Four escrita por Ethel Williams


Capítulo 3
Same mistakes


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, gente. Eu bem que poderia dar alguma desculpa esfarrapada sobre trabalhos escolares ou problemas pessoais mas comigo a questão é simplesmente falta de criatividade.
O que estão achando dos últimos shows? E aquela foto do Zayn?? Às vezes eu me amaldiçoou por estar nessa bostinha de fandom. Pelo menos tenho 5sos pra me distrair do drama oned haushausha
E INFINITY, GENTEEEE?!!!! Eu tava na escola quando saiu e quase cai pra trás. Esses putinhos insistem em fazer essas coisas quando eu to na escola.
E O CLIPE DE LOVE LIKE YOU?! Arrasaram, simplesmente.
Enfim, espero que gostem :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/642934/chapter/3

Louis encarava o teto sem de fato vê-lo, sua mente tão distante que se amaldiçoava por ter se permitido sequer pensar no assunto. Mas agora sentia a inquietação em suas veias e precisava morder a lateral de sua bochecha para não gritar; era tarde demais para simplesmente ignorar.

Ele nunca fora de deixar passar as coisas sem se expressar apropriadamente, e com certeza a estúpida hashtag em homenagem a Zayn era alguma coisa. Sem se dar conta do que fazia, arremessou o celular no outro lado do quarto, fazendo ecoar um som estridente quando bateu no chão. Pensou no quanto o aparelho também era estúpido.

Eram por volta das 9 da noite e o dia havia sido sufocantemente insuportável. Com o fim da turnê e a volta a Londres, todos estavam correndo contra o tempo nos preparos para os shows na O2 arena. Ao mesmo tempo estavam trabalhando mais que nunca na divulgação do álbum, ainda na ansiedade pelo EMA. O clima entre os quatro estava pior do que nunca e Harry continuava a nem olhar em sua cara, como se ele não existisse ou não fizesse a mínima diferença. Talvez fosse melhor assim, mas se tinha algo que Louis não precisava era de uma maldita hashtag circulando por todo o maldito twitter lembrando-lhe da facada em suas costas que um de seus melhores amigos lhe dera.

6 meses. Fazia exatamente 6 meses que Louis reprimia essa fúria dentro de si, junto com a tristeza e a angústia, sem contar a dor do abandono, mas preferia revesti-las de raiva, porque era muito mais fácil lidar com a mesma. Ou pelo menos tentava reprimir. Durante um tempo realmente tentara.

Porém agora não fazia mais sentido enterrar sua ira, fazia? Eram 6 meses, no fim das contas. 6 meses que a banda não era mais a mesma, e seu grande sonho musical parecia nublado. 6 meses que não tinha contato apropriado com o moreno ou sequer trocaram mensagens que não fossem ofensivas de alguma forma. 6 meses que Zayn os abandonara sem nem olhar para trás. 6 meses pareciam uma eternidade agora. Louis estivera andando em círculos por todo esse tempo e estava tonto demais para se fazer parar.

Lembrava-se nitidamente das palavras do mais novo, alguns dias antes do anúncio oficial de sua saída, quando dissera o quanto se arrependia por ter chegado aquele ponto, mas que já não podia voltar atrás. Louis gritara de volta que ele nunca estivera sozinho nisso tudo e que não podia simplesmente virar a mesa porque o jogo não saia como gostaria. Ainda não mudara sua opinião. Talvez Zayn fosse mais sensível, ou mais suscetível, ou o que quer que preferissem chamá-lo, mas não mudava o fato de que não era o único sofrendo. Durante os longos 5 anos juntos sempre se esforçaram para superar os obstáculos porque havia muito mais ali do que simplesmente mídia: o sonho deles, suas fãs, sua amizade. Para o mais velho quando Zayn escolhera ignorá-los, foi como se houvesse soterrado tudo o que antes havia ali com uma tonelada de dejetos.

Louis não o julgava por ter ido à loucura e nem podia, porque na realidade ele também estava enlouquecendo um pouco mais a cada dia. Estava cansado como nunca estivera antes, não apenas fisicamente. A sensação de vazio tomava conta de seu peito e ele sentia que cada vez mais perdia um pouco de si mesmo, como se um aspirador de pó estivesse sugando-lhe. Harry sempre mais distante, mais inalcançável, com uma sólida muralha lhes separando só o desgastava mais. Às vezes tinha vontade de afundar em suas cobertas e nunca mais sair de lá. Muitas vezes, na verdade.

Porém nunca desistira. Nunca vira como uma opção simplesmente virar as costas e correr. Louis aceitava a diversificada lista de defeitos que lhe assinalavam, mas nunca fora covarde. Tinha repugnância por esse tipo de gente, e Zayn agora não demonstrava ser nada além disso. Não tivera coragem para esperar por dias melhores, nem coragem para fazê-los acontecer. Ao invés, correu para se esconder no escuro, onde não podia ser alcançado. Era bom que não tivessem se visto nos últimos 6 meses, porque se tivessem Louis tinha quase certeza que o teria socado.

A pior parte provavelmente era que Zayn ignorara que os amigos se importavam com ele. Durante meses antes de deixar a banda ele vinha sofrendo calado, sem nem pensar que talvez os outros também estivessem sofrendo por vê-lo daquela forma. Preferira se resguardar para que depois explodisse sem qualquer maneira de concerto. Zayn estivera praticamente se auto-destruindo, e por isso Louis nunca o perdoaria.

Andou meio arrastado até o banheiro, o corpo todo dolorido depois de um dia cheio, apenas para se assustar com a imagem a sua frente no espelho. Estava pálido e magro, com as olheiras bem demarcadas sob seus olhos opacos agora que a maquiagem havia ido embora. Tinha um ar velho, e quase pensou que cheirava a mofo.

Molhou o rosto na tentativa de esfriar a cabeça. Não sabia mais como lidar com isso, com a falta amarga que Zayn fazia, ou com o desespero que sentia ao perceber no que aos poucos ele se transformava. Gostaria de ser indiferente, no entanto era impossível. Nunca deixaria de se importar, e também tinha raiva de si mesmo por isso.

Talvez Louis devesse parar de reclamar tanto. Talvez devesse encarar de frente o problema como gostava de dizer que sempre fazia. Talvez devesse falar com o moreno e concertar tudo, porque tinha a impressão que só estava provocando mais o próprio desgosto. No fundo sabia que estava sendo idiota, que culpá-lo não levaria a lugar algum e que, apesar de odiar a situação em que se encontrava, não estava fazendo absolutamente nada para melhorá-la.

Apoiou-se na pia e bateu algumas vezes com a cabeça na parede. Por que insistia em sempre cometer os mesmo erros?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Elogios, críticas, qualquer coisa, só me digam o que pensam do capítulo.