Eu Odeio Meu Chefe escrita por Autora Alienígena


Capítulo 1
Eu Entro para Sociedade F.A.




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Era uma vez uma linda garotinha de olhos verdes que morava com sua mãe e sua irmãzinha em uma casa humilde no Brooklyn, e quando eu digo “humilde”, pode acreditar, é humilde mesmo, do tipo “caindo os pedaços”.

Essa menininha cresceu e se tornou uma bela mulher. Conseguiu se formar, com muito esforço, na Genesee Community e ganhou seu diploma em administração e comércio, foi a melhor da turma e agora só falta o emprego. Acho que todos concordamos que não é de hoje que o mercado de trabalho está como uma selva, onde sobrevivem apenas os mais fortes, ou os que possuem os chamados “contatos”.

Acho que já deu para perceber que essa história é minha e neste momento sou como uma felina de cabeleira escovada e salto agulha que mira sua próxima presa que é, nada mais nada menos, uma vaga de assistente administrativa na Collin’s Publicity, ou como eu prefiro chamar: a porta de entrada para a minha futura carreira. Mais brilhante que purpurina! E por falar em porta, agora mesmo estou vendo uma linda e elegante porta de vidro do prédio da Collin’s Publicity.

Para um instante para admirar a grandeza desse maravilhoso arranha-céu e sinto a magnitude que esse prédio transmite para mim. É quase como se ele estivesse se comunicando comigo, dizendo que eu vou entrar todos os dias nele como uma secretária administrativa de alto nível. Não, eu não sou louca, mas, sinto que essa vaga é minha. Respiro mais uma vez o ar poluído de Nova York e sem demoras eu empurro a porta para encarar meu futuro inevitável.

Lustres de cristal, piso de mármore tão limpinho que posso me ver nele, a cada segundo que se passa tenho certeza que esse foi o futuro que Deus escolheu para mim. Paro de frente para uma coluna de espelhos, com belos vasos de rosas vermelhas em volta, para dar uma ultima checada na minha aparência. Meu cabelo loiro está preso em um coque impecável, meu vestido tubinho está igualmente perfeito, o que me dá mais confiança para seguir em frente. Procuro a balconista, preciso saber para que andar devo ir, olho em volta e lá está uma mulher de sorriso simpático e cabelo Chanel.

–Bom dia senhorita, posso ajuda-la?

Engasgo com minha própria saliva quando ouço uma voz grossa e máscula saindo daqueles lábios delicados que até um segundo atrás eu achava que eram de uma mulher.

–Você está bem senhorita? Quer um copo d’água?- ele/ela perguntou gentilmente.

–Não, obrigada. – falei rapidamente.

–Então, em que posso ajuda-la?

–Eu estou aqui para a vaga de assistente. – disse confiante. – E não é querendo me gabar, mas ei já estou praticamente empregada. – tudo bem, eu poderia ter omitido essa parte, mas simplesmente saltou da minha boca.

Pra falar a verdade, é claro que eu já estava praticamente empregada, afinal, eu terminei a faculdade como uma das melhores. Seria um desperdício se eles não me contratassem e eu sei que eles não são tão burros ao ponto de deixar uma excelente funcionária, como eu, passar assim.

–Você tem cara mesmo de ter o perfil da empresa. – depois desse comentário ela já me ganhou como amiga e ficou mais que óbvio que ela sabe reconhecer uma pessoa brilhante logo de cara.

–Ah, obrigada, eu também penso o mesmo.

–Pode subir para o vigésimo quinto andar, dobre no primeiro corredor à direita e depois à esquerda. Lá você vai encontrar outras vinte garotas concorrendo à mesma vaga, mas eu tenho certeza que nenhuma delas é tão confiante quanto você. –falou dando uma piscadela e mascando seu chiclete azul.

–Vai ser um prazer te ter como colega de trabalho. –correspondi à piscadela e dei um tchauzinho enquanto ia em direção ao elevador.

