Caminho a seguir escrita por Franflan


Capítulo 5
Santuário


Notas iniciais do capítulo

Ola meus amores, aqui estou eu novamente trazendo um novo capitulo, eu sei que demorei, mas me senti meio desestimulada pela falta de comentarios, porem aqui estou eu trazendo mais um capitulo que espero que esteja ao seu agrado...
Bjs e boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/641896/chapter/5

A ruiva sentou-se na pedra e sua espada fincou no chão a sua frente, ela apoiou seu braço em cima do cabo, seus olhos se pregaram no chão e seus pensamentos iam longe. Até que os sons de passos chegaram a seus ouvidos, mas não há sua consciência.

Do meio das arvores três homens surgiram, dois eram enormes, grandes como armários, mas o terceiro não chegava à cintura de seus comparsas, um olhar cruel, uma cicatriz que lhe cortava o lado direito do rosto, um sorriso doentio cruzou seus lábios e um brilho sádico cintilou em seus olhos.

– Olha só rapazes, que pitelzinho temos aqui!

– Realmente chefe!

– Depois de pegar o tesouro, nós brincamos com ela!

– Sim chefe!

O baixinho passou a língua pelos lábios, demonstrando o quanto que se deliciava com a visão do corpo da ruiva.

Lentamente a garota levantara seus olhos do chão e finalmente enchergara os três homens, lentamente seus olhos tornaram-se mais claros e seu rosto se tornara uma mascara sem sentimentos. Os homens não se alteraram com a mudança na garota, mas algo nela lhes causava arrepios.

– Quem é você, garota?

– O que você e os trogloditas atrás de você querem aqui?

– Perguntei primeiro!

Um sorriso cruel cruzou o rosto da garota.

– E eu ignorei a sua pergunta, então apenas responda a minha!

– Se não responde a minha, porque eu deveria responder a sua?

– Porque dependendo da resposta eu não precise providenciar o desaparecimento de três corpos!

Os homens engoliram em seco, e junto engoliram seu medo, pois logo avançaram para cima da garota, mas ao encarar seus olhos seus corpos travaram e um frio arrepio desceu-lhes pela espinha. Lentamente a ruiva levantou-se , segurou o punho de sua espada e calmamente dirigiu-se para perto deles, sua espada não fora levantada, apenas arrastada pelo chão formando um leve vinco. Salácia inclinou seu corpo e fez com que seu nariz quase tocasse o nariz torto e pontudo do líder.

– Você e nem seus brutamontes irão tocar no tesouro e muito menos em mim, nanico!

Sua voz sairá fria e arrastada, fazendo com que mais uma vez um frio descesse pela coluna dos homens.

– E... E... E.... Quem irá nos impedir?

No rosto da ruiva um sorriso sádico se formara, lentamente ela voltara a ficar com as costas eretas, de esguelha olhara para os capangas e novamente seus olhos recaíram sobre o baixinho, com leveza ela colocara a ponta de sua espada rente a base da garganta do líder.

– Eu!

Desta vez sua voz sairá doce, meiga e suave o que causou calafrios nos homens. A voz do baixinho sumiu assim como seus capangas.

– Hã? Cadê aqueles...

O homem procurava seus comparsas quando deu as costas para a ruiva. Silenciosamente a ruiva aproximou sua boca da orelha do homem.

– Buh!

O corpo do homem travara por alguns instantes, a cor de sua face se perdera, o ar lhe faltava, o corpo tremia, o pavor começava a tomar posse de seu corpo e sem olhar para traz ele fugiu o mais rápido que pode.

Salácia sorriu e em silencio voltara para seu antigo posto, lentamente seus olhos foram se fechando.

Vozes aparentemente distantes pareciam lhe chamar, porem seu corpo e seus olhos estavam tão pesados e lutando contra sua própria vontade ela enfim abriu seus olhos, demorou alguns segundos para que sua visão entrasse em foco e reconhecesse o que acontecia a sua volta.

Kallel e Nathan lutavam contra um rapaz albino que vistia roupas claras, um tipo de camisa transada em seus mais variados tons de branco, uma calça larga e um tipo de pano envolta da cintura como se fosse um cinto, em seus pés uma sapatilha.

Dois contra um, no ponto de vista da ruiva não era uma luta justa, mas a maioria estava apanhando de forma vergonhosa.

Salácia observava a luta em total silencio, quando Kallel fora jogado no chão ao seu lado.

– Precisando de ajuda?

– Calada!

