You're an asshole but I love you escrita por dude


Capítulo 13
Nós amamos você, Emma - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura. Leiam as notas finais, por favor.



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Uma Mary muita aflita, tentava manter a calma ao conversar com Emma, a chamada no celular completava quinze minutos e os últimos minutos, a garota de cabelos curtos, questionava Emma sobre o porquê de sua ausência física - afinal, era por meio de chamadas ou mensagens que se comunicavam - e sobre Ruby, desejosa em saber se a loira também tinha notado alguma diferença na amiga de ambas.   

 "Como eu já falei: eu estive aí semana passada, você não estava lá... Aí, Ruby me fez um interrogatório" suspira, um tanto exausta "E eu tenho saído pouco... porque tenho me sentido cansada... inchada... além de ridícula" desabafa a garota.

"Oh, sei como é" Mary diz, rindo em seguida. "Quer dizer, imagino... E você não está nada ridícula. Então, como foi essa conversa?"

"Eu falei a verdade, Mary".

"A verdade é.... Bem, então, você está... apaixonada por Regina?"

"Exato". Responde Emma.

"E você pretende dizer isso a ela?"

"Sim. Eu direi".

"Depois do nascimento do bebê, você irá convida-la para um encontro? Contar a ela e se tiver sorte, ter pelo menos uma noite ao seu lado?"
"Isso".

"Emma, isso é tão arriscado.... Mas, eu como sua amiga, não te direi que isso é estupido e que vai se arrepender, pelo contrário... vou te ajudar para que essa seja o melhor encontro da vida dela".

A loira ri.

"Eu não esperava nada diferente".

"Certo".

As duas ficaram em silêncio por um instante, Emma cogita se despedir e desligar, mas Mary retoma a fala.

"Emma? Você... você notou algo diferente quando conversou com a Ruby? Vocês discutiram ou qualquer coisa assim? " 

"Não. Mary, o que você não está me contando?"

"Ruby está estranha, mas não quer me dizer nada... Você poderia tentar?"

"Claro".

"Prometo deixar você fugir e se perder" Mary diz.

"Se encontrar, se reinventar" completa Emma, sorrindo.

"Mas prometo nunca deixar você ir tão longe a ponto de se esquecer" Mary diz gracejando.

"O caminho para casa"² dizem em uníssono.

Aquela frase era cheia de significados para as garotas - Ruby, Mary e Emma - tinham prometido, no dia que a mais jovem lhe contara tudo a respeito de Neal, ser verdadeiras cem por cento, sempre, e além disso, serem amigas a vida inteira.


***

 "Emma" começa Ruby, com as mãos de Emma entre as suas "Eu estou bem".

"Ótimo, mas tem algo errado".

"Talvez" Ruby diz, "mas, isso não nos envolve, nem a você, nem a mim" Emma sorri para amiga, enquanto a analisa atentamente.

"Você pode confiar ou não em mim" diz Ruby.

"Eu confio" Emma responde prontamente.

"Então pronto. São problemas de outra pessoa. E eu quero esquecê-los. Não faz sentido eu dizer nada" lhe sorri "e você deixou de perambular por aí sozinha?" Indaga Ruby.

Emma franze o cenho.

"Você já está de nove meses, não pode ficar sozinha por aí" omite Ruby, enquanto Jefferson estivesse livre por aí, planejando atrocidades, ela queria proteger os seus.

Emma pondera um instante, antes de dizer "você tem razão".

"Me promete" diz a morena, soltando as mãos de Emma e lhe estendo o mindinho.

"Eu prometo" sorri, cruzando seu dedo mindinho no da outra.

"Então, loira, o que você vai querer de presente?"

Emma arregala os olhos levemente, abrindo um sorriso condescendente.

"Ah, Ruby, nada, não precisa".

"Emma, falta uma semana para seu aniversário e eu exijo saber".
Emma dá de ombros.

"Mary, escute essa garota" reclama Ruby para Mary que acabara de entrar no seu campo de visão.

Mary se aproxima da bancada, beija Emma na bochecha antes de sentar-se no banco ao lado, os olhos fixos em Ruby.

"O quê?"

"Não quer nada de presente".

