Melancolia, e a arte de amar escrita por GrangerTorres


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Demorei sim, demais. Culpa da Física.



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POV: Albert


— Albert, meu querido, tem um amigo seu querendo falar com você! Levanta desta cama, já são quase duas da tarde! - disse minha avó escancarando as cortinas e deixando a luz do sol queimar meus olhos.


— Fala para ele entrar, eu já vou. - deve ser o Seiky.


Vesti uma roupa qualquer e lavei o rosto, andei meio zonzo até a sala.


— Sean!? O que você faz aqui? - não acredito que aquele cara estava dentro da casa dos meus avós. É muita ousadia.


— Calma... Vim me desculpar. Por ontem, por tudo.


— Ah, quem te obrigou a vir aqui? - perguntei, me apoiando no sofá.


— Ninguém... Quer dizer, a Emma, ela falou pra...


— Claro né, você não viria aqui por conta própria, faz o seguinte cara, some daqui. Era para o meu dia começar bom. O que você fez e está fazendo com as pessoas à sua volta, principalmente te a Emma, é loucura, é idiotice. Para pra pensar em tudo, espero que sua noite tenha sido boa, e que sua ressaca tenha passado.


— Posso falar? Eu pensei em tudo sim, eu fui à casa da Emma, falei com ela, nós discutimos, e... Ela terminou comigo. Disse que você "abriu os olhos dela ontem". Muito obrigado Albert. - ironizou.


— Eu só disse a verdade, se ela seguiu meus conselhos, o problema é total dela, quem toma decisão sobre a vida dela nao sou eu. Aliás, estou meio chateado com a Emma, por ela ser babaca a ponto de ter ficado com você esse tempo todo.


— Que tempo todo!? Nós namoramos por três semanas! TRÊS! - fechou o punho - O meu namoro mais curto foi de nove meses!


— Desculpe, eu não tenho nada com isso. Agora dá para sair daqui? Você entra dentro da casa da minha avó, grita comigo, me acusa de coisas... Que ousadia Masterlong!


— Para você é só Sean. Bom, eu queria ter me desculpado e ter a intenção de nunca mais olhar para sua cara novamente. Passar bem Larsen. - bateu a porta.


Saí procurando meu celular imediatamente, ele some quando preciso dele. Ignorei minha avó que me perguntava o que havia acontecido e me mandava comer. Coloquei uma jaqueta e peguei a chave da moto do meu avô. Só eu usava aquela moto. Bati a porta, montei em cima da "motorzinho" e saí correndo pelas ruas da cidade. Eu só queria sentir o vento bater violentamente em meu rosto. Liguei para o Bob, sim, para ele. Não sei por quê.


Alô, Bert?


— Oi Bob, de boa?


É, acho que sim, o que houve?


— Ué, como assim?


Não sei, para você estar me ligando...


— É que eu preciso falar com você, tem como?


A-agora?


— É. - notei uma segunda voz na chamada - Ah, está acompanhado? Sem problemas...


Hey, não, espera... Eu já te encontro pode ser? No parque, perto da Em...


— Não, nada perto da Emma.


Tá bom, tudo bem, na lanchonete, perto da quadra então?— eu aceitei e fui para lá. O sol estava forte, como nuca estivera antes, ou era só impressão minha. Ou eu estava passando mal.

POV: Bob


Okay, o Albert me ligou do nada. Me atrapalhou? Com certeza, mas como ele estava com a voz muito alterada, fiquei preocupado, então mandei o Léo ir embora. Ah, como sentirei falta daqueles olhos azuis e cabelos cacheados e negros... Meu coração chega a doer, mas enfim, vamos ajudar um amigo.


Quando cheguei à lanchonete ele estava apertando insanamente o celular por entre os dedos. Parecia nervoso.


— Pois bem, estou aqui.


— Oi Bob! - seus olhos brilharam quando eu cheguei, parecia que estava me vendo como uma luz no fim do túnel.


— Você está bem, cara? - perguntei me sentando.


— Não! - arregalou os olhos. - O desgraçado do Sean foi na casa da minha avó. Me deu vontade de descer o soco que eu guardei nele.


— Como assim gente, o que ele foi fazer lá?


— Ah, pare de se fazer de sonso Bob, até parece que a Emma já não te ligou aos prantos contando que ela terminou com o cara. - se irritou - Isso é uma droga, eu não tenho nada a ver com a história, eu, de boa, estou aqui para ajudar ou para me foder? - bateu com as mãos na mesa.


— Dá pra ficar calmo? Sim, a Em me ligou, me contou, e... Parece que eles discutiram feio e...


— Foda-se se eles discutiram feio, eu não tenho nada a ver com isso!


— Está sendo orgulhoso e egoísta. - disse.


— NÃO ESTOU NÃO! - tá bom, agora ele ficou bem confuso. - Bob, me fala, você acha certo isso? Ela está sendo rude consigo mesma, por que sofrer por uma pessoa que ela nem sequer gostou de verdade? Que ela iludiu.


— Eles eram amigos de infância, se ponha no lugar dela, ia querer que a amizade de vocês fosse jogada no lixo? - dei um tapinha em suas costas.


— Não... Mas como não tem outro jeito, é só superar, parar de drama, porque se ela parar para pensar, a culpa é toda dela. Que saco, tô saindo como o mau da história. - abaixou a cabeça.


— Bert? Tá chorando?


— Não! Ficou louco? - riu. - Eu estou rindo sabe, eu tô rindo há muito tempo, essa situação é ridícula, por quê, ao invés dela ficar procurando caras bons para se relacionar, ela não foca nos outros problemas dela? Nos segredinhos que vocês têm... Ou talvez no grande problema que este segredo seja que ninguém consegue confiar o bastante em mim, para poder me contar!? Acham mesmo que eu não percebi? Oh meu Deus... Eu não sou burro tá legal?


