se passando e eu fiquei boa parte dele dentro do quarto chamando Castiel em minha mente ou Balthazar para me tirar daquele pesadelo, eu não aguentava ver minha família ser tirada de mim, mesmo depois de tudo que passei não ficava mais fácil.

Ao anoitecer daquele dia eu já estava convencida de que ninguém iria aparecer, então saí do quarto e voltei para a sala. Oliver estava próximo à cozinha com um pote de sorvete na mão, ele me acompanhou com o olhar até que sentei no sofá.

– Meghan? – ele me chamou depois de uns minutos – Me desculpe.

– Não foi culpa sua... – murmurei.

– Eu não devia ter falado nada, você me pediu para não contar. – Oliver veio até mim e sentou ao meu lado - Se te deixa mais aliviada, ele morreu de causas naturais, aproveitou a vida até o último segundo.

– Ok! Me mostra esses livros que falam taaanto assim da nossa vida! Não é possível que tenham escrito sobre nós. – virei abruptamente na direção dele.

– Não são exatamente livros... São rascunhos de livros. – ele se levantou e foi até o corredor – São registros!

Oliver voltou com uma pilha de cadernos e os jogou na mesa de centro, quando eles se espalharam pude notar o símbolo dos Homens das Letras na capa, peguei o primeiro e comecei a passar as páginas rapidamente, era a letra da Sophie. Joguei de lado e peguei outro que também estava com a letra dela, outro e outro e outro. Até que o último caderno tinha uma letra diferente, a caligrafia inclinada e apressada da Claire. Fui até a última página escrita e li o último parágrafo.

Os demônios continuam focados em exterminar os caçadores restantes, colocando os que também são Nephilins como prioridade. Hoje seria aniversário de uma pessoa muito importante e que, com absoluta certeza, não me deixaria olhar para baixo nesse momento. Portanto, eu decidi não mais escrever aqui e me dedicar exclusivamente à cuidar do pedaço de família que me restou, eu devo isso à todos e ao mundo que temos que salvar.

Lebanon, Kansas

31/10/2030”

– Claire... – sussurrei ao fechar o caderno para conter a vontade de ler o resto.

– Você está bem? – Oliver perguntou com receio, ele se balançava nos calcanhares com uma expressão de ansiedade.

– Não muito... Em 2030 eu já estarei morta! – só então notei que algumas lágrimas teimavam em cair – E alguns outros da minha família também... Por que eu estou aqui?

– Talvez para evitar que o que aconteceu realmente aconteça. – o ruivo sentou ao meu lado novamente.

– E se eu não for capaz disso? Olha o mundo! Como eu posso impedir uma coisa dessas?

– Ah, vamos ver... – ele pegou o primeiro caderno, escrito por Sophie – “Faz um bom tempo que estou no bunker, as coisas começaram a complicar e estou caindo na estrada para caçar também, não é difícil quando se tem uma professora como Meghan Harper, ela consegue ser uma diva até matando monstros, atira como ninguém e deixa muitos caras no chinelo! PS: Que o Dean não leia isso.”

– Isso não quer dizer nada!

– Isso foi só nas primeiras páginas! Meghan, eu li todos esses cadernos de anotações! Você é muito badass!

– Mas eu não... Eu não sei se consigo!

– Pela mãe do guarda! É claro que você consegue! – ele exclamou.

– Você disse... – ergui uma sobrancelha – “Pela mãe do guarda”?

– É... Você fala muito? Eu li em algum dos cadernos, acho que no da Claire, e achei engraçado. – deu de ombros.

– Falo! Não roube minha frase! – o empurrei e dei uma risada.

– Desculpe por usá-la sem os direitos autorais! – Oliver ergueu as mãos em rendição e sorriu.

– Espera aí! Onde você os conseguiu?

– Quando eu mudei para Lebanon e fui procurar um lugar pra ficar, acabei encontrando um bunker... Abandonado. – ele falou lentamente e parecia escolher cada palavra que ia usar – Eu entrei para ver se tinha condições de morar, mas não tinha... Só achei vários livros e, entre eles, esses cadernos.

– Você tem que me levar lá! – levantei, peguei a jaqueta e fui até a porta.

– O quê?! Não! – Oliver balançou a cabeça negativamente – Meghan, se aquele lugar tem algum significado importante pra você, não vai querer ver o que... Sobrou!

– Eu vou ter que aguentar! Eu preciso ver! Tenho que achar algo que me dê alguma pista de quem começou essa palhaçada toda de demônios loucos destruindo o mundo e matando minha família! Eu não fui ao Inferno ser torturada e voltei para ver esses porcos queimados dominando o planeta! – levei as mãos à cintura – E digo mais, eu vou descobrir que fez isso e vou arrancar a cabeça dos ombros desse ser com minhas próprias mãos!

– Considere-me motivado após esse discurso! – o ruivo saltou do sofá, pegou a chave do carro e me acompanhou para fora do prédio.

Nós descemos as escadas rapidamente, com uma breve pausa para pularmos por cima de um homem chapado que estava deitado em um dos patamares com um cigarro suspeito entre os dedos e balbuciando palavras incompreensíveis.

