Sons of Theolen escrita por Live Gabriela


Capítulo 13
Solomon - O Bugbear




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Os passos rápidos e desesperados dos cinco membros do grupo pisavam nas folhas secas caídas ao chão pela noite. Olheiras já apareciam nos rostos desacostumados com esse tipo de rotina, como os de Charly e Nipples.

A floresta escura dava asas à imaginação dos viajantes e vida aos seus piores medos. Qualquer barulho era uma ameaça, qualquer movimento um perigo em potencial. Suas mentes estavam esgotadas e seus corpos pediam por descanso, mas o medo era maior e os fazia seguir em frente.

Após encontrarem um acampamento destruído com cadáveres de outros humanos totalmente desfigurados jogados ao chão, chegaram à conclusão de que o ataque àquelas pessoas se fez por parte do Campeão da Ninfa e aconteceu de surpresa, enquanto ainda estavam dormindo, sendo assim não cometeriam o mesmo erro.

Dorothy seguia a frente do grupo, incansável e determinada a sair logo daquela floresta. Solomon andava atrás de todos, cuidando da retaguarda. O guerreiro não estava assustado com o inimigo que poderia encontrar, ele sabia de suas próprias habilidades em combate e contava que poderia esmagar qualquer um em seu caminho, nada era realmente um problema para Solomon.

Ao ver Dorothy caminhando à frente, lembrou-se que ela o havia guiado até ali, ela havia trazido todas aquelas pessoas para o perigo, pessoas que o guerreiro julgava fracas. “Eles não vão aguentar e a culpa é sua...”, pensava enquanto encarava a garota.

Seguiram então viajando por horas sem pausas durante a madrugada até a luz do dia cobrir totalmente a floresta, foi quando Charly parou, completamente exaurido.

— Eu... Eu não consigo mais... – Estava ofegante e tinha os olhos pesados – Por favor, será que a gente pode parar um pouquinho?

— Não podemos – disse Dorothy, que também estava cansada, mas não queria arriscar um ataque enquanto dormiam.

— Dorothy... – disse Arlindo se aproximando lentamente da garota – Já está de manhã, se um bicho grande como estamos pensando que é esse Campeão aparecer, nós o veremos. Além disso, se não descansarmos e ele nos encontrar, estaremos perdidos.

— Nós não podemos dormir Arlindo, ele pode aparecer a qualquer momento – insistiu a garota.

— Então vamos fazer turnos de vigia, que tal? – sugeriu o clérigo.

Solomon os observava em silêncio e viu Dorothy parando por um minuto para pensar sobre o assunto. Ele olhou para os outros membros do grupo vendo o vermelho em seus olhos e seus troncos curvados "Não vão aguentar andar mais do que isso" pensou sem se surpreender, já imaginava que ninguém ali seria tão resistente quanto ele próprio ou quanto a garota.

— Muito bem então – disse ela – Eu fico primeiro, vocês durmam.

Charly sorriu aliviado e Nipples tirou as mochilas que carregava das costas, logo todos começaram a se acomodar ali mesmo, tiraram as armaduras e arrumaram suas coisas para dormir, com exceção de Solomon, o guerreiro continuou acordado.

— Você não vai dormir? – perguntou a garota.

— Não – respondeu ele firmemente.

— Você também precisa descansar...

— Não, não preciso – disse Solomon. “Não agora”, pensou em seguida.

Dorothy suspirou comprimindo os lábios sem saber o que dizer e se sentou no chão, ficando o resto do tempo quieta. Em certo momento ela parou para observar seus colegas de equipe e quando resolveu olhar para Solomon para tentar imaginar o que ele estava pensando, o guerreiro a perguntou de forma rude:

— O que é? – esbravejou.

— ... Nada... – respondeu Dorothy um tanto envergonhada.

E esta foi toda a interação que fizeram durante seu turno. O que não era problema para Solomon, já há algum tempo ele havia se acostumado a ficar sozinho e tinha coisas mais importantes para pensar do que tentar fazer amizades.

“Para segurar uma maça daquele tamanho o cara tem que ser forte...”, pensou sobre o Campeão da Ninfa. “Se for muito forte, não deve ser tão rápido. Melhor assim, não gosto de lutar com gente escorregadia... Humm, ele deve usar armadura... Se bem que ele serve uma Ninfa, esse tipo de bicho não gosta de ferro.”, Solomon olhou em volta e viu os pinheiros da floresta. “Humpf, não deve ter uma loja de armaduras por aqui, ele deve vestir pelo de bicho morto! Vai ser mais fácil de matar do que pensei...”, concluiu o guerreiro por fim.

