You're an asshole but I love you escrita por dude


Capítulo 2
Enchantée.


Notas iniciais do capítulo

Olá swens :)))
Gente sobre os comentários: mil vezes obrigada. Fiquei logo doida para colocar o segundo para vocês haha
Quatro fav? What?? E trinta acompanhando. Desculpem, mas eu piro por tudo mesmo. Enfim, vamos ao que interessa:



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Cinco meses e duas semanas transcorreram. Não tinha passado um dia sequer que Regina não ansiasse pela vinda da sua criança, apesar do desconforto que sentia toda vez que imaginava uma estranha fazendo parte da sua casa. E vida. Estranha essa que era a mãe de seu filho, mas, havia decidido que não tinha outro jeito, não queria que seu filho nascesse na cadeia. Isso nunca. E a garota precisava de uma moradia fixa para tal, já tinha cogitado coloca-la em outra lugar, mas, tinha abandonado a ideia, afinal o que tinha a temer? Sabia que se fosse paciente poderia ter o que desejasse. Carregava uma foto da loura que tinha sido tirada na prisão, guardou dentro do bolso do terno. Gold tinha lhe dado e ela guardara, sem motivos. Apenas gostava de olhar a foto, fazia-a se sentir perto do seu filho. Regina já tinha olhado centenas de vezes a foto, a garota de olhos de um verde intenso, era também claramente, tristes e algo mais... De alguém que não tinha seu lugar no mundo. E disso ela entendia muito bem. 

Tardou alguns instantes e bateram na porta. Kathryn então avisou ''Eles acabaram de chegar, Senhora'' Regina olhou o relógio no seu pulso: 08h15min. Respirou fundo algumas vezes tentando acalmar-se. Kathryn saiu, sabia que a outra precisaria de uns segundos. ''Ficará tudo bem'' Repetiu mentalmente. "Ela irá embora e ficará apenas seu filho"

E abriu a porta.

Ela deu uma olhada rápida e pode ver Sr. Gold de costas falando no celular. Até que ela se permitiu olhar pra moça que a encarava, com uma curiosidade palpável e, talvez, encantamento?

Os olhos de Emma Swan eram dos verdes mais bonitos que ela já vira, tão convidativos. Tinha o cabelo loiro preso em um rabo de cavalo soltinho, seus lábios finos eram naturalmente curvados pra baixo, tinha um rosto suave e traços bonitos. Os olhos da morena desceram pelo corpo da outra, parando no volumoso inchaço que era sua barriga e sorriu por estar tão perto do filho, mas, duraram segundos. Emma automaticamente levou à mão a barriga. Seus olhos se encontraram de novo, eram como se fossem imãs opostos se atraindo.

Para Emma a única coisa que ela pôde imaginar foi como a morena era encantadoramente bonita e tinha em si um ar de superioridade. Algo em seu sorriso era tão... emocionante... Que ao capturar aquele olhar lembrou-se de uma das suas obras preferidas, em que o protagonista descreve o olhar do seu primeiro amor, e, mesmo que não fosse intencional, só conseguiu pensar no verso perfeito, poético, intenso para definir aquele primeiro contato.

''Dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos ... Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram.'' Emma de fato não tinha ideia. Ela balançou a cabeça levemente, procurando afastar aqueles pensamentos. Tentou lembrar-se das coisas que o homem mais velho falou para não fazer ou falar em hipótese alguma na frente da ''poderosa, temida e amarga Regina''. De perto ela não era a fera que ele descreveu.

Mas, Emma já estava acostumada com isso. Passou a vida conhecendo mulheres aparentemente boas que eram megeras, ainda assim, a cada segundo, ela desejava mais conhecer a mulher mais velha. Sempre gostara de desafios. E queria muito que o bebê tivesse tido sorte. Uma que ele não teve.

“Regina? Você está me ouvindo? '' Ao ouvir a voz do homem chamando-a, Regina abandonou o olhar da outra e olhou para Gold.

''Sim?'' Disse por fim

Gold estreitou os olhos, intrigado. Regina nunca perde o foco, ao menos não desde que ela desistiu de Daniel. Com sua ajudinha, claro. Gold tinha recuperando a memória assim que encontrou a ficha de Emma, ao ler aquele nome ele foi capaz de lembrar-se de tudo. E então ele decidiu, o que seria mais fácil do que trazer a Salvadora, destinada a destruir a rainha, pra dentro do seu lar?

