Fallen From The Sky escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 22
Eu Soltei Os Cachorros!


Notas iniciais do capítulo

Hey amores! :3
Como estão?
Tenho duas tristes notícias e uma notícia boa:
Primeiro: Esse foi o último cap que escrevi. O outro ainda está em andamento. Então não vou postar o próximo tão rápido!
Segundo: Para os que queriam a segunda temporada de My Beloved Captor: A fic não vai sair tão cedo. Primeiro porque eu tô cheia de fic pra atualizar (tanto que My Last Resort Está em Hiatus porque o Especial Apótemis está difícil de sair). E Segundo porque eu travei pra escrever...
Mas a notícia boa é que eu vou, sim postar uma nova fic. E será em breve porque minha criatividade para ela está lindamente maravilhosa! Já tem até nome (quem me segue no Polyvore já deve saber) e capa! :3
Mas vamos ao cap, que está lindamente maravilhoso, engraçado e... NICO REVOLTS! *u*
Nem vou mais enrolar!
Espero que gostem!
P.O.V do nosso Necromante favorito! :3
Enjoy it! ;)



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Nico

 

Eu queria mais manhãs como aquela.

Dois dias se passaram desde a minha performance como Branca de Neve em um lindo caixão com flores. Ainda estávamos acampados no mesmo lugar. E Thalia estava dormindo levemente. De costas para mim. Eu brincava com seus cabelos, enrolando uma mecha negra nos dedos e depois soltando. O silêncio reinava do lado de fora conforme os primeiros raios de sol surgiam.

A manhã estava maravilhosa.

Pelo menos até o momento em que alguém desembainhou uma espada atrás de mim. Senti a ponta fria e afiada contra a minha nuca e estremeci. Eu estava apenas de cueca ali. Meus jeans estavam num ponto distante. Senti as sombras ao meu redor e, através delas, puxei Umbra, mas não ousei fazer um movimento.

— Tire suas mãos imundas da minha irmã agora... – Uma voz masculina ecoou atrás de mim. Afastei-me de Thalia devagar e me levantei, virando-me e vendo um rapaz loiro. Com olhos iguais aos de Thalia. Ele vestia uma armadura prateada, com uma capa branca complementando. Uma pequena cicatriz se encontrava no lábio. Sua espada de lâmina dourada perigosamente apontada para mim.

Eu juro que pensei em mil e uma coisas para dizer, mas não resisti ao que saiu da minha boca.

— Oi, cunhado...

Ele rosnou e brandiu a espada, quase arrancando minha cabeça fora se eu não houvesse desviado.

— VOCÊ OUSOU TOCÁ-LA?! SEU SER REPUGNANTE!

— Ei! – Desviei de outro golpe. – Também não precisa ofender, garoto propaganda! – Fazer o que? Ele tinha cara de garoto de propaganda de protetor solar! Bronzeado. Loiro. Com o rostinho de garoto de colegial por quem as menininhas babam!

O loiro rosnou e me atacou de novo. Fugi outra vez, sentindo meu rosto arder quando a lâmina de sua espada passou de raspão pelo mesmo.

— Meu deus! Pare com isso! – Desviei novamente de outro golpe, que rasgou a lona da barraca. – Você é que vai consertar! – Abaixei-me antes que aquele maluco arrancasse minha cabeça fora. Eu tentava pegar Umbra, mas ele era rápido demais. E eu tinha que desviar antes da hora fatal.

Com um movimento rápido, o loiro me derrubou. A lâmina da espada contra meu pescoço. Eu estava de joelhos, com uma dor infernal nas costelas.

— Alguma última palavra? – Seu olhar se fixou em mim. Engoli em seco.

— Acho que isso não é jeito de se tratar um cunhado...

Ele rosnou e ergueu a espada. Fechei os olhos com força.

— Jason! – Ouvi a voz de Thalia. De um segundo para o outro, sua lança bloqueara o golpe. – O que pensa que está fazendo?!

