Laftel escrita por Nanahoshi, ariielelopes


Capítulo 1
Prólogo - A lenda de Atlântida


Notas iniciais do capítulo

MINHA SEGUNDA FIC YEY! Dessa vez é de One Piece. Demorou um tempo para conceber a idéia dessa fic mas tah aí o começo. Estou um pouco com pressa então me demorarei muito na nota desse cap! Boa Leitura!



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Jim adorava aquela hora do dia. Pela manhã, poucos bebuns enchiam as mesas da taverna de seu pai, dando espaços para outras pessoas freqüentarem o estabelecimento. Entretanto, dentre todas as manhãs, a melhor delas era a de domingo. Com os arruaceiros longe dali, as mães traziam as crianças para a taverna, vez ou outra acompanhada pelos pais ou por pessoas mais velhas. E todos vinham pelo mesmo motivo: ouvir as histórias que o velho Flint, pai de Jim, contava.

O velho John Flint uma vez fora pirata, e viajara por muitos mares colecionando histórias. Piratas lendários, monstros marinhos, ilhas submersas e flutuantes, sereias, mapas de tesouros, ruínas esquecidas... Esse era o mundo que John coloria para os jovens e crianças da cidade.

E, felizmente, hoje era domingo.

Devia ser em torno das dez horas da manhã quando um grupo de crianças e adolescentes entrou fazendo barulho. Entre eles, Jim reconheceu Shanks.

–Ohayo, Shanks!

O ruivo olhou em volta procurando quem o chamara e, assim que viu Jim atrás da bancada, sorriu e exclamou:

–Ohayo, ohayo, Jim!

O garoto se aproximou do amigo.

–Sempre dá as caras aqui nos domingos quando vem pra Longuetown!

–Eu adoro essa taverna! Seu pai conta umas histórias incríveis!

Shanks bateu ruidosamente na bancada de madeira.

–Pode trazer um suco, por favor?

Jim puxou uma caneca de vidro e encheu com um suco alaranjado.

–Arigato-nah! – agradeceu Shanks.

Nesse exato momento, o velho Flint apareceu vindo dos fundos.

–Ohoho! Senão é nosso jovem Shanks!

–Ohayo, Flint!

–Pensei que já tivesse partido de Longuetown, moleque.

–Decidi ficar mais alguns dias. Acho que depois seguirei para a Grand Line. Estou muito curioso para ver que tipo de gente encontrarei lá.

John Flint soltou uma gargalhada gostosa.

–Você é muito ousado, Shanks. Não se esqueça que ainda é um moleque. Não vá desperdiçar seus quinze anos bem vividos!

O sino da porta tilintou e um homem grande com um chapéu pendurado pelo pescoço entrou na taverna com passos firmes. Sentou-se frente à bancada e batendo na mesa com uma mão e puxando o bigode com a outra, pediu:

–Uma garrafa do melhor sakê, meu velho!

Shanks voltou a se concentrar em sua bebida. Jim foi servir o homem e John começou a remexer nas prateleiras cheias de bebidas.

–Jii-chan! – soou uma voz infantil vinda das mesas. – Flint jii-chan!

O velho se ergueu.

–Ohoho! Senão é o pequeno Oriver!

O menino correu para o velho e abraçou uma de suas pernas gordas. O homem que era servido por Jim seguiu Oliver com o olhar.

–Jii-chan, que história você vai contar para nós hoje?

–Ohoho! – com uma risada, o velho Flint ergueu o menino no colo e voltou à mesa em que o grupo de crianças estava reunido. A senhorita Clock, como sempre, cuidava do grupo.

–Ohayo, Susi-chan!

Ela sorriu.

–Ohayo!

–Bem, bem, bem. – Flint puxou uma cadeira e sentou-se com as crianças. – Hoje eu tenho uma história muito interessante para contar pra vocês!

Vários pares de olhos brilhantes voltaram-se para ele.

–Qual? Qual? Qual?

Com um pigarro, o taberneiro perguntou:

–Vocês já ouviram falar na Cidade Perdida de Atlântida?

Shanks engasgou com seu suco. O homem ao seu lado parou de beber. Os meninos negaram.

–Bem, então irei contar pra vocês.

