Ilha da Diversão escrita por Tokki


Capítulo 9
O plano desengonçado




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Já estava de manhã e os meninos comiam pão com manteiga e café com leite trazido pelos guardas, ao mesmo tempo observando o que o delegado dizia para Bruce.

— Bruce, você está liberado — O delegado aproximou-se da cela em que o mesmo se encontrava. 

— Mas que música para os meus ouvidos, agora vou para a casa preparar ovos mexidos! — exclamou pulando de alegria.

— As crianças alegaram que você é inocente, contaram para os pais o ocorrido e eles vieram depor a seu favor — disse enquanto o guarda pegava a chave para abrir a cela. 

— Mas que notícia boa, agora não ficarei mais aqui a toa! — Bruce bateu palmas. — Boa sorte rapazes — aproximou-se da cela dos meninos.  — Estou muito feliz, agora estou inspirado hein! Você... faltou a sua poesia — Apontou para Georg. — Uma pessoa amigável,  com sua banda responsável, um baixista adorável, com seu jeito sociável. 

— Olha o Georg! — os demais exclamaram com a boca cheia. 

— Agora a minha, senhor Poeta! Antes de você ir embora, por favor! — exclamou Bill. 

— Tudo bem... — Bruce ia dizer quando foi interrompido pelo guarda.

— Até liberado quer ficar de conversinha? 

— Espere seu mané... ops! Guarda. Eu estava esperando por isso faz tempo! — esclareceu Bill tomando um gole de café com leite.

— Ele já está liberado, não pode ficar por aqui brincando. E por favor, respeite os guardas — respondeu o delegado. — Vamos Bruce.

Bruce distanciou-se de lá cabisbaixo.

— Senhor Poeta, fala agora, rápido!

— Uma pessoa viajante, com sua banda cativante, vocalista impactante, com seu jeito elegante! — exclamou bem rápido enquanto saía do local. — Tchau para vocês, boa sorte!

— Olha o Bill! — Os demais riram. — Tchau! — todos disseram em seguida.

— Acho que agora ele desmaia — disse Gustav rindo. 

— Cala a boca! — rindo, Bill jogou umas migalhas de pão em cima do mesmo. — Adorei a minha poesia!

— Agora ele sossega — acrescentou Georg tomando café com leite. — Mas agora é sério, nós também temos que ser liberados.

— Sinto cheiro de plano — argumentou Tom mordendo um pedaço de pão.

— Alguém tem alguma ideia? — perguntou Gustav.

— Na hora que ele for entregar o nosso almoço, jogamos o suco na cara dele... — Bill parou de falar.

— E? — disse Tom.

— Só pensei até aí.

Os demais levaram as mãos ao rosto desaprovando a ideia. Houve um minuto de silêncio, até que Tom fez uma observação:

— Olha só, um grampo! Bill, esse grampo não é seu? Ele estava o tempo todo aqui e você não disse nada?

— O Georg colocou ele no meu cabelo durante o festival, ele deve ter caído no chão e eu não percebi — respondeu o gêmeo.

— Mas nem tem importância agora de como ele foi parar aqui, vamos tentar abrir essa grade! — Tom forçou o grampo na fechadura da grade.

Todos fecharam os olhos, quando ouviram o ruído da grade se abrindo.

— Nossa, não acredito... — Tom estava dizendo quando Bill tampou a boca do seu irmão por ouvir o guarda se aproximando.

Os meninos trataram de fechar a grade, mas sem trancá-la. O guarda apareceu cantarolando rodando um molho de chave.

— Um grampo faz toda a diferença! — admirou-se Tom.

— Temos que tirar o guarda da jogada, senão vai ser difícil sairmos — sussurou Georg.

— Seu guarda, venha aqui um instante — pediu Tom. — Eu... não me sinto muito bem.  

— O que você está sentindo?

— Esse café da manhã não me caiu muito bem, estou com dor de barriga.

— Vamos até a enfermaria — afirmou o guarda indo colocar a chave na fechadura da grade quando Georg o interromepeu. 

— Logo isso passa! Ele não precisa ir para a enfermaria. — Georg olhou sério para Tom, para o mesmo confirmar a afirmação.

— Sim. Vou deitar um pouco na beliche para ver se passa — disse Tom um tanto seco. 

— Tudo bem. Se não melhorar, me avise.

— Você está maluco cara?! — Tom olhava para Georg indignado.

— Maluco está você! Esqueceu que nós abrimos a fechadura? Agora não dá para fechar novamente com o grampo. Se ele tivesse colocado a chave na fechadura, logo perceberia que estaria aberta e não sei o que seria da gente.

— É mesmo! — Tom, Bill e Gustav disseram ao mesmo tempo.

— Não devíamos ter aberto agora. Mas também, a vontade de sair daqui é tão grande que nem pensamos direito — lamentou Gustav.

— Agora já foi. Em vez de lamentar, temos que pensar em outra coisa — concluiu Georg um tanto chateado.

— Já sei. Quando ele trazer o nosso almoço, jogamos o suco na cara dele... 

— De novo essa história mané, fala sério. Eu vou jogar é na sua cara se não parar com essa ideia ridícula — Gustav deu um tapa na cabeça de Bill.

— Ai seu mané! — Bill tratou de devolver o tapa.

— Parem vocês dois, assim não dá para pensar! — Tom coçou a cabeça. — Ou saímos daqui antes do guarda trazer o almoço, ou ele vai descobrir que abrimos a grade. 

— Como? — perguntou Bill.

— Ele vai ter que abrí-la para nos dar o almoço.

— É mesmo! Vamos pensar em algo já!

Os meninos estavam em silêncio pensando em como escapar. Logo depois o delegado se aproximou dizendo:

— Tenho boas notícias! Vocês estão liberados. O sobrinho do dono da barraca estava cuidando dela e disse que vocês foram comprar pipocas lá diversas vezes, vocês deixaram de pagar somente a da última vez que pegaram. 

Os meninos suaram frio. O guarda foi abrir a grade e viu que a mesma já estava aberta e soltou uma exclamação.

— Vocês tentaram abrir a grade! Vamos, abra a sua mão garoto rebelde! — percebeu que Tom estava com uma de suas mãos fechada. 

— Não só tentamos, como também abrimos. — Tom mostrou o grampo.

— Como pode Tom? Você sempre sai no estilo! — brincou Georg.

— Delegado Klaus, foi no desespero, sabe. Estamos de férias e... — Bill disse tentando explicar o ocorrido.

— Vamos para a minha sala, teremos uma conversa.

Chegando todos na sala, o delegado afirmou:

— Vocês terão que fazer um trabalho voluntário por dois dias. — O delegado checou a lista dos trabalhos voluntários.

— Ah não! Chega dessa palhaçada! — reclamou Tom.

— Ah sim senhor, ninguém mandou vocês tentarem escapar. O trabalho vai ser em uma festa na praia que sempre tem aqui em Hiddensee. 

— Beleza, aproveito e curto a festa também, ainda mais na praia — continuou Tom.

— É a festa da concha que tem sempre em Hiddensee? Mas que tipo de trabalhos voluntários são esses? Festa na praia? — perguntou Bill.

— É a festa da concha sim. Os trabalhos voluntários de Hiddensee são todos assim. O segundo dia será em uma loja de sapatos.

— Sapatos? Gostei! — Bill bateu palmas.

— Então é isso. Os monitores vão explicar tudo direitinho para vocês. Como a festa na praia será depois de amanhã, vocês terão que ficar aqui, ainda não poderei liberá-los.

Os meninos voltaram para a cela e foram almoçar.


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