Garota Valente 2: Era de Ultron escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 13
This Is Sparta!


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal atrasado. Esse capitulo talvez seja mais curto. É o último do ano, espero que gostem!



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Acordei aos poucos.

Eu estava tonta e com dor de cabeça, mas quando vi o Ultron na minha frente, me fingi de desmaiada de novo. Não queria chamar sua atenção ou ser morta por ele. O final, o que ele queria comigo? Logicamente eu não tinha que estar viva agora. Bom, pelo visto, Ultron é um vilão clichê. Estava de costas pra mim mexendo em alguma coisa em uma mesa. Queria saber onde eu estava, mas era melhor esperar ele sair para isso.

– Eu não tinha certeza se acordaria. - sua voz me assustou – Eu esperava que sim, queria mostrar a você. Até porque, não tenho mais ninguém.

– Os gêmeos te abandonaram? - ironizei.

– Eram apenas crianças. Sabe, eu penso muito em meteoros. Sobre a pureza deles: bum, fim, começa outra vez. Um mundo novo para um novo homem reconstruir.

Tento me erguer. Consigo me por de pé com um pouco de dificuldade. Mas ainda me apoio nos meus joelhos.

– Eu não o chamaria exatamente de "homem". - ousei (se ele vai me matar de qualquer forma, não custa nada).

– Sabe, sou encantado por sua audácia, Merida. Mas eu deveria ser. Eu deveria ser novo. Eu deveria ser muito lindo. O mundo olharia para o céu e veria esperança. Misericórdia. Em vez disso olharão com pavor. Por sua culpa.

Ele anda em minha direção. Ergo a cabeça, mas temo e ando para trás, na esperança de fugir dele.

– O que eu fiz? - questionei.

– O que vocês fizeram. Vocês me feriram. Dou crédito a vocês por isso. Mas como certo homem disse: "O que não me mata... - algo muito maior aparece por trás dele e o destrói. Era um novo Ultron. Cobri minha boca e quase gritei de pavor – só me deixa mais forte". - o encarei assustada. Ele puxa uma grade ou sei lá, me prendendo lá dentro – Onde está a garota valente agora?

– Ainda viva. - engoli seco, mesmo o desafiando.

– Mais algum comentário irônico?

– Você vai perder. É de sua natureza.

– Ainda acredita em contos de fadas, criança? Ah, é! Me lembrei! Você é uma princesa. Conheço sua história. A garota que voltou da morte. Mas dessa vez, não haverá volta.

E me deixou sozinha. Oportunidade perfeita de procurar saber onde eu estou e como saio daqui. Bom... nada. Olhei ao redor e pareceu um lugar bem detonado. Um castelo talvez? Cresci em um castelo. Posso apostar que é um. E a alternativa mais provável é a base da Hidra que invadimos em Sokovia. Muito provável. Agora seria sair de lá.

Comecei a procurar um jeito de abrir a cela, mas não tinha chaves e as bombas do meu cinto estavam sem carga, sem contar que só me sobraram três flechar: uma sônica, uma com uma rede e outra ácida. Cravei a ácida na fechadura, mas não foi o bastante para abrir. Então, retirei meu cinto de utilidades que fica de baixo do sobretudo e analisei: todas sem carga. Então, vi meu celular: um IPhone New 3, primeiro celular com um sistema operacional que mais parecia o J.A.R.V.I.S., mas se moldava à sua personalidade através de um questionário de trinta perguntas quando você o inicia.

Me lembro de ouvir que, antigamente, era quase impossível você tirar a bateria do seu IPhone, mas isso mudou com a chegada da linha New. Apenas a parte estética do aparelho é a mesma, já o resto... Lion me mandou levar o celular. Nem ele sabia o porque. Mas o importante é que eu poderia dar um jeito de passar a carga do meu celular para um dos meus rastreadores e o ativar, mandando um sinal para o time.

Revirei tudo até conseguir alguns pedaços de fio. Abri o celular e peguei a bateria, que ainda tinha uma boa quantidade de carga. Liguei um fio na bateria e o outro lado na bomba, o que me deu um choque e ligou o rastreador por dois segundos, mas ele apagou de novo.

– Ah, qual é?! - reclamei.

Bufei frustrada, ainda ajoelhada no chão. O que eu faria? Funcionou, mais por pouco tempo. Tentei de novo, e ele ficou por cinco. Até comemorei um pouco antes de apagar de novo. Lion sempre dizia que o Deus dele era o maioral e podia me tirar das maiores furadas (com outras palavras, é claro). E Krys dizia o mesmo. Fazer o que? Eu estava acreditando! Fechei os olhos...

– Okay, Você está me ouvindo? Se És mesmo tudo o que o Lion diz que é, então me ajude, por favor. Se me tirar dessa, eu vou à igreja com ele todo domingo, está certo? Só... me ajude.

Abri os olhos e voltei. Tomei um choque mais forte, mas o rastreador acendeu e dessa vez não apagou. Preferi não comemorar, apenas agradeci ao Deus de Lion e me apoiei no canto da parede. Por que Ultron mencionou os meteoros? Uma mera comparação? Será? O que ele estava tramando. E repentinamente me lembro de que o próximo domingo está longe e, se sobrevivermos, eu vou ter compromisso. Só fui uma vez na igreja dele depois que Jen se foi e as aulas de balé acabaram.