"Ela quer sim" Mary diz, olhando para Emma, lhe sorrindo.

"Talvez" diz Emma, ora olhando Mary, ora Ruby "quero a ajuda de vocês com aquilo".

"Com Regina" completa Ruby, animada.

"Por que isso te interessa tanto?" indaga Emma, divertida "Você nem é romântica".

"Ah! Emma, você sabe ainda não encontrei a pessoa certa" diz Ruby fazendo Mary bufar.

"E aquela... mulher de cabelos castanhos que encontrou?" pergunta Mary.                    

"Que não sabemos nem o nome... Tenho chamado na minha cabeça de... minha bela".
"Certo. Sua bela. Você tem visto ela?" Emma indaga, curiosa.

"Não, só daquela vez" Ruby responde "O que é estranho, eu espero mais por ela do que pela lua cheia" completa, frustrada.

"Você espera a lua?" gargalha Emma.

"Sim?" pergunta retórica. "A lua é uma paixão antiga".

"Sua bela iria adorar saber da sua paixão mais recente: Ferdinande, o barman" provoca Mary, fazendo Ruby rolar os olhos.

"Amiga, eu não tenho compromisso..." explica Ruby.

"Mas?" pergunta Emma, a instigando a continuar.

"Mas nada, eu só achei ela um enigma... Que eu gostaria de desvendar".

"Ou devorar" Mary completa com um sorriso.

"Ou isso" diz Ruby sorrindo. "E você, Emma?"

Emma a olha um tanto assustada, com o cenho franzido "Eu não quero devorar sua garota".

Ruby ri da lerdeza da amiga.

"Não, eu mudei de assunto... Estava falando da... Ssssss" diz Ruby, imitando o sibilar de uma cobra. Rindo em seguida da cara de pouco amigos de Emma.

"Ruby" diz Mary, olhando de maneira repreensiva para a garçonete.

"Desculpe... Talvez, o modo como eu veja Regina e como eu via estejam um pouco diferentes... Mas a cara de Emma é impagável... E eu que achava que isso era apenas porque eram boas amigas".

"Somos boas amigas" Emma diz séria.

"Ela te prendeu nas teias dela, isso sim".

"Ruby. Ela não fez nada. Eu vi esse sentimento nascendo, e não fiz nada para impedir, Regina não tem culpa de nada".

"Só não quero que você fique como Graham ou Sidney" diz Ruby, tentando amenizar a situação. Acaba por atiça-la.

"Não tem nem o que comparar, nós somos amigas, é diferente".

"Pode ser.... Tão diferente que ela te depreciará... Ela pode... sei lá... pode achar, por exemplo, que você quer tomar-lhe o filho". 

"Eu só falarei com ela quando o processo de adoção acabar" Emma tinha a voz perigosamente baixa.

"Eu não sei muito de leis, mas uma mãe biológica pode mudar de opinião... Tem um prazo para isso, meses ou um ano, não sei". Reflete Ruby.

"Ruby" alerta Mary. Ela sabia que eram verdade, mas não queria ver Emma entristecida com esse ataque de politicamente correto da sua amiga.

"Tudo bem" compreende Emma "Não é nada novo, eu já pensei sobre isso, é uma luta interna minha: entre o sim e não, ou devo ou não devo" sorri para Mary. "Deixe ela falar" Completa, Mary concorda, levantando-se.

"Vou deixar vocês sozinhas” em seguida, afasta-se das duas, indo até uma conhecida que acabará de entrar.

Emma volta sua atenção para a morena, espera que os passos de Mary de distanciem para continuar "Não posso esperar tanto... "

"Porque sabe que até lá, esse fogo terá sido extinto. Paixão queima com fervor, mas se apaga tão logo quanto surge" Ruby diz, sua voz ainda terna porém, Emma notara a repreensão.

"Eu sei... e é um pecado tão grave querer uma lembrança para aquecer as madrugadas frias?"

"Poética como sempre" Ruby fala com um sorriso caloroso "Não é pecado, eu só estou apontando os contras" completa. "Eu faria exatamente o que você quer. A questão que você é.... muito melhor que eu. E muito novinha, não quero te ver triste, Emma. Você acabará fugindo daqui, e será uma merda".

