Descobrindo o amor escrita por Lailla


Capítulo 11
Mal entendido omitido


Notas iniciais do capítulo

Mais de um mês sem postar, gente. Peço desculpas pela enorme demora, eu não tive mais inspiração para escrever e tentava fazer fluir. Bem, hoje às 00:35 fluiu e eu escrevi. Eba! o/ Aqui está o retorno e com esse capítulo tem a confirmação de com certeza o próximo. Espero que gostem e me desculpem pela demora.



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Eu não era assim. Nunca pensei que iria fazer a doideira de dormir com Akashi apenas para ele saber que eu gostava dele. Depois do que eu fiz, fiquei extremamente envergonhada do meu comportamento. Ele me tratou com carinho, deveria saber que eu ainda estava chateada. Mas eu também não perguntei. Agora eu teria de enfrentar o fato de que Kime lutaria por Akashi. O que eu faria? Hum... Não fazia ideia, mas depois do que eu tentei fazer na casa de Akashi, tive uma dúvida.

Quando cheguei em casa naquele dia, fui direto para o quarto e fitei Mayu me ver e vir até mim latindo ainda como um barulhinho de brinquedo. Sorri e abaixei para fazer carinho nela. A peguei no colo e me sentei no chão, escorando as costas na cama. Suspirei enquanto pensava na vergonha que fiz e peguei meu celular. Hesitei em ligar, mas o fiz.

– Mina?

– Hum.

– Daijoubu?

– Hai. Anou... Posso te fazer uma pergunta? – Perguntei.

– Hai.

– Hum... Como é... Anou... Fazer aquilo?

Houve um silêncio e a ouvi tentar esconder o riso.

– Por que quer saber? – Ela perguntou.

– Dúvida.

– Hum, hai. – Ela pensou – É bom. – Ela deixou escapar uma risada.

– Isso eu sei. – Disse suave – Mas quero saber por que todo mundo gosta tanto disso.

– Hum, bem... É tipo... Porque a gente sente a outra pessoa, ne. E é bom o que a gente sente em nós também. É um calor diferente do verão, por exemplo. É bom.

– Ah... – Disse, mesmo sem entender metade do que ela disse.

Ela riu, percebendo.

– Foi mal, não consigo explicar melhor que isso.

– Não, tudo bem. – Sorri.

Ela deixou escapar uma risada.

...

As semanas de aulas foram normais. Aulas, matérias, testes surpresas às vezes, intervalos, mais aulas. Normal. Porém eu sentia que havia algo errado. Quando eu estava com Akashi no intervalo e Kime passava de um prédio para o outro, ela nos fitava e sorria maliciosamente como se estivesse me avisando. Eu engolia a seco e abaixava o olhar. Akashi não entendia e olhava pelo local pensando ter sido algo ou alguém que passou, mas ela sempre já havia ido.

No intervalo eu estava no terraço vendo a vista do colégio. Duas meninas subiram e andaram em direção a um dos bancos que havia ali.

– Ne, ne. Aquela Maki-san é tão legal!

– Hai! – A outra sorriu – Ela é tão bonita!

– Já pensou?

– Em que?

– Sabe, ela é modelo de fotos.

– Sério? Que legal!

– Hai! – A garota sorriu – Ela vai pra grandes eventos, conhece pessoas famosas! É tão legal!

– Que legal! Ne, ela contou pra mim que gosta do Akashi-kun e que já saiu com ele no fundamental.

– Sugoii! Eles ficariam tão bem juntos!

– Mas Akashi-kun namora aquela Yume-san.

– Run! Ela é estranha, Maki-san é bem mais bonita que ela!

– Mas e se Akashi-kun gostar dela mesmo?

– E daí? Maki-san fica melhor com ele.

Elas conversavam e nem me viam ali. Quando fui embora também não me viram. Funguei um pouco, fiquei triste. As meninas podem ser bem más quando querem. Tentei manter meu foco somente na aula e pensar somente na matéria. Para minha sorte, o sensei passou um trabalho de casa para aquela semana. Pelo menos eu ficaria ocupada essa semana.

Desci quando o sinal soou e troquei meus sapatos. Akashi se aproximou.

– Mina. – Ele sorriu.

– Hai. – O olhei.

– Ne, quer tomar sorvete comigo?

– Hum. – Assenti timidamente.

Nós saímos do colégio de mãos dadas e atraímos alguns olhares. Abaixei o olhar, pensando no que ouvi daquelas meninas. Fomos para uma lanchonete e compramos sorvetes. Andamos até um pequeno parque e nos sentamos. Havia algumas crianças brincando no playground.

– Ne, nós temos um jogo essa semana. – Ele comentou – Quer ir ver?

– Jogo?

– Hai. Kotarou, Reo e eu vamos jogar contra outro colégio.

– Ah...

Lembrei. Akashi também era popular entre as meninas por ser do time de basquete do colégio. Depois que começamos a namorar e eu a gostar dele, vi um de seus jogos no site do colégio. Ele jogava muito bem, mas eu também não entendia bem de basquete...

