Caminho a seguir escrita por Franflan


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo trazendo mais um novo capitulo kkk
Espero que gostem...
Boa leitura
Beijos



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A cada segundo que passava Salácia se perdia mais em meio aos beijos e caricias do moreno. Os toques aos poucos se tornavam mais exigentes e necessitados, a temperatura de seus corpos subia e a mente se anuviava diante ao estimulo.

As mãos do moreno se tornavam mais audaciosas e procuravam por qualquer brecha na roupa da ruiva que lhe permitisse tocar sua pele, quando finalmente a encontrara, fortes, incessante e totalmente irritantes batidas na porta os trouxeram de volta para a realidade.

Esbravejando e amaldiçoando todas as gerações da criatura que batia naquela porta Kallel fora abri-la, enquanto que Salácia ficara na cama, digerindo o que quase havia acontecido e a cada segundo que passava mais sua ficha caia e o constrangimento parecia lhe tomar conta.

Seu coração disparado, a respiração pesada, o frio em sua barriga, os lábios formigando e o constrangimento do momento, aos seus olhos nada daquilo lhe parecia um bom sinal e saber o que quase deixara acontecer, se não houvessem sido interrompidos, ela teria se entregado a alguém que não nutria nenhum tipo de sentimento romântico por sua pessoa, aquilo lhe fazia sentir-se suja, uma oferecida, uma qualquer e se odiava por isso, odiava-se mais ainda por reconhecer aqueles sentimentos, por deixa-lo ir tão longe.

Antes que Kallel se voltasse para ela, Salácia se arrumou e colocou sua melhor cara de paisagem.

– O que queriam?

Ao ouvir a voz da ruiva, o moreno se virou e a viu devidamente arrumada, enquanto que ele estava todo amarrotado e de cabelo desalinhado e ela não possuía um único fio de cabelo fora do lugar, roupa totalmente alinhada e nenhum indicio do que havia acontecido entre eles. Por isso o moreno franziu o cenho, confuso, sem entender o que estava acontecendo.

– Vieram dizer que ouviram um boato sobre uma caverna cravejadas de pedras preciosas!

– E você quer investiga-la?

– Sim, mas...

Salácia passa por ele e se dirige para a porta.

– Então o que estamos esperando? Vamos!

Antes que ela chegasse a seu objetivo, Kallel a segura pelo braço e a puxa em direção a seu corpo, os colando.

– Mas antes gostaria de falar com você sobre o que aconteceu!

– Não há nada sobre o que falar Kallel, afinal, nada realmente aconteceu!

Kallel não soube como reagir, nunca em sua vida uma mulher o rejeitara daquela forma, um suspiro escapou de seus lábios, resignado ele seguiu o caminho pelo qual a ruiva escapara de si.

Salácia conversava tranquilamente com alguns tripulantes, ela ria suavemente o que fazia com que os seus cabelos balançassem delicadamente, lembrando a chama de uma vela, bela e hipnotizante. Observando o pequeno e delicado corpo da ruiva a mente do moreno foi levado o que acontecera a minutos atrás, seus corpos se roçando, o atrito das roupas, o toque de seus lábios, o calor do momento, e só o resquício da lembrança já fizera seu corpo esquentar novamente.

A ruiva por sua vez lutava contra sua mente, que involuntariamente voltava para o que acontecera entre ela e seu capitão, ela tentava a todo custo manter o foco na conversa que tinha com seus companheiros, mas sua mente era teimosa e insistia em lembrar-lhe e mandar lembretes do que havia acontecido mais cedo.

– Então você vai?

– Sim, quero ver essa caverna com meus próprios olhos!

– Você é corajosa garota!

A ruiva sorriu e ficou a observar os homens afastarem-se de si.

– Corajosa é? Então porque não me sinto assim?

Um suspiro escapou por entre seus lábios e seu olhar se perdeu no horizonte imenso e azul.

Kallel organizava as coisas, apesar de serem apenas três pessoas a ir averiguar a caverna, algumas coisas deveriam ser feitas antes, como quem iria ficar no comando enquanto estivesse fora, o que deveriam levar, quem deveria levar, apesar de este ultimo já ter sido decidido, algumas coisas ainda estavam pendentes.

Salácia praticava com sua espada, seus movimentos eram fluidos, leves e precisos, sua velocidade variava, seus pés se moviam com destreza, mostrando que ela sabia o que fazia, mas também de uma forma única, como se dançasse, aquilo mostrava que aquela técnica que praticava era única e exclusivamente sua. O suor aos poucos aparecia e lhe escorria pelo pescoço, sua respiração ia aos poucos se alterando, mas aquilo não lhe impedia de continuar a treinar.

Nathan observava a ruiva e não consegui entender o porque dela estar se empenhando tanto na esgrima, arte que ela dominava com perfeição, praticar não era uma coisa de seu feitio.

