A Maldição de Hans escrita por Annabeth Grace da Ilhas do Sul


Capítulo 17
Let her go




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POV Annabeth

Era a terceira noite que eu passava na Terra do Nunca como uma prisioneira que era obrigada a fazer coisas tão horríveis que não consigo nem descrever em palavras ou pensar nisso sem começar a passar mal e ter pesadelos. Naquele dia, eu pude sentir algo diferente dentro de mim, algo que me dava esperanças de conseguir escapar de lá. Eu já não tinha ideia se conseguiria ficar mais um dia naquela prisão e poder dormir sem pensar em Hans e Kristoff, quando Peter não estava por perto, a Sombra ficava me vigiando e seguia meus passos com aqueles olhos vermelhos assustadores e a pior parte nem era a falta de privacidade que ela me proporcionava, mas o medo de que aquela coisa me machucasse de alguma forma. Eu me sentia muito solitária sem minha família por perto, até que aconteceu no terceiro dia: Peter vinha me acordar com nas manhãs passadas, mas aí não sei como ele sentiu que havia algo de diferente – e possivelmente errado – comigo:

– O que você fez? – Ele perguntou quando sentiu algo diferente comigo. Se aproximou e se sentou na cama como se tentasse me observar melhor para garantir que eu estava bem. – Você comeu ontem á noite? – Perguntou, olhando para a mesinha de madeira na qual havia fincado aquela adaga na primeira noite em que eu passara ali. O prato estava vazio, totalmente raspado até o último grão, o que respondeu a pergunta dele. – Você está muito pálida.

Um dos meninos perdidos – nome pelo qual era denominada a gangue de garotos recrutados por Peter Pan – apareceu na porta da minha cela e estava dando um sorrisinho malicioso quando Peter o olhou de relance.

– Acho que ela está inventando isso para não fazer nada. – O garoto se aproximou. – Se ela está tão pálida então seria bom dar uns tapas na cara dela para ficar vermelha e corada.

– Cale a boca se não quem vai levar uns tapas na cara será você. - Ele passou a mão por minha testa com que para ver seu eu estava com febre. – Acho que devo te soltar. – Disse, parecendo meio inseguro com a decisão que acabara de tomar.

– Você realmente não quer isso? Quer me manter presa aqui.

– Eu conheço pessoas que já passaram por isso. E eu sei exatamente o que você sente e o que devo fazer.

– Realmente vai me soltar? – Perguntei meio esperançosa.

– Não tenho escolha, seu irmão está procurando por você e não há muito que eu possa fazer, além disso.

– Como sabe que Hans está atrás de mim?

– Eu conheço o neto que tenho. – Um arrepio correu por meu corpo. Como assim Hans seria neto dele?

– Não te contei? As pessoas dizem que tive um filho, mas foram três: Rumplestiltskin, Gothel e Keith.

– Não pode ser você... – Olhei para ele, enquanto sentia algumas lágrimas rolarem por minhas bochechas.

– Sou eu sim querida.

– Adivinhe só quem sou eu... – Desafiou o menino perdido que sugeriu me espancarem. Não podia ser verdade, meu pai e meu avô estavam lá diante de mim e estavam me libertando de uma vida como prisioneira.

– Keith? – Indaguei meio assustada.

– Sentiu saudades minha querida Annabeth?

– Você era um monstro! Que tipo de pai casa com a própria filha chantageando-a?

– Isso eu aprendi com os melhores. – Ele e Peter trocaram um sorriso sádico e malicioso.

– Por que me sequestraram? Para me castigar ou para fazer o Hans sofrer?

– Foi mais para atingir você, mas aconteceu uma coisa na reunião de ontem á noite e agora você está sendo livre, mas tem um detalhe engraçado. – Respondeu Keith.

– Do que estão falando?

– Você tem uma escolha: Fique e seu irmão vive ou volte e ele morre. – Respondeu Peter.

– Isso é mentira! O que uma escolha vinda de mim tem a ver com a vida do meu irmão?