— Thalia? – Jason a encarou. – O que houve com seu cabelo? Onde estão suas asas?

Ela revirou os olhos.

— Eu as perdi. E cortei o cabelo porque chamaria muita atenção. – Ela me ajudou a levantar, tocando o pequeno corte que se formou em minha bochecha. – Eu vou cuidar disso. Espere um pouco. – Seu olhar se voltou para Jason. – Ainda não respondeu minha pergunta.

— Eu estive procurando você há semanas! – Justificou-se. – E, quando a encontro, esse mortal imundo está agarrado a você daquela maneira!

— Ei! – Reclamei. – Esse mortal imundo é o Anjo da Terra, falou?

Jason arregalou os olhos.

Esse é o anjo da Terra?

Revirei os olhos, erguendo os braços.

— Mais um que vem duvidar de mim! Só pode ser piada! – Peguei Umbra e apertei o botão na base do cilindro. – Isso prova?

Jason guardou sua espada. Mas, do mesmo jeito, ainda não parecia gostar de mim.

— Acha que só porque é o anjo da Terra eu não vou te matar por tocar minha irmã daquela maneira?

— Já chega, Jason! – Thalia o encarou – Eu me entreguei a ele, ok? Eu o amo! E, se você tentar matá-lo outra vez, eu vou arrancar suas asas com uma lâmina cega!

Jason arregalou os olhos outra vez.

— Se entregou a ele?! Nem asas ele tem! Nem título! – Ah, só pode ser piada!

— Ei! – Reclamei outra vez. – Será que Anjo da Terra, Necromante e Ruína dos Renegados não são o bastante?!

— Quando digo títulos, me refiro à realeza!

Thalia revirou os olhos.

— Deixe de ser ridículo, Jason! Piper não lhe ensinou nada sobre amor?! – Ela cruzou os braços. – Você ficou tão concentrado nos treinos de batalha que virou um brutamontes, assim como o restante do exército!

Segurei um riso. Jason me encarou com raiva e quis vir até mim, mas Thalia o barrou.

— Parem com isso! – Seu olhar foi para mim. – E você também, Nico!

Ergui as mãos em sinal de rendição. Thalia me sentou no colchão depois que Jason se afastou e molhou um pedaço de algodão com néctar, passando-o em meu rosto.

— Pronto. – Ela sorriu, dando-me um selinho. – Não me assuste novamente assim.

— Não se preocupe, Lia... O mínimo que você veria se não acordasse à tempo seria minha cabeça no seu colo.

Ela me deu um tapa, repreensiva.

— Imbecil! – Reclamou, apesar de sorrir.

— A propósito... – Falei antes que se levantasse. – Seu irmão é um doce de pessoa.

Thalia riu, revirando os olhos, e me ajudou a levantar.

— Não se esqueceu de nada, Jason? – Ela cruzou os braços, encarando-o. Jason revirou os olhos. – Ande!

Ele bufou. Depois me encarou a contragosto.

— Minhas sinceras desculpas, anjo da Terra.

Sorri de canto, depois me aproximei.

— Relaxe, galã do colegial... – Dei tapinhas amistosos em seu ombro. – Não se preocupe.

Caminhei até minhas roupas, vestindo-as. Jason bufou, balbuciando coisas que não entendi, provavelmente reclamando da minha existência.

— Por que perdeu suas asas? – Ele a encarou.

— Porque caí aqui com a missão de encontrar Nico. Quando sua formação estiver concluída e ele ganhar suas asas, eu vou ganhar as minhas de volta. – Thalia caminhou até sua mochila, vestindo uma regata e shorts pretos. – Acho que devemos acordar os outros.

— Isso se não tiverem acordado com o barulho do seu irmão louco tentando me matar.

— Você está pedindo para morrer... – Começou Jason.

— Já chega, crianças! – Thalia repreendeu. – Jason, fique à minha esquerda. Nico, fique à minha direita. E parem de brigar!

