#BABYBATWINGS escrita por blue devil


Capítulo 7
07.


Notas iniciais do capítulo

ESSE CAPÍTULO É FORNECIDO PELA ANNA TEM TDAH PRODUÇÕES. CARALHO!
E ai cambada, preciso dizer que temos mais leitores - se não mudou são treze - e isso é lindo, obrigada pelo amor fantasminhas



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Eu não acho que você seja para ele
Olhe para o que nós poderíamos ser
Ho Hey - The Lumineers

xx

Talvez fosse melhor não ficar tão perto. Porém Leo não podia acreditar menos nisso. Olhando para Nico adormecido agora na poltrona, o latino conseguia imaginar como era o sentimento da sua mãe quando ela o enchia de beijos e abraços antes de ele dormir.

Pensar sobre ela e o jeito que morreu ainda era doloroso. Uma hora estava ao lado dele dizendo como era especial e outra não estaria nunca mais. Perguntou-se teria orgulho dele. Esperanza costumava contar historias da sua época de escola, de como menininhas como ela não eram respeitadas e não havia metade da troca de informações como hoje.

(Ela também falava muito como o seu pai se interessou por ela no começo da sua oficina onde era impossível ficar limpa e pensar em outra coisa além do trabalho, mas Leo se preocupava tanto sobre a história do pai como o garoto órfão com raiva que era)

Leo não lembrava de nada caracterizante dos anos noventa, então era terrível pensar num mundo sem tecnologia, mesmo que sendo semideus ele não aproveitava metade dela.

Mundo este que Nico Di Angelo viveu. Esperanza provavelmente iria simpatizar com Nico, ela adorava cuidar de crianças, ainda mais as que a aparência gritava a necessidade de ter um bom abraço de mãe urso e cookies. Ela iria entender a diferença de outra época. Ela iria querer que Leo se aproximasse de Nico.

Principalmente após o que ele havia dito horas atrás.

Então sim, Esperanza Valdez ia sentir orgulho dele. Leo sorriu entre as lágrimas. Pela a primeira vez pensar sobre a mãe não trazia a dor do incêndio. Doía sim, mas era uma dor que Leo não queria perder para ter certeza que ainda a amava, que ela sempre seria a sua mãe. Mas misturado com essa dor estava algo doce, algo bom, algo que o fazia sorrir.

Ele não fazia ideia se era por conta de Nico ou não, mas Leo estava gostando dessa coisa de ser forte, por ele mesmo e depois para alguém. E de não se sentir único passando por isso. Claro que ele não pularia de cabeça, e ainda tinha muito o que fazer, porém desde que forçou Nico a sair da cabine de Percy para dormir na sua, Leo sentia que estava nesse caminho.

Era refrescante. Era maravilhoso de uma forma que ele não achou que seria.

xx

Os dois dias com Nico, era como Leo estava chamando. O primeiro dia foi mais natural do que esperava: Nico estava muito cansado e Leo ficou como babá dele, mas via a situação de uma forma divertida, por que Nico não queria ser cuidado e olhava feio para Leo se ele lhe trazia um lanche ou tentava checar as marcas que viajar nas sombras deixavam nele. Nico dizia que doía, mas não era nada preocupante.

Nico até tentou não se aproximar mais de Leo, por que velhos hábitos nunca morrem, mas talvez o latino estivesse certo sobre a sua lógica no começo disso tudo: Os outros os esperavam juntos agora. Eles conviviam querendo ou não, e Leo tentava o bastante para que Nico aceitasse. Ou desistisse, Leo não fazia ideia. Enquanto tivesse a companhia do garoto, estava tudo bem.

Quando havia intervalos de um lugar para outro como esse, Leo sentia que tinha muito tempo e pouco o que fazer no Argo II (além do mais, a calmaria só significava que uma tempestade se aproximava, então Leo a odiava com todas as forças). Mas conversando com Nico, o tempo pareceu ter diminuído. Ele estava se acostumando com a presença do garoto enquanto trabalhava. Nico era bastante silencioso e parecia até ter interesse no que Leo fazia, então antes que notasse Leo estava explicando coisas que normalmente não iria por que ninguém queria saber ou entender.

– Tem vários jeitos de rodar isso. - Leo falava da esfera de Arquimedes. - Pode parecer só uma bola boba, mas um girinho impensado e qualquer coisa ligada à ela pode se auto destruir. Sério, Arquimedes não era foda por ter criado isso no tempo dele, ele era tipo, super foda.

Nico tinha um sorrisinho.

– Wow, delicado e completamente perigoso, parece a sua cara, Valdez.

– Hey! Até você podia mexer nela se quisesse. - Leo exclamou. Eles respondiam com ironia de vez ou outra e às vezes a discussão ficava acalorada por coisas bobas, mas depois começavam a conversar como se nada tivesse acontecido e aquilo…

Aquilo era muito bom.

– Isso é algum tipo de desafio? - Nico arqueou as sobrancelhas.

– Depende…

– Do quê? De eu entender seu óbvio tom insinuando que eu não conseguiria colocar um motor para funcionar?

Leo quis controlar o sorriso, mas era mais forte que ele. Nico ficou sério por um instante inteiro antes de ir em direção à roda e colocar as mãos nela.

– Não é o único esperto no mundo, Valdez. Agora me diga o que eu posso fazer.

Leo deu um risinho e foi para trás de Nico, vendo o garoto recuar um pouco mais próximo da esfera. Ok, talvez aquela não fosse uma boa ideia. Leo tentou, de lado, mostrar a postura correta para segurar a esfera e ele estava mais atrapalhando que ajudando, até que Nico o cotovelou de leve.

Ele não ligava de tocar as pessoas para bater nelas, hem?