Várias horas se passaram com os dois vigiando a floresta e felizmente nada aconteceu em seu turno. Então assim que Nipples se levantou e acordou Charly e Arlindo, Solomon e Dorothy foram dormir, mas não o fizeram por muito tempo.

— Meus senhores, por favor, acordem! – gritou o serviçal.

Solomon rapidamente abriu os olhos castanhos e se levantou já pegando seu martelo do chão. Dorothy fez o mesmo logo em seguida e logo olhou para Nipples.

— O que foi? – perguntou ela preocupada.

— O senhor Arlindo diz ter escutado algo, minha senhora – falou Nipples segurando as próprias mãos com os olhos arregalados.

Solomon olhou em volta, mas ao não enxergar nada começou a vestir sua armadura de volta. Colocando a camisa de escamas levemente azuladas que protegia seu peito, braços e parte das pernas. Dorothy apenas pegou seu equipamento e seguiu em direção ao clérigo, como ela conseguia dormir usando sua armadura sem ficar muito incomodada por ela ser mais leve e maleável não precisava ficar a tirando para descansar como o guerreiro.

— Está aqui em algum lugar. Eu ouvi, só não consigo achar agora – disse Arlindo passando os olhos verdes por entre as árvores.

— O que acha que é? – perguntou a garota prendendo o cinto com a espada na cintura.

— Deve ser o Liminha. Ele me pareceu bem rápido e esguio quando o encontramos.

— Eu sabia que ele ia voltar... – falou Dorothy colocando o escudo no braço.

Solomon colocava sua ombreira quando viu Charly postado na direção oposta a Arlindo e Dorothy com a espada quebrada na mão observando as árvores em volta. O garoto segurava a lâmina firmemente, apesar de pouca experiência ele parecia estar pronto para enfrentar qualquer coisa. “Ele parece tanto com...”, pensou o guerreiro, então chacoalhou a cabeça, expulsando tais reflexões de sua mente. “Não, não importa. Eu devo me importar só com o ouro, é por isso que eu vim. E se tiver algo em meu caminho, irei esmagar com meu martelo!”, concluiu o guerreiro terminando de se vestir para o combate.

— Ali!!! – gritou Arlindo apontando para uma direção.

Solomon olhou para trás e então viu um humanoide de pele cinza, cabeça grande e olhos amarelos e esbugalhados indo em direção ao clérigo e a paladina. A criatura era esguia, quase esquelética e tinha os braços compridos e desajeitados. Ela não vestia roupas e não aparentava ter órgãos genitais, era um ser bizarro.

— Eu disse a vocês que deveriam ter ido embora... – falou a criatura se aproximando enquanto seu corpo se transformava lentamente no corpo de Liminha.

— Sinto muito, mas só iremos sair daqui quando formos para a Planície Vermelha! – disse Dorothy com o cenho franzido.

— Vocês humanos são tão egoístas... Certamente merecerem ser punidos por esse comportamento errático – falou Liminha parando a uma distância de nove metros dela e do clérigo.

Solomon se aproximou dos três com o martelo em mãos e olhou para o Doppelgänger, que dessa vez não pareceu tão intimidado pelo guerreiro. Ele possuía um sinistro ar de confiança em volta de si. Dorothy puxou sua espada da bainha e Arlindo tirou a maça da cintura. Nipples se escondeu atrás de uma árvore e Charly continuou a uma boa distância atrás do resto do grupo segurando sua espada-quebrada um tanto nervoso.

— Vai querer lutar com a gente de novo? Nós estamos na vantagem numérica e já sabemos do que você é capaz! Não vai nos enganar! – disse Dorothy.

— Eu não diria que vocês estão na vantagem... – falou Liminha com um tom sádico em sua voz.

Solomon o olhou sem entender o que ele queria dizer e olhou rapidamente para a paladina e o clérigo, mas antes que eles pudessem fazer qualquer coisa o Doppelgänger gritou:

— Acabe com eles!

Todos começaram a olhar rapidamente em volta, até se virarem para trás. Ouviram então os passos pesados de algo grande se aproximando e do meio das árvores eles viram sair uma criatura goblinóide de mais de dois metros de altura. Seus olhos eram pequenos e suas orelhas grandes, largas e pontudas. Tinha um focinho pequeno no rosto, muito parecido com o de um urso e de sua boca saíam destes grandes e afiados. Ele segurava uma maça estrela na mão, da altura de Charly e a com uma bola maciça na ponta maior do que o escudo de Dorothy. A arma tinha espinhos grandes e pontiagudos em sua esfera, assim como a ombreira que protegia o ombro direito da criatura coberta por pelos curtos e alaranjados.

