L.A it down escrita por Julya Com Z


Capítulo 4
Capítulo 4 - A música certa


Notas iniciais do capítulo

EU SEI QUE EU DEMOREI, ME DESCULPEM!

Depois que eu lembrei que tenho conta no Nyah resolvi postar, então aqui está!

Espero que gostem :3



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Naquele mesmo dia, A. Bass me ligou e me passou seu endereço. Fui dormir com um sorriso tão grande que minhas bochechas começaram a doer.

Minha vida estava indo às mil e uma maravilhas: um trabalho incrível como modelo do Marc Jacobs em Los Angeles, uma casa com um quarto enorme e só meu em Bel Air, várias festas para ir, e uma delas na casa do meu maior ídolo.

Para ser sincera, eu nem me importava com o fato de perder minha formatura, muito menos com a Camryn roubar minha coroa e meu melhor amigo. Falando nele, eu fui acordada às oito da manhã do sábado com Brandon me ligando.

— Como vai a minha miss Marc Jacobs preferida? – ele estava muito feliz, pelo jeito.

— Estou ótima, porém com sono, Brandon. – ele pediu desculpas – Tudo bem, tenho que te contar uma coisa: eu vou numa festa na casa do A. Bass!

— Como assim?! A. Bass?! Aquele que você idolatra e tem um pôster no teto do seu quarto?!

Ele poderia me poupar dessa lembrança.

— Eu o conheci no avião vindo pra cá, e o encontrei em uma lanchonete em Hollywood. Ele lembrou de mim e me chamou para a festa, me deu até o telefone dele!

Brandon limpou a garganta, como fazia todas as vezes que ia me dar uma bronca ou um aviso.

— Jay... Esse cara tem a garota que quiser. Você sabe que ele não se importa nem um pouco se você está ou não afim dele, não sabe? Ele não quer nem saber da lista de convidados das festas dele, se é que ele tem uma. Eu sei que é maravilhoso você ter recebido esse convite totalmente inesperado, e até quero que você vá a essa festa. Só não quero que você fique achando que ele vai te dar alguma atenção especial, só porque ele te convidou, porque ele não vai.

Eu suspirei e me sentei na cama. Eu devia te previsto essa broca e ficado quieta e apenas lhe enviado as fotos depois.

— Eu sei, Brandon. E eu não vou bancar a fã estúpida, eu sei me comportar.

— Sei disso, Jay. – pude perceber que ele sorriu – Quero todos os detalhes dessa festa depois.

— Com certeza. – Max entrou no meu quarto – Eu vou desligar, ok? Mande um beijo à minha mãe e ao meu pai.

Max reclamou do barulho do meu celular, porque o toque – Pocketful of Sunshine – era completamente irritante. Mas eu era totalmente viciada naquela música, apesar de ela ser uma das coisas mais chatas que já inventaram.

— Você vai à festa do Bass? – ele sentou na minha cama, com um olhar preocupado.

— Claro que eu vou! Vai ser a realização de um dos meus maiores sonhos, Max. Eu sou totalmente fã daquele cara.

Max limpou a garganta.

— Juliet, aquele cara não se importa. – ótimo. Mais um para me importunar. – Ele só te convidou porque queria irritar o David.

— E parte do motivo de eu ter aceitado foi esse.

Ele estava tentando dizer alguma coisa, mas pelo que pude perceber, o desconforto quase o impedia. Completamente sem graça, ele pousou sua mão sobre minha coxa que estava coberta pelo maravilhoso edredom de cor clara e olhou dentro dos meus olhos, como se estivesse preparando um discurso de irmão mais velho.

— Olha, o A. Bass joga muito sujo. Existe a possibilidade de ele dar em cima de você ou algo assim só para afetar o David. Eu não quero que ele te decepcione e, se você for à essa festa, isso pode acontecer e destruir a imagem que você criou dele.

— Se isso acontecer, eu saberei lidar, Max. Todos nos decepcionamos em algum momento, certo? Mas obrigada pelo aviso. Aliás, por que os dois se odeiam tanto?

