A Casa da Rua de Trás escrita por Vitória Elizabete
LIZA
Fabi foi embora, deixando-me sozinha e no profundo silencio. Bom eu poderia entrar em depressão ou assistir alguma coisa na Televisão, bem, com o que tinha para assistir talvez eu pudesse ficar depressiva mesmo, não havia nada de proveitoso, apenas programas de homens traindo suas mulheres e coisa-e-tal.
Meu livro era a saída, mas, a parte onde eu estava parada era muito cansativa, requeria minha paciência, ainda não estava pronta!
Logo minha mãe chegou, e veio ao meu quarto.
— Você não acredita. — Seu grito havia me dado um susto que doeu meu coração, uma leve pontada. A olhei de canto e fechei o livro.
— O que foi mãe? — Perguntei assustada.
— O promotor estava tendo um caso com a secretaria, acredita? — Ela falou eufórica.
Comecei a rir, ela tinha me assustado de verdade. Ela se sentou na beirada da minha cama.
— Meus pés estão me matando, vou comprar outro salto.
Olhei para seus pés que estavam um pouco amassados, enquanto ela arrumava seu sapato do lado da cama.
— Sabe. a Irene deixou as coisas um pouco complicadas, eu não acho as panelas. — Ela me falou com um biquinho, só minha mãe mesmo, para ficar perdida em casa.
— Armário de baixo mãe! — Falei sorridente.
— Como você sabe? — Ficou espantada.
— Eu mexo nos Armários.
Ela franziu a testa e olhou para os pés.
— Vou tomar um banho, estou cansada daquele falatório.
Concordei, ela se levantou e foi para o quarto dela, apanhei o livro, temei coragem e encarei as paginas.
***
Já li mais que a metade, com os olhos ardendo fechei o livro, espreguicei-me.
Banho? É banho seria legal.
Logo já estava pronta para voltar a deitar, e meus olhos já estavam pesados, sono? Finalmente.
Minha mãe passou pela minha porta, e me fitou, fiquei com medo que ela percebesse que eu estive chorando de dia, por conta, do meu rosto inchado.
— Estou com fome, quer alguma coisa?
É seria um milagre se ela reparasse, me virei para a TV, ela desceu para a cozinha, abaixei o volume puis meu celular para despertar e logo adormeci.
Acordei dezenas de vezes na madrugada, levantei uma delas para fechar a porta de vidro da sacada, estava esfriando.
Quando acordei já estava em cima da hora de ir para a escola, me aprontei e fui. Dia chuvoso.
Cheguei e entrei direto para a sala, a Dani não tinha vindo hoje, então eu não teria que velos, Marcos e ela, se agarrando pela escola. Melhor.
Já sentada no meu lugar, me deparei com a carta que tinha escrito para ele em Minas, a dias atrás, tudo isso nunca iria acontecer, em minha imaginação.
— Liza? — Fui surpreendida por Kátia, fechei meu caderno rapidamente para esconder a carta.
— Sim!
— Tem caneta preta?
Apanhei uma rapidamente e entreguei para ela, que com um falso sorriso desapareceu rapidamente da minha frente.
Depois das aulas deu á hora de ir embora, na saída eu vi o marcos sozinho, senti todos os nervos do meu corpo me empurrando para ir falar com ele, talvez tentar entender o que estava acontecendo na verdade.
— Marcos!
Ele se virou e me olhou.
— Oi Liza.
— Oi, posso falar com você?
Seu sorriso aberto e a leve batidinha nos cabelos me trouxe para ele novamente, como se não tivesse acontecido absolutamente nada.
Abaixei a cabeça.
— Que foi amor? Ta brava comigo? — Ele estava parado em minha frente.
Olhei pra ele um pouco envergonhada. Amor?
— Marcos, ta brincando né?
Os amigos dele o puxarão para o campo e ele saiu andando com eles, fui embora, cheia de duvidas, eu seria capaz de perdoa-lo? Porque não? Afinal todos nós merecemos uma segunda chance.