— Que merda é aquela...? – perguntou Arlindo ao ver o inimigo se aproximando.

— É um Bugbear... – respondeu Dorothy virando agora seu escudo na direção da criatura.

Charly se virou para trás e viu o Campeão da Ninfa se aproximando com sua maça sendo arrastada no chão. O garoto estremeceu de medo ao ver um crânio pendurado na cintura das vestes rasgadas que o monstro usava, mas lembrou-se que estava ali para lutar, para recuperar sua honra. Então segurou com ainda mais força sua espada quebrada já a puxando para trás, pronto para atacar.

— *Você não deveria estar aqui criança* – disse o Bugbear em um idioma que ninguém ali entendia, mas que para todos pareciam rosnados.

Dorothy e Solomon correram na direção do monstro com suas armas em mãos. Arlindo voltou-se para Liminha, mas este havia desaparecido novamente. Charly então se postou na frente ao Campeão da Ninfa com a espada esticada em sua direção e disse:

— Você não vai nos expulsar daqui!

— Charly! Sai daí! – gritou Dorothy, mas antes que ela pudesse chegar até a criança ela viu o goblinóide puxar sua maça.

— Ahhh!!! – gritou Charly tentando acertar a criatura, vendo que não teria tempo de escapar de lá de qualquer modo.

Ele mirou no tronco do Bugbear com sua espada, mas o monstro se defendeu com um escudo que carregava na mão direita. Charly então notou que pregadas na frente do escudo havia um par de mãos humanas. O garoto levou um susto e quando deu um passo para se afastar, o Bugbear girou sua arma na horizontal para acertá-lo.

Charly viu a maça gigante se aproximando e tentou ao máximo desviar dela, felizmente ele conseguiu sair da mira da bola espinhenta, mas ainda foi atingido no peito com o cabo da arma. Isso foi suficiente para arremessar o garoto por cerca de três metros e o fazer bater com as costas em uma árvore, deixando-o fora de combate.

Solomon viu a criança cair e uma súbita ira tomou seu corpo. Ele correu o mais rápido que pôde até o inimigo e com um golpe de cima para baixo acertou uma martelada no ombro desprotegido da criatura. O Bugbear então puxou sua maça para lutar com o guerreiro e os dois começaram a trocar golpes fortíssimos entre si.

Dorothy desviou seu caminho e foi até Charly para checar o garoto. Colocou a mão em seu pescoço e viu que estava vivo, mas inconsciente e muito ferido. Então ela se concentrou e sua mão começou a emitir o característico e sutil brilho azulado que indicava que ela iria curar. Ela tocou em Charly e tratou seu ferimento do peito, mas o garoto continuou desmaiado.

Enquanto isso Arlindo procurava pelo Doppelgänger, até que Nipples apareceu ao seu lado.

— Meu senhor, está tudo bem? – perguntou o serviçal.

— Agora não! Estou procurando o Liminha – respondeu o clérigo segurando sua maça enquanto se inclinava para frente procurando pelo metamorfo.

— Parece que o senhor precisa de ajuda...

Arlindo então observou atrás de uma árvore uma pessoa pequena arrastando Charly para longe da luta com o Bugbear. Agachado, o pequeno homem colocou um pano sobre a testa de Charly, ela tinha as roupas que o serviçal usava naquele dia. O clérigo parou por um instante e pensou considerou que havia dois Nipples, mas apenas o falso teria a coragem para sair em campo aberto no meio de uma batalha... Arlindo se virou para o Nipples que estava ao seu lado e o viu tirar uma adaga das costas.

— Ora seu... – disse o clérigo.

— Não esperava por essa não é? – disse Nipples esticando a adaga na direção do clérigo.

Arlindo levantou os braços e deu um passo para o lado, levando apenas um corte na roupa.

— Sabe, eu estava pensando... – disse o Doppelgänger perdendo as feições do serviçal do rosto e transformando-se novamente. – Será que seus amigos notariam a diferença? – falou agora na forma de Arlindo.

— Não sei se notariam, mas você com certeza ficaria muito mais bonito nessa forma – disse o clérigo com um sorriso sarcástico – É quase uma pena ter que estragar um rosto tão lindo e agradável.