Ergui minhas mãos em rendição e parei de falar do loiro psicopata. Sinceramente, será que todo Grace que eu conhecer vai tentar me matar no primeiro contato?

Saímos da cabana, encontrando os outros com olhares preocupados.

— Está tudo bem? – Isabelle caminhou até nós. – Jason?! O que faz aqui?

Jason sorriu levemente.

— É bom te ver, Izzy. Se esqueceu de nos avisar quando encontrou Thalia?

— Meu contato com a Cidade de Cristal foi bloqueado. Não sei como. – Ela cruzou os braços. – Por que a barraca está rasgada? E por que os gritos?

— Esse psicopata com cara de galã de colegial tentou me matar. – Falei. – Só porque eu estava de conchinha com a irmã dele. – Antes que eu dissesse mais alguma coisa, Thalia beliscou meu braço. – Ai!

— Idiota. – Ela revirou os olhos. Depois encarou Isabelle. – Jason achou que Nico tentou me tocar contra a minha vontade. Depois começou aquele discurso estúpido de títulos, nobreza e blá, blá, blá...

— Você é a herdeira da Cidade de Cristal. Deve ter um parceiro à altura.

— E nosso salvador não basta? – Thalia ergueu uma sobrancelha. – Quer saber, Jason? Se não veio aqui para ajudar, só para ofender Nico, vá embora!

Jason se calou no mesmo momento, bufando e desviando o olhar. Thalia deu-se por satisfeita e encarou Isabelle.

— Para onde podemos ir? – Perguntou.

Não há para onde ir... – Uma voz sibilou atrás de mim e eu virei-me, já com Umbra na mão, para encontrar um demônio atrás de mim. Sua língua era enorme e pendia para fora da boca. Ele estava agachado, andando sobre os quatro membros como uma criança possuída de filme de terror.

— Jura? Essa foi sua frase de efeito? – Questionei. – Não há para onde ir... Isso não dá medo cara, isso dá a impressão de que você é uma pessoa que não tem nada para fazer...

A criatura sibilou novamente.

Lorde Cronos falou sobre o seu irritante senso de humor, Necromante... Entregue-se e seus amigos não serão mortos.

Fingi pensar.

— Hmm... Deixe-me ver... – Coloquei-me em posição de luta. – Não!

Péssima escolha, Necromante...— A criatura sibilou alto e Renegados surgiram, pousando com violência ao nosso redor. – Comandante, encontrei o Necromante e seus amigos...

— “O Necromante e Seus Amigos” seria um bom nome para meu desenho animado... – Pensei. – Posso ensinar as crianças a matarem demônios!

Thalia revirou os olhos, apesar de sorrir, mas seu sorriso se tornou uma expressão de ódio quando viu Luke, agora com a cicatriz em seu rosto pior ainda. Lembrava a queimadura deixada por um choque elétrico.

— Olá, Necromante... – Ele sorriu cruelmente.

— Cara... Você tá detonado. – Observei. Luke rosnou.

— Pergunte para a sua namorada! – Seu olhar foi para Thalia. – Acho que subestimei seu poder na Terra, Grace. – Luke notou a presença de Jason. – E olhe só quem apareceu para a festa! O líder do exército de Zeus! – Ele riu. – Não deveria estar protegendo seu povo e trazendo seu exército para cá?

As asas de Jason surgiram. Eram incrivelmente brancas! Tipo aquelas propagandas de sabão em pó que tira a mancha e deixa a roupa branquinha.

Acho que Jason deveria ser anjo-propaganda de sabão em pó.

— Vim aqui proteger minha irmã de você, seu monstro!

Luke riu debochadamente.

— Acho que chegou um pouco atrasado, amigo! Sua irmã está se virando muito bem sozinha!

— Você fala demais, Deformado! – Avancei para cima de Luke, golpeando-o. Um golpe que ele quase não teve tempo de defender. Um riso debochado saiu de sua boca e ele me atacou de volta.