Nossa... vinte garotas. Não posso deixar me abalar por isso. Já venci muitas barreiras e essa é só mais uma. Provei a mim mesma e as pessoas que sempre diziam que eu não seria nada, que eu sempre posso dar a volta por cima e ser alguém nesse mundo. Ninguém dizia que aquela garotinha despenteada e fora de moda, tão pobre, algum dia se formaria e hoje estou aqui, lutando por um emprego na minha área e eu vou conseguir, eu tenho que conseguir.

Meus pensamentos são interrompidos quando as portas do elevador se abrem. Sigo em frente e dobro no primeiro corredor à direita, assim como me foi ensinado. Só agora percebo que junto comigo saio outra pessoa do elevador e ela está bem atrás de mim, será que estou sendo seguida? Pelo barulho do salto sei que é uma mulher, acho que é alguma funcionária. Dobro no segundo corredor a esquerda e para analisar a cena. Vinte mulheres com o mesmo propósito, da para sentir a tensão no ar.

–O doce cheiro da concorrência. – disse a voz da mulher, que agora estava parada ao meu lado. A mulher alta e magra, que mais parece uma modelo, suspirou, como se realmente estivesse sentindo o cheiro doce.

–A concorrência não te dar medo? – perguntei.

–Medo? – ela pergunta com sarcasmo e da uma risada de zombaria. –Elas cheiram a fracasso.

Eu me pergunto se fui só eu que passou a sentir “Nojo Automático” dessa mulher.

–E você quem é? Alguma funcionária? Será que poderia me trazer algum chá? – quem ela pensa que é?

– Eu sou a sua pior concorrente e o meu cheiro é de vitória com um leve toque de lavanda. –lancei a ela o meu melhor olhar de confiança e ao mesmo tempo ameaçador, mas o pior foi que ela não pareceu abalada nem por um instante, como isso é possível? Meu olhar de quem tem uma carta na manga sempre funciona.

–Vamos ter espírito esportivo. Alias belo vestido, comprou onde? No brechó?

Com essa ela sai e deixa para trás um vulcão a ponto de uma erupção. Mas eu tenho que me acalmar, não posso me abalar, tenho que ser fria. Ando para o fim do corredor, onde estão minhas concorrentes, e nesse meio tempo percebo algo bizarro. Toas às vinte garotas olham na minha direção e fazem uma expressão de indignação e derrota, como se já soubessem que a vaga não seria delas. Jura que eu queria dizer que elas estavam olhando para mim, mas não. Todas olhavam para a loira magrela que acabou de falar comigo. Eu sei que aquele olhar de confiança nos da insegurança, mas elas estão agindo como se a batalha já estivesse ganha e elas fossem as perdedoras. Me sinto indignada, vou mostrar que posso ser tão confiante quanto essa ai, ou melhor, posso ser mais.

Melhoro a postura e continuo andando. A loira senta-se primeiro e eu procuro o lugar mais distante dela.

–Você parece estar bem preparada. –disse a mulher ao meu lado. Ele tem cara de ter uns quinze anos, tem cabelos castanhos despenteados e um estilo meio punk, com olhos bem marcados por lápis preto. – Que pena que não vai ter chance.

–Como assim não vou ter chance? Enquanto a vaga ainda estiver livre eu vou ter muita chance, pode acreditar.

–Você com certeza seria contratada, se não fosse por ela. – disse olhando em direção da loira, isso me deixa ainda mais indignada.

–Eu não entendo isso, será que ninguém aqui, além de mim, acredita em si mesmo?

–Não se trata disso.

–Então de quê?

–Você não sabe quem é ela?

–Não. Eu deveria?

–Ela é Sharon Germaine, sobrinha de Connor Germaine. E é esse cara que vai escolher quem ocupará a vaga. Quem você acha que ele vai escolher? Uma mulher desconhecida, ou a sua querida sobrinha que quer ajudar com os negócios da família?

