Old Feelings escrita por Vtmars


Capítulo 10
Capítulo 9 - Véspera de Natal


Notas iniciais do capítulo

Oláá! Pois é, quem tá vivo sempre aparece! Desculpem o atraso, desculpem mesmo! Farei de tudo para que não se repita. Enfim, nos aproximando do final da fanfic, o Natal está chegando em Arendelle, e com ele vem os preparativos, a alegria, a família... Vamos celebrar? Boa leitura e nos vemos nas Notas Finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/643108/chapter/10

Acordei com a sensação de que ainda era muito cedo. Não sentia a menor vontade de sair da cama. A típica sonolência das manhãs de inverno. Pisquei algumas vezes e me virei para o lado de Hans, que já estava acordado. Ele deu um sorriso cansado e perguntou, com a voz calma e baixa:

– Dormiu bem, minha rainha?

– Muito bem – sorri. – E você?

– Estou um pouco cansado – ele bocejou. – Mas disposto o suficiente para começar o dia.

Hans me fitou por alguns momentos, acariciando meu ombro, então me puxou para mais perto de si e me beijou ternamente.

– Sabe que dia hoje? – perguntou com a voz mais baixa ainda.

– Véspera de Natal, é claro – respondi. – Você avisou Yran de que não poderíamos ir?

– Sim – confirmou Hans. – E ele disse que iria fazer de tudo para poder vir nos visitar.

– Ele e mais quem?

– Não sei, mas estou quase certo de que Royd e Styr virão.

– Hum... – murmurei. – Acho bom eles se comportarem desta vez.

– Eu vou cuidar dessa parte, certo?

– É sério, da última vez que eles vieram começaram a discutir durante a ceia e fizeram as crianças chorarem. Lembra disso?

– Lembro, sim. Não se preocupe, não vou deixar que aconteça de novo – ele fez uma pausa. – Magnor disse que mandaria notícias até o dia 20, mas até agora nada.

– Talvez não tenha descoberto nada.

– Mas então ele diria que não descobriu nada, não acha?

– Bem, é verdade...

– Eu acho que tem alguma coisa muito estranha acontecendo...

– Como assim?

– Não sei, mas estou com a impressão de que há algo errado... Acho que tive um sonho esquisito, ou algo assim. – Hans olhou o relógio em cima do meu criado-mudo e quase pulou da cama, sobressaltado. – Já passou da hora de levantar. Vou indo.

Ele se levantou e foi para o seu quarto pela porta anexa. Chamei Gerda e ela preparou meu banho, em seguida começando a arrumar o quarto, enquanto eu penteava meus cabelos.

– Como a Anna está? – perguntei.

Gerda parou o que estava fazendo por um segundo, suspirou e então disse:

– Nada bem, para falar a verdade, Majestade. Está sendo bem difícil passar o Natal longe de Syver. Tenho certeza de que o presente que ela quer não está em nenhuma caixa.

– Posso imaginar... Também fico muito triste por ele ter ido embora.

– Acredite, Majestade, toda a criadagem está triste por ele ter ido embora. E todos os cidadãos de Arendelle também ficarão quando souberem.

“Quando souberem”... Aquilo me despertou para o fato de que mais cedo ou mais tarde teríamos de contar a todos que Syver fugira. Tínhamos decidido que esperaríamos passar o casamento de Louise, e eu estava na esperança de que Syver voltasse antes do Ano Novo, mas pelo visto, esta hipótese estava descartada. O mais provável era que ele estivesse agora longe demais para voltar antes de pelo menos um mês, se é que ele voltaria...

– Já terminei aqui, Majestade. A senhora vai ficar no quarto ou vai descer para fazer o desjejum?

– Estou descendo, Gerda. Até depois.

Sorri para ela e desci para tomar o café da manhã. Hans e Anna já se encontravam à mesa, mas com exceção de frases como “Me passe a manteiga, por favor” ou “Será que vai nevar hoje?”, o silêncio dominava. Logo, Louise, Lynae, Nikolas, Daven, Richard e por fim Kristoff juntaram-se a nós. Uma conversa agradável iniciou-se, mas não se comparava às discussões animadas de antes. Quando as criadas já recolhiam os pratos, Kai apareceu e anunciou:

– A família real das Ilhas do Sul acaba de chegar, Altezas.

Um traço de alegria brilhou nos olhos de Anna, e ela exclamou:

– Vamos recebê-los, então!

Anna, Hans e eu nos dirigimos às portas de entrada, onde se encontravam Yran, Dagny, Joseph, Isaac, Styr e Royd, mas nem sinal de Magnor ou Patrick.

– Hans! Elsa! Anna! Quanto tempo! – disse Dagny, saudosa, correndo para abraçar cada um de nós. Como eu suspeitara quando a conheci, Dagny e Anna se tornaram muito boas amigas.

– Realmente, já faz dois anos! – concordou Anna.

– Como têm passado? – perguntou Yran, também nos abraçando.

– Bem, e vocês? – eu disse.

– Tudo ótimo – respondeu ele, sorridente.

Joseph e Isaac nos cumprimentaram em igual exultação, enquanto Royd e Styr se limitaram a apertar nossas mãos e grunhir algo que devia ser um “Tudo bem?”.

– E Patrick e Magnor, onde estão? – perguntou Hans, soando casual.

Yran deu de ombros.

