A Casa da Rua de Trás escrita por Vitória Elizabete


Capítulo 13
QUEM É O MARCOS




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LIZA

Fabi foi embora, deixando-me sozinha e no profundo silencio. Bom eu poderia entrar em depressão ou assistir alguma coisa na Televisão, bem, com o que tinha para assistir talvez eu pudesse ficar depressiva mesmo, não havia nada de proveitoso, apenas programas de homens traindo suas mulheres e coisa-e-tal.

Meu livro era a saída, mas, a parte onde eu estava parada era muito cansativa, requeria minha paciência, ainda não estava pronta!

Logo minha mãe chegou, e veio ao meu quarto.

— Você não acredita. — Seu grito havia me dado um susto que doeu meu coração, uma leve pontada. A olhei de canto e fechei o livro.

— O que foi mãe? — Perguntei assustada.

— O promotor estava tendo um caso com a secretaria, acredita? — Ela falou eufórica.

Comecei a rir, ela tinha me assustado de verdade. Ela se sentou na beirada da minha cama.

— Meus pés estão me matando, vou comprar outro salto.

Olhei para seus pés que estavam um pouco amassados, enquanto ela arrumava seu sapato do lado da cama.

— Sabe. a Irene deixou as coisas um pouco complicadas, eu não acho as panelas. — Ela me falou com um biquinho, só minha mãe mesmo, para ficar perdida em casa.

— Armário de baixo mãe! — Falei sorridente.

— Como você sabe? — Ficou espantada.

— Eu mexo nos Armários.

Ela franziu a testa e olhou para os pés.

— Vou tomar um banho, estou cansada daquele falatório.

Concordei, ela se levantou e foi para o quarto dela, apanhei o livro, temei coragem e encarei as paginas.

***

Já li mais que a metade, com os olhos ardendo fechei o livro, espreguicei-me.

Banho? É banho seria legal.

Logo já estava pronta para voltar a deitar, e meus olhos já estavam pesados, sono? Finalmente.

Minha mãe passou pela minha porta, e me fitou, fiquei com medo que ela percebesse que eu estive chorando de dia, por conta, do meu rosto inchado.

— Estou com fome, quer alguma coisa?

É seria um milagre se ela reparasse, me virei para a TV, ela desceu para a cozinha, abaixei o volume puis meu celular para despertar e logo adormeci.

Acordei dezenas de vezes na madrugada, levantei uma delas para fechar a porta de vidro da sacada, estava esfriando.

Quando acordei já estava em cima da hora de ir para a escola, me aprontei e fui. Dia chuvoso.

Cheguei e entrei direto para a sala, a Dani não tinha vindo hoje, então eu não teria que velos, Marcos e ela, se agarrando pela escola. Melhor.

Já sentada no meu lugar, me deparei com a carta que tinha escrito para ele em Minas, a dias atrás, tudo isso nunca iria acontecer, em minha imaginação.

— Liza? — Fui surpreendida por Kátia, fechei meu caderno rapidamente para esconder a carta.

— Sim!

— Tem caneta preta?

Apanhei uma rapidamente e entreguei para ela, que com um falso sorriso desapareceu rapidamente da minha frente.

Depois das aulas deu á hora de ir embora, na saída eu vi o marcos sozinho, senti todos os nervos do meu corpo me empurrando para ir falar com ele, talvez tentar entender o que estava acontecendo na verdade.

— Marcos!

Ele se virou e me olhou.

— Oi Liza.

— Oi, posso falar com você?

Seu sorriso aberto e a leve batidinha nos cabelos me trouxe para ele novamente, como se não tivesse acontecido absolutamente nada.

Abaixei a cabeça.

— Que foi amor? Ta brava comigo? — Ele estava parado em minha frente.

Olhei pra ele um pouco envergonhada. Amor?

— Marcos, ta brincando né?

Os amigos dele o puxarão para o campo e ele saiu andando com eles, fui embora, cheia de duvidas, eu seria capaz de perdoa-lo? Porque não? Afinal todos nós merecemos uma segunda chance.