Agora tudo faz sentido, a confiança exagerada e as caras de derrota que está estampada no rosto de todas as meninas, inclusive eu, agora. Isso é tão injusto.

–Pela sua cara, acho que você já entendeu o desanimo das outras.

–E por acaso você também não está?

–Nem um pouquinho, eu tô pouco me importando com essa vaga.

–Então por que ta aqui?

–Não tenho nada melhor pra fazer. – falou como se fosse obvio.

Antes que eu tivesse tempo de dizer um grande “o quê?!” para aquela garota, a secretária do tal Connor se pronuncia.

–Meninas, o senhor Connor tem um compromisso muito importante em uma hora, isso significa que não teremos tempo para fazer o teste avaliativo e iremos direto para as entrevistas, mas nem todas serão entrevistadas. Já foi feita uma pré-seleção e o senhor Connor só vai entrevistar as selecionadas com os melhores currículos. Vou ler agora os nomes que devem ficar as que eu não ler o nome, a Collin’s Publicity agradece a presença. Amanda Jones, Susan Garcia...

–Não disse? Essa entrevista é uma farsa, todas já sabemos disso. Eles só querem fazer parecer que realmente teve uma seleção.

Isso me deixa muito revoltada. Eu não consigo aceitar a ideia de não ser contratada, eu tenho que mostrar que posso fazer a diferença, tenho que mostrar meu potencial, essa é a única maneira de ainda ter chance. No total a secretária leu dez nomes, mas nem todas as dez ficaram a maioria já estava conformada apenas quatro ficaram e uma delas sou eu.

–Lamento por não ter sido chamada. – falei para a garota punk que eu ainda não sei o nome. Eu não entendo por que ela ainda está aqui, se não foi chamada.

–Tanto faz.

–Então por que ainda está aqui?

–Não tenho nada melhor pra fazer.

Já é a segunda vez que ela diz isso e eu continuo sem entender. Antes que eu pergunte sou chamada pela secretária.

–Elizabeth Miller, pode entrar.

Eu fui a ultima a ser chamada, todas as garotas anteriores saíram da sala com cara de raiva ou revolta. Além de mim e da garota punk ainda está a loira magrela que ler uma revista de moda tranquilamente. Entro decidida na sala.

É uma sala de tamanho médio com grandes janelas de vidro que dão uma bela vista para Nova York. As paredes brancas transmitem tranquilidade, que é totalmente oposto ao que estou sentindo agora.

–Por favor, sente-se senhorita Miller.

Atravessei a sala e me sentei na cadeira de couro preto.

–Você tem um belo currículo.

–Sim, eu sei.

–Por que quer trabalhar na Collin’s Publicity senhorita Miller?

–Eu sou a melhor pessoa que vocês poderiam contratar. Sou qualificada e empenhada, realizaria o trabalho com sucesso, melhor do que qualquer uma que já veio aqui, vocês seriam beneficiados com o meu trabalho e por outro lado trabalhar aqui me abririam muitas portas. É simples, todos saem ganhando.

–A senhorita é muito confiante, isso é bom, até certo ponto. Não estou certo se você faz o perfil da empresa, mas ainda assim obrigada por ter vindo.

–Então é isso?

–Desculpe?

–Você acha correto dispensar tanta gente só para fazer o gostinho da sua sobrinha mimada.

–A senhorita está passando dos limites, por favor, queira se retirar.

Não discuti mais com aquele velho barbudo. Saio da sala de cabeça erguida, apesar de não ter sido aceita eu pelo menos falei o que eu queria. Passei pelo corredor e a única coisa que notei foi que a garota punk não estava mais lá. Enquanto eu ia embora a loira entrava e ainda deu pra ouvir a voz enjoada dela “Titio, meu preferido!”, isso só me fez ter mais nojo.

Desço o elevador impaciente. Num quero nem olhar para atendente depois desse desastre. Tentei andar o mais rápido possível para que ela não me veja, mas foi impossível.

–Querida!

–Essa não. – resmungo baixinho enquanto vou à direção dela.

