Adeus escrita por Hitari Amai


Capítulo 1
Capítulo único - A resposta


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e preparem os lencinhos! Hehehe!



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Você provavelmente já se perguntou como seria sua reação - ou vida - ao descobrir que sua mãe morreu.

E também é provável que você tenha chorado tanto a ponto de soluçar e pensar que de fato, um dia, esse momento chegaria.

Mas não importa o quanto tentemos imaginar, pois a dor ao perder alguém que amamos não pode ser descrita. Apenas sentida. Mesmo que você não queira tal sentimento.

Então eu lhe pergunto: O que você faria se a pessoa que você mais ama no mundo morresse?

Talvez a resposta mais óbvia seria " Eu choraria ". No entanto, esta não é a resposta correta.

Para entender melhor, eu lhe contarei a história que se passou comigo há mais ou menos 30 anos atrás...

Conheci meu marido no meu emprego, seu nome era Hyuuga Neji, cabelos longos e castanhos, alto e forte, e incríveis olhos perolados. O grande sócio da empresa.

Eu era apenas a secretária do dono, seu pai, nunca pensei que ele me notaria. Lembro que ele se aproximou de mim elogiando o serviço que eu prestava e acabamos almoçando juntos.

Papo vai, papo vem, ele finalmente me chamou para um encontro a noite para um restaurante super fino. Mas eu recusei e sugeri uma pizzaria. Ele aceitou no mesmo instante.

Fomos nos tornando mais íntimos a medida que os negócios fluíam bem, e antes que eu pudesse perceber, já o estava amando.

Aos meus 24 anos, fiz minha primeira confissão de amor. Me lembro até hoje de minhas palavras:

" Neji, sabe... Adorei ter te conhecido, você tem sido um grande amigo para mim. Mas só isso não basta. Porque eu te amo ".

Assim como eu me lembro de sua resposta...

" Tenten, você também tem sido uma grande amiga para mim. Mas infelizmente é apenas isso. Sinto muito ".

Sim, eu fui rejeitada.

O xinguei mentalmente várias vezes, acho que cheguei até a inventar um novo palavrão. Eu tentei tantas vezes me confessar e no final ele apenas me rejeita, não me deu sequer nenhuma chance.

Depois disso, eu o passei a evitar, as ligações dele foram se tornando menos frequentes, assim como suas mensagens também foram. E então, nos tornamos desconhecidos um para o outro novamente.

Mas eu ainda o amava.

Tomei vergonha na cara e tornei a falar com ele pedindo desculpas, ele compreendeu e voltou a falar comigo.

Eu resolvi esperar e ir regando essa sementinha do amor pouco a pouquinho, e então, o sentimento foi retribuído.

Nosso namoro durou 3 anos, aos meus 27 anos de idade, ele me pediu em casamento, obviamente que aceitei.

Mas foram a partir de dois anos depois da noite de núpcias que os problemas começaram a nos atingir.

Ele foi diagnosticado com tuberculose.

Pensei que ele tossia por causa de uma gripe, mas ela não passou mesmo depois de 4 semanas. E então, ele passou a expelir catarro com sangue.

Procuramos atendimento médico e recebemos a notícia. Foi um choque, pois não havia cura.

Lembro-me que nos abraçamos em lágrimas enquanto dormíamos.

O caso só ia se agravando e eu não sabia o que fazer. Se aguardava sua morte, ou se procurava a cura.

Era doloroso, infeliz, e solitário... Acordar todo dia ao lado da pessoa que eu amo e ver que ele estava cada vez mais magro e pálido era triste e melancólico. Sorrir estava sendo cada vez mais difícil para mim.

Mas eu sabia, que mais do que qualquer um, ele precisava de mim ao seu lado, sorrindo e lhe dando apoio.

A doutora Sakura me alertou que seria perigoso se ele não fosse internado, eu poderia ser atingida pela doença. Mas eu não me importava. Mais importante para mim era a saúde dele do que a minha.

Às vezes ele sequer tocava na comida, não tinha apetite. E isso fazia sua saúde ficar ainda mais debilitada por falta de nutrientes. E eu já estava perdendo as esperanças.

O sangue que ele eliminava na tosse estava aumentando cada vez mais e sua palidez se intensificou.

Na frente dele, eu sorria, mas pelas costas, eu chorava. Chegou um momento em que ele sequer conseguia levantar da cama ou falar direito.

Houveram dias em que eu me ajoelhava no chão e chorava amargamente, suplicando a Deus para que levasse meu marido.

Eu não queria vê-lo neste sofrimento quase que vegetativo!

Porém, eu estava sendo egoísta. Na verdade, era eu quem não queria mais sofrer.

Ver meu marido, o homem cujo qual eu tanto amei em toda a minha vida, caído, fraco e doente era doloroso demais para suportar.

E então, eu percebi que, lentamente, EU o estava abandonando, não ele a mim.

Enquanto eu orava para que Deus o levasse, ele orava para que Ele o curasse.