Rosnando o rapaz se pôs em pé e partiu novamente para cima do albino, que desviava magistralmente dos punhos do Nathan, mas sua investida não adiantara muito, em poucos segundos o albino levara os dois ao chão mais uma vez.

– Desistam, nesta caverna vocês não entram!

– Isso é o que você diz!

Kallel ia se levantar, mas parou no meio do movimento ao ver a ruiva se aproximar.

– Ele está certo Kallel, você não deve entrar nesta caverna, não se você saqueá-la!

O moreno franziu o cenho e a ruiva se agachou a sua frente.

– O que você esta dizendo?

– Está caverna é um santuário, nós não podemos... Não, isto está errado, nós não devemos invadir a caverna, não devemos saqueá-la Kallel, é errado!

– Mas...

– Mas nada, é errado Kallel, vamos embora!

O moreno fechou a cara, irritado, porem mais nada disse, sabia que aquela era uma discussão que não iria ganhar.

– Viemos aqui por nada, então?

A ruiva observou o loiro levantar-se, indignado.

– Temo que sim, Nathan!

– Vocês podem entrar, mas sem tocar em nada!

Nathan e Kallel olharam de forma furiosa para o albino, mas este por sua vez mantinha uma feição neutra em seu rosto.

– Não, nós iremos partir imediatamente!

Kallel e Nathan deram as costas para o albino e partiram sem mais nenhuma palavra, ambos furiosos. Com um sorriso sem graça e com um olhar que pedia desculpas pelos companheiros a ruiva saiu atrás dos homens, porem o albino segurou-lhe a mão direita, ajoelhou-se e levou aos lábios a delicada mão da garota.

– Obrigado pela ajuda princesa, este humilde servo lhe será eternamente grato!

Salácia encarou o albino, incrédula, não conseguia entender o porquê daquela atitude.

– Eu não fiz nada!

O homem negou com a cabeça e seus cabelos chicotearam para os lados, soltando-se do coque e mostrando-se mais longos do que a ruiva podia imaginar.

– Você esta errada princesa, você fez muito, a senhorita mais cedo salvou este santuário que eu acabei negligenciando por alguns instantes por causa de uma distração, você salvou meu dever, salvara este santuário, por isso irei ter uma divida e uma gratidão eterna para com a senhorita!

Salácia olhou para o céu e suspirou.

– Então não se distraia mais e não negligencie seu dever, foque-se em proteger este santuário e sua divida para comigo será quitada!

– Sim alteza, eu não irei ter mais distrações!

Enfim Salácia pode soltar sua mão das do albino e voltar a seguir Kallel e Nathan, mas parou no meio do caminho e se voltara novamente para do rapaz.

– Qual o seu nome guardião?

Finalmente o guardião demonstrara algum tipo de sentimento, a frieza de seus olhos se derretera para dar lugar a um brilho alegre e seus lábios formara um caloroso sorriso.

– Sou Aron, alteza!

– Até agora você fizera um excelente trabalho Aron, não fique remoendo o erro de hoje, mas aprenda com ele, que ele sirva de exemplo e assim siga em frente sem cometê-lo novamente!

Sem mais a ruiva virou-se e seguiu seu caminho atrás de seus companheiros, porem estes não estavam tão confortáveis com a situação como Salácia.

Kallel tinha os punhos cerrados e o resto do seu corpo estava tensionado. Nathan estava de braços cruzados, a tensão nele não estava tão aparente, mas algo nos dois combinava ambos possuíam o maxilar trincado de tanta força que faziam, seus olhos denunciavam a fúria que sentiam por dentro e eles pareceriam que iriam matar o primeiro que ousasse criar coragem para aparecer em sua frente.

Salácia fingia ignorância sobre a raiva dos rapazes. Ao longo da caminhada a temperatura dentro da floresta caia, o luz diminuía devido as nuvens de mau tempo que se formavam, logo a escuridão tomava conta e já não se podia enxergar muito.

– Melhor acamparmos!

Salácia tentou porem Kallel a ignorou, mas observou o seu arredor com atenção redobrada, já Nathan apenas se virou irritado para a ruiva.

– Não, vamos continuar!

Pequenas gotas de chuva começaram a cair, os galhos das arvores, suas ramificações e suas folhagens até que impediam quer aquelas gotas caíssem em cima daqueles três, mas não aguentariam por muito tempo, teriam de se curvar diante da agua, para que assim suas raízes possam se nutrir da mesma forma que suas folhas.

– Temos de encontrar um abrigo!

Nathan bufou irritado e sem acatar a opinião de seus companheiros se virou e partiu correndo em direção da civilização. Kallel suspirou em resignação diante a atitude do loiro, Salácia por sua vez apenas revirou os olhos.

