O Negative. escrita por Ritsu Maru


Capítulo 3
McLeans, vocês nunca iriam mudar.




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Aquela situação era estranha, muito estranha. Reyna estava na minha frente com Júpiter no colo tão pasma quanto minha mãe. Fiquei esperando alguma reação das duas, mas nada. Poxa, tudo tem que sobra para mim?

— Só uma questão, professora, você é irmã da Hylla Ramírez Grace?

Ela piscou algumas vezes tentando se orientar. Professora Arellano confusa? Essa entrou para história.

— Sim, sim... Ela é minha irmã mais velha. Certo, certo. Isso é um pouco confuso, eu não esperava Júpiter hoje, muito menos... — meio que sim, meio que não, apontou para minha mãe.

— Eu — disse ao meu lado. — Coisa da Thalia. Ela disse que estava em Roma.

Professora Arellano abriu a boca e depois soltou um suspiro. Agora algumas coisas fazem sentido, acho.

— Voltei.

— Quando? — rebateu na hora.

— A alguns anos, McLean. Sempre curiosa, nunca vai perder isso? — minha mãe ficou quieta.

Eu sabia desse boato, professora Arellano voltou de Roma para NYU depois de uns problemas. Mas resolvi ficar quieta.

— Ela voltou a 5 anos, depois de alguns problemas em Roma, segundos os boatos, se tornando professora em NYU — respondi para minha mãe.

Bom, eu tentei. Juro.

Minha mãe ficou me olhando um pouco confusa.

— Ela é minha professora, mãe.

Terceira surpresa da minha mãe essa noite.

— Sua filha? Do Jason, creio? — perguntou Reyna. — Estranho, não tem o sobrenome de vocês, se não me engano.

— Shay McLean, Shay Grace não combinam, eu acho feio, então abrevio e só uso o Sofia como sobrenome principal — expliquei. — E sim, eu sou filha do Jason. E da Piper, como pode ver — dei um pequeno sorriso.

— Agora sei porque não fica quieta na aula... — O que ela quis dizer com aquilo? — Piper, hã, sua mãe também não calava a boca nas minhas aulas.

Eu vi um sorriso nascer no rosto da minha mãe, ela olhou para o lado e depois olhou para Reyna.

— Que mentira, Arellano, suas aulas eram chatas demais. Tenho dó dos seus alunos.

— Titia, titia, cholate, cholate! — Júpiter falou no colo de Reyna.

Reyna olhou para Júpiter pensativa.

— Certo, que tal entrar e ligar para minha irmã?

— Mamãe?

— Isso, mamãe — Júpiter desceu do colo de Reyna e correu para dentro do apartamento.

Minha mãe viu ele correndo e depois olhou para a professora.

— Sabe cuidar de uma criança?

— Sinto isso com uma ofensa disfarçada de pergunta, mas, sei. Depois que Hylla ficou gravida ela me obrigou a ajudar, contra minha vontade. Só que... — ela olhou para dentro. — Eu não esperava hoje.

— Hylla mandou trazer Júpiter nesse endereço hoje — explicou minha mãe.

A professora Arellano deu um suspiro longo e uma figura meio brava apareceu atrás dela.

— Reyna, porque tem uma criança... — era uma mulher, eu conhecia, era Regina Bäumler, ela foi minha professora em alguns semestres passado, eu adorava ela, mas era uma vadia.

Porque a professora Bäumler estava aqui?

— Shay?

— O-oi, Sra. Bäumler — cumprimentei. De todas as professoras daquele campus, ela era a mais bonita. Loira de olhos azuis, para infelizmente das maquinas de lavar roupa da região, que depois que a NYU contratou ela, começou, misteriosamente, a aumentar as peças de meia para lavagem.

Ela olhou para minha mãe.

— Piper McLean, correto? — minha mãe assentiu. A sra. Bäumler sorriu, e depois voltou para Reyna. — Criança?

— Ah, meu sobrinho, eu te falei.

— Me falou que ele iria chegar daqui uma semana. — Reyna passou a mão em seu pescoço e soltou outro suspiro. Sra. Bäumler soltou uma risada abafada pelo nariz. — Claro!

— Regina, não começa-

— Mais um fora da grande e poderosa Arellano, eu já deveria ter percebido isso.

— Deuses...

— Foda-se você também!

— Eu não tive culpa, minha irmã é louca — tentou explicar para mulher.

— Foda-se ela também. Nunca mais me ligue — saiu do apartamento da Reyna, mas antes parou do lado da minha mãe, olhou de cima abaixo, novamente, aquele sorriso e estregou um cartão para ela. — Me liga.

E saiu.

Que ousada. Ela é minha mãe, sra. Vadia!

— Ela... — eu apontei para Sra. Bäumler. — Ela... — apontei para minha mãe. — Você... — eu estava boquiaberta.