– Algo errado?

– Salácia esta estranha, o que você fez?

O loiro encarou o capitão de forma acusadora, Kallel por sua vez apenas sorriu de canto e fingiu descontração, enquanto que seus olhos brilhavam divertidos.

– Eu não fiz nada desta vez!

– O que você aprontou agora Kallel?

– Nada que seja da sua conta, cão da realeza!

Kallel dera as costas ao loiro e sairá assobiando uma musica qualquer. Nathan voltou novamente seu olhar para o deque porem a ruiva que observava já não se encontrava lá.

Salácia havia descido para o lugar em que a tripulação dormia, precisava se arrumar, por isso colocara uma calça negra, uma bota cano médio da mesma cor, uma blusa manga longa branca, um corpete preto e marrom, na cintura levava um cinto com sua pistola e sua rapieira, por baixo do corpete nas costas duas adagas estavam presas firmemente, seu longo cabelo fora preso em um perfeito rabo alto e um par de luvas sem dedos fora posto em suas mãos. Ao se virar para sair a ruiva deu de cara com seu capitão.

– O que quer?

– Conversar!

Salácia o encarou descrente.

– Sobre?

– Você sabe!

A ruiva se aproximou do moreno e tocou-lhe carinhosamente a face.

– Kallel eu já disse que não há sobre o que conversar! Nós nos beijamos? Sim! A coisa esquentou? Sim! Mas isso não significou nada para nenhum de nós dois, então não seja tão mulherzinha e pare de insistir no assunto!

A ruiva lhe deu um selinho e saiu rapidamente antes que aquilo evoluísse para algo mais. Seu rosto queimava de vergonha por causa de sua atitude e com intenção de se acalmar ela respirou fundo.

Salácia sentou-se em cima de uma amontoado de caixas e jogou sua mochila no chão, Nathan estava escorado a seu lado comendo uma maçã.

– O que aconteceu entre você e o Kallel?

– Ou come ou fala criatura, não faça os dois ao mesmo tempo, assim faz parecer que o tio não lhe deu educação!

Kallel vinha de longe carregando sua mochila. Salácia pulou de cima das caixas, roubou a maçã do loiro, jogou sua mochila por cima do ombro e se encaminhou para perto de seu capitão. Nathan seguiu os dois, ainda indignado pelo fato da ruiva ter roubado sua maçã.

Os três atravessaram a cidade em silencio e o silencio se intensificou quando se embrenharam no meio da floresta. Nathan novamente comia uma fruta enquanto observava seu capitão e a princesa que deveria proteger, Kallel, seu capitão, estava muito tenso, enquanto que sua protegida se encontrava muito relaxada e a seus olhos aquilo significava que algo havia acontecido, mas não saberia dizer o que e isso o estava incomodando.

– O que aconteceu entre vocês?

Salácia se virou e continuou a andar de fasto enquanto lhe encarava com um sorriso sapeca.

– Não aconteceu nada, por quê?

– Vocês estão estranhos!

Salácia deu de ombros e voltou a andar normalmente, deixando o seu guarda sem uma resposta. Nathan por sua vez bufou irritado, afinal ninguém nunca lhe dizia nada. Kallel seguia tenso, seu humor variava do desanimo para a irritação e aquilo poderia significar a salvação ou a morte da pessoa que ousasse cruzar seu caminho.

A ruiva estava tão descontraída que chegou ao ponto de assobiar uma musica qualquer para passar melhor seu tempo, só não podia imaginar que aquilo iria irritar o moreno que seguia em silencio ao seu lado.

– Pare com esse maldito assobio Salácia!

Salácia apenas o observou de canto de olho para logo voltar seu olhar para frente com um meio sorriso.

–Você tem mais coisas para se preocupar do que com o meu assobio capitão!

Kallel por fim voltou seu olhar para a mesma direção do que o da ruiva e trincou o maxilar ao ver que a ponte que deveria haver ali já não existia mais, estava destruída.

– Mas que...

– Nem termine essa frase Kallel!

Nathan se agachara perto das vigas da antiga ponte e observou as cordas que lhe segurava e logo voltava seu olhar para onde deveria ser o final da ponte.

– Creio que mais alguém soube do boato sobre essa caverna e decidiu que apenas ele a encontraria!

Salácia ignorava os dois ao seu lado enquanto encarava o fundo do despenhadeiro, onde um rio corria em direção ao mar e um sorriso travesso cruzou seu rosto.

– Rapazes vocês sabem nada, não é?

Nathan a ignorou pois sabia que ela sabia da resposta, afinal cresceram juntos, Kallel a encarou de cara feia.

– Seria o cumulo se um homem do mar não soubesse nadar Salácia, por quê?

– Então não possuem medo de agua?

– Não!

– Que ótimo!