"Deixe disso, eu não sou melhor que ninguém... E tristeza é bem relativo, às vezes me sinto triste por nada... E, dona Ruby, uma despedida é sempre uma merda, é ruim... e triste, mas, quando saio de um lugar, gosto de saber que estou de fato fazendo isso e fazer tudo que tiver de fazer. Se eu não faço, me sinto pior ainda."

"Eu só não quero que no final você sinta-se enganada pelos seus" diz Ruby.

"Eu não irei".

"Faça o que lhe convém. Pro bem ou mal terá lembranças duradouras. E não esqueça de uma coisa, do bebê que carrega, você lembra do que me disse? Que não teria coragem de olhar pra ele? Como pretende ficar com a mãe se não quer olhar o filho?"

"Ok, ok... Eu não tinha imaginado tão longe. Eu não sei... Na verdade, eu imagino ela me deixando antes que eu possa passar por isso" fala sincera. "Vamos mudar de assunto?! Já tenho muito o que pensar nessa madrugada" diz Emma.

"Você sabe que pode contar comigo, não é?" indaga Ruby com um sorriso.

"Claro" diz sorrindo de volta.

"Então, vamos mesmo mudar de assunto... Tem alguém que quero que conheça" diz sorrindo e dando a volta no balcão que a separava de Emma.

"Ashley, senti sua falta" diz Ruby, abraçando a moça que caminhava lado a lado com Mary e Graham, ainda com o braço entorno do pescoço da amiga se direciona a Emma. "Amiga essa é a Emma, loira essa é a Ashley".

"Emma, eu queria muito te conhecer" Ashley sorri para a garota, estendo-lhe a mão "Esses três" diz olhando rapidamente os outros "Não param de falar de ti" completa gentil.

"Espero que coisas boas" fala Emma com um sorriso.

 "Elas falaram muito de você também" Graham que estava um pouco atrás de Ashley, passa por ela, indo até Emma e beijando-lhe no rosto, em seguida volta até a garota de cabelos loiros e olhos azuis, lhe sorrindo.

"Meninas" anuncia Ashley "Eu tenho uma coisa para contar" diz, entrelaçando seus dedos no de Graham.

"Estamos namorado" completa Graham, olhando a garota e selando seus lábios no dela.

Ruby sorri sem humor, olhando em seguida para Mary e Emma, vendo que não só ela estava surpresa com a notícia. Só Mary sorria, provavelmente já tinha sido avisada, ela acena com a cabeça, como se entendesse a amiga.

"Ei, vocês podem falar alguma coisa?" Ashley diz. Sorrindo. Era uma garota sorridente. E parecia gentil também. Foi o que Emma refletia naqueles breves instantes.

"Isso é incrível" Mary foi quem quebrou o silencio entre as três, puxando a amiga para um abraço de lado, passou o braço pelo ombro da garota e lhe puxava gentilmente.

"Parabéns" Emma diz com um sorriso olhando o xerife.

"Cuide bem dela, em?" Ruby diz, batendo de leve com o punho fechado no peito do xerife.

Após a pequena comoção os cinco se dirigiram a uma mesa, Ruby como estava em horário de trabalho não se sentou muito, mas ao ver uma conversa engatada entre Mary, Emma e Graham, aproximou sorrateira de Ashley, sentando ao seu lado.

"Você largou de vez o idiota do Sean?" Ruby murmura para que só Ashley ouvisse, enquanto Mary, Graham e Emma conversavam.

"Sim... Você sabe da última vez que achei que estava grávida dele foi um verdadeiro inferno... Depois disso nunca mais fomos felizes".

"Mas, ele e Graham... não são amigos?"

"São. Mas, o Sean não quer mais nada comigo, mesmo" seu tom de voz melancólico.

"E isso te entristece? Você não gosta do xerife?"

"Gosto, claro que gosto..., mas, da mesma maneira que sei o quanto ele gostou da prefeita e de Emma, ela sabe do Sean... Afinal, nós éramos amigos antes de tudo, então sabemos tudo a respeito um do outro... Não é como foi com o Sean, ele, eu só conheci depois da falsa gravidez..., mas, ele sempre terá um lugar no meu coração..."