— Eu sei Albert, você não é. Você é muito confiável, pelo menos para mim. Mas veja, o problema, o segredo, não é meu. É da Emma, é algo que... Eu não sei como você vai lidar.


— O que? Ela é bi? Lésbica? Trans? Sei lá, eu tenho amigos assim, são pessoas normais, não tenho preconceito.


— Não - ri - É algo mais sério, tenha paciência lindo, por favor.


— Haja paciência então... Mas tudo bem, sou curioso mas não sou inconveniente. Eu estou preocupado com a Emma, tu sabe disso Bob, eu considero ela demais. É algo inexplicável. Eu sou amigo dela, realmente AMIGO dela. E amigos só querem o bem um do outro. Não sei como essa amizade surgiu, não sei se ela me considera tanto quanto eu, mas é... Isso.


Eu o abracei e expliquei para ele que Emma era uma pessoa de fases, tudo muito confuso, uma vida difícil, e que ela tentava lidar com tudo isso da melhor maneira possível. E que os amigos eram sempre essenciais em sua vida, mas ela sempre se desentende com todos nós.


— Olha Bob, tem um amigo meu vindo pra cá, o Seiky... Ele é um cara legal. - sorriu - Mas ele não é gay.


— Aff, me dá uma notícia boa. - ri.


— Ele é palhaço também. Podem zoar bastante.


— Quero zoar de outro jeito... - sorri malicioso.


— Não sei se vai conseguir, não custa tentar, haha.


Saímos andando. Albert me disse que depois desta longa conversa comigo, e depois d'eu finalmente ter conseguido explicar um pouco da pessoa que Emma é, ele vai conversar com ela. Deixar as coisas claras. Talvez hoje à noite ainda possamos ir à uma festa. Oba! Todos juntos de novo. E eu sem ninguém, nunca tem um alguém "disposto" nessas festas.


POV: Albert


Cinco horas da tarde. Seiky acabara de chegar, assaltando a geladeira e jogando suas coisas no quarto.


— Sey, vamos na casa da Emma comigo?


— Eu não vou ficar de vela não, sai fora.


— Eu já disse que não sou nada além de amigo dela, mano. - ri.


— Sério? Que merda hein. Bora então. - pegou o casaco e engoliu o pedaço de pizza velho que estava comendo.


Toquei a campainha duas vezes, um homem de altura mediana, com barba mal feita e segurando um copo de sei lá o que nos atendeu.


— Estão procurando a Emma? - disse com a cara meio emburrada.


— Sim, eu sou Albert Larsen, amigo dela, e este o Seiky, um amigo meu. - sorrimos.


— Não te conheço rapaz... Enfim, tá rodando tanta gente nessa casa que eu tô ficando é meio maluco, vai lá, sobe. - entramos, e quando íamos subindo a escada, o cara bêbado que com certeza era o pai de Emma nos disse:


— E guardem as "coisas" de vocês, aqui é uma respeito de casa, digo, casa de respeito. - cambaleou para o sofá e eu e Seiky pusemos a rir descontroladamente.


Subindo, no final do corredor, ouvimos vozes de garotas, que para mim pareciam ser Emma e Angelina. Dei uns toques na porta e entramos.


— Albert! - Emma sorriu ao me ver, aquele sorriso me aliviou demais, cara.


— Oi! - a abracei - Ér, fiquei sabendo de tudo... Acho que finalmente se libertou e fez a coisa certa. - sorri.


— Sim, eu tenho certeza que sim. - olhou rapidamente para o ser que estava ao meu lado. - Quem é esse!?


— Ah, que inconveniente eu sou! Este é o...


— Seiky Walker, o cara mais descolado de Manhattan.


— Manhattan fica em New York, nós moramos em Michigan. - Emma o corrigiu rindo.


— Eu sei gata, é que eu sou de Manhattan, bobinha. - sorriu.


— Já chega? - ri - Que estúpidos vocês. - eu disse me sentando na cama e cumprimentando Angel.


— E a gata gótica aí quem é? - perguntou Sey se dirigindo à ela e estendendo a mão.


— Angelina... Misthy. E pra você é gata gótica comprometida. - e mandou um beijo como deboche.


— Ainda não desisti baby. - e piscou para ela.


E nós rimos. Muito. Conversei com Emma sobre as coisas, ela disse que gosta de que eu ainda seja seu amigo depois de tudo o que ela fez, e eu realmente espero que depois de tudo isso, a nossa vida possa ser um pouco mais calma, e aogra que meu amiguinho veio para cá, estou curioso para saber como serão nossas festas, acho que não vão sobrar meninas pra eu me relacionar mais. Tisc, tisc, pobre Sey.


Ficamos conversando por umas horas, até Bob ligar e avisar de uma tal festa, mas já? Outra festa? Emma fez questão de verificar se o Sean iria, não queria ter a má sorte de encontrá-lo. E hoje ela disse que queria se divertir acima de tudo. Fiquei feliz ao ouvir isso vindo dela, feliz em saber qeu estávamos tranquilos. E que tudo na vida é só uma fase.


Mais tarde, quando Seiky já tinha passado todas as cantadas possíveis em Emma e Angel, já tinha proposto coisas esquisitas que não merecem ser citadas, nós fomos para casa, tomar um banho e esperar dar a hora da tal festa.

 


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Notas finais do capítulo

É isso! Espero que tenham gostado! Não tenho previsão de quando sai o próximo, espero não ter perdido vocês ♥ Comentem!



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