– Seu irmão fez um acordo com Rumplestiltskin e agora você tem que escolher. Por que o objeto de troca para ter você de volta é a alma dele. – Explicou Keith

– Estão me dizendo que Hans vendeu a própria alma por minha causa?

– Sim, para te salvar e tê-la de volta. – Disse Keith.

– E agora vocês estão se aproveitando disso e me fazendo escolher algo que pode matar a pessoa com quem mais me importo.

– Se ficar seu irmão vive, se voltar ele morre e você fica sozinha.

– Ele fez isso por conta de vocês. Vocês estão me atingindo fazendo-o sofrer.

– É exatamente isso o que nós dois queremos. – Disse Peter, sorrindo maliciosamente.

– Se eu ficar serei uma prisioneira neste lugar. Nunca mais poderei vê-los, mas se eu voltar meu irmão vai morrer... – De repente me lembrei do que minha mãe havia falado e só então tive minha decisão definitiva. – Vou embora. – Sorri triunfante para os dois.

– Tem mesmo certeza? Se for ele morrerá.

– Eu sei o que estou fazendo e nada me impedirá.

– Se é mesmo o que quer.

POV Narrador

Se pensar que Peter Pan e Keith libertaram Annabeth simplesmente por que ela escolheu ver Hans, estão enganados. Apesar de dizer que a estava libertando por que ela escolheu o irmão, não foi exatamente assim, e é mais ou menos nesse ponto da longa jornada de Annabeth em busca do adorado irmão que acabamos tendo uma leve dose de incesto, pois apesar de ter sequestrado e aprisionado sua neta, Peter acabou tendo uma queda secreta pela garota que passou três dias ali com ele. Annabeth partiria na manhã seguinte, e por isso ela decidiu andar pela Terra do Nunca para apreciar e explorar os lugares que ela nunca mais veria novamente. Ela tinha chegado próximo de uma piscina natural de água cristalina que era o local onde geralmente as sereias ficavam para tomar sol e pentearem seus cabelos. Foi numa daquelas enormes pedras que Annabeth se sentou e ficou pensando no que faria até que viu seu avô se aproximando.

– Pensando no que fará quando voltar para lá? – Ele perguntou ao se aproximar da menina e sentar-se ao lado dela numa pedra próxima.

– Acho que sim. Aqui é um lugar tão lindo, como não consegue aproveitar essas coisas?

– Vivo muito ocupado recrutando aqueles idiotas. – Peter se deitou na pedra colocando as mãos atrás da cabeça como travesseiros.

– Por incrível que pareça, não sou uma dessas crianças que cresceu ouvindo histórias sobre Peter Pan.

– Então realmente não conhece minha história?

– Não conheço. Você tinha me sequestrado simplesmente por que queria ver meu irmão sofrer ou tinha algo mais?

– Keith me contou sobre a garota que ele tinha orgulho em chamar de filha. Disse-me que era uma menina linda e inteligente, e ás vezes ele saía daqui para ir vê-la no castelo.

– Então você quis me conhecer? – Peter assentiu com a cabeça. – Só não entendo como meu pai está vivo.

– Após enterrá-lo e todos terem ido embora, Gothel e eu o desenterramos e eu o salvei com minha flauta.

– Por isso ele está vivo?

– Exatamente. E quer saber minha opinião á seu respeito?

– Sim.

– Você é mais bonita do que ele havia descrito. – Ele se aproximou dela bruscamente, que não recuou. – Quantos anos têm?

– Eu tenho dezoito.

– Só um ano mais velha do que eu nesta forma. – Disse, sorrindo quase maliciosamente.

– O que vai fazer? – Colocou as mãos nas bochechas dela, aproximou o rosto do dela e então os lábios dele roçaram-nos dela e Annabeth se assustou ao se dar conta de que estava retribuindo os beijos dele.

– Gostou? – Ele perguntou, sorrindo com ternura. Annabeth sorriu em resposta. – Ainda quer voltar? – Nesse momento, ela tirou as mãos dele e correu para longe.


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Notas finais do capítulo

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