"Não vá fazer uma besteira, em? O Graham é uma boa pessoa".

"Eu não vou, estou realmente feliz com o Graham".

"Quanto tempo?" indaga Ruby, com um sorriso caloroso.

"Namorando? Desde de ontem... A noite" diz rindo, "Mas, ao todo tem duas semanas".


~

 

"Shhhh" diz Emma com o dedo indicador sobre os lábios. Já se passava da uma da tarde. Não tinha a menor vontade em levantar-se e atender longe dos amigos, o que seria o mais educado, mas pela gravidez os amigos a entendiam "Ligação" Completa, balançando o celular para os amigos.

"Olá... Não... Bem, eu já almocei. E você? ... Hum.... Eu estou bem. Sim? Nós vemos daqui a pouco então. Se cuide também".

Emma tinha um sorrisinho nos lábios, soltou um suspiro quando encerrou a ligação ainda mirando o celular.

"Emma" chama Ruby "Era... ela" questiona, Emma confirma "Por Krishna, deus do amor, você está completamente fodida" completa rindo abobada da amiga. Emma sentiu seu rosto esquentar com a fala da amiga, sorriu sem graça.

Mary olha para a morena, balançando em negativa a cabeça, reprovando sua fala, mas também acabara sorrindo. Graham sorri para Emma, imaginando se elas já teriam evoluído a relação ou esse ''se cuide'' era ainda por não poder dizer "cuide de mim". Ashley se manteve alheia ao assunto, sem maldar a troca de olhares dos outros quatro; sua mente divagou por um instante, trazendo algumas lembranças que queriam esquecer: seu primeiro amor e o bebê, que nem chegara a gerar, mas que mudara tudo na sua vida.


***

Emma não ouviu o despertador essa manhã, ao menos se lembrava de ter desligado como vinha fazendo com frequência, cedendo ao sono e preguiça. "Regina?" chama, o cenho franzido, não entendeu a presença de Regina, afinal já era tarde para ela ainda estar em casa.

"Bom dia aniversariante" saúda Regina com um sorriso generoso. Fazendo Emma franzir ainda mais o rosto, em seguida boceja, levando a mão a boca.

"Bom dia" diz com um sorriso "Hoje já é dia 23?" indaga confusa. Um riso escapou dos lábios de Regina.

"Creio que sim, já que ontem foi 22 e amanhã é 24" Emma continua com uma carranca incrédula. Regina lhe sorri, alcançando Emma e lhe puxando gentilmente pela mão "Venha, temos muitos planos hoje... E agora é minha vez de preparar um café especial para você" confidencia.

Emma sente o calor que advém da mão de Regina desperta-la, lhe lançando um calafrio gostoso pelo corpo, lançou um olhar tímido para morena, Regina estava linda, seus olhos brilhando... Emma sorri para a visão que desejava ver por mais ou menos, umas três vidas, acabou por ri de seu pensamento, fazendo a morena lhe lançar um olhar curioso.

"Você não vai trabalhar? Já são dez horas!" exclama para despistar a morena, de fato, não queria perguntar aquilo pois não queria ouvir um 'não'.

"Ah Emma, hoje somos apenas você e eu" responde, voltando a olhar à sua frente. Emma sorri e sente o sangue ir ao seu rosto. Estava corada, abre a boca para proferir qualquer coisa, mas as palavras se emaranharam em sua cabeça, ela percebe que naquela situação não conseguiria as pôr em ordem. Murmurou qualquer coisa.

Ao chegar na cozinha, Regina orienta Emma a sentar-se e vai em direção a geladeira, tirando refratários e alimento para preparar a refeição. A morena já havia se antecipado e preparado algumas coisas, a última delas foi as panquecas. Para o café da manhã, Emma degustou panquecas macias e saborosas servidas com calda de chocolate crocante e morangos, para acompanhar, suco de laranja.... Se deliciou, melhor dizendo. 

"Não vai provar? Isso está muito bom".

"Já fiz meu desjejum, isto é apenas para você... formiga".

