As Aventuras de Merlin - Final alternativo escrita por Fatima Vargas


Capítulo 1
Capítulo 1




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Cap. 1

Após matar Morgana, Merlin e Arthur seguiram a pé, em direção do lago.

-Vamos, temos que chegar ao lago.

-Merlin, não sem os cavalos. Não podemos, é tarde demais. Tarde demais. Toda essa magia, Merlin, e não pode me salvar.

-Ainda posso sim. Confie em mim e não entre em pânico.

-Não estou entendendo.

-Já vai entender. - falou Merlin deitando Arthur no chão, delicadamente.

-“O drakon, e male so ftengometta tesd'hup'anenkes”.

Em poucos segundos Kilgharra estava lá. Arthur olhava tudo boquiaberto, lutando para respirar.

- Você sabe que não te chamaria se não fosse necessário, velho amigo. Tenho que levar Arthur até Avalon e receio que o tempo dele está acabando.

- Então não temos tempo a perder. Do jeito que ele está, cada segundo é precioso.

- Arthur, esse será nosso meio de transporte, não se preocupe, é bastante seguro. - falou Merlin. O rei balançou a cabeça negativamente, mas o jovem mago foi insistente. - É a única maneira que temos de salvar sua vida.

Com dificuldades, Merlin colocou Arthur no dorso do dragão, tomando posição logo atrás dele, e Kilgharra alçou vôo em direção a ilha. No caminho, Merlin sentiu Arthur perder a consciência. Chagando lá, Kilgharra deixou-os na praia, advertindo Merlin que talvez já fosse muito tarde para salvar Arthur.

- Tenho que tentar. Não posso deixá-lo morrer. Ele é meu amigo. Obrigado por tudo.

- Não tem que agradecer. É um prazer estar com você, na maioria das vezes. - ironizou. - Vá logo, tenho certeza que nos encontraremos novamente.

Merlin pegou Arthur e começou a praticamente arrasta-lo. A respiração do rei estava cada vez mais fraca e isso fez com que Merlin juntasse todas as suas forças, tentando andar mais rápido. Passados alguns minutos apareceu um homem, com longas vestes e cabelos compridos. Ele perguntou:

- O que faz aqui rapaz?

- Meu amigo está gravemente ferido e me disseram que só aqui conseguiria ajuda para esse tipo de ferimento. Ele foi feito por uma espada forjada nas chamas de um dragão. Um pequeno fragmento está se dirigindo ao coração. Eu não tenho como cura-lo.

- Depressa, deixe-me ajuda-lo. Temos de levar seu amigo aos Altos Sacerdotes, urgente. - falou o homem passando um braço de Arthur sobre os ombros. - Meu nome é Eoin.

- Eu sou Merlin. Esse lugar fica longe daqui?

- Não, apenas alguns minutos.

Menos de cinco minutos depois, eles entravam em um prédio simples, branco, onde levaram Artur para um quarto e o colocaram num tipo de maca. Só então Merlin percebeu que não estavam sozinhos. Vários homens e mulheres vestidos como Eoin, estavam lá. Um deles aproximou-se e fez uma rápida avaliação em Arthur.

- Você fez muito bem em trazê-lo aqui, Emrys – falou o homem olhando para Merlin - mas não sabemos se vamos conseguir salva-lo. Já passou muito tempo, e o fragmento está chegando ao coração. Peço que vá com Eoin e aguarde. Ele lhe mostrará um quarto onde poderá ficar.

- Mas eu não quero deixá-lo, preciso ficar com ele. -

-Emrys, por favor, não nos atrase. Somente os iniciados podem permanecer aqui. Vá, assim que terminarmos daremos notícias.

Não querendo tirar qualquer chance de recuperação de Arthur, Merlin se retirou, acompanhando Eoin até um prédio próximo daquele, onde lhe deram um quarto para ficar.

