A guerra dos panteões escrita por gabooo


Capítulo 2
Capitulo 2 - O chamado dos deuses


Notas iniciais do capítulo

Hey galero, estive viajando por essas duas semanas por isso acabei atrasando esse capitulo. Bem espero que gostem e fui. ♥



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O maldito do Ezra andava muito rápido, cada passo que ele dava valia por dois ou três dos meus. O garoto sorria e se reencantava com a beleza das ruas bege claro de Atenas, uma atitude no mínimo estranha pra quem nasceu e cresceu aqui.

— Cara que saudades dessas ruas, dessas sacadas floridas, das varandas de marmore, das casa de gesso e concreto — Ezra estava sorridente e aumentava cada vez mais o ritmo de suas passadas que estavam impossíveis de acompanhar, até que ele virou de costas e prosseguiu andando assim — A garganta de Hades, tirando as meninas, é muito feia, é praticamente uma vilarejo antigo cercado por planaltos rochosos.

— Eu não trocaria Atenas por nada — Eu disse sorrindo — Cuidado!

Era um pouco tarde de mais quando um garoto de cabelos castanhos, parcialmente cobertos por uma touca, esbarrou em Ezra que caiu no chão soltando um palavrão seguido de um grunhido de dor.

— Você está bem? — Me agachei para oferecer ajuda ao garoto caído.

— Ei também estou aqui, sabia? — Ezra reclamou recuperando os sentidos.

Mas sem nem olhar para trás o garoto saltou do chão e continuou correndo com uma pequena sacola de couro pendurada no cós da calça.

— Desgraçado — Disse Ezra lavantando-se do chão com raiva.

Meu amigo encheu as bochechas de ar e depois o soltou tentando manter a calma. Sim, ele realmente levou o tombo a sério e talvez fosse melhor para o garoto que ele nunca mais esbarrasse com o Ezra na rua. Agora emburrado, ele havia aumentado a rapidez dos passos e eu, como é de praxe, não conseguia mais acompanha-lo.

— Da pra me esperar? — mas devido a correria notei que ja haviamos chegado na entrada da praça.

Era simplesmente gigante, talvez o maior bairro de toda Atenas. Nos passeios curvos e arredondados amontoavam-se lojas de tudo que se podia imaginar, Os grandes letreiro de oficinas de carros, lanchonetes, restaurantes, mobiliárias, farmacias, mercearias e etc, chamavam muita atenção por serem tão diferentes e coloridos.

No centro da praça Havia uma grande fonte, cuja a imagem do deus Eros foi representada urinando água cristalina para abastece-la — Há quem diga que a essência das flechas de Eros está guardada dentro da Estátua. Mas o que sempre me chamou mais atenção no meio de tantas coisas que haviam alí era a Cidadela de Atenas, ela ficava em uma parte mais alta da praça, e sua unica entrada eram um grande portão de bronze precedido de uma escadaria de cem degraus. A Cidadela era uma enorme mansão de gesso, sustentada por muitas pilastras que erguiam-se uns trinta metros do chão, em seu fundo, duas vezes maior que ela mesma, havia um relogio, sem numeros, apenas ponteiros negros e doze simbolos que representavam os doze deuses olimpianos: Zeus, uma águia segurando um raio; Hera, a letra Omega; Posêidon, um tridente; Atena, uma coruja cravada em um escudo; Ares, um elmo; Deméter, um fardo de trigo; Apolo, Uma lira; Ártemis, a Lua; Hefesto, um martelo em chamas; Afrodite, Uma pomba; Hermes, o Caduceu e Dionisio, uma pantera que carregava um cacho de uvas na boca.

Naquela manhã a praça estava lotada, mas um movimento em especial chamou a minha atenção. Em um canto, bem próximo a um beco escuro havia uma tenda onde formou-se um amontoado de pessoas, que gritavam e epremiam-se para ver mais de perto.

— O que será aquilo — Eu disse apontando para a tenda lotada de pessoas.

— Eu não sei, que tal ir lá ver? — Ezra parecia animado, apesar de ter ter caido com força no chão.

Corremos até a tenda mas um homem alto com cara de poucos amigos nos barrou sem na entrada.

— Dinheiro? — Disse o rapaz alto e moreno, estendendo a mão esquerda.

— Não, não temos trocado, senhor — Ezra apenas continuou andando, tentando abrir passagem pelos lados do grandalhão.

Mas a mão grossa do rapaz o pôs para fora sem fazer muito esforço.

— Parece que estou falando em arabe, então vou trocar em miudos o que eu havia dito, SEM O DINHEIRO DA ENTRADA VOCÊS NÃO ENTRAM!

Então eu quase cojitei a ideia de sair dali, quando uma menina, mais ou menos da minha idade, saiu de trás do Homenzarrão passando a mão no rosto como se estivesse cansada. O mesmo, pareceu nos esquecer instantaneamente e voltou sua atenção para ela.

— Alguma coisa, Ursulla?