Após o café da manhã, sobre a vigilância de Regina, a morena começou.

 "Tenho uma surpresa para você, iremos dar um passeio... E não posso dizer mais nada, vá, se arrume!"

Meia hora mais tarde Emma descia, vestindo um vestido branco que lhe caia perfeitamente, demarcando sua barriga de 38 semanas, os contornos baixos e uma jaqueta, ambos pretos, completavam o look. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e tinha um batom escuro nos lábios. 

Regina estava ao pé da escada, impaciente até mirar a garota descendo, seus olhos percorreram o corpo de Emma, de baixo para cima até encontrar seus olhos, sente a boca seca e a suave e conhecida agitação no estômago quando estava perto de Emma.

"Vamos?" chama, já se direcionando a porta.

"Você desligou o despertador" fala Emma, não deixando claro se aquilo era uma pergunta, fazendo a outra sorri.

"Francamente? Tens acordado muito cedo" Emma sorri e assente sem jeito para a mulher. 

Regina que trajava um lenço no pescoço, tirou-o, e vendou a outra apos entrarem no carro.


***

 

"Estamos perto" avisa Regina, elas estavam a um pouco mais de dez minutos no carro. "Feche os olhos, não estrague tudo" Regina aconselha. Um pouco depois para o carro, Emma escuta os passos firmes da morena dando a volta no carro, no instante seguinte abrindo a porta do mesmo, a morena busca as mãos de Emma e as puxa em seguida, fazendo que Emma gire seu corpo em direção a Regina e ficando em pé "Não tente me enganar" avisa em tom sério. Elas caminharam por um minuto, Emma de olhos fechados sendo guiada por Regina que lhe instruía o caminho e era seus olhos naquele momento.

Logo o movimento cessou e Regina, depois de posicionar a garota, soltou as mãos da mesma, desatou o nó, Emma continuou de olhos fechados.

"Abra os olhos" Emma fez o que lhe foi pedido, sorrindo para morena na sua frente "veja" fala Regina, apontando para atrás dela e se direcionando para o lado de Emma.

O sorriso de Emma vacilou por um instante, sua boca e olhos abertos em espanto, buscou os olhos de Regina com a mão na boca, seus olhos voltaram para o lago a sua frente. Riu de maneira nervosa. Não sabia se olhava o casal de cisnes no lago, ou para Regina, ela a analisa e ela sabia, a morena não sorria e nem esboçava nada, estava absorta em saber o que Emma achara.

"Depois que me falou do seu nome, fiquei curiosa para saber mais sobre... Fiquei encantada... O cisne vive em harmonia entre três dos quatro elementos: Caminha sobre a terra, voa a grandes alturas no ar e flutua através das águas com uma elegância magnífica" Diz Regina. Emma afasta seu olhar de Regina.

"Só faltou um elemento, fogo, meu elemento", pensa a morena.

“O cisne também é símbolo da música e da literatura, representa coragem, nobreza e graça. ”completa, os olhos em Emma, a mesma relutante abandona o casal de cisnes que nadavam em harmonia no lago calmo e fixo o olhar em Regina. 

"Como você me disse: isso é tudo sobre você" fala, com um sorriso de canto, a loura pôde sentir a adoração na voz da outra. Emma sentiu o coração acelerar no peito, ela se abraçou forte, fingindo que eram os braços dela que a envolviam, em vez dos seus. "Por que você tem de ser impossivelmente... você?" pensa a loura. 

Os olhos castanhos de Regina estavam semicerrados pelo sol, e Emma flagrou; imitando o gesto, apesar de estar contra o mesmo. Sorri.

"Isso é tão incrível, como eles vieram parar aqui?"

"Vieram voando" sugere Regina em tom sério. Emma a avalia por um instante, em seguida ouve o riso mais fascinante que poderia imaginar. Pura alegria. "Eu os comprei, para enfeitar esse lago" diz, ainda sorrindo "já que não teremos uma senhorita Swan na cidade, teremos um casal... deles". Aponta em direção aos cines, sua voz tinha um tom acusatório e Emma tinha notado.

 

Emma nada diz.