– Nem parece o prodígio filho de Herfesto.

Ouch Nico, meus sentimentos. - Leo fingiu estar machucado para esconder a vergonha que sentiu. Nico revirou os olhos. Leo decidiu fazer aquilo direito. - Tá, não reclame, por que quando eu faço algo direito, eu termino.

Leo voltou para as costas do filho de Hades que era menor por um centímetro (Leo jurava que eram dois). Em um ano sem jarras e guerras divinas, Nico iria ficar maior que Leo facilmente. Ele já parecia mais velho, e de certa forma ele era. Não por que veio dos anos quarenta, mas por que havia amadurecido mais rápido que Leo.

Leo pegou o pulso dele e deslizou a mão gelada pela esfera levemente. Ela reagiu, movendo-se como água quando perturbada.

– Agora você deixou as máquinas saberem que está aqui, então não se assuste com… - Nico pulou com os rangidos de todos os lados, um mais alto e ameaçador que o outro, como se monstros decidissem gravar um CD. - Os barulhos. Elas meio que entraram no modo de manuseio.

– Mas eu não posso manusear uma, como vai ser com as outras? - Nico pareceu genuinamente assustado com a ideia de todas as maquinas darem erro e explodirem por sua causa.

Leo riu.

– Elas não estão ao seu dispor. É, podem te obedecer, mas enquanto a esfera estiver conectada, nada vai sair do seu modo de costume por que apareceu.

– Oh. - Nico disse. - Máquinas são mulheres independentes que não precisam de ninguém.

– Eu espero que você não tenha nada contra essa classe.

– Não realmente, mas as Caçadoras são irritantes. - Nico tentou soar neutro, mas Leo teve certeza que na mente dele tudo que via era Bianca o deixando para se tornar uma caçadora.

Leo acabou se distraindo e não notou Nico movendo os dedos pela a esfera, até que ele riu.

– Isso é engraçado, por exemplo, essa parte… - a mão dele pairou na parte superior da esfera, e as máquinas fizeram barulhos mais altos. - E essa… - depois levando a mão até a parte mais baixa, os barulhos das máquinas abaixaram. - É como uma sinfonia steampunk bem estranha.

Leo arqueou as sobrancelhas ao notar que esse era o jeito que uma pessoa normal via. Como uma sinfonia, não uma junção de peças, camadas e situações que faziam as máquinas reagirem. Leo podia saber muitas fórmulas e manuais de instruções, mas não se lembrava quando tentou brincar com as máquinas.

– Por que tudo está conectado. Sabe como maestros sabem cada coisinha de gesto corporal? É o que você vai fazer com a esfera, ser o maestro dela com os movimentos certos. É bem mais fácil com controles de videogame, mas… - Leo perdeu a voz ao ver Nico mexendo os dedos na parte superior exatamente como Leo fazia, causando um pequeno braço de ferro descer do teto com uma barra energética de chocolate. Nico começou a gargalhar ao pegar a barra.

– Piper estava certa, você realmente cria coisas inúteis.

Leo ainda queria processar aquilo. Ele só queria um lanche rápido sem ter que parar o que estava fazendo - essa parte não é bem verdade por que Leo parava de qualquer jeito para não sujar as peças. E agora estava sendo julgado. Céus, Nico era mesmo uma caixinha de surpresas.

– Ok, não tem nenhum jeito de você ter aprendido isso agora. - Leo tocou a cintura indignado. Nico deu de ombros, terminando de abrir a embalagem da barrinha e dando uma mordida, ainda olhando para Leo.

– É tipo código morse. - Nico limpou chocolate no canto da boca. - Eu pensei em algo bem ridículo e batuquei nela.

Leo não soube por que, mas o chocolate que restou nos lábios de Nico estava fazendo coisas estranhas no baixo da sua barriga e a forma que ele comia era pior ainda.

– Meninos? - felizmente (ou infelizmente) Piper apareceu na sala de máquinas. - Nós vamos jantar. Vocês vão torrar aqui dentro.

– T-torrar, é. - Leo deu uma risada nervosa tentando esconder o vermelho nas bochechas de Piper se não ela nunca o deixaria em paz. - Janta é sempre uma boa ideia.

Ele saiu antes que fizessem perguntas.

xx

Nico Di Angelo era bonito. Wow, uma frase tão pequena e tão difícil de lidar. Nico tinha cabelos negros cheios de morcegos bebês, rosto infantil com direito à cílios longos e olhos de cachorrinho castanhos escuros. Ele era desajeitado e um pouco lento, mas gentil, e ainda mais inteligente e maduro que Leo.

Leo Valdez estava o encarando. Nico tinha óbvios problemas de ficar com o grupo daquela forma, sem discutir sobre a guerra, mas ele segurava a mão de Hazel e parecia mais calmo. Hazel sorria mais com ele por perto. Frank tinha medo de fazer algo errado, o que causava mais puxadas de orelha pela parte de Leo, porém Nico e Jason estavam virando os guardiões oficiais de Frank, e quando eles exclamaram o nome de Leo ao mesmo tempo (sétima vez) ficaram completamente envergonhados.

Até que Piper e Hazel começaram a gargalhar e Leo finalmente se sentiu em casa entre todos. Em sintonia. A sétima vela parecia uma comparação tão distante naquele momento, notou olhando para Nico rindo de forma genuína.

Oh. Leo levou um soco da realidade. Aquilo não era uma queda. Era um precipício. Leo estava gostando de Nico Di Angelo. E Nico Di Angelo provavelmente gostava de Percy Jackson.

(Mas Nico sempre olhava meio esperançoso pros dedos de Leo enquanto diziam “Eu Te Amo”)


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