Descobrindo o amor escrita por Lailla


Capítulo 25
Decisão de carreira




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Agora realmente estava tudo bem. Meu pai e eu estávamos bem, Akashi e eu estávamos bem, todo mundo estava bem. Finalmente! Porém agora me vinha uma questão: o que eu faria na faculdade? Depois que conversei com minha mãe e ela com meu pai por telefone, eles começaram a conviver melhor. Não que eles não tenham feito isso na época que ele veio me ver, mas hoje estavam bem melhor. Passei a ir na casa do meu pai mais vezes e ficava bastante com Mary. Ela conversava comigo e parecia se divertir mais com nossas conversas do que eu mesma. Além de eu conhecer mais meu irmão. Kou era engraçado, animado, esportivo e carinhoso. Numa dessas vezes que eu fui para lá, Akashi foi comigo e ficou jogando com Kou. Ele amava quando Akashi ia pra lá comigo e parecia me amar ainda mais, o que me fazia rir. Eles jogavam, Akashi ensinava a ele algumas jogadas e Mary pintava a vista em um quadro, na varanda enquanto eles jogavam no quintal. Eu estava sentada na mureta, vendo-a pintar. Eu via claramente a paixão em seus olhos.

– Nee, Mary.

– Hai. – Ela sorriu, continuando a pintar.

– Por que não quis ser mais fotógrafa?

– Na verdade eu ainda tiro algumas fotos, mas prefiro deixar isso com seu pai. – Ela deixou uma risada leve escapar – Descobri que sou melhor pintando. Já fiz duas ou três exposições.

– Sugoii.

Ela sorriu.

– E você?

– Eh? – Disse em dúvida.

– No que você é boa?

– Hum. – Abaixei o olhar – Não sei.

– Não? – Ela parou de pintar e me olhou – Nande?

– Hum. – Dei de ombros – Apenas não sei.

Ela parou e pensou.

– Você gosta de artes? Sabe, no colégio.

– Um pouco.

– Que bom. – Ela sorriu – É a única coisa que eu posso te ajudar. – Ela riu e se virou, entrando em casa.

Quando Mary voltou tinha um saco de tamanho médio em suas mãos. Ela o pôs ao meu lado e o abriu.

– O que é? – Perguntei.

– Argila. – Ela disse – Eu tenho um torno pra modelagem, às vezes faço alguns vasos.

– Torno?

– Hai. – Ela sorriu – Aquela máquina que tem um prato que roda e a gente modela a argila enquanto ela roda.

– Ah.

– Ne, quer tentar fazer algo?

– Hum, hai. – Disse sem jeito.

Eu não sabia fazer nada mesmo, então se naquilo eu fosse boa, ficaria muito feliz. Mary voltou a pintar e eu comecei a fazer algo com a argila. Não saía muita coisa, apenas bolas ou pequenos vasos tortos. Mas comecei a olhar Akashi jogar e fiz um coração de argila. Mary viu e sorriu. O coração de argila era bem gordinho e tenho que admitir que era da forma perfeita ao qual se ilustrava o coração de uma pessoa apaixonada.

Depois que eu comecei não parei mais naqueles meses que se seguiram. Comecei a ir em ateliês de cerâmica e a fazer vasos. Quando eu estava na casa do meu pai, Mary ficava comigo fazendo pequenos bichinhos de argila. Era divertido e eu amava a parte de pintá-los quando secavam. Logo depois ela começou a me ensinar a pintar. Minhas telas eram pequenas, mas no decorrer do tempo começaram a aumentar de tamanho com Mary dizendo que eu era boa nisso. Eu me empolgava quando me elogiavam e quando Akashi me visitava em casa, na maioria das vezes eu estava suja de tinha por estar pintando. Ele ria feliz por eu estar descobrindo algo que gostava e via minhas “obras”. Meu quarto agora ficava repleto de bichos de argila, onde eu havia me aperfeiçoado e agora fazia de vários tamanhos e tipos diferentes. Pandas, aves, gatos, cachorros. Fiquei realmente boa nisso e eram todos pintados. Tanto que quando Mayu entrava no meu quarto e via um gato, ela começava a latir pra ele. Além dos vários painéis para pintar e o cavalete para apoiar as telas, que fiquei feliz por ter conseguido comprar com meu próprio dinheiro, já que vendia os bichos de argila. Eu ainda estava aperfeiçoando pintar pessoas, mas meu sonho era pintar um retrato de Akashi jogando basquete. Eu trabalhava duro pra isso e sabia que um dia chegaria lá.

