POV ANNIKA

Eu sou a princesa Annika Elizabeth Westergard das Ilhas do Sul, filha mais velha de meu pai,o então falecido rei Hans e a quarta filha da rainha Annabeth, minha amada mãe. Tenho onze anos, todos dizem que sou a cara do meu pai, porém quando ouço esse tipo de comentário sempre me desato á chorar porque ele morreu pouco antes de eu nascer. Mamãe e eu estávamos na biblioteca e era mais um daqueles dias em que minha curiosidade á respeito de papai aflorou e resolvi fazer algumas perguntas:

— Como ele era? O papai? - Indaguei, olhando mamãe com os meus olhos já lacrimejados. Mamãe acariciou minha bochecha com a mão e disse suavemente:

— Seu pai era um homem maravilhoso. Quando crianças, éramos melhores amigos e eu o adorava. Hans sempre fora mais do que um amigo, era um irmão e um anjo em minha vida. Você se parece muito com ele fisicamente, mas como também dizem Annika, você também lembra o jeito dele. Hans era um garoto terrível. - Disse mamãe, rindo logo em seguida. - Sempre aprontava pelos corredores deste castelo e vivia me metendo em suas confusões, como acabei de falar, seu pai era terrível tratando-se das traquinagens em que me metia. Mas quando não aprontava por aí, esse garoto sabia ser o melhor amigo que uma menina deveria ter e Annika, quero que saiba de uma coisa: Seu pai pode até ter sido o meu melhor amigo, mas houve uma época em que ocorreram coisas dentro deste castelo que o alteraram temporariamente e levou quase longos treze anos para que eu pudesse ter o meu menino de volta. - Disse ela, olhando para a janela, parecendo meio entristecida. - Você irá ouvir coisas ruins sobre ele, mas saiba que Hans deu a volta por cima e pelo resto de sua vida foi o melhor amigo que uma garota poderia ter.

— Eu queria muito poder tê-lo conhecido. - Respondi, enxugando as lágrimas com o braço esquerdo.

— Quer conhecê-lo? - Mamãe perguntou, com um simpático sorriso no rosto. Mesmo sem entender, assenti. - Me encontre no cemitério, no túmulo de seu pai pouco antes do amanhecer.

— Está bem.

Na madrugada mamãe me encontrou em frente ao túmulo de papai, cuja lápide continha os dizeres:

"Príncipe Hans

Amado irmão e adorado pai"

Enquanto olhei para a lápide, ouvi mamãe tirar algo de sua bolsa e me deparei com um frasquinho cheio de água. Ela se aproximou do túmulo, abriu o frasco e o derramou sob a sepultura.

— Observe Annika. - Ainda sem entender o que estava acontecendo,fitei o túmulo de papai até que de repente senti uma mão quente tocar em meu ombro e ao olhar para trás me vi frente á frente com um homem ruivo,de olhos verdes trajando um uniforme naval branco.

— É ela? - Ele perguntou, sorrindo para mim.

— Sim H, é ela. - Respondeu mamãe.

— Como você é linda Annika. - Aquele homem me abraçou e só então me dei conta de quem era.

— Papai? - Perguntei, com lágrimas nos olhos.

— Não sabe quanto tempo esperei por esse momento. Como eu queria te conhecer Annika.

— Estou tão feliz em finalmente te conhecer. Fica comigo papai, por favor.

— Só posso por alguns minutos, foi assim no aniversário de dezenove anos de sua mãe, ela chorou tanto quando tive que partir. Portanto, teremos de aproveitar este momento ao máximo.

— Vamos Hans, não temos muito tempo. - Disse mamãe. Ela estendeu a mão para mim e a segurei, começamos á andar para fora do cemitério e só paramos quando chegamos ao píer, nos sentamos lado á lado mamãe, eu e papai (respectivamente), sentir os braços deles me envolvendo enquanto o Sol nascia era a sensação mais maravilhosa que eu poderia ter. Eu tinha uma mãe maravilhosa, um pai maravilhoso e uma vida feliz por conta de tudo o que eu possuía.

                                           FIM