–Contratada? – me perguntou sorridente.

–Hm...- tento falar a verdade, mas não consigo. – Quase, ele falou que me ligaria ainda essa semana para me dar a resposta, estou bastante esperançosa com essa ligação. –nossa até eu estou surpresa com essa minha encenação.

–Perfeito! Mas vou te falar uma coisa, a secretária do senhor Connor é muito desorganizada, é capaz de não ter seu número, e você não pode perder uma oportunidade dessas por um erro desses, me de seu número que eu garanto que isso não acontecerá.

–Não precisa se preocupar. – tento parecer despreocupada. –Vai dar tudo certo.

–Confia em mim querida, o babado aqui é forte, pode acreditar.

–hm, ok. - sem mais opções anotei o meu número na agenda dela.

–Prontinho, vai da tudo certo.

–Até mais.

–Até mais querida.

Era só o que faltava, quando ela descobrir eu vou ser a piada do ano na Collin’s. Saio a passos rápidos tentando controlar minhas lágrimas... minha vida é uma merda. Procuro meu carro e é bem fácil de achar, digamos que ele se destaca entre os outros... talvez por ele ser um fusca rosa. Acredite, eu o-d-e-i-o rosa, mas quando você é uma pessoa sem dinheiro que precisa desesperadamente por um transporte e o único carro que encontra que possa pagar é um fusca rosa, essa pessoa com certeza compra ele.

No começo eu andava nele meio emburrada, mas agora já me acostumei, na verdade, me apaixonei. O nome dela é Penélope, e eu nunca vou querer me desfazer dela, mesmo que algum dia eu compre outro carro. Ponho a chave e tento ligar.

–Vamos Penélope, liga. Liga. Liga! Você não vai me deixar na mão agora, né? A mamãe está tendo um dia muito difícil. – isso só pode ser brincadeira, ela não pode da o prego justo agora.

Já está anoitecendo e tem um temporal de chuva enorme, Penélope não pode morrer agora. Tento mais uma vez e BUM! Meu coração saltou pela boca pelo susto que eu levei. Penélope estava soltando fumaça, meu Deus o que ta acontecendo? Eu não entendo nada de carro. Saio tossindo com a fumaça, e quando eu penso que não poderia ficar pior... a chuva cai. Sabe aqueles temporais fortes com relâmpagos e trovões? É bem desses. A chuva diminui a fumaça, mas eu não acredito que Penélope vá ressuscitar agora, tenho que procurar um taxi, mas com essa chuva fica ainda mais difícil de conseguir um.

Pego a estrada, estou totalmente encharcada, acho que não da pra meu dia ficar pior. Primeiro perco a oportunidade da minha vida depois perco meu fusca rosa e...

–Ai! – acabo de perder meu salto.

Meia hora depois de andar mancando, finalmente consigo um taxi. Até que fim uma coisa boa no meio de todos esses desastres. O caminho de volta para meu apartamento foi até rápido, já que andei boa parte. Pago o taxi com a maior tristeza do mundo, aquele dinheiro já tinha mil utilidades e agora está sendo usado com um simples taxi.

Ignoro o boa noite do porteiro, e não pense que eu é quem fui mal educada, aquele é Robert e ele simplesmente adora tirar sarro com a minha cara. Entro no elevador agradecendo a Deus por não ter que andar mais.

–Ô madame, o elevador ta quebrado, vai ter que usar as escadas, mas acho que isso não vai ser problema, já que tá usado esse salto super moderno. – disse Robert, ele ta adorando tudo isso.

Subo as escadas choramingando, cada degrau é uma tortura. Eu não mereço isso, pensei. Eu sempre fui tão certinha, não consigo pensar em um motivo para um castigo desse nível. Depois de uma eternidade e meia, finalmente vejo a luz no fim do túnel, a porta de número 25,é como está vendo uma miragem. Ignoro as dores dos calos nos meus pés e sigo em frente para a porta do meu apartamento. Toco aquela maçaneta gelada e agradeço a Deus por finalmente está em casa. Mentalizo eu entrando e tomando um banho relaxante em uma banheira que eu não tenho, tomando um copo de chocolate bem quente enquanto estou enrolada em um edredom igualmente quente assistindo pela milésima vez a sexta temporada de icarly.