Arlindo então movimentou sua maça e atacou sua cópia maligna num golpe horizontal, mas ele desviou esquivando-se da maça do clérigo ao inclinar o tronco para o lado e dar alguns passos para trás.

— Vamos ver quem vai estragar o rosto de quem aqui... – disse o metamorfo mostrando uma expressão um tanto sádica no rosto emprestado do clérigo, enquanto puxava a adaga para perto de si e se preparava para dar outro golpe em seu adversário.

Solomon urrou e com as duas mãos virou um golpe na direção do Bugbear, mas este não era um oponente fácil de subjugar. Ele defendeu o golpe do guerreiro com o escudo e o acertou com o comprido cabo de sua maça. Solomon resistiu bem à pancada e se preparou para outro golpe. Dorothy voltou sua atenção ao grande Campeão da Ninfa e correu para acertá-lo, mas seu golpe de espada não foi preciso o suficiente para ferir a criatura, ela apenas atingiu o escudo de madeira dele.

Assim que a criatura defendeu o golpe de Dorothy, mostrou seus dentes afiados e bestiais para a garota tentando amedrontá-la, mas como não obteve sucesso acertou-a no escudo metálico com a maça num golpe avassalador, empurrando a garota para trás com o impacto.

Solomon com seu martelo em mãos pulou e tentou acertar um golpe de cima para baixo na criatura, mas ele se defendeu com o escudo novamente, deixando o guerreiro cada vez mais irritado. Dorothy tentou mais uma vez fazer um corte em seu inimigo com a espada, agora num golpe em diagonal, mas não teve sucesso, o goblinóide se protegeu com a ombreira de metal que lhe servia de armadura e revidou com uma pancada de escudo no rosto da garota, fazendo seu nariz sangrar. Em seguida virou sua maça na direção de Solomon, acertando-o no peito com grande força.

O guerreiro sentiu os espinhos da maça atravessando sua armadura e perfurando seu abdômen, apesar da dor que sentia, Solomon não demonstrou qualquer reação que não fosse raiva. Ele posicionou os pés se esforçando para não ser arrastado para trás pelo impacto e continuou a lutar, acertando novamente o ombro esquerdo da criatura.

Dorothy avançou com a espada esticada na direção do tronco do Bugbear, porém ele a repeliu com o escudo e a acertou com um golpe fortíssimo com a bola da maça estrela, fazendo a paladina rolar pelo chão com as costelas feridas e sangue escorrendo pela boca. Ela não era pária para o Campeão da Ninfa.

Arlindo puxou a adaga e enfiou na barriga de Arlindo, fazendo o sangue escorrer sobre o manto branco que vestia. O clérigo gemeu de dor, então deu um passo para trás e puxou da cintura um objeto:

— Obad Hai, me ajude... – disse abrindo uma ânfora – Da natureza ela vem, da água à névoa, da névoa à proteção! – gritou e então derrubou água em volta de si, mas antes que o liquido tocasse o chão ele se transformou numa espessa névoa que dificultava sua visibilidade. – Não esperava por essa, não é? – disse Arlindo caçoando o Doppelgänger que ainda usava sua forma.

Liminha franziu o cenho com raiva e avançou sobre a neblina dando vários golpes sequenciais com a adaga, mas sem sucesso em acertar o verdadeiro Arlindo.

Solomon continuou a dar golpes poderosíssimos em seu adversário que para sua infelicidade continuava se defendendo. Até que em certo momento o guerreiro viu Dorothy se aproximar correndo na direção do goblinóide e com uma precisão exemplar conseguir finalmente ultrapassar a defesa dele, lhe fazendo um corte profundo na perna e fazendo-o gritar de dor.

Solomon aproveitou a deixa e acertou com força fenomenal as costas da criatura com seu martelo. O Bugbear então, tomado por fúria, revidou o golpe acertando no peito do guerreiro seu escudo, com o intuito de afastá-lo de perto de si. “Ele está ficando mais fraco...”, pensou o guerreiro ao levar o golpe que mal o moveu do lugar.

Dorothy esbravejou enquanto acertava a ombreira do Bugbear e sentia a lâmina de sua espada tremer com o impacto, mas logo em seguida a garota gritou de dor. A maça estrela de tamanho anormalmente grande a acertou novamente na barriga. A paladina foi jogada para o lado, onde bateu as costas em uma árvore e se apoiou para respirar. Solomon a encarou rapidamente, uma pessoa normal, não resistiria a tanto golpes como os que Dorothy havia levado, ainda que extremamente ferida e incapaz de continuar lutando, ela estava de pé. Ela havia treinado para isso e era algo impressionante.

