–Ouch, isso tá bem quente. - ele falou levantando e afastando o tecido molhado da pele.

Meu pânico aumentou, por que a camisa dele tinha que ser branca? A mancha tava enorme e de repente todo mundo na sala estava olhando para mim. Eu já podia ver meu emprego e carreira arruinados, como se para confirmar isso minha chefe me fuzilava com olhos.

Então ele simplesmente começou a rir, olhando para minha cara que eu não sabia onde enfiar, mas que devia estar bem engraçada, pois ele continuou.

–Que bela assistente você tem aqui ein, Cami.

O clima melhorou, mas não me sentir melhor.

–Vá ajudar o sr. Jonas a se limpar, logo vá. - Cami disse revirando os olhos para mim.

–Claro.- gaguejei.

Esperei-o sair para ir atrás. Eu ainda estava processando o que tinha acabado de acontecer. Aquele que tava na minha frente era mesmo o Nick Jonas que me irmã só faltava pirar quando aparecia em Camp Rock? Era difícil de acreditar. Na verdade, quando ele virou não ficou tão difícil, definitivamente ele era bem bonito.

–Vai ficar aí me olhando?

–Desculpa.- botei as mãos no rosto nervosa.- Deve ter um banheiro por aqui.

–Você não sabe?

Aquelas perguntas estavam me deixando mais nervosa.

–Você sabe, né? Vai para lá, que eu te arranjo outra camisa.

Ele me olhou com a expressão estranha. Dei o meu melhor sorriso amarelo.

–Okay.

Saí pelas mesas procurando por qualquer homem no andar. Quando já estava falando com o quinto me perguntando porque os homens não eram tão prevenidos a ponto de ter uma camisa reserva, alguém me chamou.

–Hey.

Era um garoto alto que parecia ter saído de um time de futebol americano de tão musculoso.

–Você é a garota desesperada por uma camisa?- disse estendendo uma.

–Obrigada!

Fiquei tão aliviada que podia o ter abraçado se ele não fosse um completo desconhecido. Já estava indo quando lembrei.

– Anh, você podia me dizer onde fica o banheiro também?

–No final do corredor

– O masculino, né?

–Os dois ficam juntos.- ele falou rindo.

–Valeu.

Corri até lá e bati na porta. Um Nick sem camisa abriu. Tentei ficar com a expressão mais neutra possível enquanto ele me dava a suja e pegava a outra. Em poucos minutos ele saiu.

–To parecendo um rapper, não? - ele ajeitou a blusa que era provavelmente alguns números maior do que ele vestia.

– Ai, me desculpa mesmo.

–Sem problemas, acidentes acontecem. Além do mais, Eminem teria inveja se me visse agora.

Sorri. E observei como ele parecia cansado.

–Okay, eu vou pegar outro café e te entregar sem te dar um banho dessa vez.

–Isso seria bom.- ele deu um meio sorriso e seguiu para a sala.

Suspirei, pelo menos ele não tinha ficado zangado. Mesmo assim eu não sabia as consequências de eu ser um desastre logo hoje, quando ainda não tinham assinado meu contrato.

O resto do dia tentei fazer o meu melhor possível. Entreguei o café direitinho como uma pessoa normal, banquei a secretária atendendo o telefone, fazendo trabalho de escritório, etc. Na hora do almoço Melody me pediu desculpas por não poder sair comigo, pois estava fazendo uma edição no site que a estava deixando maluca. Acabei sozinha na cafeteria beliscando besteiras já que meu estômago ainda dava voltas por causa do nervosismo.

Eu não culpava ninguém pois já tinha percebido que hoje era um dia de trabalhos daquele lá, mas eu realmente queria saber qual era minha situação. Suspirei, então vi o garoto que me emprestou a camisa se aproximar.

– Oi. - ele disse.- Posso sentar com você?

– Pode, hum você disse o seu nome?

– Eu sou Theo, prazer.

Tive vontade de dizer o prazer é todo meu, mas só me apresentei também e começamos a conversar. Contei a história da minha confusão e descobri que Theo apesar de enorme era bem fofo além de trabalhar na parte técnica de sonoplastia. Ele me explicou que a produtora estava uma doideira porque alguns artistas tinham desistido do festival, fazendo a dinâmica toda mudar. Fiquei preocupada, será que as bandas com que eu tinham trabalhado desistiram? Se Theo percebeu minha expressão, não comentou. Continuou falando da empresa e até contou piadas.

Voltamos para cima juntos, mas me despedi logo quando vi uma ruiva perto da minha mesa.

–Olá, me acompanhe por favor. - Beth disse e pegou delicadamente meu contrato na mesa. -Vamos falar disso.

Mordi minhas bochechas por dentro, já nervosa, enquanto entrava num escritório gigante com as paredes externas de vidro dando ao espaço uma vista linda. Não tive ânimo para reparar em mais nada ao ver Cami séria me analisando na sua poltrona.