— Titia, mamãe! — Júpiter veio correndo até nos com o celular na mão.

— Só um minuto — Reyna nos disse, pegou o telefone. — Hylla, porque seu filho está na minha casa agora? ... Não, Thalia está?... Devo te responder isso? ... Sim, sim... Sim, Hylla, Piper McLean e sua filha... O engraçado você falar isso, pode passar pra Thalia agora?... Está me trocando por uma Grace?... Eu não posso cuidar do Júpiter agora... Piper, não-...Olá, Grace... Eu odeio você... Não, só isso mesmo... Eu preciso trabalhar para me manter viva, eu sei que não sabe o que é isso, mas pessoas normais trabalham e eu ainda tenho uma semana e-... Certo... Ta, tchau, eu realmente não quero saber disso — desligou o celular, olhou para gente. — Mochila dele?

— Posso entrar? — minha mãe perguntou.

~*~

Eu estava na sala com o Júpiter, daqui dois dias eu estaria nesse mesmo lugar como aluna. Minha mãe estava conversando com Reyna na cozinha, provavelmente passando as coisas de Júpiter.

— Vai ficar bem aqui, campeão? — ele sorriu para mim, ele iria.

O caminho de volta para casa foi feito em total silêncio. Sábado e domingo o nome Reyna não foi pronunciado nenhuma vez, meu pai ficou preso no escritório e minha mãe ficava saindo toda hora em relação ao seu trabalho. No almoço do domingo mais silêncio. Nem eu me atrevi falar.

Enfim, segunda-feira chegou e oito da manhã eu me vi de frente do prédio da senhora Arellano, sozinha dessa vez.

Dei um longo suspiro, e entrei. O aparamento estava um pouco bagunçado, Reyna estava com olheiras.

— Está tudo bem, professora?

— Sim — respondeu. — Entre.

Assim fiz, ela me pediu para seguir ela até o escritório ela tirou algumas dúvidas que eu tinha, e eu tinha muitas, mas professora Arellano é incrível. Ela suspirou.

— É impressão minha ou suas dúvidas são mais de outras matérias do que da minha?

Eu dei um sorriso torto e olhei para o lado. Era verdade.

— Não — menti colocando minha mão atrás do meu pescoço.

Eu vi um sorriso nascer na professora.

— Está mentido! — me acusou.

— Não estou.

— Não foi uma pergunta, foi uma afirmação — olhei para ela. — Como demorei para perceber que era filha de Piper? Você é igual ela. Claro, não de aparência, mas o jeito...? McLean quando mentia fazia a mesma coisa. Sorriso torto, olhar para o lado e mão no pescoço. Claro que ela não sabe que eu sabia disso. Era divertido ver ela tentando mentir.

— Vocês eram muito amigas? — perguntei. Quem sabe ela me diria mais.

Ela sorriu, como se estivesse lembrando.

— Bom, algo do gênero. Sua mãe me odiava quando a conheci totalmente sem porquê, típicos dos McLeans.

— Eu não sou assim.

— Cal Iver.

Eu abri a boca. Eu odiava aquele garoto desde momento que o vi, eu sabia, ele iria ferrar minha vida. E ele ferrou.

— Ele é um babaca!

— Você odiava ele antes dele roubar seu trabalho.

— McLean sente quando a pessoa vai ferrar sua vida no futuro, eu sabia que ele iria ferrar!

Falei tentando me defender, só depois me dei conta. A professora tinha ferrado a vida da minha mãe também?

— M-mas porque minha mãe não gostava da senhora?

         Ela olhou para o lado e sorriu.

— Ela achava que seu pai, na época do primeiro namoro deles, estava traindo ela comigo. O que seria muito irônico, Jason nessa época era um melhor amigo, sua mãe era uma pirralha de colegial ainda.

— Você já foi amiga do meu pai?

— Jason foi meu primeiro namorado, ele dizia que fui seu primeiro amor, mas... — as palavras morrem.

— Quem foi seu primeiro amor?

Ela ficou quieta. Porém, foi salva por Júpiter que entrou na sala com um furacão gritando por mim. Eu olhei para a professora enquanto abraçava meu primo. O que diabos tinha rolado no passado?

.

Passado, New York.

— Quem é seu primeiro amor? — Thalia gritou para Reyna. — Eu sou, certo?

Eu e os demais (Annabeth, Percy, Leo) tínhamos acabado de nos formar no ensino médio e Thalia, que conheci a alguns meses, tinha organizado uma festa de formatura. Reyna e eu estávamos namorando sério a um bom tempo. Eu já sabia de seu passado escuro com Thalia, mas não os detalhes.