– Achei que o vizinho traficante era brincadeira!

– Ah, esse não é o traficante... É uma pessoa qualquer da rua, eu acho. – ele deu de ombros.

Antes que chegássemos à porta, Oliver me puxou de volta para a escada e seus olhos começaram a brilhar intensamente. Eu já vi algo assim antes, quando Jordan estava em “modo de defesa”.

– O que foi? – questionei tentando olhar pelo espaço entre o corrimão e a escada.

– Um demônio... – ele pegou uma espada angelical dentro da jaqueta. Uma senhora bem arrumada estava parada na frente do prédio, olhando de um lado a outro.

– Não o mate! Podemos conseguir respostas! – gritei, mas foi tarde demais, o ruivo já havia saltado por cima dos degraus.

Ele abriu a porta com força, atingindo as costas da mulher que soltou um grunhido e se virou com os olhos negros. Acertou dois socos seguidos no queixo do Oliver e tudo que ele fez foi virar o rosto para o lado, arregalou um sorriso maléfico e jogou a criatura no meio da rua. Desci a escada para poder assistir o “espetáculo” e fiquei olhando da calçada.

Oliver tratava o demônio como um boneco de pano, jogando de um lado para o outro como se não pesasse nada. Quando ele finalmente segurou a senhora pelo pescoço e ergueu o braço com a espada, ela segurou seu punho.

– Não devia brincar com coisas tão afiadas, fofinho! – a velha soltou uma gargalhada e forçou o braço dele para o lado oposto, virando a lâmina para o seu rosto.

– Ah, mas será possível? – indaguei tentando achar outra espada na mochila. Aquele demônio era muito forte e estava apenas preparando uma surpresa, para o meu azar não havia outra lâmina, mas por um milagre eu lembrei que levava a faca da Ruby presa na perna esquerda, dentro da bota.

– Você vai aprender a não atacar um inimigo desconhecido! – o demônio estava quase enfiando a espada na garganta do Oliver quando me aproximei e acertei o peito dele com a faca.

A criatura olhou confusa para o que tinha a atingido e logo caiu no chão, com o esqueleto brilhando em amarelo.

– Obrigado... – o ruivo agradeceu tentando normalizar a respiração – Esse era um dos fortes.

– Eu não sabia que existiam demônios mais fortes que Nephilins.

– E não existiam até uns 10 anos atrás... Eles evoluíram! – Oliver olhou ao redor para verificar se não havia mais nenhum outro – Vamos logo.

Retirei a faca do peito da velhinha e o acompanhei até o carro. O caminho foi curto, ele parecia saber muito bem como chegar lá e quando o questionei sobre isso ele me disse que já fora lá diversas vezes para pegar mais livros.

Ao chegarmos na pequena estrada que ficava ao lado da construção, já senti um peso no meu peito, a parte exterior do bunker estava acabada, com a vegetação invadindo e alguns pontos na parede estavam chamuscados como se tivessem sido atingidos por bombas.

Descemos do carro e fomos até a escada, a porta de ferro estava retorcida e caída para dentro, passei pelo espaço e acendi a lanterna que Oliver me ofereceu, aparentemente estava tudo em ordem. Fui até o painel de energia próximo à mesa de xadrez e virei as duas alavancas para cima, nem todas as luzes acenderam pois a maioria estava quebrada, mas mesmo assim deu para ver algo que eu nunca imaginei que veria um dia.

O bunker estava aos pedaços. Todos os aparelhos de comunicação da década de 50 tinham explodido, ou era o que parecia, a mesa central estava partida em dois pedaços e as cadeiras destroçadas.

– Não... – desci as escadas correndo.

– Meghan! – Oliver me acompanhou.

A situação da segunda sala não era melhor, os arquivos estavam estraçalhados, as luminárias jogadas ao chão, as mesas nem eram mais reconhecíveis, todos os livros que ficavam naquela sala estava rasgados ou queimados, o telescópio caído no chão e as cortinas queimadas. O local estava horrível, pior do que eu poderia imaginar em meus mais tenebrosos pensamentos. Aquele era o meu lar! E não existia mais!

Fui até a área da última estante, das poltronas que Claire costumava sentar toda desarrumada estavam somente as estruturas. Chutei alguns escombros e meu pé acertou algo duro.

– Ai! Que inferno! – resmunguei com a dor.

– O que foi? – Oliver veio até mim.

– Chutei alguma coisa... – me abaixei, remexi os destroços e mal pude acreditar no que estava vendo – Ah! Meu bebê!

– Quem?!

– Meu machado! – o ergui rapidamente – Ele sobreviveu!

Oliver riu de mim antes de continuarmos a andar pelo lugar. Fui em direção ao corredor, arrastando o machado de lado, as paredes tinham varias rachaduras espessas que iam de cima a baixo. O primeiro cômodo que eu vi foi a cozinha, nem suportei direito olhar para dentro dela e ver o lugar mais divertido de casa completamente escuro, vazio e destruído. Continuei andando e passei pelo quarto do Sam, que às vezes ele compartilhava com a Audrey, passei pelo quarto da Claire, quarto do Jordan, quarto da Audrey, que às vezes ela compartilhava com o Sam, quarto do Dean e da Sophie e finalmente o meu quarto.