–Finalmente. –sussurrei comigo mesma.

Pego a chave e tento abrir a porta, mas não consigo, pois ela já está aberta. Essa não, o que está acontecendo agora? Abro a porta preparada para qualquer desastre, mas sou surpreendida por gritos.

–Surpresa! – gritou minha melhor amiga April e um cara que eu não conheço.

Não dava para acreditar, meu apartamento estava todo decorado com bolas coloridas e confetes pelo chão. April segurava um bolo decorado, na parte de cima dele tinha papel de arroz com o meu rosto, era uma foto em que eu estava com um sorriso escancarado no meu ultimo dia na faculdade. Será que é o meu aniversário? Não, estamos no Halloween, meu aniversário é só em dezembro...

–Quem é a garota que trabalha na Collin’s? – gritou April debilmente, interrompendo meu raciocínio.

–É a Lise! – respondeu o cara estranho, da maneira mais idiota possível.

–Ipi Ipi.

–Urra! – gritavam em uníssono.

–Ipi Ipi.

–Eu não fui aceita na Collin’s! – gritei antes que dessem mais um urra.

–Uuuu... –o “urra” deles se transformaram em um “uuuu” bem desanimado.

Não acredito que isso tudo era pra comemorar meu suposto novo emprego, que vergonha...

–Como assim amiga?

–Não fui tá, só isso. Aquela é uma empresa de idiotas. Em nem queria trabalhar la mesmo. Por que eu ia querer trabalhar na melhor empresa de publicidade que é reconhecida mundialmente e ganhar um salário que poderia me tirar de um prédio que corre risco de desabamento e que aparecem ratos de onde você menos imagina? – do meio pro fim eu já estava chorando feito uma idiota.

–Onw bebezi, vem aqui, não plecisa solar não você vai conseguir coisa muito, muito melhor. – April me puxou para um abraço materno. Ela tem trinta anos e nunca teve filhos, mas mesmo assim tem esse lado “mãe” que eu acho que as mulheres adquirem com a idade. Não é a primeira vez que ele me puxa para um abraço apertado e fica falando errado pra mim, como se eu fosse seu bebê. É bom ter uma amiga/ mãe num momento desses.

Depois de um tempo chorando comecei a me sentir incomodada de ter um estranho presenciando minha ceninha de criança chorona.

–Quem é esse ai? – sussurrei para April de um jeito que ele não pudesse ouvir.

–Meu marido, duh.

–Marido? Mas hoje de manhã você estava solteira.

–Sim, estou casada a duas horas.

–Com um estranho?

–Ele não é estranho, o nome dele é Jack.

–Qual o sobrenome dele?

–Mas que interrogatório é esse hein?

De certa forma não me surpreendo com isso, April já se casou muitas vezes, ela está sempre em busca de seu príncipe, mas a maioria das vezes não passa de uma semana. Estou torcendo por ela, mas acho que ela deveria ser mais seletiva e não se deixar levar pela emoção do momento.

–Eu sei de uma coisinha que vai te deixar animada.

–O que?

–É uma sociedade que eu participo as meninas de lá são muito acolhedoras e unidas. Uma reunião é capaz de deixar qualquer uma mais animadinha.

–Sociedade? De que?

–Jack querido já pode ir embora, quero ficar com minha amiga.

–Sim , querida. Você quer que eu vá para o seu apartamento ou o meu apartamento?

–Vá para o seu.

–Agora mesmo, tchauzinho. -e assim o tal Jack se foi.

–Nossa, ele faz tudo que você manda? –perguntei surpresa.

–Faz. – disse meio inconformada. –Que chatice ter um homem assim... mas não vamos falar disso agora, vamos falar de sociedade!