 

"São ambos adultos, o maior é macho e a menor, claramente, fêmea. Eles já eram um casal quando chegaram aqui a alguns dias, esses animais, após se unirem com casal, ficam juntos para sempre" Regina parecia contente com isso.  Era uma romântica irreparável, ainda que não admitisse, Emma lhe sorri.

"Eu sabia disso... Quem vai cuidar deles? Você?"

"Não..., mas, eles estarão em boas mãos. Ele é um animal bem rústico, de fácil manejo.... Você... gostou da surpresa?" Parecia relutante ao perguntar. Emma quis abraça-la.

"Claro... Isso é a melhor surpresa de aniversário que já me fizeram. Como são os nomes?"

"Faça as honras".

A loura inclina a cabeça, Regina a vê fazer um bico enquanto refletia.

"Ying e yang? Chocolate e baunilha? Ross e Rachel? Manteiga de amendoim e geleia?"¹ Regina riu, Emma a acompanhou.

"Uma fã de friends?"

"Quem, não é? Então Ross e Rachel?" Regina acena em positiva.

"Perfeito. Então Emma, quer alimentar o Ross e a Rachel?" pergunta, mostrando-lhe os pãezinhos que tinha trazido para esse fim.


***

 

"Já temos quase uma hora aqui, não está cansada?" questiona Regina com os olhos no seu relógio de pulso.

"Não".

"Com fome?"

Emma olha Regina com uma expressão travessa.

"Claro" a morena quem responde. "Então vamos" chama, estendendo a mão para a garota, que a alcança e a segura firme, com um sorriso nos lábios que ela não conseguiu conter. Aquela cena, dela e de sua morena, de mãos dadas em um lugar exuberante, um lago de águas límpidas com um jovem casal de cisnes que viveriam para sempre juntos, era tão poético que ela não sabia como poderia ser melhor.

Meio minuto depois, Regina para de repente fazendo sua acompanhante fazer o mesmo. Os olhos de Emma foram do rosto de Regina – que tinha os olhos semicerrados e a boca levemente aberta em surpresa – em direção ao ponto fixo onde a morena dedicava sua atenção, as expressões se igualam e Emma aperta a mão de Regina.

Qualquer outra pessoa passaria despercebido pelas três pequenas flores despontando ali, mas não elas. Eram igualmente brancas. Emma se move primeiro, puxando a outra, se inclina para tocar as pequenas, soltando em consequência a mão da outra.

"Snowbell". Sussurra encantada, e lentamente passou a mão nessa forma insegura.

"Não acredito" Regina sorria largamente, em seguida, inclina e arranca uma das flores.

"Tome" oferece Regina à jovem.

Emma lhe sorri, mas não poupa o tom reprovador "Obrigada, mas não precisava fazer isso" Regina repele a vontade em rolar os olhos.

"Nascerão outras".

"Mas, essa, apenas definhará agora, aí no solo não... Ela embeleza o lugar e todos poderiam vê-las".

"Não seja idiota, essas podem definhar também ou ser pisoteadas... Ou devoradas pelos cisnes" elas se mediam se olhando, em um desafio mudo. Emma acaba por desistir daquilo, rola os olhos.

"Você não gostou da flor?" pergunta Regina, arqueando a sobrancelha.

"Sim, mas..."

"Vai dizer que nunca arrancou uma flor?"

"Não, mas..."

"Emma, nos poupe disso" fala, apontando para as duas, referindo a discussão boba que começava.

"Certo" concorda Emma, lhe oferecendo um sorriso sem vontade. "Tudo tem de ser do seu jeito" murmura para si, voltando a caminhar para o carro, abre-o e senta-se, mantendo os olhos fixos na paisagem a sua frente. Logo em seguida Regina entra, dando partida na BMW.

Cinco minutos ouvindo o silêncio de Emma foram suficientes para fazer a morena bufar frustrada.

"Você não vai mesmo ficar chateada por uma flor, não é? Podemos, por exemplo, lançar ela pela janela e esquecer disso".

"Nem pense nisso... Eu não tô chateada... de verdade".

"Então, devo concluir que a Senhorita Swan quer enganar a prefeita?" pergunta em tom sério, porém com um sorrisinho, arrancando de Emma um riso frouxo.