Max coçou a parte de trás da cabeça.

— É uma longa história. Mas digamos que envolve cerveja, cocaína e garotas. Várias garotas.

Naquele momento, várias possíveis histórias rodearam minha cabeça.

— Pode ser mais específico? – ergui os ombros e dei um sorrisinho, numa cara de criança carente, que normalmente funcionava.

— Pergunte isso a seu novo amigo hoje à noite. A propósito, você vai comprar alguma roupa ou vai usar aquela camiseta que você fez?

Mostrei-lhe a língua.

— Vou ver se encontro alguma coisa por aí. Quer ir comigo?

— Por que você não vai com a Jenna?

— Vou ligar para ela. Obrigada pelo fora discreto.

Ele piscou pra mim e saiu do quarto.

Liguei para Jenna e pedi que ela fosse comigo à algum lugar onde eu pudesse fazer compras ao estilo Los Angeles. Ela me levou à Beverly Hills. Quase fui à loucura ao perceber que eu estava fazendo compras no lugar que deu nome ao filme que eu mais havia assistido aos doze anos.

A Jenna é uma das modelos da Applause. Tomei a liberdade de rotulá-la minha melhor amiga em Los Angeles, porque ela foi legal comigo desde o momento em que eu cheguei na agência e ela estava sempre me ajudando e aconselhando sobre o mundo da moda.

— Você vai à festa do A. Bass? – perguntei, enquanto entrávamos na Barney's.

— Recebi um convite pelo Facebook, mas tenho coisa melhor para fazer.

Ergui uma sobrancelha.

— Tipo...?

Ela sorriu.

— Meu namorado volta de Massachusetts em três horas. Teremos muito o que fazer, se é que me entende.

— Oh, claro. Perfeitamente.

...

Eu estava cada vez mais estupefata, encantada... apaixonada. A casa do A. Bass era simplesmente linda; mesmo com poucos móveis. A sala principal estava lotada de pessoas, algumas que eu conhecia das fotos e vídeos do A. Bass.

— Juliet, você veio! – A. Bass saiu de perto de um grupo de garotos que eu não reconheci e me abraçou. Ganhei um abraço por simplesmente aparecer? Eu amo a minha vida – E você está linda!

— Obrigada, Bass. – meu sorriso nunca foi tão grande.

— Por favor, pare de me chamar assim, eu me sinto um cara importante. – tenho que admitir que sua falsa modéstia soou um tanto irritante. – Me chama de Ash.

— Você tem uma casa linda... Ash.

Ele sorriu.

— É legal, né? – ele olhou em volta. – Prefiro a de Nova York, é menor e mais simples, mas aqui é onde eu dou as melhores festas. – ele pegou na minha cintura – As bebidas e as comidas ficam ali – ele apontou para um bar – E você fica comigo e meus amigos. – ele me puxou até uma outra sala da casa, onde havia vários grupos de pessoas, e fui levada ao grupo de amigos dele, alguns eu conhecia das fotos que ele postava. – Pessoal, essa é a Juliet, minha fã número um.

Rush, o melhor amigo dele, ergueu uma sobrancelha.

— Outra vencedora de um concurso de rádio?

— Não, eu a conheci no avião. Ela fez uma camiseta que ficou incrível. – ele sorriu pra mim – Depois vamos falar de negócios.

Então de repente as coisas começaram a fazer sentido na minha cabeça. Ele me chamou até sua festa para irritar David e para me contratar como desenhista de camisetas.

— Escuta, Ash... se você só quiser que eu faça camisetas pra você eu vou embora. Eu pensei que você havia me convidado por gostar de mim.

— Não, Juliet! – ele segurou meu pulso quando fui tentar passar por ele. – Vem cá um instante. – ele me levou até a cozinha, onde estava totalmente vazio. – Eu não te chamei aqui por negócios. Para ser sincero, eu te chamei aqui porque eu sabia que isso ia enfurecer totalmente o David, porque você já deve ter percebido, eu odeio aquele cara!