– Não vieram. Patrick até parecia bem animado com a ideia, mas Magnor afirmou que não tinham tempo para isso. Disse que estavam muito ocupados trabalhando em algo à parte.

Hans disfarçou o quanto estava intrigado com um simples levantar de sobrancelhas. Também achei muito curioso o que Yran dissera, mas não tive muito tempo para pensar a respeito.

– Vamos, Elsa, temos muita conversa para pôr em dia! – disse Dagny.

– Ah, com certeza! Vem, a gente conversa enquanto dá uma volta pelo castelo – respondi, com um sorriso sincero.

Nos afastamos em direção ao outro lado do salão. Dagny observou Anna e Hans conduzirem os visitantes à sala de jantar, para o café da manhã, e deu uma risadinha.

– O que foi? Estou de fora de alguma coisa? – perguntei.

– Ah, não é nada. Só me lembrei de...

– De?

– Isaac – ela riu.

– O que tem ele?

– Não sei como ainda não percebeu, Elsa! Pra mim, está na cara que ele está apaixonado pela sua sobrinha! Acho que eles tem se correspondido por cartas, porque quando ele chegou à Arendelle, só falava de Lynae.

Encarei Dagny por alguns segundos, incrédula.

– Tem certeza?

– Ah, certeza eu não tenho. Mas está bem visível, se você prestar atenção, verá.

– Isaac... Minha nossa, eu não esperava. Ele é o quê, seis anos mais velho que ela?

Dagny deu de ombros.

– Se for amor, de que importa a diferença de idade?

– É, acho que você tem razão...

_______________

Muitas horas mais tarde, estávamos todos jantando e conversando alegremente. Até Richard tinha sido incluído, e não paravam de interrogá-lo.

– Então, Príncipe Richard, de onde você disse que é, mesmo? – indagou Yran.

– Smogdain, Majestade – respondeu Richard, polidamente.

– Interessante. É muito longe daqui?

– É, é bem longe. Fica na Dinamarca. Na verdade, é mais perto das Ilhas do Sul.

– Sério? E os seus pais, meu jovem? Quem são?

– Rei Frederik e Rainha Magda – ele respondeu após uma pausa. – Minha mãe já faleceu, faz uns... Três anos. Problemas cardíacos.

– Meus pêsames.

– Tudo bem – disse Richard, sem se importar. – Agora, se me permite, Majestade, gostaria de fazer umas perguntas também.

– Diga.

– Como é lá nas Ilhas do Sul?

Yran pensou por um tempo e então começou:

– É ótimo. O clima é agradável, as pessoas são gentis e esforçadas, e eu tenho orgulho de dizer que estamos fazendo de tudo para erradicar a pobreza, e está dando resultados.

– Parece muito bom, Majestade. E... Quantos irmãos o senhor tem?

– Onze irmãos mais velhos e um mais novo. Pouco, não? – ele riu.

Onze irmãos mais velhos? Então o senhor é o 12º filho? – perguntou Richard, surpreso.

– Sim – confirmou Yran. – Sei o que está pensando, como me tornei rei se tenho onze irmãos mais velhos? Bem, é uma história interessante... Em resumo, nosso irmão mais velho era um lunático que queria matar Hans e Elsa. Mas Hans conseguiu vencer sobre ele, e sendo assim, era o rei. Mas Hans, generosamente, abdicou em meu favor. É... Foi isso que aconteceu.

– E não se esqueça de acrescentar que foi o nosso irmão mais velho quem matou a nossa mãe... – disse Hans, sombrio.

– Exato. E é por isso que ele está hoje numa clínica psiquiátrica, onde passará até o fim dos seus dias.

Fez-se silêncio por alguns segundos. Dagny – que estava sentada do meu lado – estendeu sua mão para pegar a de Yran, e apertou-a. Hans tinha o olhar perdido, parecendo pensativo.

– Que história mais... Interessante, Majestade. E trágica, também, é verdade – disse Richard.

– Algumas pessoas fazem más escolhas, príncipe Richard. Às vezes não há como saber qual é a certa e qual é a errada, mas pode ter certeza: Aquelas que são tomadas em nome da vingança nunca serão boas – afirmou Yran.

– Está certo, Majestade. Os ilhéus têm sorte de ter um governante tão sábio.

Com isso, encerram-se as conversas. Poucos minutos depois, Hans pigarreou e chamou a atenção de todos, dizendo:

– Desculpem-me por interromper o jantar, mas eu gostaria de fazer um brinde em razão do casamento de Louise e Richard. – Ele sorriu e ergueu sua taça. – Felicidades. Que vocês sejam tão felizes quanto Elsa e eu somos.

– E que o amor de vocês prospere! – acrescentei, sorrindo e erguendo minha taça também.

– Vivam os noivos! – aclamou Yran.

Louise e Richard sorriam, e ele pegou a mão dela e a beijou. Hans só podia estar paranoico, pensei, Richard parece realmente gostar de Louise. Brindamos com as taças e continuamos o jantar até mais tarde, conversando descontraidamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tô gostando 10% mais do Yran depois deste capítulo. E a Dagny... Bem, é a Dagny. Já adorava ela. Mas e quanto a Isaac e Lynae? Futuro casal? Eu acho fofo. Não sei por quê, mas eles parecem combinar. Bem, até a próxima (prometo não demorar tanto desta vez), bjs e comentem!