MARCOS

Antes ; há cinco dias

Ela estava lá, toda maravilhosa, com seus cabelos vermelhos e cacheados, seu nariz pequenino e a boca vermelhinha. Jurava que poderia sentir seu perfume dali, onde eu estava mesmo, e ela estando um pouco longe de mim. Eu só poderia estar obsecado por ela, o que ela tinha? Eu precisava de uma chance, pelo menos uma! Mas seria pique assim, peguei e sai fora! Não vou me prender á ninguém, nem em você delicinha.

Caminhei lentamente apreciando a de longe, mal conseguia enxergar quem estava em volta dela, uma de suas amigas que eu já tinha pegado estava a cutucando, provavelmente para avisa-la que eu estava indo ao seu encontro.

Beijei a no rosto aproveitando caminho para o seu ouvido.

— E minha resposta?

Ela fez charme, eu amava quando ela fazia aquilo, ergueu as sobrancelhas e me fitou.

— Preciso pensar.

Estava quase agarrando-a, quando uma menina indagou e perguntou.

— Resposta?

Deveria ser uma das intrometidas das amiguinhas dela, nem me dei o trabalho de responder ou ver quem estava sendo enxerida, só olhei para Dani. Linda como sempre numa regata branca e calças escuras, cheirosa, e que cheiro maravilhoso.

Beijei o seu rosto segurando a pela cintura e sussurrei no seu ouvido "te vejo no intervalo" , poderia ver seu braço arrepiado. Dani já estava na minha.

Voltei para a roda dos jogadores da escola, os moleques estavam acertando a jogada para o jogo de amanhã, eu já tinha treinado aquela jogada milhares de vezes, ganharíamos de qualquer modo. O time da outra escola era muito fraco, mas, as meninas de lá eram muito gostosas. Lá estavam elas, pulando e sacudindo seus pompons, fingindo ser lideres de torcida. Estava tão distraído com elas que nem percebi que havia alguém me chamando, olhei para o lado e permaneci quieto, daí caiu a fixa. Liza!

Caramba, quanto tempo. Linda como sempre, uma das minhas melhores conquistas, seus cabelos longos e escuro, firmes em um rabo de cavalo, muito maior, de regatinha rosa e calça jeans, bochechas coradas, bronzeada, me bateu ate um pingo de saudade. Adorava quando estava jogando e virava mandando beijinhos para ela, gostava da cara que ela fazia, bochechas coradas, agora parecia nervosa, com aquele nariz arrebitado, chamando atenção com seu piercing.

— Liza?

Ela sorriu, boquinha linda.

— Eu estava com tanta saudade de você.

A puxei para os meus braços, seu cheiro perfumado rapidamente grudou em minha roupa, os cara só me olhando, eu sei o que eles estavam pensando, "mais uma da coleção", mas é claro.

Eu sorri, afastei-a um pouco.

— Nossa, vai ficar quanto tempo? — Dependendo, poderia rolar um lance nós dois, coisa rápida de momento.

— Como? — Ela cruzou os braços com o rosto emburrado.

— Você. — Fala pra mim gatinha, quero me programar.

— Eu voltei. — Ela estava vermelha, acho que brava, sei lá.

— O que? — Mas ela esta de volta era um puta problema, atrapalhava meus esquemas.

— É eu voltei. — Ela continuava brava.

— Nossa que bom, seja bem vinda. — Tenho que disfarçar, a mina vai ficar chateada.

— Bom saber que ainda pensa assim, pensei que não estava querendo falar comigo.

Tentei parecer espantado.

— Mas por que pensou isso?

— Sei lá, você nem falou comigo.

— Mas estou falando agora linda.

Ela ficou um pouco envergonhada com o rosto rosado, eu sabia que ela adorava quando a chamava de linda na frente do pessoal do time.

O sinal estava batendo, era minha deixa.

— Vou entrar com eles, te vejo depois.

Ela concordou enquanto ficava vasculhando a bolsa eu me apressei para entrar.

Entramos e um grupo de meninas passou do meu lado deixando um pedaço de papel na minha mão. Era o numero do celular de uma delas.