''Essa é a Senhorita. Swan, Emma Swan'' Ele disse para a morena.

''Emma, essa é Regina Mills, prefeita da cidade e mãe do seu filho'' Ele disse, permitindo usar um tom de deboche ao finaliza-la.

Emma estendeu a mão, ainda encarando a outra. ''Oi’’ Disse ela.

Regina apertou a mão da outra. Um toque rápido. Sentiu um choque percorrer-lhe o braço, e desconfiava que a outra havia sentido o mesmo. ''Enchantée'' disse Regina, pressionando os lábios, por segundos agiu sem pensar, puxou a mão rapidamente. Sr. Gold ao lado não desconfiou.

''Enchantée'' Repetiu. Mais pra si do que pra outra.

''Enchantée''

''Encantada''

Emma repetiu essa palavra dezenas de vezes na cabeça. E se permitiu sorrir, o que acreditava ser a primeiro sorriso sincero desde que foi traída por quem mais amou e confiou.

''Entrem'' Disse Regina dando passagem.

"Não se incomode comigo Regina, já estou de saída. ’’ Disse Gold já se virando pra sair, ignorando o chamado da outra.

Regina tinha o coração descompassado, da mesma maneira em que estavam seus pensamentos. Queria que o homem entrasse, porque não fazia ideia de como lidar com a garota a sua frente. "Gold, eu prec...”.

"Querida, não insista. Por favor”.

Regina engoliu o discurso pronto para que o homem entrasse. Ele exercia um certo poder sobre ela, maior do que a própria gostaria de admitir. Deu um sorriso que não passou despercebido pela loura, que notou que ela franzia o nariz ao fazê-lo e então sorriu de volta, ainda que o mesmo não tenha sido direcionado a ela.

Gold se virou para as duas, olhando para Emma e falou de forma mansa, quase carinhosa pensou Regina, que estreitou os olhos, incomodada. Pelo que, exatamente? Ela não saberia definir. “Se mantenha longe de encrencas, qualquer deslize seu e o pequeno príncipe nasce na cadeia. Não queira despertar a ira da rainha.” E sorriu, para Regina. Então a morena soube, ele também sabia. "Tenho que ir. Nós veremos em breve’’ Disse girando nos calcanhares e descendo as escadas que davam em direção à rua.

—x—

Emma adentrou no escritório. Seus olhos atentos varriam todo o local. Iniciou seu jogo particular que fazia sempre que a adotavam: Definir a família pela própria casa que moravam. Bem, ali não era uma casa e só tinha Regina e... Talvez isso facilitasse tudo. “Tudo parece morto aqui dentro. A decoração, os moveis tudo tem um tom sombrio. E luxuoso: Ela é muito rica e perturbadora.” Emma era taxativa. “A sala tem muitos espelhos: ela é vaidosa, até mesmo... egocêntrica.” Emma estreitou os olhos. “O papel de parede eram galhos: fazendo uma alusão a floresta? Gostava da natureza? De caminhar? Bem, seu corpo bem trabalhado não deixava dúvidas. ’’. Balançou a cabeça lentamente em negativa, com seu ultimo pensamento.

“Nenhum quadro de parentes, amigos? É solitária... Como eu’’ Emma por fim se aproximou da lareira, com um sorriso. Sempre quis montar a cavalo. Um cavalo branco de cerâmica enfeitava a mesma. Levantou a mão com o intuito de tocar. Mas, desistiu a ouvi-la forçar uma tosse e virou-se.

“Eu tinha um cavalo muito especial. Rocinante’’ Confidenciou.

Regina estava a alguns passos da outra, com um sorrisinho nos lábios e oferecendo um copo para Emma.

“Bem, acho que agora somos apenas nós duas’’ Continuou.

“Três”. Disse Emma, pegando o copo e levando aos lábios.

A morena consentiu. “Venha! ’’.

Regina girou nos calcanhares e foi ate à poltrona, sentando-se. Emma a seguiu atenta, sentando-se no sofá, em seguida. Observou a outra colocar o copo na mesa ao lado e descasar os braços em volta dos braços da poltrona. Ela cruzou as pernas, um movimento considerado comum. Mas, bem, já estava se habituando nesses minutos que passara com ela, que era algo natural na mulher. Regina tinha uma graciosidade e elegância que davam a um gesto simplista algo extremamente tocante. A mulher a sua frente era quase uma desconhecida. Um bom mistério sempre a deixou motivada. Desvendar o mistério. 