Flashback On:

Pouco antes do casamento de Tony e Pepper, no Natal, houve um musical. Krys estava em missão no dia anterior, mas estava lá, toda detonada, mas perseverante. O musical foi lindo e fiquei até tarde depois do final matando saudade das minhas antigas colegas de dança. E quando elas foram embora, Lion avisou aos pais dele que me levaria para casa. A Torre não fica longe da Igreja, que por sua vez, não fica longe da casa de Lion. Fica no caminho entre as duas, na verdade. Era um pouco cansativo, mas dava para ir a pé.

– Não deveria ter vindo de Jeans. - ele afirmou.

– Eu não achava que estaria tão frio. - comentei – De onde eu vim, nevava, mas não tanto assim.

– As vezes, Nova York vira um caos por causa da neve.

– Minha mãe a ama. - comentei – Ela disse que a Rússia é um lugar muito frio e isso faz ela lembrar de lá. Mesmo não tendo boas lembranças, ela imagina que já teve uma família e que, talvez ela ainda esteja por lá.

– Eu conheço a família dela: você e seu pai.

– É. - concordei rindo – Essa noite foi incrível.

– Se comemorava o Natal na Escócia?

– Dessa forma, só na parte mais moderna, que fala inglês e tudo mais. - dei de ombros – Nossa cultura adora outros deuses.

– E você não mais, certo? - perguntou, me abraçando pela cintura.

– Não sei. Sim, eles existem, mas não consigo mais vê-los como deuses. É bem mais complicado.

– Jesus disse que quem não o viu, mas creu Nele, era feliz. - ele sorriu e disse – E eu me considero um cara feliz.

– Sabe... o Stark disse que a história de como surgiu o Natal é totalmente diferente e até macabra.

– Não me importo em como ele surgiu. - respondeu sério - Me importo com o que ele representa pra mim.

– Acho que você tem razão. E tem mais: eu gosto do Natal. É o meu primeiro, mas o fato de estar com você tornou tudo muito mágico. Eu não ligo para seu significado. Simplesmente vou me lembrar para sempre de nós dois quando olhar no calendário que hoje é vinte e cinco de dezembro.

– Os Vingadores não fizeram nada?

– Thor voltou para Asgard, Tony está com a Pepper em algum lugar longe daqui, meus pais estão juntos e aproveitamos a manhã, já que eu sairia com você essa noite, Steve veio com a gente passar a noite de Natal com a filha, Bruce foi em uma festa de ex-colegas de faculdade... esqueci alguém?

– Não, não. - negou, rindo.

Virou de frente para mim e abriu a boca para falar.

– Não diga que ama... - fui cortada.

– Amo você. - okay, eu não esperava essa - Não posso dizer que amei cada detalhe dessa roupa que você está usando, mesmo tendo amado, mas isso é completamente irrelevante. Eu amo você.

Avancei contra seus lábios sem pensar antes. A neve começa a cair, mas eu não dou a menor importância para isso, exceto o fato de deixar o momento mais romântico. Nossos lábios estavam frios, mas de forma inexplicável, aqueciam um ao outro. Sem pausas para respirar. Sem medo de alguém nos ver ali. Só dois jovens de sentimentos tão recíprocos que ninguém poderia questionar. Acho que demoramos um bom tempo para parar.

– Eu amo você. De verdade. E... - mordi o lábio para não rir – Amei o seu penteado.

Ele riu. Acho que por causa do fato de que falei o que ele sempre costumava me dizer... e sempre dizia.

Flashback Off:

– Hey, Meri! - chamou a voz de Bruce, me acordando.

– Bru... Bruce? Então funcionou? - perguntei aliviada.

– Sim, seja lá o que você fez. Você está bem?

– Mais ou menos, - me levando e caminho - mas dá pra lutar.

– A equipe toda está na cidade. Vai começar o combate. Trouxe suas flechas e outro cinto utilidades.

– Aposto que achou uma chave dando sopa por ai.

– Ah... - andou para trás - Encontrei. - mostrou uma arma bem grande.

Fugi da reta do tiro, que acertou a tranca e depois, puxei e saí, perguntando:

– Temos um plano?

– Levar você pra briga e meter o pé.

– Seu trabalho ainda não acabou.

– Posso até ajudar com a evacuação, mas não posso estar em uma luta próximo aos civis. Já você pode. Minha luta acabou, a sua não.

– Não posso te deixar desaparecer. - pus a mão em seu ombro.

– Não é escolha sua.

Recarreguei minha aljava, troquei o cinto e começamos a caminhar para a saída. A briga hoje vai ser mil vezes mais sinistra. Então, minutos depois, sentimos tudo tremer. Agora fiquei preocupada. Bruce olhou para mim e disse:

– Temos que ir.

– Não vai ficar verde? - perguntei.

– Não posso perder a calma agora. Tenho que sair daqui. Você é uma heroína, eu sou um monstro. Não posso deixar esse monstro arruinar tudo.

– Precisamos de você. - afirmei.

– Não. Eles precisam de você.

– Você é um amigo em um milhão, Bruce! - falei o abraçando, depois o encarei e prossegui – Mas this is Sparta.

– O que? - perguntou confuso.

Tinha um buraco enorme atrás dele. Eu o empurrei com o pé igual no filme em que o cara fala isso. Vi com meu pai, antes que pergunte. Bruce ia me matar depois disso, mas eu precisava do "outro cara". Hulk pulou na minha frente, raivoso e sorridente. Pronto para a luta... alguma coisa para rimar com "luta", por favor? Ah, esquece.

– Vamos terminar o trabalho.


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal, feliz Ano Novo, feliz leitura, feliz escrita... tenham um feliz comentário nessa fic! Rsrsrs