— O que? — A garota o olhou rapidamente — Não, não preciso de nada, Senhor Baltazar…

— Então tudo bem, senhorita.

— Hm… Pensando bem, Senhor Baltazar? o Senhor pode ir la dentro pegar um copo d’água pra mim?

— Com certeza, espere um minuto.

Então Ursulla veio em nossa direção dando passos leves. A garota era um tanto palida, de olhos tão verdes quanto uma esmeralda, cabelos pretos, curtos, estava trajando um vestido roxo bem curtinho .

— Oi — A garota disse sorrindo.

— Ola — Ezra fez uma pausa para tentar lembrar-se do nome dela.

— Ursulla. — eu sussurei para ele.

— Ursulla! — Ele completou.

A garota arqueou as sobrancelhas e deu uma leve risada da situação patética.

— Quem são vocês?

— Eu sou o Ezra, e esse é meu amigo Kurt — Disse Ezra tomando frente da conversa, a fim de mostar-se.

— Podemos ir conversar em outro lugar? — Ursulla disse ficando séria — acho que ja encontrei parte do que eu estava procurando.

— Do que você está falando? — Eu e Ezra dissemos unissono.

— Me sigam.

Então Ursulla saiu correndo entre aquele amontoado de gente, se ja era difícil acompanhar o Erza, a menina corria muito mais rapido, as vezes eu tinha a impressão de que ela deslisava sobre o chão de pedra da praça. Depois de sairmos da praça Ursulla começou a dobrar esquinas e entrar em becos que aparentemente não nos levariam a lugar nenhum, até que ela, ainda correndo, entou em uma viela estreita porem comprida que terminava em uma parede meio suja de tijolos.

— Confiam em mim? — Ursulla perguntou.

— Nem um pouco — Disse.

— Apenas continuem correndo.

— Mas nós vamos bater... — Disse Ezra que corria entre mim e Ursulla.

— AGORA! — A garota gritou.

Mas diminui a velocidade quando tropecei e cai no chão umido e fedorento daquele beco sem saida. Antes de levantar sentei-me no chão para recuperar os sentidos, Ezra e Ursulla não estavam mais ali, onde será que eles deveriam ter ido? Me levantei e olhei ao redor, não havia lugar para escalar em tão pouco tempo, fui até o muro que dava fim a ao enorme beco, mas ele era totalmente solido, sem nenhum sinal de passagens, enquanto observava uma mão brotou da parede e tateou no ar até encontrar a gola de minha camisa então me puxou contra a ela, uma sensação fria atravessou meu corpo e em segundos eu estava dentro de um galpão mal iluminado pela luz que entrava atraves de poucas janelinhas que ficavam no alto das paredes.

—Você é idiota? Eu disse pra você não parar de correr — Disse a garota quase me erguendo pela gola da camisa.

— Como você fez... — Tentei achar uma palavra que definisse o que ela acabou de fazer com a parede mas falhei — Isso?

— Isso não importa agora… — Ursulla parecia muito séria. — Prazer, eu me chamo Ursulla…

— Nós sabemos, você ja disse isso! — Ezra interrompeu-a.

A garota o olhou severamente como quem realmente não quisesse ser atrapalhada.

—… Representante de Hécate, a deusa a magia. — Ela prosseguiu — Kurt Hussein e Ezra Abbott, vocês estão sendo chamados para representar seus respectivos deuses: Thanatos e Apolo, em uma futura guerra entre os panteões. Nesse exato momento deuses de diversas religiões estão atrás de seus respectivos representantes, pessoas que foram marcadas desde seu nascimento e portam consigo algumas caracteristicas da personalidade de seus deuses.

Era assustador, a medida que Ursulla falava ela era envolta por algo, uma aura, uma energia, era pesada, lembro-me de me sentir mal, mas realmente fazia sentido, sempre fui fascinado pelos processos que levavam a morte, e sempre a encarei de forma nobre, sem as frecuras e medos que a maioria das pessoas tem, ja o Erza, digamos que ele sempre foi prepotente, convencido e egoista, caracteristicas que podem definir o deus Apolo. Eu e meu amigo estavmos muito confusos, era muita informação, muita coisa, mas em minha cabeça eu ja tinha a resposta formulada.

— Vocês estão prontos, garotos? — Ela estendeu a mão para nós.

De uma vez só Ezra e eu pegamos na mão garota e sorrindo ela nos teletransportou para frente de minha casa ( a rua estava deserta).

— hoje a noite assim que dormirem, vocês seram chamados e amanhã vamos atrás dos dois que faltam.

— Pra que? — Perguntei.

— Completar a equipe, ué.

— Qual o motivo de uma equipe?

— Não sei, mas talvez tenha haver com a Guerra. Enfim até de noite.

Então em pequenos passos Ursulla foi se retirando e alguns segundos depois minha mãe fechou a sua floricultura a tempo de nos chamar para almoçar, definitivamente aquela manhã tinha sido a manhã mais estranhamente longa da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Isso é tudo. se gostou Favorite, comente e acompanhe a história.
Abraços e bjs, fui!