Regina havia decidido tentar ser amigável, não queria que a outra se assustasse e fugisse dali, levando com ela o bebê. Estava apostando alto, não queria perder. Em um assunto trivial e outro, acabaram entrando no tema adoção e Emma lhe contou sobre a família que a adotara aos três e lhe devolveram quando conseguiram ter filhos biológicos.

''Espero que isso não aconteça ao pequeno. '' Disse Emma.

"Nunca, lhe garanto. Essa criança que cresce no seu ventre, querida, é tudo que eu tenho''. Disse, ainda que não pensasse em contar a garota porquê não teria filhos biológicos.

A mais jovem sorriu aliviada. Ela sabia que não devia, não devia confiar em mais ninguém. Mas, ela queria poder. Principalmente, porque aquela seria a mulher que iria cuidar do bebê. Ela não tinha escolha. Precisava acreditar, se não, aquilo a mataria. Ela podia tentar, não? Tinha que correr o risco. E seu super poder estava implorando que confiasse.

Ou era seu coração?

Regina olhou no relógio: 8h55min. Estava atrasada. Kathryn no timing perfeito entrou na sala.

“Agora, preciso que você vá. Minha secretaria levará você até minha casa e te mostrará tudo. E, Senhorita Swan, ela tem alguns papeis para você assinar... Até mais” E então ela sorriu. E Emma se sentiu levemente incomodada, com si mesma, pelo que sentiu. Não sabia como, porque razão e o escambau, mas ela sentiu-se aliviada por estar naquela cidade, naquela sala e com aquela mulher. Como se não houvesse outro lugar melhor pra estar.

“Até” Respondeu Emma saindo da sala, deixando a outra na companhia de Kathryn.

“Kat, certifique-se de que meu filho seja alimentado... E cuide para que a outra assine os papéis” Regina demostrou desdém, mas, em seu intimo algo lhe dizia que estava exatamente onde deveria estar. Ela racionalizava aquele sentimento, e atribua o peso disso a criança. Afinal, a garota não deveria importar. Não deveria, apesar que ela se importava. "Por causa da criança, apenas por causa da criança"

Agora, pela primeira vez em tanto tempo naquela cidade, sentia-se em casa nesse mundo. Claro que foi divertido, divertido lançar a maldição, divertido tirar o final feliz de todos naquela cidade, mas, isso só os colocavam no mesmo nível que ela viveu. Amaldiçoada e sozinha. E o que era divertido nos primeiros meses, virou só um espelho do que ela sempre tinha sido. E, isso não era o que ela esperava.

“Claro. A consulta amanhã com o obstetra é às dez. Eu passo para pega-la como o combinado’’

Algo dentro da morena insistia para que ela fosse.“Não. Eu mesma irei’’

 Mesmo que nunca confessasse, nem pra si, queria conhecer um pouco mais da garota.

—x—

“Prazer, Emma. Sou a Katryn, Kat’’ Disse ela dando um beijinho em cada bochecha da outra. “Conheço Regina desde sempre acredita? E às vezes tenho vontade de fugir dela’’ Disse entre risinhos, enquanto encaminhava a outra para o carro.

“Talvez seja esse o motivo dela agir assim... ’’ Kathryn não entendeu e sua expressão deixou claro. “Digo, essa necessidade que sente de fugir dela, talvez, ela sinta, talvez, seja esse o motivo pelo o qual ela não se abra para ninguém’’ Emma estava falando de si, mas acreditou ser esse o motivo da outra também.

Kathryn concordou. E seu pensamento foi que, talvez, essa duas fossem se entender melhor que ninguém.


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Notas finais do capítulo

''Enchantée'' Sim, sofro por cophine também. E não podia deixar passar.
Desculpe-me qualquer erro. E me avisem :)
E então?
Gostaram do primeiro encontro do nosso OTP?
E da Kat? O que acharam? Ela vai ser importante, eu acho rs E do nosso querido e odiado Rumpelstiltskin gostaram do plano dele?

*Trecho do nosso Machado de Assis.