- Emrys, se você quiser se lavar, tem tudo o que precisa naquele cômodo, - falou apontando para uma pequena porta do outro lado do quarto. - Quando terminar, vou levá-lo para comer alguma coisa. Pode levar muito tempo até termos alguma notícia.

- Obrigado, mas não sei se quero comer alguma coisa. Estou muito preocupado com Arthur.

- Entendo sua preocupação, mas não se cuidar não adiantará de nada. Se ele sobreviver, vai precisar de você. Você tem que estar forte.

- Ele vai sobreviver, tem que sobreviver. - falou Merlin com lágrima nos olhos. - O Reino de Albion está apenas começando, é muito vulnerável ainda. Sei que Gwen é capaz, e que dará uma excelente rainha, mas nesse momento o equilíbrio é muito frágil. Temo por ela e por Camelot.

- Entendo tudo isso Emrys. Mas temos que estar preparados para tudo.

- Eu sei – disse Merlin deixando as lágrimas caírem livremente – mas é difícil. Por mais irritante e arrogante que possa ser, quase sempre, – falou com um sorriso. - ele é meu amigo.

- Mais um motivo para você se forlalecer. Vamos, depois de se lavar e se alimentar, você vai se sentir melhor.

- Está certo, mas perdi as mochilas quando Morgana espantou os cavalos. Não tenho o que vestir e essas roupas estão imundas.

- Não se preocupe, enquanto se banha trarei roupas limpas para você.

- Obrigado Eoin.

Merlin aproveitou o banho para relaxar e analisar os últimos acontecimentos. Desde que fora atacado pelo Gean Canach, e perdido sua magia, tanta coisa havia acontecido. Sua ida até a Caverna dos Cristais, a conversa com seu pai, a descoberta de sua real capacidade como feiticeiro. Nunca ele poderia imaginar tanto poder, e mesmo assim, com tudo isso, não pode salvar Arthur. Ele sabia que o destino de seu amigo estava traçado, sabia que seria Mordred quem o mataria, e mesmo assim tinha sido incapaz de detê-lo. Todas as escolhas que fez, deram errado. Merlin chorava livremente agora. Nunca podia imaginar que alguém pudesse ter um destino tão firmemente determinado, quanto Arthur. Até mesmo quando tinha feito tudo certo para se livrar de Mordred, tinha fracassado. Quanto a Morgana, o erro havia sido dele. Poderia tê-la deixado morrer quando caiu da escada, devia ter ouvido os conselhos de Kilgharra, mas não, deixou seus sentimentos falarem mais alto e o resultado foi desastroso. Agora só podia pedir a Deusa que permitisse que Arthur vivesse, que tivesse a chance de fortalecer Albion, de ver florescer o mundo de paz e harmonia que haviam lutado para construir.

Merlin chorou até dormir, com a cabeça recostada na tina do banho. Acordou assustado, quando Eoin bateu na porta e entrou chamando-o para comer.

-Por quanto tempo estive aqui? - perguntou, aceitando a toalha que o sacerdote lhe entregava.

- O tempo necessário para que pudesse descansar e estar preparado para enfrentar o que o futuro trará.

- Mas como não senti frio? Estou descansado como há muito tempo não me sinto e a água sequer esfriou.

- Bem, isso meu amigo, é simples de explicar. Quando cheguei aqui mais cedo, vi que você tinha adormecido dentro da tina e, pelo jeito, depois de muita reflexão. Achei que precisaria de um tempo para se recuperar, e preparei o cômodo para ficar o mais relaxante possível. - Disse Eoin, entregando uma túnica parecida com a que vestia para Merlin. - Vista isso.

- Não tenho como agradecer. Realmente precisava disso. Alguma notícia sobre Arthur?

- Ainda não, mas não tem meio dia ainda que chegaram. Isso pode demorar vários dias. Mas venha, vamos comer alguma coisa.

- Estou me sentindo estranho com essas roupas. - falou Merlin sorrindo. Pareço Gaius. Nunca usei nada parecido.