– Não sei se vou. – Disse suave.

– Nande?

– Sensei passou um trabalho para casa, tenho que entregar ainda essa semana.

– Ah... Boa sorte. – Ele sorriu.

Sorri. Parecia que tudo melhorava quando eu estava com ele.

– Gomen, queria ir. – Abaixei o olhar.

– Hum. – Ele sorriu – Daijoubu.

Sorri um pouco aliviada por ele não ter ficado chateado comigo. Eu lambi mais uma vez o sorvete, vendo as crianças irem embora com suas mães. Akashi se aproximou, beijando minha bochecha. O olhei surpresa e corada.

– Mina.

– Hum?

– Ne, posso te beijar?

– Hum, hai... – Disse sem jeito.

Ele sorriu levemente e se aproximou, encostando delicadamente os lábios nos meus. Corei um pouco. Beijar ele era tão bom. Parecia que éramos apenas nós dois ali, sentados no banco com sorvetes nas mãos e se beijando. Era mesmo, mas como se tudo desaparecesse. Parecia que tudo de ruim sumia.

...

No final da semana, eu já havia entregado o trabalho, porém o jogo de Akashi já havia passado. Fiquei chateada por não ter conseguido ir, queria mesmo ter ido. Quis ver o jogo dele no site do colégio para pelo menos dizer que o vi, acho que ele ficaria feliz de eu dizer isso. De noite, antes de dormir, liguei o computador do quarto e abri o navegador, digitando o site do colégio. Apertei o enter e carregou a página. Procurei uma nova postagem, rolando até o meio da pagina. Vi um vídeo e cliquei nele. Demorou a carregar um pouco, mas acabou indo. Tenho que admitir mais uma vez que Akashi era muito bom no basquete. Ele passava a bola e fazia cestas com facilidade. Sorri enquanto assistia e ao final do jogo houve uma entrevista com ele. Ali eu percebi que ele era famoso também. Vários repórteres faziam um meio círculo para entrevistá-lo.

– Akashi-kun! Akashi-kun! – Um deles o chamou com um microfone em sua direção.

Akashi o olhou.

– Como a Rakuzan consegue esse equilíbrio perfeito?

– É com base em nosso trabalho de equipe e os treinos árduos aos quais nós nos submetemos. – Ele disse seriamente.

Vi que Akashi podia ser bem sério, mesmo já tendo o visto desse jeito quando eu chorei no terraço e ele veio atrás de mim.

– Akashi-kun! – Outro repórter o chamou e Akashi o fitou – É verdade que você tem namorada?

“Que pergunta inadequada...”, pensei. O repórter devia ser de uma revista ou site de fofocas.

– Hai. Ela é do meu colégio. – Ele disse com um tom mais gentil.

Sorri contente enquanto continuava a assistir.

– E foi para ela que você dedicou suas cestas? – Mais um repórter perguntou.

– Hai. – Akashi sorriu levemente.

Seijuro! – Alguém o chamou.

Procurei em dúvida quem o chamava e de repente Kime apareceu na tela, abraçando Akashi e beijando sua bochecha.

– Ah! Akashi-kun, sua namorada é bem bonita! – Um repórter disse.

– Uhm... – Ele não soube o que dizer.

Filmaram e tiraram fotos deles. Pediram para Akashi sorrir e ele o fez enquanto Kime o abraçava e beijava sua bochecha para as câmeras. Ele estava claramente sem graça e nervoso, mas mesmo assim eu fiquei triste. Minha expressão mudou enquanto eu via aquilo e eu não sabia o que pensar. Agora todos pensariam que Kime era namorada de Akashi, mas... A maioria das garotas do colégio já queria isso mesmo. Eu via os repórteres, eles gostaram dela. Ela era linda e fotogênica ao lado de Akashi. Abaixei o olhar e fechei a janela do navegador sem querer ver mais.

Eu não chorei antes de dormir, na verdade... Estava triste demais para conseguir fazer alguma lágrima cair.

...

No dia seguinte, eu escutava os burburinhos enquanto chegava no colégio. As garotas viram o jogo e a entrevista. Elas riam e estavam animadas enquanto assistiam ao vídeo no celular e mostravam para as amigas que não tinham visto, além de ver os sites de fofocas. Aquilo se espalhou rápido... E todos gostaram. Troquei os sapatos em frente aos armários e fitei de relance Kime trocando os seus. Ela sorria alegre e várias meninas chegaram de repente, parabenizando ela e dizendo como os dois combinavam. Ela não dizia nada, apenas sorria. Uma ponta de raiva surgiu em mim, ela devia dizer algo, certo?! Devia desmentir aquilo pelo menos! Mas como ela mesma disse, ela lutaria mesmo por ele. Percebi isso pelo que ela fez. Ela disse que eu era invisível ao lado dele, e agora... Acho que é verdade. Ela não teria problema nenhum mesmo em se livrar de mim.