Os outros não ficaram parados: já estavam numa luta feroz contra os Renegados e demônios ao nosso redor. Thalia desviou de um ataque e veio em meu auxílio, porém um Renegado surgiu em sua frente, ficando entre nós dois. Ela rosnou. Tinha um olhar de desprezo.

Jordan... É um desprazer vê-lo novamente.

Jordan sorriu de canto. Tinha cabelos louros e olhos verdes.

— Digo o mesmo, cara Thalia...

Thalia apenas sorriu desafiadoramente e atacou. Concentrei-me na luta contra Luke. Eu estava com a vantagem. Pelo menos até aquela vadia ruiva maldita pousar, montada num bicho estranho, que tinha os dois olhos perfurados. Tentei forçar minha memória até o momento em que eu estava apagado (eu estava apagado, mas via e ouvia tudo ao meu redor).

Cocatrice.

Que nome estranho pra se dar a um monstro.

O cocatrice avançou sobre mim, prendendo-me ao chão com suas patas. Ofeguei, imobilizado.

— Você está me dando muito trabalho, Nicholas... – Era a primeira vez que Luke me chamava pelo meu nome. – Estou quase tentado a matar você aqui e agora...

Ri debochadamente.

— Ah é? E o que você vai fazer se não vai me matar? Vai me dar pesadelos com essa sua cara destruída?

Luke rosnou e fez um sinal para Scarlet, que por sua vez, fez um sinal para o bicho de nome estranho, que cravou as garras em meus ombros. Gemi alto de dor.

— Vou machucá-lo. E muito, Nicholas... Vou tirar esse sorriso estúpido do seu rosto!

Luke acertou meu rosto com um chute. Tossi, sentindo gosto de sangue. Mas ainda mantive meu sorriso. O que aumentou a raiva de Luke.

— Foi o que eu disse, imbecil... – Falei. – Você não pode fazer nada.

Luke rosnou e abaixou-se, agarrando minha garganta.

— Está me desafiando?!

Ouvi Thalia rosnar atrás de mim.

— Tire as mãos dele! – Alertou. Mas, pelo som, Jordan ainda bloqueava seu caminho.

Sorri de canto, apesar de estar sufocando.

— Você é tão idiota... Que não olha para os próprios pés.

Luke, curioso, olhou para baixo, encontrando mãos esqueléticas agarrando seus pés. Fiz um movimento com a mão e fendas surgiram sob seus pés. As mãos o puxaram para baixo e Luke rosnou.

— MALDITO! – Seu olhar foi para Scarlet. – Dê um jeito nele!

Antes que Scarlet chegasse até mim, mais mãos esqueléticas surgiram, segurando-a e fazendo-a cair. Ela deu um comando para o cocatrice e eu gritei de dor quando seu bico rasgou a pele do meu ombro direito. Thalia gritou. Segurei Umbra com firmeza, ainda sentia dor. Muita dor. Mas consegui descrever um arco com a espada. Senti sangue pingar em meu braço. A dor em meu ombro cessou.

No segundo seguinte, a cabeça do cocatrice caiu ao meu lado. Sorri de canto, levantando-me com certa dificuldade, mas um sorriso de canto.

— Não sabem com quem estão se metendo... – Falei. Estendi meu braço esquerdo na direção dos Renegados e o chão se abriu sob seus pés. Esqueletos surgiram de todas as partes, matando se hesitar. Fiz um segundo movimento e sombras sólidas se ergueram do solo, agarrando demônios como mãos gigantes e os puxando para as fendas gigantescas. Jason parecia horrorizado. Isabelle, apesar de estar concentrada em sua luta, parecia orgulhosa do resultado dos seus treinos.

— Acho melhor parar agora! – Ouvi a voz de Jordan e virei-me para vê-lo. Ele segurava Thalia com firmeza com uma das mãos. Com a outra, ele pressionava uma lâmina contra sua garganta. – Ou eu corto a garganta dela!

Eu não sabia e nem quis saber minha aparência naquele momento, mas, pela expressão de Jordan, não era nada boa. Ele engoliu em seco, recuando. Jason quis avançar sobre Jordan, mas, com um gesto, o parei.