- Não temos nada diferente por aqui. Assim que for permitido, você poderá procurar por suas roupas na outra margem do lago.

- Tudo bem. Me desculpe se pareci ingrato, só não estou acostumado.

- Sem problemas, vamos.

Durante o jantar, Eoin e Merlin conversaram sobre Avalon (tudo que o sacertode podia revelar), sobre Camelot, sobre o futuro que Merlin esperava que viesse a acontecer com a recuperação de Arthur, sobre o tipo de rei que o amigo se tornara. Depois de se alimentarem, foram dar um passeio pela praia.

Estavam sentados na beira do lago, quando outro sacerdote se aproximou deles, pedindo para que o acompanhassem. Merlin o seguiu, junto com Eoin, em silêncio. Quando chegaram ao prédio onde Arthur estava, o jovem sacerdote pediu que eles aguardassem na sala da frente. Alguns minutos depois (que para Merlin pareceram horas), o Alto Sacerdote entou na sala. Eoin e Merlin se curvaram e Merlin perguntou:

- O que aconteceu? Houve alguma melhora? Ele piorou?

- Calma Emrys. Respire se não vai sufocar nas palavras. - falou o sacerdote. - Arthur está lutando e estamos fazendo todo o possível. Temos esperança, mas só teremos alguma resposta em dois ou três dias.

- Tudo isso?

- Sim meu amigo. Mas enquanto isso, temos outro problema a resolver.

- Que tipo de problema?

- Há outro ser sofrendo, que precisa de sua ajuda.

- Quem?

- O pequeno dragão, Aithusa. Ele sofreu muito para alguém tão jovem, está se sentindo sozinho, traído. Precisa de muita ajuda, carinho e paciência. Você precisa achá-lo e traze-lo para cá. Talvez possamos minimizar os problemas causados pelos anos de cativeiro. Peça ajuda ao Grande Dragão. Vocês dois devem ajudar Aithusa.

- Mas vou ter que deixar a ilha...

- Aqui não tem nada para você fazer, por enquanto, Emrys. Aithusa merece ser salvo, tanto quanto Arthur, e ele ainda poderá ajudar muito vocês.

- Está certo. Mas como terei notícias?

- Manteremos contato, fique tranquilo. Mas agora, vá se preparar para a sua missão. Eoin certifique-se que ele terá tudo que precisa. Tenho que voltar para o lado de Arthur.

- Prepararei pessoalmente, Mestre. - disse Eoin curvando-se.

Merlin curvou-se também e o Alto Sacerdote deixou a sala. O resto da noite foi passado nos preparativos para a viagem de Merlin e num sono tranquilo, que ele tinha certeza de ter sido causado por algum encantamento feito no quarto, por Eoin.

Quando raiou o dia, ele e o novo amigo tomaram o café da manhã juntos e foram para a praia. Lá chegando, Merlin chamou por Kilgharra.

- Bom dia velho amigo – falou Merlin quando o dragão chegou. - Parece que não será dessa vez que você vai se livrar de mim.

- Bom te ver de bom humor, Merlin. E Arthur?

- Está resistindo, mas só teremos uma resposta em dois ou três dias. Enquanto isso me pediram para achar e ajudar Aithusa. O Alto Sacerdote acha que eles podem trata-lo.

- É possível, os Shide são mestres da cura. Sei onde ele está, teremos um longo caminho pela frente.

- Então é melhor irmos logo. Mas onde estão minhas maneiras. Kilgharra, este é Eoin, sacerdote Shide e um novo amigo.

- Os amigos de Merlin, quase sempre, são meus amigos. - falou Kilgharra balançando a cabeça.

- Nossa, digo o mesmo. Não sabia que ainda existiam Senhores dos Dragões - disse Eoin, olhando para o dragão.

- Sou o último, pelo menos que se tenha conhecimento. Mas temos que ir agora. Obrigado por tudo Eoin. Nos veremos em breve.

- Até breve, Emrys.


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