Thalia, para variar, já estava bêbada quando fez a pergunta, Reyna estava sentada em um pequeno sofá mais afastado, ela nunca gostou de festa e eu sabia que estava se esforçando ao ficar ali sem reclamar ou sem sermão. Depois de dançar um pouco fui sentar em seu colo para deixá-la feliz com uma sessão de amasso que foi atrapalhada por Thalia bêbada.

Ela chegou como não queria nada, sentou no sofá maior perto da gente, eu parei de beijar Reyna, pude ouvir um pequeno gemido de frustração.

— Olá, Thalia. Se divertido? — perguntei por educação.

— Se Luke e Hylla estivesse aqui, quem sabe — Luke era namorado de Thalia e Hylla, que é irmã de Reyna, era sua melhor amiga. Eles se conheceram em um colégio especial, mas isso é outra história.

Sorri, novamente por educação e virei para beijar Reyna, mas Thalia fez outra pergunta quando percebi que aquela conversa iria acabar mal. Para alguém.

— Você sabia que eu já fiquei com ela?

Antes de revirar os olhos eu vi Reyna fechados os olhos, isso iria dar merda.

Olhei para Thalia e sorrindo disse.

— Sim, eu e ela não temos segredo. Algo mais?

— Que foi enquanto ela namorava meu irmão?

— Sim, Grace — por incrível que parece, quem disse isso foi Reyna. — Pode nos dar licença agora? Se sua noite está uma merda, sinto muito, não serei eu que irei melhorar para você, diretamente ou indiretamente.

— Grossa como sempre — comentou virando a cara.

Olhei a cena, depois voltei para Reyna e comecei a beijá-la até ouvir a voz de Thalia.

— Depois que trai o Jonas, em todos meus namoros, sem exceção, eu trai eles. Não acho que será diferente com você, Reyna.

Obviamente, parei de beijar Reyna na hora, eu coloquei minhas mãos em seus ombros e dei um sorriso forçando dando uns tapinhas em seus ombros olhando diretamente para ela.

— Escuta, Thalia — comecei. — Não é porque você é uma mal-amada, uma péssima pessoa, sem respeito por qualquer um e cafajeste que signifique que Reyna também será.

— E diferente de você, Grace, eu amo minha namorada. Você nunca amou ninguém. Infelizmente, o Luke te ama, espero que não seja tarde demais para você perceber isso — completou Reyna.

— Ela quebrou o coração do meu irmão, McLean. Ela foi o primeiro amor dele — parou e olhou para Reyna. — Não me venha falar de amor agora.

Reyna abriu a boca para falar algo, mas eu a beijei. Discutir com uma bêbada nunca era boa coisa.

Tampouco ignorar. O pior veio.

— Quem é seu primeiro amor? — Thalia gritou para Reyna. — Eu sou, certo?

— Chega! — gritei saindo do colo de Reyna. — Faça alguma coisa, Arellano.

— Não, Thalia — respondeu Reyna. — Meu primeiro e único amor é a Piper McLean, você só foi alguém para descobrir que sou lésbica e terminar com seu irmão. Não se iluda pensando outra coisa — ela se levantou e pegou minha mão. — Vamos embora, antes eu que surte nessa merda.

Reyna tirou seu casco e enquanto me vestiu, Thalia soltou a última perola da noite.

— Não foi isso que você disse enquanto gemia, Rey.

No momento seguinte, o liquido do copo mais próximo estava no rosto de Thalia. A música parou e todos olharam para nós surpresos. Eu era de dar chilique, não Reyna.

— Não seja idiota, Thalia. Se não consegue ser feliz, não estrague a felicidade dos outros sendo uma babaca por completo. Eu nunca transei com você.

Thalia olhou com raiva para Reyna e se levantou para atacar ela, mas Jason surgiu da multidão e parou ela. Falou que iria cuidar da irmã e pediu para a gente ir embora.

E assim a gente fez.

A gente estava andando pelas ruas de New York, a festa não era longe da minha casa.

Eu andava na frente de Reyna. Eu estava feliz. Era a primeira vez que ela tinha me dito que me amava. Eu estava sorrindo à toa.

— Por que está feliz, McLean?

Parei de andar esperando ela chegar do meu lado.

— Você disse que me ama para Thalia.

— E?

— É a primeira vez que diz isso.

Ela parou de andar.

— Não, não é não.

— Como não?

— Eu já disse que te amo mais vezes do que você imagina.

— Como assim?

— Nada não — sorriu e voltou a andar.

— Arellano, como assim?

— Nadinha, McLean — ouvi ela rindo de mim. Que cretina!

Mas eu descobri depois no futuro, Reyna sempre dizia que me amava quando eu estava dormindo.

.

Atualidade, New York.

Estava na sala vendo TV quando a campainha tocou, era a professora Arellano. Minha mãe tinha indo me buscar e Júpiter reclamou que sentia saudade da comida dela e a comida de Reyna era horrível. Aproveitando o momento ou não, minha mãe convidou Reyna para jantar em casa, assim Júpiter matava a saudade de casa.