MARCOS
Antes ; há cinco dias
Ela estava lá, toda maravilhosa, com seus cabelos vermelhos e cacheados, seu nariz pequenino e a boca vermelhinha. Jurava que poderia sentir seu perfume dali, onde eu estava mesmo, e ela estando um pouco longe de mim. Eu só poderia estar obsecado por ela, o que ela tinha? Eu precisava de uma chance, pelo menos uma! Mas seria pique assim, peguei e sai fora! Não vou me prender á ninguém, nem em você delicinha.
Caminhei lentamente apreciando a de longe, mal conseguia enxergar quem estava em volta dela, uma de suas amigas que eu já tinha pegado estava a cutucando, provavelmente para avisa-la que eu estava indo ao seu encontro.
Beijei a no rosto aproveitando caminho para o seu ouvido.
— E minha resposta?
Ela fez charme, eu amava quando ela fazia aquilo, ergueu as sobrancelhas e me fitou.
— Preciso pensar.
Estava quase agarrando-a, quando uma menina indagou e perguntou.
— Resposta?
Deveria ser uma das intrometidas das amiguinhas dela, nem me dei o trabalho de responder ou ver quem estava sendo enxerida, só olhei para Dani. Linda como sempre numa regata branca e calças escuras, cheirosa, e que cheiro maravilhoso.
Beijei o seu rosto segurando a pela cintura e sussurrei no seu ouvido "te vejo no intervalo" , poderia ver seu braço arrepiado. Dani já estava na minha.
Voltei para a roda dos jogadores da escola, os moleques estavam acertando a jogada para o jogo de amanhã, eu já tinha treinado aquela jogada milhares de vezes, ganharíamos de qualquer modo. O time da outra escola era muito fraco, mas, as meninas de lá eram muito gostosas. Lá estavam elas, pulando e sacudindo seus pompons, fingindo ser lideres de torcida. Estava tão distraído com elas que nem percebi que havia alguém me chamando, olhei para o lado e permaneci quieto, daí caiu a fixa. Liza!
Caramba, quanto tempo. Linda como sempre, uma das minhas melhores conquistas, seus cabelos longos e escuro, firmes em um rabo de cavalo, muito maior, de regatinha rosa e calça jeans, bochechas coradas, bronzeada, me bateu ate um pingo de saudade. Adorava quando estava jogando e virava mandando beijinhos para ela, gostava da cara que ela fazia, bochechas coradas, agora parecia nervosa, com aquele nariz arrebitado, chamando atenção com seu piercing.
— Liza?
Ela sorriu, boquinha linda.
— Eu estava com tanta saudade de você.
A puxei para os meus braços, seu cheiro perfumado rapidamente grudou em minha roupa, os cara só me olhando, eu sei o que eles estavam pensando, "mais uma da coleção", mas é claro.
Eu sorri, afastei-a um pouco.
— Nossa, vai ficar quanto tempo? — Dependendo, poderia rolar um lance nós dois, coisa rápida de momento.
— Como? — Ela cruzou os braços com o rosto emburrado.
— Você. — Fala pra mim gatinha, quero me programar.
— Eu voltei. — Ela estava vermelha, acho que brava, sei lá.
— O que? — Mas ela esta de volta era um puta problema, atrapalhava meus esquemas.
— É eu voltei. — Ela continuava brava.
— Nossa que bom, seja bem vinda. — Tenho que disfarçar, a mina vai ficar chateada.
— Bom saber que ainda pensa assim, pensei que não estava querendo falar comigo.
Tentei parecer espantado.
— Mas por que pensou isso?
— Sei lá, você nem falou comigo.
— Mas estou falando agora linda.
Ela ficou um pouco envergonhada com o rosto rosado, eu sabia que ela adorava quando a chamava de linda na frente do pessoal do time.
O sinal estava batendo, era minha deixa.
— Vou entrar com eles, te vejo depois.
Ela concordou enquanto ficava vasculhando a bolsa eu me apressei para entrar.
Entramos e um grupo de meninas passou do meu lado deixando um pedaço de papel na minha mão. Era o numero do celular de uma delas.