Fui para a aula e os burburinhos continuavam.

– Minna! – Sensei nos chamou atenção – Parem com as fofocas e se concentrem na aula!

Os alunos pararam e se voltaram para ele. Abaixei o olhar e comecei a copiar a matéria escrita no quadro.

– Nee, Mina? – Yue me chamou.

– Hum? – A olhei em dúvida.

– Você sabe que vídeo é esse que estão comentando?

– É. Um monte de garota fica falando “viu o vídeo? Você tem que ver!”. É um saco, mas você sabe o que é?

– Não. – Menti com tal suavidade que pareceu real.

Naoko e Yue não se importavam muito com basquete e em vista que elas não assistiram ao vídeo ainda, percebi que nem Mibuchi-kun ou Hayama-kun contaram a elas. A aula se seguiu e no intervalo Akashi me surpreendeu me abraçando por trás quando se aproximou de mim.

– Ohayou. – Ele sorriu.

– Hum. – Disse, o olhando – Ohayou.

Ele me levou ao banco e nos sentamos.

– Como foi o trabalho? – Ele perguntou sorrindo.

– Bem, mas eu não recebi a nota ainda. – Disse olhando para as mãos – Como foi o jogo?

– Hum, bem. – Ele disse com uma leve e quase invisível ponta de nervosismo – Nós ganhamos.

– Que bom. – Sorri levemente.

Ele não contou... Por que Akashi não contou pra mim sobre o que aconteceu na entrevista? Fiquei com a expressão cabisbaixa, por que ele não me conta? Se eu ouvisse sua versão dos fatos, não ficaria tão triste. Mas seu silêncio piorava o que eu estava sentindo. Continuei a conversar normalmente com ele até o intervalo acabar, com a esperança de que ele me contasse algo sobre a entrevista. Mas ele não me contou.

Na saída Akashi apareceu como sempre em frente ao meu armário e pegou minha mão para irmos embora juntos. Caminhávamos pela rua e eu estava de cabeça baixa. Ele percebeu e ficou em dúvida.

– Mina, daijoubu?

– Hum. – Disse.

– Tem certeza?

Demorei a responder.

– Não...

– O que foi?

Parei de repente e ele em seguida.

– Nani? – Ele perguntou em dúvida.

Minha cabeça estava baixa e minha franja tampava meus olhos.

– Nande...

– Hã?

– Por que não me contou ainda?

– Nani?

– O jogo... Da entrevista. – Disse quase inaudível.

Ele me olhou surpreso e se aproximou ainda segurando minha mão.

– Mina...

– Nande? – Disse sem olhá-lo.

Ele suspirou.

– Gomen, pensei que não veria.

– Todos estão vendo, então... Acho que eu veria alguma hora. – Disse calmamente.

– Gomen...

– Por que não me contou?

– Eu... Não queria te ver assim.

Balancei a cabeça, queria chorar. Me afastei dele e com isso larguei sua mão.

– Mina, gomen...

– Não.

– Uhm... – Ele me olhava surpreso.

– Até quando você ia esconder isso de mim?

– Não estava escondendo...

– Você não me disse no intervalo. – O olhei, ele viu meus olhos marejados – Eu perguntei pra você e você não me contou.

Ele suspirou.

– Gomen...

– Não! – Exclamei apertando os olhos – Você é um mentiroso!

Ele me olhou surpreso.

– Se tivesse me contado pelo menos, eu não teria que me preocupar com todo mundo dizendo que Kime e você estão juntos. – Abaixei a cabeça, estava quase chorando.

Ele acalmou o olhar.

– Mina, por favor... – Ele tentou se aproximar.

Eu recuei.

– Vai embora...

– Hã? – Ele não entendeu.

– Vai embora. Não é pra gente ficar junto. – Eu limpava as lágrimas que caíam enquanto ele me olhava com a expressão assustada – Você e Kime ficam melhor juntos... Os dois são famosos, vocês ficam bem juntos. Você tem que ficar com ela, não comigo.

Ele me olhou indignado.

– Mina!

– Vai embora, baka! – Exclamei, apertando os olhos.

Ele me olhou surpreso, comecei a andar e a apressar o passo. E para piorar... Akashi não me seguiu. Até compreendo que ele ficou perplexo com o que eu disse, mas eu desejei no fundo que ele me seguisse e dissesse qualquer coisa para tentar me fazer sentir melhor. Fui para casa, minha mãe ainda deveria estar no trabalho já que quando cheguei não tinha ninguém. Mayu apareceu de dentro do meu quarto e correu até mim quase caindo. Deixei escapar um sorriso leve e a peguei no colo, abraçando-a e fazendo carinho nela. Fui para meu quarto e sentei no chão em cima do tapete e continuei a fazer carinho em Mayu.

Eu senti uma dor e um imenso vazio no meu coração naquela hora.


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Notas finais do capítulo

Gostaram da volta? *--*