Sinceramente, eu tinha dúvidas que ela aceitasse, mas ver ela parada na porta da minha casa, era... estranho

— Professora.

— Shay.

— Entre — dei passagem. — Minha mãe deve estar na cozinha, meu pai no escritório.

Ela não deu nenhum sorriso.

— Shai! — gritou Júpiter.

— Fala, meu campeão.

— Seu?

— Meu! — abracei ele.

Minha mãe apareceu de avental, ela estava descabelada, um pouco, eu ia fazer uma piadinha qualquer com a professora, mas parei quando vi o olhar que ela deu para minha mãe.

Eu senti algo que nunca tinha sentido com meu pai e minha mãe. O olhar de Reyna transmitia paixão, amor. Era surreal isso. Ela prendeu a respiração por alguns segundos. Era como se minha mãe fosse a coisa mais perfeita e linda que Reyna estivesse vendo em toda sua vida.

— Avila — disse minha mãe em forma de comprimento.

— McLean.

Minha mãe se aproximou dela.

— Pontual como sempre. Vejo que não mudou isso.

— Algumas coisas nunca mudam.

Não sei era a intensão, mas essa frase me pareceu super carregada de ambiguidade. Minha mãe sorriu envergonhada, um sorriso no rosto de Reyna surgiu. Um sorriso de puro convencimento. Ela tinha conseguindo o que queria.

Ouvi passos na escada, o clima de sensual se tornou pesado.

— Quem é vivo, sempre aparece — disse meu pai terminado de descer as escadas. — Quantos anos faz da última vez que te vi?

— 20 anos — respondeu Reyna, podia jurar que era uma pergunta retorica. — Olá, Sr. Grace.

Meu pai deu um sorriso triste em retorno.

— Os anos fazem bem as pessoas da família Arellano.

— O jantar já está servido, vamos? — minha mãe informou tentando aliviar o clima, completamente em vão.

Quem mais falou do jantar foi Júpiter que brincava, eu – que interagia com ele – e minha mãe – que brigava comigo quando fazia alguma coisa errada com Júpiter.

Quando estava quase no fim, meu pai perguntou para Reyna.

— Como foi em Roma? Você continua quieta em jantares formais. Não precisa ficar assim, somos amigos.

— Éramos amigos — disse sem olhar para ele, parou de cortar sua carne e passou a olhar ele com mais vigor. — Não se esqueça disso, Grace. Éramos amigos.

Meu pai aliviou um pouco o nó da gravata.

— Já fazem 20 anos — continuou. — Não pode ter rancor de um erro bobo.

— Jason — minha mãe o advertiu.

— 20 anos atrás você fugiu, Reyna, eu não tive com me explicar, você nunca me deu essa chance.

Ela não parou de encarrar ele.

— Você se vingou. O que esperar de um Grace?

— Eu nunca me vinguei.

— Não?

— Foi um erro.

Ela abriu a boca para falar algo, mas se fechou. Não era lugar e nem hora certa para comentar esse assunto. Mas meu pai parecia não ter essa mesma opinião.

— Podia ser diferente se tivesse ficado.

— Grace, só cale a maldita boca — pediu nada educadamente.

— 20 anos se passaram e você ainda me odeia, porque só eu sou o culpado. Porque não consegue odiar Piper também?

Reyna não respondeu, mas vi ela fechar os olhos por alguns segundos, ela estava se segurando.

— Ou Shay — completo meu pai.

— Hã? — minha atenção foi chamada ao meu nome.

— Jason! — minha mãe praticamente gritou.

Reyna deu um sorriso de incredível.

— Como você consegue ser tão bacaca ainda? Quantos anos tem?

Meu pai deu um sorriso.

— Antes babaca do que covarde.

— Shay, leve Júpiter para o quarto. Agora — minha mãe mandou.

— Não — respondi na hora, todos me olharam. — Porque a senhora Arellano deveria me odiar?

O silêncio se fez presente. A única coisa que o quebrou foi o barulho de uma cadeira em movimento, Reyna tinha se levantado.

— Porque você foi fruto de um adultério — disse ao se levantar.

— Arellano, cale a boca — Piper gritou.

Reyna encarrou meu pai.

— Piper era minha noiva e Jason meu melhor amigo. Eu trai ele com Thalia no passado e o hétero cis babaca se vingou anos depois, engravidando minha noiva.

Eu abri a boca, estava completamente em choque.

— Obrigada pelo jantar, McLean, estava delicioso como antigamente. Boa noite — e saiu.

Deixando eu de boca aberta (e Júpiter para atrás. Que bela tia!)


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Notas finais do capítulo

Qualquer duvida estou no twitter: @Unicornio_mar