– Sugoii... Você está ficando mesmo boa. – Ele disse, vendo um dos meus quadros.

– Arigatou. – Sorri, limpando o rosto de tinta.

– Por que não tenta Artes?

– Eh?

– A universidade. Você é boa e não faz apenas bichos de argilas. Já vi um casal de argila que você fez e você pinta muito bem.

– Ah... – Sorri, corando – Foi pra uma colega de trabalho da minha mãe. Ela se casou e eu fiz pra ela.

– Ele ficou bem legal. – Ele disse.

– Arigatou. – Sorri sem jeito – Mas não sei se iria conseguir entrar.

– Nande?

– Eu não entrei no clube de artes do colégio. Não tem nada no meu histórico sobre Artes.

– Mas suas notas são ótimas. – Ele disse, se sentando na minha cama – Tenta fazer as provas.

– Hum. – Pensava.

– Faz um eu pequeno, jogando basquete. – Ele disse já rindo.

Sorri, achando graça.

– Na verdade. – Disse, abrindo uma gaveta da minha escrivaninha – Estou fazendo algumas peças pra vender e conseguindo vender. – Disse animada – E... Eu fiz isso pra você.

Tirei da gaveta um coração vermelho e gordinho. Akashi sorriu gentilmente. Fui até ele e me sentei ao seu lado, dando a ele.

– Na verdade esse foi o primeiro que eu fiz. Na casa do meu pai com Mary. – Disse, sorrindo levemente – Não é tão bom quanto os outros que eu faço agora, mas espero...

Akashi me beijou de repente. Arregalei os olhos, surpresa e os fechei aos poucos. Ele me deitou na cama e continuou o beijo. Quando cessou, eu o olhei corada.

– Etto... – Disse em dúvida.

– Arigatou. – Ele sorriu e se sentou, vendo o coração – Eu gostei muito.

Me sentei e sorri, corando mais.

– Tem certeza? – Perguntei sem jeito – Eu tenho outros melhores ou... Posso fazer outro.

– Não. – Ele disse, afastando o coração de mim – Eu amei e é meu agora.

Pus a mão na frente da boca, querendo rir. Akashi me olhou e olhou para a porta, voltando-se pra mim de novo e sorrindo maroto. Não compreendi e olhei para a porta, vendo que estava fechado. Corei e o vi pôr o coração na minha mesa baixa, junto com outras peças que eu planejava pintar. Porém pelo visto, não pintaria naquela tarde. Ele me beijou e tirou lentamente minhas roupas “de trabalho”, que estavam sujas de tinta. Eu corava sempre, mas no decorrer desses meses que se passaram e que sempre dormíamos juntos, me acostumei a dormir com Akashi e até mesmo eu às vezes tinha a iniciativa, o que o fazia corar de vez em quando. Ele tirou a roupa dele e o resto das minhas, nos colocando de baixo das cobertas. Não sei por que, mas ele sempre levava três camisinhas com ele. Às vezes usávamos todas de uma vez, mas ficava me perguntando se esse era o objetivo dele. Talvez sim, e isso me deixava constrangida um pouco, mas eu gostava de fazer amor com ele. Era incrível!

...

Nosso grupo de amigos ainda era grande. E agora eu levava às vezes mais um novo e pequeno membro quando saíamos juntos. Kou passou a sair comigo, fizera 10 anos naquele final de ano e a festa foi bem legal. Ele chamou Akashi e disse que podia levar os amigos do time dele também. Eu quis rir quando ele disse isso, mas Akashi os levou mesmo. Nunca vi Kou sorrir tanto e seus olhos brilharam como nunca ao ver Reo-kun, Kotarou-kun e Chihiro-kun. Ele realmente amou tê-los na festa e eles acharam engraçado terem um pequeno fã, mesmo eles tendo vários fãs.

Como os meninos gostaram de Kou e, claro, Kou gostou deles, quando saíamos, eu o levava.

– Nee, nee-chan. – Ele disse ao meu lado enquanto andávamos.

– Hai. – Disse suave.

– Yue-san vai está lá também?

– Hai. – Sorri – Nande?

– Hum, nada. – Ele corou levemente.

– Kou, Yue tem namorado.

– Eu sei, mas ela não é tão mais velha.

– Apenas sete anos. – Disse, achando graça – Não pode, ela gosta do Kotarou-kun.

– Hai... – Ele disse frustrado – Mas será que vão ter garotas como ela quando eu tiver a idade dele?