–Então pode me explicar tudo por que eu não estou entendendo nada.

–O nome é Sociedade F.A., eu vou te levar lá hoje.

–Mas o que é F.A.?

–Isso é detalhe, depois eu te explico. A questão é que hoje é uma reunião a fantasia. Vá fantasiada de alguma coisa que te deixe sexy.

–Por que sexy?

–Fazemos isso para nos sentir bonitas.

–Mas tem homens lá? – não faz o meu tipo ficar me exibindo para homens.

–Não, a sociedade é feminina, nem se preocupe. Então, podemos ir em Penélope?

–Hm, não. Aconteceu um probleminha com ela que eu só vou resolver amanhã.

–Então tá, eu pago um taxi. A reunião é daqui a uma hora, eu vou em casa vestir minha fantasia sexy e depois volto pra te buscar. Recomponha- se! E seja rápida.

–Mas eu não tenho nenhuma fantasia e muito menos sexy. – falei enquanto April já estava saindo apressada.

–Inventa uma Lise, qualquer coisa. -April vai embora e em pouco tempo estará de volta. Tomara que essa tal sociedade não seja nenhuma enrascada, April se mete em cada uma...

Antes de tudo me dou o luxo de um banho, mas não demorado, a água estava gelada só pra variar. Depois vou até meu armário e não encontro nenhum vestido sexy nem nada parecido. Acho que sair, com o azar que estou hoje não é uma boa ideia mesmo. Decido ficar em casa e dormir, já que não tenho fantasia. Visto minha camisola preta e ao me olhar no espelho tenho uma grande ideia. Pego a tesoura e a corto, deixando bem curtinha.

–Agora estou sexy. – falei para o meu reflexo. –Mas isso ainda não é uma fantasia, o que vou fazer?

Antes que eu possa pensar em algo a campainha toca, deve ser a April. Quando abro a porta veja a garotinha do ap. 08.

–Doces ou travessuras? – quase me esqueci do Halloween. A garotinha estava fantasiada de ratinha, isso me deu uma ideia.

–Hey garota, o que acha de ganhar essa caixa de chocolates todinha só pra você?

–Eu quero! O que tenho que fazer? – aiai, eu adoro negociar com crianças...

Vinte minutos depois a campainha toca novamente e agora sim é a April, estou louca para mostrar minha fantasia a ela, eu me superei no improviso. Abro a porta e dou um grande “tchanram” para mostra minha fantasia, mas April não mostra nenhuma reação, ela fica me olhando feito uma idiota vestida de mulher gato.

–O que é você? – ai num acredito que ela perguntou isso, não é obvio?

–Um rato. Duh! – aponto para tiara com orelhinha de rato que comprei com chocolates a garotinha do 08, será que ela não ta vendo?

–Ta, ta, vamos logo estamos atrasadas.

Peguei um casaco para não congelar á fora. Agradeço a Deus por Robert não está mais na portaria e entro no taxi com April. Um tempo depois e nós chegamos e paramos em frente a uma casa, ela parecia vazia com todas as luzes apagadas.

–Tem certeza que é aqui?

–É claro, vamos.

Fiquei assustada quando vi que não entraríamos pela frente da casa, mas sim pela parte de trás, lá estava uma mulher vigiando uma porta.

–April, demorou hein?- disse a mulher.

–É que hoje eu trouxe minha amiga, ela agora é do nosso grupo.

–Onw, que pena. –falou como se soubesse que meu dia foi uma merda hoje. –Seja bem vinda. – seu rosto passa de comovida com meus problemas para alegre em um segundo.

Ela abre a porta e temos que descer uma escada.

–Estamos indo para o porão?

–Sim, é a sede da nossa sociedade.

Dava para se ouvir vozes femininas conversando e rindo. Quando descemos vi uma grande faixa e nela estava escrito: Seja bem vida a Sociedade F.A. (FracassadasAnônimas).


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