"Eu acho que a Senhorita Swan preza muito por sua vida e não faria algo tão perigoso".

"A quanto tempo não tinha uma discussão boba daquela?" pensa Regina. "Ou melhor... a quanto tempo não discutia com alguém e não tinha à vontade... a necessidade, talvez, de arrancar o coração do peito do...problema?"

"A prefeita também preza muito pela vida da protetora idiota dos indefesos, vulgo Swan" fala em tom divertido. Emma a olha no mesmo instante, Regina continuava dirigindo e sem nenhuma segunda intenção, fez Emma desejar beijar-lhe naquele momento. E talvez fizesse, se não fosse o ambiente impróprio, pensa Emma.

"Eu também prezo por sua vida" Revela à Regina, a morena lhe olha de soslaio por meio segundo, ou talvez nem isso, volta sua atenção ao trânsito com um sorriso bobo nos lábios que não pôde conter. Isso era algo bom de ouvir, qualquer um acharia isso, mas, para alguém quebrado como ela, isso era algo para o qual a rainha não tinha palavras.

Emma percebe Regina passar direto pela entrada da Rua Mifflin.      

"Estamos indo conhecer o píer" revela Regina, como se ouvisse o pensamento da outra.

"Vamos almoçar sushi fresco?" brinca Emma.

"Vamos... E vou usar você como isca" Regina rebate.

"Então comeremos o próprio Poseidon... Ou Úrsula, quem sabe" devolve Emma.

Regina se permite rir dessa vez.

"Úrsula não gostaria de vim aqui, me encontrar? Fora de questão" fala Regina.

"Por quê?" pergunta intrigada.

"Já temos uma rainha na cidade... Onde sua lealdade está, senhorita?" resolve provocar a garota. Emma lhe sorri, tentando disfarçar o nervosismo. Regina tinha um timbre rouco, um pouco aveludado, totalmente inebriante que causava em Emma um frisson.

"Min-minh-minha majestade" completa aos risos pela sua gagueira dispensável, sente-se ridícula que se imaginou lançando se da janela do automóvel, mas logo abandona esse sentimento ao ouvir o riso da morena "Minha majestade, a lealdade dessa... pessoa é sua".

"Dessa pessoa, certo, jovem dama" Regina ainda ria "Ótimo que chegamos" Diz estacionando, com muita destreza, afinal "Se não juro, eu bateria o carro".

Ambas saíram do carro, Emma estava hipnotizada pela beleza do lugar, praticamente deserto naquele começo de tarde, o mar calmo e o sol às três e meia era um convite para ficar mais um pouco. 

Elas caminhavam ora em silêncio ora conversando amenidades, Emma estava encantada com o local, depois que Regina tinha lhe convidado a ir ali, ela aguardara o momento, queria que a primeira vez fosse com ela. Muitos barcos estavam ancorados pelo porto, dezenas, alguns pequenos outras embarcações imensas, enquanto passavam por um dessas embarcações Emma foi chamada por Regina, que após lhe ajudar a subir, lhe surpreendeu – mais uma vez - com uma bela refeição num dos barcos.

Após a refeição ambas se sentaram no banco estofado presente ali, Emma se acomodou enquanto apoiava a cabeça no encosto do banco, virando-se na direção da morena, Regina imitou a outra fazendo o mesmo, ora ou outra bebericando de seu vinho.

Durante um longo tempo elas ficaram em silêncio, era engraçado, às vezes o melhor que podemos oferecer a alguém é o som do nosso silêncio, mas isso só é realmente satisfatório quando não significaria que o outro não nos entenderia, por vezes, a única coisa que realmente importa é o que os olhares tem a dizer.

Emma ri baixinho de repente, deixando a morena curiosa, uma mexa de cabelo no rosto de Emma, fazendo Regina aproximar sua mão e afasta-los, se demora um instante, depositando um cafune nos cabelos da outra, que a muito estavam soltos e se encontra emaranhados pelo vento. Emma fecha os olhos aproveitando o contato.

"O que foi?" Indaga Regina observando a expressão da garota.

"Estou feliz por ter te conhecido".

"Eu também" sussurra de volta.