Ergui minha cabeça e falei a ele: " Não vou desistir nunca mais, então trate de não desistir também ".

Neji sorriu. Um sorriso que eu entendi perfeitamente o que queria dizer... Ele sabia que não escaparia da morte, mas se ainda houvesse um pequeno pedacinho de esperança, nós o agarraríamos sem hesitar.

Procurei a cura em livros medicinais - eu tinha tempo já que sai do trabalho para cuidar dele -, e, enquanto procurava, eu ia contando tudo para ele ao final de cada dia.

Mas ainda não era o suficiente. Eu precisava saber mais em pouco tempo, pois os dias de meu marido estavam contados.

E então, ele uma vez me disse:

" Tenten, se eu morrer... Case de novo. Não precisa ficar sozinha ".

Eu iria protestar, mas ele me cortou prosseguindo com um sorriso:

" Não me olhe com essa cara de ' Você não vai morrer ', nós já sabemos o que vai acontecer. Não precisa ficar cuidando de mim, vá viver a sua vida ".

A última palavra que ele disse soava como desejo. " Vida ". Claramente, ele não queria morrer.

Curvei minha fronte e o abracei derrubando o livro que estava em meu colo. Senti suas lágrimas escorrerem pelo meu ombro.

Suas mãos caminharam para as minhas costas e nuca; e ali foram fixadas com uma força incrível.

" Eu não irei te deixar. Nunca ". Sussurrei.

Ouvi soluços dolorosos e fracos. E num grito amargo, ele chorou como uma criancinha.

As lágrimas que eu segurava desceram com tudo. E naquele pequeno cômodo foi criado um clima sombrio, melancólico, triste, abatido e doloroso...

E em meio aos prantos, adormecemos.

E então, 3 meses depois do descobrimento da doença, Neji já estava bem magro, pálido e chegava a vomitar sangue constantemente. Mal falava.

No último dia, ele me encarou e sorriu apertando fracamente a minha mão esquerda, onde estava a bela aliança que ele havia me dado.

Deslizei com minha mão direita para o seu pálido rosto e me aproximei depositando um beijo em sua testa e em seus lábios.

Ainda próxima, o encarei sorrindo. A hora dele havia chegado...

" É tão escuro... Estou com sono ". Murmurou fechando lentamente os olhos.

Apertei meus lábios um contra o outro e respirei fundo de maneira falha.

- Durma - balbuciei -, eu estarei do seu lado quando acordar... Nunca sairei de perto de ti. Não te abandonarei. Portanto, descanse.

Meus olhos marejaram, tentei segurar, mas acabei chorando silenciosamente apertando sua mão.

- Tenten - o encarei receosa, ele ainda estava de olhos fechados -, me perdoe se fui um incômodo para você durante todo este tempo. Te ver desse jeito por minha causa me dói.

Suspirei trêmula e beijei sua mão deixando as lágrimas rolarem.

Até hoje me lembro de suas últimas palavras:

" Não chore por mim. Pois a coisa que eu mais odeio é te ver assim. Quando eu morrer, sorria. Eu quero ir lembrando de seu doce sorriso, do seu carinho, do seu amor... Mesmo sendo por pouco tempo, te conhecer foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Perdoe-me por não te dar filhos, perdoe-me por não te dar a felicidade que você merecia, perdoe-me pelo pedido egoísta que lhe farei: Por favor, não me esqueça. Pois eu não quero morrer ".

Neji abriu seus olhos, mesmo que tenha sido apenas uma greta, ele os abriu. Engoli o meu choro e mostrei o meu mais belo sorriso.

" Eu te amo ". Foi a última coisa que disse a ele. E ele a mim.

E lentamente, a força que prendia minha mão a dele foi se esvaindo, assim como a sua vida.

Hoje, eu estou com 60 anos, faz cerca de trinta anos desde que meu marido morreu.

Ainda é difícil falar disso tudo, pois foi algo que presenciei bem diante dos meus olhos. Dizer " adeus " é doloroso.

Mas nada é eterno, tudo tem um fim. Sabemos disso; mas por quê ainda choramos mesmo cientes?

Porque ninguém sabe quando será a hora da despedida, nunca estamos preparados.

A vida não é um conto de fadas. O " Felizes para sempre " não existe na vida real. Utilizamos outro termo: " Até que a morte nos separem ".

Então eu lhe pergunto novamente: O que você faria se a pessoa que você mais ama no mundo morresse?

Pode parecer simples esta pergunta, mas não é.

Pois a dor mais forte do mundo é a perda de alguém que amamos, seja ela mãe, pai, filhos ou esposo, ou esposa.

Quem me dera, se " Chorar " fosse a resposta correta.

Choramos? Claro que choramos. Mas a resposta para esta pergunta é pessoal, saberemos apenas quando acontecer com um de nós.

Querem um exemplo? A minha vida que acabei de contar.

Eu sorri, assim como Neji me pediu. Foi difícil no início, mas seguir em frente sorrindo foi a melhor das opções.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?

Será que devo me arriscar a escrever mais dramas? hehehe



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