Arlindo camuflado pela névoa aproveitou a vantagem sobre o oponente e desferiu um forte golpe com sua maça na barriga de Liminha. O Doppelgänger gemeu de dor e o atacou com a adaga novamente, mas Arlindo bloqueou o golpe com a própria maça e revidou no rosto da criatura.

— Uhh... Essa parece ter doído – disse o clérigo, provocando o adversário.

Liminha irritado desferiu então um golpe, que graças à névoa em volta de seu oponente, apenas cortou o braço de Arlindo de raspão. O clérigo o olhou surpreso e então virou sua maça novamente contra o Doppelgänger que rapidamente esquivou do ataque.

Solomon, segurando o martelo com as duas mãos bateu no braço do grande goblinoide que logo revidou tentando acertá-lo com a maça, mas Solomon era um guerreiro experiente e resistente e defendeu o golpe usando o martelo. Em seguida acertou com todas as forças o escudo do Bugbear, rachando-o em três partes com um único golpe.

A criatura ficou impressionada, mas seu dever era proteger a floresta, então o Campeão da Ninfa soltou seu escudo no chão e segurou sua maça com as duas mãos. A ergueu até atrás da cabeça e golpeou com uma força inacreditável sobre o guerreiro. Se o acertasse com aquele golpe, a luta estaria acabada.

Solomon, contra todas as chances segurou a maça com seu martelo, se defendendo do poderoso golpe e travando as duas armas. O Bugbear urrava enquanto empurrava a maça para baixo e com toda sua força bestial conseguiu fazer Solomon ter de ajoelhar para conseguir apoio. O guerreiro usou todo o vigor que tinha para se proteger contra aquele golpe. O suor escorreu pela sua cabeça, descendo até o rosto. “Só... Mais... Um... Pouco...”, pensava rangendo os dentes, tamanho o esforço que fazia.

— *Você não pode vencer!*– esbravejou o Bugbear em sua língua animalesca enquanto empurrava sua maça contra o guerreiro para que este fosse  ao chão.

Solomon juntou suas forças e soltou um grito gutural, então com um esforço inimaginável levantou levemente a maça do oponente para o alto e se movimentou para o lado a fim de sair da mira da arma. Assim que o fez, o guerreiro deixou o Bugbear descer seu martelo até o nível do chão, desvencilhando as duas armas e fazendo uma marca no solo.

Logo em seguida Solomon mirou em uma abertura que viu no oponente. O Guerreiro Renegado levantou seu martelo num golpe de baixo para cima acertando em cheio o queixo da grande e poderosa criatura. O golpe foi de tamanha precisão e força que o Bugbear não resistiu ao impacto e caiu desfalecido para trás. Todos olharam para a cena boquiabertos.

Solomon havia derrotado o Campeão da Ninfa.

.

 

 

 

 

Interlúdio.

As águas claras e frias se movimentavam ao toque de uma mão delicada e feminina. Na água, o reflexo mostrava o desfecho do combate de Solomon contra seu oponente goblinóide. A cena ficou se repetindo algumas vezes, sendo analisada. Até que uma respiração ofegante se fez audível, era um de seus Campeões se aproximando.

— Peço perdão, oh Senhora da Floresta – disse o Doppelgänger em sua forma monstruosa e acinzentada.

— O que aconteceu? – perguntou uma voz calma e ao mesmo tempo rígida.

— Eles eram mais fortes do que imaginávamos. Mal pude sair com vida... Escapei quando se distraíram com a derrota do Bugbear.

Uma mulher foi aos poucos saindo do límpido lago em que se encontrava e cobriu-se com um tecido branco e translúcido.

— Muito bem, meu Campeão, descanse por agora. Eu mesma lidarei com eles – disse a Ninfa com os olhos brilhantes enquanto fitava a imagem trêmula dos heróis sobre o lago misterioso.


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Notas finais do capítulo

Olá gente! Como vocês estão?
Eu estou super feliz com a repercussão da história, então queria agradecer a todos os leitores de Sons of Theolen!
Obrigada principalmente aos que comentam essa fic! É muito divertido descobrir as impressões que vocês tem sobre a história e sobre os personagens, sério, meus olhos até brilham quando vejo que tem comentário novo hahaha
Bom, espero que continuem acompanhando e que tenham gostado desse capítulo.
Até a próxima! ^^