— Está me ameaçando, Jordan? – Aproximei-me. Minha voz estava sinistramente alterada e baixa. Jordan estava tremendo, mas ainda mantinha a adaga contra Thalia. – Você sabe quem eu sou? Você sabe o que eu sou?

Ele engoliu em seco. Suava frio.

— Ele é apenas um necromante, Jordan! – Disse Luke, ainda preso. – Mate a garota!

Estendi meu braço na direção de Luke e mais mãos esqueléticas surgiram, segurando sua boca e impedindo-o de falar qualquer outra coisa.

— Apenas um necromante... – Ri baixo. – A palavra necromante é um modo tão... Simples de nos denominar. Meu poder se estende muito além da necromancia, Jordan... Necromancia é apenas a arte de adivinhar o passado, presente ou futuro através do contato com os mortos. Meu poder se estende muito além disso. Eu posso invocar os mortos. Eu posso colocar os mortos sob o meu comando. Mas o melhor de tudo... – Sorri. E meu sorriso, com certeza, saiu extremamente sinistro, porque Jordan recuou, engolindo em seco. – É que eu sou a principal pessoa a quem eles obedecem...

Isabelle arregalou os olhos. Ela sabia a que eu me referia. Pela expressão de surpresa, Scarlet também sabia.

— C-com eles... – Começou Jordan, ainda segurando Thalia. – Você diz... Os mortos...

Ri alto. Uma risada tão gélida que, por dentro, eu estava morrendo de medo de mim.

— Com eles... Eu digo os cães...

Rosnados ecoaram pelo local. Mas ninguém via nada. Pelo olhar de Thalia, ela sabia o que era. Jordan olhou ao redor, com medo. Eu sabia que Scarlet e Isabelle, devido ao seu parentesco, também os viam, assim como eu.

Cães negros, com olhos vermelhos como sangue e dentes afiados como adagas. Eram tão grandes que eu poderia montá-los sem problemas. Os pelos negros estavam eriçados. Eles rosnavam alto.

Cães do Inferno...

Scarlet tentou dar alguma ordem, mas eu era mais autoritário que ela com os cães. Sorri de canto. E ordenei numa língua que, certamente, não era inglês.

Matem-no.

Isabelle desviou o olhar. Scarlet observou, chocada, os cães avançarem sobre Jordan, que, com o medo, soltou Thalia e começou a recuar. Sem escapatória. De um segundo para o outro, os cães já estavam sobre ele, rasgando sua pele com as garras. Desviei o olhar, ainda ouvindo os gritos de Jordan. Thalia ainda observava, horrorizada. Não conseguia desviar o olhar. Caminhei até ela e a puxei para mim de modo que seu rosto estivesse afundado em minha camiseta. Senti Thalia agarrar o tecido e fechar os olhos com força, apenas ouvindo Jordan gritar enquanto era brutalmente assassinado pelos cães do Inferno. Scarlet tinha um olhar de horror conforme o sangue de Jordan, pela proximidade, atingia seu rosto.

Luke rosnou e suas asas surgiram. Ele respirou fundo e levantou voo velozmente. Depois ajudou Scarlet a sair de onde estava, evitando olhar para Jordan, que já estava parando de gritar aos poucos.

— Eu o verei de novo, Necromante! – Ele rosnou, segurando Scarlet, em estado de choque, nos braços conforme chamava os Renegados e demônios sobreviventes para longe. – Retirar!

Os cães finalizaram seu trabalho, deixando sobre a grama apenas sangue e ossos. Depois vieram até mim, obedientes.

— Podem voltar. – Falei, afagando o pelo do cão mais próximo. Em questão de segundos, os cães desapareceram, transformando-se em sombras e adentrando as fendas, que se fecharam devagar.

Os outros olharam em volta, ainda assustados. Isabelle me encarava em choque. Talvez nem ela soubesse o alcance do meu poder.