Dei de ombros.

— Eu o odeio também.

Ele sorriu, com um canto da boca levemente erguido.

— Já temos algo em comum.

— Ei, venham! É hora do karaokê! – Rush apareceu na cozinha eufórico, puxando nós dois e levando-nos até os fundos da casa, onde tinha um telão enorme e caixas de som tão grandes, que tenho certeza de que dariam conta do Ano Novo na Times Square.

Ash dava risada das pessoas que recusavam cantar enquanto Rush praticamente enfiava um microfone na cara delas. Até que ele enfiou na minha.

— Não, eu não canto!

— Qual é, é uma música fácil!

— Não!

Ash pegou o microfone e o colocou na minha mão.

— Por favor.

Com certeza aquela carinha de cachorro perdido já fez muitas coisas por ele. Segurei o microfone e andei alguns passos, até estar de frente para o telão. Rush colocou a música e me deu vontade de pular. Hit me with your best shot é uma das músicas prediletas da minha mãe, nós a cantávamos enquanto lavávamos a louça no Canadá.

E lá estava eu: soltando minha voz, cantando uma música mais velha que eu e olhando para meu ídolo, que sorria para mim e me disse "você canta bem!" em algum momento.

Quando acabei a música, todos me aplaudiram e o telão me deu uma pontuação razoável, o que já estava ótimo, considerando que eu não sabia cantar, mas tinha um pouco de ritmo. Claro, eu desafinei nas notas mais altas e perdi o fôlego no verso final, pois eu não tenho o menor preparo, mas até que a minha voz é bonitinha. Na verdade, acho que o termo suportável é mais apropriado. Quero dizer, se eu tentasse participar do The X Faxtor, acho que pelo menos um "sim" eu conseguiria.

Ash veio até mim.

— Você canta bem, Juliet!

— Com alguns anos de aulas de canto, talvez um dia possamos cantar juntos.

— Que tal começar a treinar?

Ele pegou outro microfone com Rush, que já estava gritando que Ash cantaria uma de suas músicas.

— Não, Ash! – tentei escapar, mas ele já estava com o microfone na mão, anunciado que eu cantaria com ele e... não dá pra fugir de Asher Bass.

— Eu tenho a música certa para você.

E então ele começou a cantar sua música Perfeito para você. Falava sobre um cara que não tinha muito a oferecer além de seu amor. Eu me lembro de uma entrevista em que ele disse que essa foi a primeira música de amor que ele escreveu, mas que não estava apaixonado por ninguém. Na época, ele disse que escreveu a música baseado em um amigo que estava perdidamente apaixonado por uma garota, cujos pais a impediam de vê-lo, pois ela tinha muito dinheiro e ele não. Eu sempre quis saber se era história era verdade, então perguntaria assim que tivesse a mais remota oportunidade.

Nós cantamos toda a música e ele me olhava de um jeito sexy, que me causava arrepios. Eu só queria beijá-lo, mas eu já estaria abusando da sorte.

As pessoas começaram a ficar cada vez mais bêbadas, então tomaram conta do microfone, deixando Ash livre para curtir sua festa, mas ele passou o tempo todo comigo. Ele me mostrou toda a casa e, quando chegamos no quarto dele eu tive que pular naquela cama. Era a cama mais macia do mundo! Ele fez várias perguntas sobre a minha vida e me respondeu algumas coisas sobre a dele. Como por exemplo, ele realmente escreveu aquela música para um amigo. Os dois já não se falavam mais, mas Ash escreveu a música para que o garoto fizesse uma serenata para sua amada. Ele quase foi atingido por um vaso de planta. 

Após muitos assuntos, Ash resolveu abrir uma garrafa de tequila. Eu, que não era muito de beber, recusei.

— Ah, por favor, Juliet. Não faça essa desfeita comigo!

— Tudo bem, tudo bem. Mas só uma dose.

A última coisa da qual me lembro é de ter virado a terceira dose de tequila.


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