Agora sozinhos Kallel e Salácia correram para achar um abrigo em meio as arvores, logo os dois já estavam encharcados e enlameados, com suas esperanças de encontrar algum lugar seco já desaparecia, quando uma gruta escondida por grandes e largas arvores centenárias, com rapidez os dois correram para dentro desta e se instalaram o mais longe possível da entrada, dentro da gruta era enorme e bem espaçosa. Cansados cada um sentara-se em um canto oposto da gruta, o homem não parecia estar com o melhor dos ânimos enquanto que a garota parecia confusa com toda a raiva dele.

– O que esta te irritando tanto Kallel?

– Nada!

– Kallel!

– O que?

A ruiva suspirou cansada.

– O que esta te irritando?

– Aquela lombriga descarada!

– Quem?

– Aquela coisa branca!

– O Aron? Mas por quê?

– Aquela ameba me deu a maior surra!

– Claro que lhe deu, você usa a raiva como catalizador da sua força, é muito agressivo, enquanto que ele não se abala, é calmo e luta com fluidez!

– Você está defendendo aquela coisa?

Kallel se levantara de supetão, assim como elevara o tom de sua voz, mas aquilo apenas servira para deixar a ruiva incrédula.

– Defendendo, Kallel? Estou apenas constatando um fato!

– Mas esta mais me parecendo que você gostou de ver aquela ameba dando uma surra em mim e no Nathan!

Salácia estava tentando se controlar, porem o moreno começava a lhe tirar do sério.

– Volta pra terra Kallel, você realmente acredita que eu ia gostar de ver meus amigos apanhando?

– Voltar pra terra? Salácia eu já não sei no que posso acreditar em você, pelo menos não enquanto lhe vejo se derretendo por aquela lombriga, eu não consigo duvidar de que na verdade você estava gostando de nos ver apanhar!

Salácia parou por um momento, encarou o moreno, que por sua vez tinha o rosto tomado pelo vermelho e a veia mais grossa do pescoço saltada e pulsando furiosamente, piscou os olhos em total estado de incredulidade.

– Isso tudo... Toda essa cena... Por causa de ciúmes? Fala sério Kallel, eu realmente não consigo acreditar!

– Eu? Com ciúmes? De você? Fala sério você Salácia!

– Eu estou falando sério, afinal porque outro motivo você estaria todo irritadinho ai? Só porque apanhou de um cara? Aham, vou fingir que acredito nisso!

– É impossível conversar a serio com você!

– Agora a culpa é minha?

– Totalmente!

Salácia revirou os olhos e começou a ignorar o moreno que continuava sua longa bronca sem fundamentos.

A chuva ainda caia, a temperatura caia cada vez mais, Salácia tremia de frio e sua roupa não lhe ajudava, pois estava ensopada. Kallel se mantinha aquecido devido sua raiva, mas logo que ela passasse seu corpo iria sentir o peso do clima. Sem pestanejar a ruiva juntara algumas pedras, arrancara alguns galhos secos que haviam nas paredes da gruta e fizera uma fogueira, sem pensar duas vezes a garota arrancara seu corpete, sua camisa, suas botas, quando ia tirar sua calça o moreno finalmente prestara atenção ao que a ruiva fazia e parara seu extenso monologo.

– o que você esta fazendo?

– Evitando pegar uma bela gripe, você deveria fazer o mesmo se não quiser ficar doente sugiro que comece a tirar sua roupa!

A ruiva nem se abalou em ficar apenas de roupas intimas na frente do moreno, este era o mais incomodado com a semi nudez da ruiva.

– Você definitivamente não me vê como homem, não?

– Como assim?

Salácia realmente o encarou com duvida, assim arrancando um suspiro do moreno.

– Esquece!

Se rendendo a garota ele retirou suas roupas, ficando apenas de cueca, e assim como a ruiva sentou-se próximo ao fogo, enquanto suas roupas foram estendidas em um tipo de varam improvisado também perto do fogo. Mas ainda apesar de ter tirado a roupa molhada e se aquecido perto do fogo a ruiva ainda sentia frio e logo começou a espirrar. Sem esperar muito o moreno se levantou e sentou-se ao lado da ruiva, passou seu braço por cima dos ombros da garota e a trouxe para perto de seu peito, assim acabou com a ruiva ficando da cor de seus cabelos.

– Agora você toma consciência?

– Calado!

Mais um espirro e desta vez nenhum dos dois se moveu ou falou algo, apenas se deixaram aquecer e adormecer na presença e calor do outro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caminho a seguir" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.