E talvez eu não tivesse checado o quanto de energia eu gastaria fazendo o que fiz. No segundo seguinte, o cansaço se apoderou de cada parte do meu corpo. E Thalia aproveitou nossa proximidade para me amparar antes que eu desse um lindo beijo no chão.

— Descanse, Nico... – Sussurrou. – Pode descansar.

Sorri levemente e deixei que tudo se escurecesse.

[...]

Acordei com tontura. Eu estava num quarto de hotel, com toda certeza. Tossi e me levantei, sentindo dor de cabeça e tombando logo depois.

— Vai com calma, Nico... – Thalia segurou meu ombro. – Gastou muita energia ontem.

— Dessa vez foi ontem mesmo? – Perguntei, levando a mão à cabeça. Thalia sorriu compreensivamente e tirou um pedaço de ambrosia do bolso, levando-o à minha boca.

— Sim. Dessa vez foi ontem. – Ela afagou meu cabelo, esperando até eu terminar de mastigar e engolir o pedaço de ambrosia. Minha dor de cabeça passou, apesar de ainda estar com tontura. – Melhor?

— Mais ou menos... – Falei. – O que aconteceu?

Thalia suspirou.

— Você invocou cães do inferno. E eles destroçaram um Renegado.

— Seria incorreto eu achar isso legal?

Thalia suspirou outra vez, sorrindo levemente.

— Não muito. O controle sobre os cães é uma das características do seu poder. – Ela me encarou. – Mas você ficou assustador ontem, Nico. Não que eu tenha ficado com medo de você ou do que poderia fazer. Eu sabia que não nos machucaria... Mas o desejo assassino no seu olhar... O modo como parecia disposto a matar alguém da forma mais lenta possível...

— Já entendi... Foi sinistro. – Falei. Thalia assentiu levemente. – Esse Renegado que foi destroçado... Ele atacou você?

— Ele ameaçou me matar. E você o matou. – Thalia viu que eu me deslocara para o lado e deitou-se comigo naquela cama. – Obrigada por me salvar, Nico...

Sorri levemente.

— Não precisa me agradecer... Sabe que eu faria qualquer coisa por você. – Dei-lhe um selinho. – Só não me assuste outra vez.

— Quem me assustou primeiro foi você... – Thalia riu baixo, seguida por mim. – Mas, apesar de tudo... Isso foi um bom sinal.

— Foi? – Eu a encarei. – Sinal de que?

Thalia sorriu, aconchegando-se em meus braços.

— Um sinal de que seu poder está crescendo. – Ela sorriu. – Nico, você não precisa mais de óculos, compreende o alcance dos seus poderes, sabe manusear várias armas... É uma questão de tempo até conseguir suas asas.

Sorri de volta.

— Isso é um bom sinal mesmo. – Concordei. Depois a abracei. – Que horas são? – Afundei meu rosto em seu cabelo. Amava seu cheiro de chuva.

— Duas da tarde... – Thalia disse. – Por quê?

Sorri de canto. Depois a beijei.

— Porque acho que a essa hora... Todos estão cochilando... – Beijei sua bochecha. Thalia sorriu. – O que acha de cochilarmos?

Thalia sorriu maliciosamente e me beijou novamente. Depois ficou por cima de mim, já levantando minha camiseta enquanto ainda me beijava.

— Acho uma ótima ideia.

Sorri e nos virei assim que me vi desprovido da minha camiseta.

Seria uma tarde maravilhosa.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? E os cães do Inferno? Quem já esperava que o Nico pudesse invocá-los? Quem estava querendo que o "querido" cunhado do di Angelo aparecesse? Por que será que ele simplesmente não aprova essa relação? Será mesmo que é por causa da realeza? Ou será por outro motivo? Digam nos reviews! :3
Até o próximo, amores!
AH! Para quem leu as notas iniciais: Quem adivinhar o nome da fic que eu vou postar, vai ganhar uma prévia dela! ;)
Fico por aqui!
Bjoks! *3*