Apoiei-me no muro e senti uma cutucada. Carlinhos.

— E ai grande, como que foi o final de semana? — Sorri. Ele e aquele apelido besta, grande, nem sou tão alto.

— Peguei a Kátia. — E aliás, muito boa.

Ele fez cara de espantado.

— Caramba, não acredito logo a Kátia.

Bati no ombro dele. To ligado que ele é muito afim dela.

— Meu, eu to querendo aquela menina.

Ele riu enquanto eu apontava para a Dani, ele se sentou no muro que cercava o palco.

— Dani né? É amiga da Fabi, eu acho.

— E a Fabi tem amigos? — Depois da treta que deu entre eles dois, poxa, me surpreendia saber que ela ainda tinha algum amigo nessa escola.

Ele abaixou a cabeça, a Fabi estava se aproximando com uma cara nada amigavel. Lá vem bronca.

— Vixi, ai vem problema.

Ele concordou com a cabeça.

— Pega nada!

— Carlos Francisco Brito, como se atreveu faltar ontem sendo que meu caderno estava com a sua pessoa?

Eu não conseguia parar de rir, quando ela o chamava pelo nome completo, parecia a mãe dele, me afastei e vi a Dani subindo para a sala de aula, a segui de fininho, ela entrou com as meninas e eu fiquei na porta da sala, estava sem professor.

Mandei o menino nerd chama-la, ela me olhou e mandei um beijo, lá estava ela toda sem graça, tímida e sem jeito, sua amiga a apoiando, não duvidaria nada se nós ficássemos hoje mesmo. Sai da porta quando o professor entrou na sala.

No intervalo uma das enxeridas que eu nem lembrava o nome, veio toda cheia de intimidade.

— Vai ser hoje que vocês vão ficar?

— Eu não sei, ela não me responde.

— Quer ajuda?

Não aguentei e comecei a rir.

— Pra que?

— Pra ficar com ela.

Eu me apoiei no ombro dela e a olhei bem perto do seu rosto.

— Não precisa, só faz um favor, fala pra ela que vai ser hoje atrás da escola.

A menina parecia que iria derreter ali mesmo, mas foi correndo avisar para a minha princesa.

Voltamos para a sala e a menina voltou sorridente e pulando:

— Ela falou que ta bom.

Cheguei no Carlinhos aplaudindo. Ele começou a aplaudir também mesmo não sabendo o porquê das palmas.

— Consegui moleque.

Ele engasgou.

— Meu você é fogo.

Mal prestava atenção no que o professor estava falando, só queria que aquela aula chata acabasse logo e que viesse a hora de ir embora.

E chegou a hora. Fui para trás da escola, e lá estava ela no muro, me aproximei com cuidado, segurei a pela cintura a olhei no rosto, mal podia conter a alegria e satisfação daquele momento.

Aproximei minha boca na dela, ela mal se movia, puxei a com cuidado e nos beijamos. Ótimo, lá estávamos nós dois, as meninas gritando e pulando e eu a segurando em minhas mãos, tinha conseguido, a menina maravilhosa. Ela escorregava sua mão pela minhas costas, me abraçando.

Me sentia totalmente satisfeito, cada toque da minha língua na sua, me deixou louco por ela, o que essa menina tinha? Precisava de mais um pouco, mas ela parou o beijo e sorriu saindo andando com uma amiga, eu segurei sua mão, mas ela a soltou. Tudo bem vá com elas. Eu vou consegui mais, eu to ligado que sim.


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Notas finais do capítulo

Bem gente, esse foi o segundo do dia. O próximo capitulo promete, fim ao drama com o Marcos, de forma difícil. Lembra da carta que a Liza escreveu para ele, vai parar em mãos maldosas. Liza vai precisar de ajuda, quem vocês acham que vai ajuda-la?

E oque vocês acharam do Marcos e seus pensamentos?

Queridos sinto falta dos queridos comentários, querem me fazer feliz? Conversem comigo, quero saber se estão gostando

Beijos e ate o próximo ;)



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