Apoiei-me no muro e senti uma cutucada. Carlinhos.
— E ai grande, como que foi o final de semana? — Sorri. Ele e aquele apelido besta, grande, nem sou tão alto.
— Peguei a Kátia. — E aliás, muito boa.
Ele fez cara de espantado.
— Caramba, não acredito logo a Kátia.
Bati no ombro dele. To ligado que ele é muito afim dela.
— Meu, eu to querendo aquela menina.
Ele riu enquanto eu apontava para a Dani, ele se sentou no muro que cercava o palco.
— Dani né? É amiga da Fabi, eu acho.
— E a Fabi tem amigos? — Depois da treta que deu entre eles dois, poxa, me surpreendia saber que ela ainda tinha algum amigo nessa escola.
Ele abaixou a cabeça, a Fabi estava se aproximando com uma cara nada amigavel. Lá vem bronca.
— Vixi, ai vem problema.
Ele concordou com a cabeça.
— Pega nada!
— Carlos Francisco Brito, como se atreveu faltar ontem sendo que meu caderno estava com a sua pessoa?
Eu não conseguia parar de rir, quando ela o chamava pelo nome completo, parecia a mãe dele, me afastei e vi a Dani subindo para a sala de aula, a segui de fininho, ela entrou com as meninas e eu fiquei na porta da sala, estava sem professor.
Mandei o menino nerd chama-la, ela me olhou e mandei um beijo, lá estava ela toda sem graça, tímida e sem jeito, sua amiga a apoiando, não duvidaria nada se nós ficássemos hoje mesmo. Sai da porta quando o professor entrou na sala.
No intervalo uma das enxeridas que eu nem lembrava o nome, veio toda cheia de intimidade.
— Vai ser hoje que vocês vão ficar?
— Eu não sei, ela não me responde.
— Quer ajuda?
Não aguentei e comecei a rir.
— Pra que?
— Pra ficar com ela.
Eu me apoiei no ombro dela e a olhei bem perto do seu rosto.
— Não precisa, só faz um favor, fala pra ela que vai ser hoje atrás da escola.
A menina parecia que iria derreter ali mesmo, mas foi correndo avisar para a minha princesa.
Voltamos para a sala e a menina voltou sorridente e pulando:
— Ela falou que ta bom.
Cheguei no Carlinhos aplaudindo. Ele começou a aplaudir também mesmo não sabendo o porquê das palmas.
— Consegui moleque.
Ele engasgou.
— Meu você é fogo.
Mal prestava atenção no que o professor estava falando, só queria que aquela aula chata acabasse logo e que viesse a hora de ir embora.
E chegou a hora. Fui para trás da escola, e lá estava ela no muro, me aproximei com cuidado, segurei a pela cintura a olhei no rosto, mal podia conter a alegria e satisfação daquele momento.
Aproximei minha boca na dela, ela mal se movia, puxei a com cuidado e nos beijamos. Ótimo, lá estávamos nós dois, as meninas gritando e pulando e eu a segurando em minhas mãos, tinha conseguido, a menina maravilhosa. Ela escorregava sua mão pela minhas costas, me abraçando.
Me sentia totalmente satisfeito, cada toque da minha língua na sua, me deixou louco por ela, o que essa menina tinha? Precisava de mais um pouco, mas ela parou o beijo e sorriu saindo andando com uma amiga, eu segurei sua mão, mas ela a soltou. Tudo bem vá com elas. Eu vou consegui mais, eu to ligado que sim.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bem gente, esse foi o segundo do dia. O próximo capitulo promete, fim ao drama com o Marcos, de forma difícil. Lembra da carta que a Liza escreveu para ele, vai parar em mãos maldosas. Liza vai precisar de ajuda, quem vocês acham que vai ajuda-la?
E oque vocês acharam do Marcos e seus pensamentos?
Queridos sinto falta dos queridos comentários, querem me fazer feliz? Conversem comigo, quero saber se estão gostando
Beijos e ate o próximo ;)