Sem mais demora a ruiva os emburrou da beira do despenhadeiro e logo pulou atrás deles. Os rapazes caíram na agua igual a pedra, enquanto que a garota mergulhara com perfeição. Rapidamente ela nadara em direção oposta da que se jogara e segurara-se no paredão, os homens fizeram o mesmo, apesar de soltarem alguns palavros no processo e amaldiçoarem todas as próximas gerações da ruiva.

– O que infernos você estava pensando criatura?

– Poderiamos ter dado a volta Salácia!

– Iria demorar demais!

– E agora não vamos demorar?

– Só se você continuar falando Nathan!

Salácia revirou os olhos e começou a escalar. Para não querer esganala mais tarde Kallel seguiu o exemplo da ruiva e concentrou sua força na escalada. De saco cheio o loiro seguiu o exemplo de seus companheiros de viagem, afinal não queria ficar ali no meio do nada e parte dentro e parte fora da agua, congelaria ali quando a noite caísse.

O sol estava em seu ponto alto quando eles finalmente chegaram ao final do despenhadeiro. Salácia estava exausta, seus braços doíam por causa do esforço assim como sua pernas estavam doendo e bambas, Kallel estava vermelho e suado e Nathan não estava muito diferente do moreno e da ruiva.

– Me lembre de te matar mais tarde Salácia!

– Como se eu fosse fazer isso Kallel!

– Precisamos continuar!

– Não consigo dar nenhum passo agora Nathan, a menos que você queira me carregar, sugiro que comemos algo e descansemos um pouco, essa escalada foi mais cansativa do que eu imaginei!

Kallel pegou algumas frutas da bolsa e as dividiu entre os três, Nathan comeu rapidamente e caiu no sono logo em seguida, Salácia comia tranquilamente enquanto que o moreno apenas encarava sua comida.

– É melhor você comer agora Kallel!

– Você esta certa, ainda temos um longo caminho ainda!

Salácia sorriu e logo deixou o sono lhe carregar para o mundo dos sonhos, acordou algum tempo depois com Nathan lhe sacudindo.

– O que foi?

– Temos que ir!

– Mas eu acabei de fechar os olhos!

A ruiva se levantou ainda resmungando que gostaria de dormir mais, os homens apenas a ignoraram enquanto seguiam seu caminho. Salácia ia observando ao redor, estava entediada diante a tanto silencio, pensar em formas de matar seus companheiros já lhe havia cansado, quando ela finalmente percebeu que a cada duas ou três arvores um corte as marcava, ficou a pensar se deveria contar a eles ou não.

– Pessoal...

– Quieta Salácia!

– Bem que eu gostaria de realizar sua vontade sua majestade, porem tenho algo importante para falar!

– O que quer?

– Saber se essas marcas nas arvores podem nos dizer o quanto aquelas pessoas podem estar a nossa frente!

– Marcas?

Os dois homens finalmente se viraram para a garota, que bufou irritada.

– Sim, marcas, nas arvores, a cada duas ou três a um corte, pra mim isso é marcar um caminho para não se perder!

Kallel se aproximou de uma arvore e analisou o pequeno corte transversal, ainda estava húmido e sulco ainda sai da ferida.

– Não devem estar muito há nossa frente!

– Ótimo!

– Temos de tomar cuidado, não sabemos quem são então prosseguiremos em silencio!

– Como se estivéssemos caminhando enquanto conversássemos!

Salácia bufou irritada e seguiu os homens, que andavam segurando firmemente suas armas. A ruiva parara por um segundo tentando escutar algo, mas não conseguira e quando se vira para os rapazes eles já não estavam mais ali, haviam sumido em meio as arvores, ela até tentou correr em linha reta e já estava até podendo ver a silhueta dos dois, mas pisara em falso e cairá em um enorme buraco, escorregara pela terra que formava um enorme cone por fim pousara em uma enorme lagoa de agua azul turquesa, seu teto estava cravejado de diamantes que brilhavam com a pouca luz que entrava pelo teto. Com cuidado a ruiva nadou até a margem, afinal apesar de toda a beleza do lugar ele ainda possuía estalagmites e estalactites espalhadas por todos os lugares. A agua escorria por seu corpo e fazia com que seu cabelo grudasse na pele, ao invés de se sentir incomodada se sentia em paz, aquilo não era uma mera caverna ou a extensão de uma, era um santuário, atrás de si a caverna continuava e algo dentro de si lhe dizia que deveria proteger aquele lugar ninguém deveria toca-lo e ela não permitira que alguém o profanasse, era um santuário e assim ele continuaria a ser. Seguindo pela caverna ela pode ver que vários outros tipos de pedras estavam ali presentes, ágatas, safiras, esmeraldas, diamantes, turmalina, agua marinha, ao final desta ela sentou-se em uma enorme pedra e ficou a espera das pessoas mal intencionadas que tentariam invadir aquele local.


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