L.A it down escrita por Julya Com Z


Capítulo 1
Capítulo 1 - No estilo L.A


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaa!

Bem vindos à L.A it Down. Uma dica: leiam ouvindo algumas músicas do T. Mills, são minha fonte de inspiração pra essa história. Espero que gostem e que se divirtam lendo!



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Há três anos eu era apenas uma garota magricela do ensino médio. Eu estava no último ano na New Brunswick High, uma escola pública no Canadá.

Apesar de odiar futebol, eu era da equipe das líderes de torcida do colégio, e gostava de torcer pelos Zebras, considerando que todos os jogadores eram gatos.

Apesar dos estereótipos, eu nunca namorei nenhum dos jogadores, mas meu melhor amigo era quarterback do time. Brandon Smith era muito alto, loiro de olhos castanho claro e era musculoso, mas não era daqueles monstros cheios de músculos, que mais parecem o Incrível Hulk. Ele era o símbolo de gostosura do colégio.

Além da equipe de torcida, eu fazia aulas de fotografia, por isso eu sempre estava com minha câmera nas mãos, fotografando qualquer coisa que eu via pela frente.

Como trabalho extra, meu professor me mandou fotografar os bastidores de um desfile da Armani em Vancouver. Ele me deu passes VIPs para o camarim e deixou um assessor do próprio Giorgio Armani à minha disposição, para que eu pudesse andar pelos bastidores e conversar com os modelos.

Minha vida mudou depois de um encontrão.

— Desculpe, eu não vi você, querida. – ele disse, pegando minha câmera que havia caído.

— Não tem problema. Tá tudo bem.

Eu conhecia aquele cara de algum lugar. Por um instante imaginei que era Giorgio Armani, mas então me lembrei que ele tem uns oitenta anos. Aquele cara não devia ter mais de cinquenta.

— Qual seu nome? – ele me perguntou com os olhos arregalados, parecia surpreso.

— Juliet. – eu disse, encarando-o. Eu queria saber por que ele estava me olhando daquele jeito. – Juliet Oliver.

Ele sorriu e colocou a mão em meu queixo, examinando meu rosto.

— Você. Você é tudo o que eu estava procurando para a minha coleção de verão.

— Como é?

Ele estendeu a mão para que eu a apertasse, ainda sorrindo.

— Sou Marc Jacobs. – parei de respirar por uns segundos. – Seria um prazer enorme ver seu rosto nas capas das revistas da Califórnia e ver esse lindo corpinho vestindo minhas roupas nas passarelas. Você é modelo?

Neguei com a cabeça, incrédula demais para fazer qualquer outro movimento.

— Sou apenas fotógrafa. – minha voz falhou. – Estou fazendo um... trabalho escolar.

— Eu também estou trabalhando. E agora você é essencial para que eu obtenha sucesso na minha tarefa. – os olhos dele brilharam. Ele ainda não havia soltado minha mão. – Você é um achado, garota. Não pode ficar atrás das câmeras, tem que ser o alvo delas! Você vai comigo pra Los Angeles e vai começar a melhor carreira da sua vida. Em três dias. O que acha?

Eu não conseguia pensar em nada além de Marc Jacobs está me contratando?  Eu não sei nem andar em linha reta, como vou desfilar para o Marc Jacobs?!

— Eu... eu preciso pensar...

— Você tem dezminutos. Esteja aqui quando eu voltar, ou eu descubro onde você mora e te caço até que você aceite minha oferta.

Ele me deu as costas e se dirigiu ao stand de maquiagem.

Precisei de metade do tempo que ele me deu para respirar e acreditar que aquilo havia mesmo acontecido. O próprio Marc Jacobs me chamou para ir com ele à Califórnia.

Liguei para minha mãe e contei tudo. Ela pensou que fosse um trote, mas quando percebeu que era sério, começou a surtar pelo telefone. Quando desliguei, eu já havia me decidido. Já tinha plena certeza do que queria.

Fui até onde ele estava – perto de um espelho, ajeitando o cabelo de uma modelo negra de olhos grandes, que agia como se ele fosse apenas mais uma pessoa naquele lugar. Ela aparentava nem conhecê-lo, mas imaginei que ela já estivesse acostumada à tê-lo mexendo em seus cabelos curtos, ajeitando seus cachos sem parar. Encostei a ponta do dedo em seu ombro e ele se virou, sorrindo ao me ver.

— Senhor Jacobs. – ele dispensou a garota, que foi em direção à entrada da passarela. – Eu aceito sua oferta. Vou com senhor à Califórnia.

Eu abandonei minha família, meus amigos e a escola, faltando menos de dois meses para terminar o ensino médio. Marc me garantiu que eu teria aulas particulares, para poder me formar devidamente e não ter que correr atrás do prejuízo no futuro.

Dentro do avião, sentada ao lado de Andrew Dickinson, um dos assistentes ou assessores ou algo assim do Marc, eu percebi que tudo mudaria dali em diante. Eu estaria sozinha em um lugar desconhecido, quente e completamente diferente do que eu estava acostumada.

Então, pouco antes de entrar em colapso, eu o vi. Eu estava no mesmo avião que o cara que eu mais amava no mundo. Eu estava a menos de cinco metros de distância do cara que me fazia ir à loucura com suas músicas. Tinha fotos dele espalhadas por todo o meu quarto. Será que se eu for até ele e disser que sou fã dele ele tira umas noventa fotos comigo?