Regina tira a mão da cabeça de Emma que sem refletir apenas pega-a e leva aos lábios depositando um beijo ali. Regina sente que tudo dentro dela oscila com o carinho, ela observa a loura levar sua a mão à seu ventre, o bebê parecia não ter mais espaço ali dentro, pouco se mexia agora, mas quando fazia, parecia ser possível ver a anatomia de seu pé ou braço, por exemplo.

"Ele está tão quietinho" Regina diz, mais aflita que desejara. 

Emma ri baixinho "Tranquilize-se, honey, só está apertado agora".

"Foi o que estava pensando"

Regina se inclinou para pegar a garrafa de vinho e encher novamente sua taça.

"Regina?"    

"Sim Emma?" pergunta, voltando a olhar a loira.

"Lembra de quando eu contei sobre o Neal?"    

"Claro!"

"Em tempo, eu queria dizer que por vezes eu acho... achava, não sei, que não deixei de ama-lo..." 

"Tudo bem.  Eis que eu também não deixei de amar o Daniel, mas ele não merece seu afeto."   

Emma sorri.

"Você não acha que, talvez, eu só ame a lembrança do que ele foi? Assim como você?" indaga Emma.

"Talvez... Provavelmente".

A morena sorveu o conteúdo em dois goles, aquele assunto não lhe apetecia.

"Regina?"

"Diga..."

"Você faria algo assim? Digo algo assim comigo?" indaga Emma.
Reflete meio segundo. "Eu faria qualquer coisa para que fosse feliz". A questão não foi aquela, mas bastou para Emma.

"Falta quinze para seis, vamos andar até o fim do píer? Ver o pôr do sol de lá?" Emma indaga, vestindo sua jaqueta e calçando os sapatos, levantando-se de imediato. Regina faz o mesmo, calçando os habituais saltos pretos, abandonando a taça na mesa e passando por Emma, logo após desce-las, ajuda novamente a garota a faze-lo. 

Regina entrelaça seu braço no de Emma, e juntas voltam a caminhar.

O sol, já baixo no céu, lançava seus últimos raios que banhavam o horizonte, presentando as duas com aquele pequeno vislumbre – de cores vibrantes – do paraíso. O vento balançava os cabelos de ambas, e vez ou outra as duas se flagraram se olhando, com um sorriso – um tanto tímido – Emma desviava o olhar. 

A garota permite se sentir esperançosa e se surpreende com a serenidade que experimenta. Era uma petulância tão grande se ela admitisse, ter desejado ali ter tudo? Regina, o bebê, ter uma família, vivenciar um: finalmente felizes. Nada de finais, apenas um belo começo? Talvez o fosse, mais, inferno, ela sabia que era apenas uma garota, tinha apenas dezenove, teve que aprender a força a ser mulher, contudo ainda lhe era permitido delirar, sonhar como qualquer outro na sua idade.

"Havia mesmo idade para se permitir? Com 19 ou 91? Ah vá, não existe!", pensa Emma. 

O sol, estava indo se esconder, vagarosamente, logo seria engolindo pelo oceano, mas não antes de tingir em tons de amarelo, laranja o azul do céu. O cheiro do mar em conjunto com a última fração de calor do astro-rei, causa em Regina uma sensação nostálgica, levando-a segura com mais firmeza o braço de Emma. Idealizara por um instante – e se sentiu uma louca desvairada por isso – mas fantasiou por um momento, que aquele segundo podia muito bem ser uma receita para vida toda.


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Notas finais do capítulo

¹ - twitter da pequenina Jennifer Morrison.
² - não é minha essa frase.

Essa é a primeira parte do capitulo '' Nós amamos você, Emma", eu realmente não tenho ideia se vou demorar um dia ou uma semana para terminar, então resolvi postar essa parte logo. Espero que tenham gostado de toda interação SwanQueen; da interação Red Swan white (?), amo essas três juntas :); juntei dois improváveis personagens e Ashley não está gravida não, espero que tenham gostado de tudo.

Continue comentando e me deixando mais feliz que Emma quando Regina diz "Emma, wait. I don't want to kill you" AUSHANF

xoxo