Fiquei parada na porta, decidindo se ia entrar ou não, Oliver me olhava inquieto, esperando que eu tomasse uma decisão ou talvez estivesse preocupado com minha reação, ou a falta dela.

– Entra logo aí! – ele exasperou, me dando um belo susto.

– Calma! – bati o pé – Eu não sei se quero entrar.

– Olha aqui! Eu lutei contra uma velha-demônio, aguentei seu mau humor desde que você chegou, quase perdi a perna para um wendigo, dirigi até aqui e você me diz que não sabe se quer entrar?

– Tá bom! – rolei os olhos – Você é muito chato, Oliver!

– Eu sei!

Abri a porta lentamente, ela rangeu como se nunca tivesse sido aberta antes, tateei até encontrar o interruptor e por um milagre as luzes se acenderam. As prateleiras estavam no chão, a TV com um buraco enorme no meio, o lençol roxo na cama estava corroído e o restante dos móveis quebrados. Coloquei o machado encostado na parede e vasculhei as gavetas a procura de alguma pista. Oliver olhava ao redor, absorvendo cada detalhe do quarto e pressionando os lábios como se estivesse segurando alguma emoção.

Debaixo da cama eu encontrei a caixa de metal que usava para guardar coisas importantes, como meus documentos originais e umas fotos. Ao abri-la dei de cara com uma foto minha e do Cass na sala do bunker, eu estava sentada em cima de uma das mesas e ele em pé ao meu lado enquanto eu fazia um curativo em seu braço esquerdo, eu não lembrava dela, então provavelmente ainda não havia sido tirada. Um arrepio percorreu o meu corpo ao pensar na possibilidade de existir algo tão forte a ponto de ferir Castiel e que ele não conseguiria se curar.

A segunda foto me pegou totalmente de surpresa, era outra foto em família. Não reconheci o lugar de primeira, mas no centro estava eu, usando um vestido roxo curto e olhando preocupadamente para uma cabra que mastigava o sobretudo do Cass, que por sinal estava olhando desconfiadamente para um homem vestido de Elvis entre nós dois. Do meu lado estavam Dean e Jordan compartilhando uma bandeja de salgadinhos, Claire e Sophie de braços cruzados e revirando os olhos, Bobby meio enraivado e pela expressão estava gritando “idjits”. Ao lado do Cass estava Kevin com seu sorriso gentil, Charlie olhando maliciosamente para alguém fora da foto, Gabriel usando uma fantasia de cupido, com direito à fralda, asas falsas, aureola, arco e flecha, e ao fundo, por trás de um arranjo de flores, estavam Sam e Audrey se agarrando.

– O que é isso? – questionei pausadamente.

– O quê? – Oliver se aproximou.

Virei a foto e atrás estava escrito “Las Vegas, setembro de 2017”. Oh Céus! Sim, era o meu casamento com Castiel em Vegas! Com direito à cupido e Elvis! Primeiro eu ri, gargalhei na verdade, porque era uma foto única e engraçada. Depois que a ficha caiu, comecei a chorar desesperadamente. Aparentemente era a nossa última foto em família e foi no meu casamento!

Joguei a foto em cima da cama e voltei a remexer dentro da caixa, Oliver sentou ao meu lado e pegou a imagem, além de outras fotos desconhecidas, encontrei uma corrente com duas alianças de ouro branco penduradas, que certamente pertenceram a mim e ao anjo.

– Meu Deus!

– Megh... Talvez seja melhor parar de olhar essas coisas. – o ruivo puxou a corrente da minha mão, coloco tudo de volta na caixa e guardou em sua mochila.

– Por que você está guardando?

– Ah... Você vai querer que essas coisas fiquem aqui se acabando? – ele perguntou com ironia.

– Não... Não sei!

– Enquanto você pensa, eu vou guardar comigo.

– Vamos sair desse quarto, por favor.

Quando retornamos ao corredor, ouvimos o barulho de algo mexendo nas pedras caídas na sala, rapidamente Oliver se virou e seus olhos brilharam. Ele nem precisou dizer nada para que eu entendesse que haviam demônios ali e, pela expressão surpresa que ele adotou, não eram poucos.

– Se prepare, ruiva.

– Quantos?

– O suficiente para não darmos conta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Fui muito má? Não, né?
Pelo menos eu dei a receita do cheeseburger divo! kkkkkkkkk
Então gente, esse foi o penúltimo capítulo, como eu havia dito antes, a fic só teria entre 3 e 4 capítulos e no próximo (que provavelmente vai ficar mais longo que esse) terá... Muita coisa revelada, entre elas, quem está por trás dessa treta toda aí.
OUTRA COISINHA! Se ligaram na foto do casamento? Pois é! Seria divertido né? Pra mim um casamento desses dois seria algo bem assim e eu queria dedicar aquele trechinho especialmente para umas certas pessoinhas freakys que me ajudaram a criar aquela cena toda ali kkkkkkk
Ai... Vejo vocês no próximo capítulo, beijos e até mais! Aguardo comentários!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eyes of the Future" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.