– Sim. – Ri – Vão ter muitas.

Ele sorriu feliz.

– Nee, nee-chan.

Eu ri.

– Hai.

– Você e Akashi vão se casar?

– Eh?! N-Nani? Nande?!

– Hum. – Ele deu de ombros – Ele gosta mesmo de você. E vocês já estão há um tempão juntos.

“Só dois anos...”, pensei.

– E-Etto... Pra mim não é muito não. – Disse sem graça.

– Hai, hai. – Ele riu.

Nós chegamos à lanchonete que marcamos de nos encontrar e Kou correu pra falar com os meninos. Eu ri, achando graça. Mas agora que pensava, eu me casaria com Akashi mesmo? Mesmo sendo ainda muito cedo pra pensar isso, Akashi parecia deixar claro que queria ficar comigo. E agora estando tudo bem e mais ninguém tentando nos atrapalhar... Parece ser uma boa ideia. Na verdade uma ótima ideia.

– Oe, Mina! – Naoko exclamou, me chamando – O que está fazendo parada aí?

Despertei e corei, correndo na direção deles. Me sentei e comecei a conversar com as meninas, rindo em seguida. Antigamente parecia que ficar no meio de um grupo era desconfortável e que não era meu lugar, mas agora eu estava muito feliz por ter vários amigos comigo.

...

Como estávamos no final do ano e já nos formaríamos, estávamos estudando bastante. Tanto no colégio, quanto em casa. Akashi e eu sempre estávamos estudando juntos. Como ele era ótimo no colégio, eu pedia ajuda com certas matérias. Fora as vezes que estudávamos em grupo com nossos amigos. Akashi e Chihiro davam uns de professores e nos ajudavam a estudar. Kotarou sempre fazia brincadeiras para tentar relaxar todo mundo e nós sempre ríamos. Akashi estava estudando bastante mesmo, tanto que não saíamos juntos já fazia algum tempo. Ele se decidiu e queria fazer Medicina, que precisava de bastantes pontos nas universidades. Eu me decidi – finalmente – e estava estudando para passar para Artes Plásticas. Sim, eu sabia o que faria. Eu desenharia, pintaria, faria gravuras, esculturas e colagens com vários elementos visuais e táteis. Eu iria lidar com papel, tinta, gesso, argila, madeira e metais, além de programas de computador e outras ferramentas tecnológicas para trabalhar. Sinceramente, não sabia que faria isso tudo. Eu sabia apenas pintar quadros, fazer diversas esculturas de argila e tirar fotografias com a câmera que meu pai me deu. Fiquei realmente surpresa quando descobri que poderia fazer isso tudo e que estudaria isso na faculdade. Não esperava e devo admitir que fiquei com medo, mas estava realmente feliz por descobrir que faria coisas além do que eu imaginava e isso me deixou bem animada.

Depois de fazermos amor ao término de uma tarde de estudos na casa de Akashi, eu adormeci sem querer e quando acordei na cama dele, o vi estudando em sua mesa baixa, vestido.

– Seijuro...? – Disse em dúvida e me sentei, me cobrindo com a coberta.

Ele me olhou e sorriu.

– Quanto tempo eu dormi? – Perguntei.

– Quase duas horas eu acho.

– Você estava estudando esse tempo todo?

– Hai. – Ele sorriu.

Tão dedicado, pensei... E eu ali dormindo.

– Por que não me acordou? Podíamos estudar juntos.

– Hum. – Ele balançou a cabeça e sorriu, apoiando o rosto na mão – Você estava linda dormindo, não queria incomodar.

Corei e desviei o olhar.

– H-Hum.

Ele sorriu e levantou, indo até mim e sentando ao meu lado.

– Está nervosa?

– Com... A faculdade?

– Hai.

– Hum. – Assenti – Tenho medo de não conseguir passar. Mas se eu conseguir... Tenho medo de ficar longe de você.

Ele sorriu.

– Daijoubu. – Disse – Você vai passar. Mas em relação a ficarmos separados... – Ele sorriu, querendo me fazer sorrir.

Sorri levemente.

– Nee, o que vamos fazer se isso acontecer? – Perguntei.

– Daremos um jeito. – Ele disse – Todo final de semana de provas eu vou te visitar. E nas férias e feriados também.

– Eu também. – Sorri animada.

Ele sorriu, achando graça e me beijou, me deitando. Nos empolgamos e fizemos amor de novo, mas dessa vez nós dois dormimos juntos na cama dele com Akashi abraçado comigo.


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