Asher Davis Bass. Mais conhecido como A Bass. 21 anos. Rapper. Gato. Dono de uma voz deliciosa e uma criatividade absurda quando se trata de escrever músicas, não importa sobre o que ela seja.

— Andrew. – chamei-o baixinho. Ele me olhou, sem muito interesse, pois estava totalmente focado em sua lista de tarefas. – Andrew, aquele é o A Bass.

— E...?

— Eu sou fã dele.

Ele me olhou com a pior cara de mau humor que eu já vi na vida.

— Sem essa, Juliet. Gente famosa odeia fãs histéricos. – voltou a olhar para seu tablet.

— E se eu for só falar com ele? Ele está sozinho.

— Isso significa que ele não quer ser incomodado. Se você levantar essa bunda daí para ir falar com ele, eu juro que te despacho de volta pra Vancouver e arrumo um clone seu, nem que eu tenha que pedir à Interpol!

Ele não estava realmente bravo. Nas últimas três horas desde que conheci Andrew, percebi que ele é naturalmente mal humorado.

— Vou ao banheiro.

Ele revirou os olhos quando me levantei e caminhei lentamente até o banheiro. Tive que passar pela poltrona de A Bass. Ele estava mexendo no celular, então não me viu passar.

Entrei no banheiro e passei as mãos no cabelo, numa tentativa de melhorá-lo. Lavei o rosto e sorri para o espelho. Eu estava no mesmo avião que ele. Eu não podia perder uma oportunidade dessas!

Ao sair do banheiro olhei diretamente para ele. Ele estava olhando para mim, assim como todo mundo, porque eu bati a porta com certa força, justamente para chamar sua atenção. Sem me importar com mais ninguém além dele, dei um sorriso e ele sorriu de volta. Passei ao lado de sua poltrona e senti sua mão em meu pulso. Olhei para elas, reconhecendo todas as tatuagens que havia visto em sua fotos e vídeos. Sem conseguir conter o sorriso, olhei em seus olhos e vi que ele sorria.

— Bela camiseta.

Ele ergueu as sobrancelhas, como se apontasse para minha barriga.

Olhei para baixo e vi que eu estava usando a camiseta que eu mesma havia customizado, com o nome e o símbolo dele. Devo admitir, fiz um bom trabalho nela. Mas talvez eu tenha escolhido o momento totalmente errado para usá-la. 

— Ah. – senti minhas bochechas ficarem vermelhas. – Eu não queria incomodar.

— Imagine, por que eu me incomodaria com pessoas gostando de mim? Sente-se, por favor.

Ok, era o momento totalmente certo.

Me sentindo no paraíso, sentei na poltrona a seu lado. Tirei meu celular do bolso, desejando estar com minha câmera, mas ela estava em minha bagagem de mão, junto de Andrew e eu não acho que ele me deixaria voltar até a poltrona de A Bass para tirar uma foto. Ele sequer percebera que eu havia saído do banheiro.

— Deixa que eu tiro. – ele pegou meu celular e tirou uma foto nossa. – Aqui. Veja se ficou boa. – toquei no ícone da foto e vi que ficou maravilhosa. Mostrei para ele e ele sorriu. – Gostei dessa sua camiseta. Não lembro de tê-la visto à venda nos meus shows.

— Fui... eu quem fiz.

Ele arregalou os olhos, surpreso. 

— Você é boa. Gostei. - Sorri para ele em agradecimento e o celular dele vibrou. – Desculpe, eu preciso atender.

— Tudo bem. Vou voltar à minha poltrona. Muito obrigada pela foto.

Ele sorriu e eu voltei à minha poltrona, com o maior sorriso do mundo. Sentei ao lado de Andrew, que balançou a cabeça em negativa, sem tirar os olhos de seu tablet. Droga, ele viu tudo.

— É bom você saber que eu não tolero modelinhos desobedientes. Você deu sorte por estar com essa camiseta, caso contrário ele nem te notaria. Agora fique quieta, não mova essa bunda para nada. Não me desobedeça outra vez, eu não sou uma pessoa muito legal quando me contrariam.

— Ok, Andrew. Me desculpe.

Ele assentiu e, olhando para a tela do tablet, leu o que me pareceu uma lista.

— Quando desembarcarmos no LAX vou te levar até sua nova casa. Você vai morar com mais dois modelos. É bom que não haja nenhum tipo de relação entre vocês, pelo menos nos primeiros meses, ok?

— Eu vou morar com dois homens?

— Sim. Maximilian e David Chabernaud. São primos, estão em Los Angeles há pouco tempo, cerca de um ano. Também vieram do Canadá. Espero que se deem bem, pois você vai morar com eles. A não ser que você queira alugar um apartamento.

 — Ainda não tenho condições para isso. 

Ok. – ele pesquisou algo no tablet e arqueou as sobrancelhas – Pelo que vejo aqui, por enquanto você só vai conhecer o Maximilian, pois David está em Tóquio e volta em poucos dias. É basicamente isso, você vai aprender as outras regras com o passar do tempo.

Com essas palavras, ele se virou de costas pra mim, desligou o tablet e, com o encosto da poltrona reclinado, adormeceu. Olhei para a janela ao meu lado e vi o Estado da Califórnia tomando forma. Duas poltronas à minha frente, eu podia ver A Bass, do outro lado do corredor, dormindo profundamente.

Minha vida começa aqui. Dessa vez, eu vou viver de verdade.


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Notas finais do capítulo

*fanfic editada*