Com Oliver em seu colo, John Flint inspirou fundo e começou:

–Há muitos e muitos séculos, a cidade de Atlântida foi construída por tritões e sereias (os atlantis) no fundo do mar. Era uma civilização próspera, com conhecimentos avançados sobre matemática, astrologia, geografia, medicina e muitas outras ciências. Os habitantes de Atlântida criavam máquinas que alimentavam com a energia de um cristal que flutuava sobre a cidade. Esse cristal era o segredo de todo o avanço tecnológico dos atlantis.

Os olhos dos meninos cintilavam ao imaginar a cidade subaquática.

–Atlântida era uma cidade circular e possuía dez portões no total. Oito deles se localizavam nos pontos cardeais, um ficava no centro da cidade e o último flutuava juntamente com o cristal. Cada um dos portões era guardado por um monstro marinho que só poderia ser controlado pelos habitantes de Atlântida.

Shanks estava totalmente preso à narrativa do velho, e nem percebeu que o outro homem também ouvia silenciosamente a história com um sorriso brincando sob o bigode negro.

–Quais animais eram? – perguntou um dos meninos.

John pareceu refletir um pouco.

–Eu não me lembro muito bem, Tommy, mas me lembro que havia dois que eram especiais.

–Como assim?

–Dentre os guardiões de Atlântida, dois deles eram os mais poderosos, e só poderiam ser controlados pelos reis e rainhas da cidade.

–Ooooh...

–Acho que vocês já ouviram falar deles.

Os olhinhos ficaram apreensivos.

–Um deles guardava o portão sul: o Kraken.

Um “oh” de assombro correu novamente o grupinho.

–E o mais poderoso de todos, guardião do portão flutuante de Atlântida: o Leviathan.

Oliver escondeu o rosto, dois dos meninos abraçaram Susi Clock e um arrepio correu a espinha de Shanks e Jim.

–Meu pai nunca contou essa história antes. – murmurou o filho do taberneiro para o ruivo.

O jovem aventureiro engoliu um seco. Aquele nome... Leviathan... Já o ouvira inúmeras vezes em histórias horrorosas de tragédias no mar...

–Sim, sim. O Leviathan é o monstro mais assustador de todos os mares. Por isso nenhum outro povo arriscava se aproximar ou atacar Atlântida, temendo a fúria não só Leviathan, mas de todos os guardiões da cidade.

Oliver se empertigou no colo do contador de histórias. Neste momento, a porta se abriu novamente e um grupo de homens mal encarados e imundos invadiu o estabelecimento. Com certeza eram piratas vagabundos.

Flint suspirou.

–Oi,oi! Mandem a melhor cerveja pra gente! Entendeu, moleque? – disse um dos piratas apontando um dedo torto para Jim.

O garoto correu para a porta dos fundos. Shanks encarou o grupo de baderneiros.

–Jii-chan, continua! – pediu um dos meninos.

–Oohohoho! Tudo bem! Vamos lá!

Os meninos voltaram a ficar atentos ao velho contador de histórias.

–Conta a lenda que certo rei de Atlântida, no leito de morte, chamou seus três filhos para seu quarto. Lá, ele expôs as observações que fizera sobre cada um dos filhos e, com base nelas, escolheu o seu segundo filho como herdeiro do trono atlanti. Tomado pelo ódio, o primeiro filho desafiou seu irmão para um duelo no centro na cidade. O vencedor ficaria com o trono. O terceiro filho intercedeu, dizendo que aquela não era a vontade de seu pai. Porém, o duelo foi inevitável.

Um dos piratas que acabara de adentrar a taverna bateu com a caneca em sua mesa e começou a rir descaradamente:

–Rá! Está enchendo a cabeça desses pirralhos de baboseiras de novo, Flint? Faça-me o favor! Pare de contar essas histórias ridículas!

John Flint ignorou-os. Shanks, ainda sentado em sua bancada, sentiu seu sangue ferver.

–O terceiro filho, porém – continuou o dono o taberneiro – Sabia quais eram as verdadeiras intenções de seu irmão. Durante a luta ele pretendia chegar ao portão flutuante de Atlântida e invocar os poderes do Leviathan contra o segundo filho. Se isso fosse feito, com certeza o primogênito conseguiria colocar toda a cidade sob seu comando. Temendo essa tragédia, o terceiro filho se dirigiu para o décimo portão. No meio da luta, os dois filhos do rei perceberam o movimento do caçula e correram atrás dele. Mas o jovem tritão foi muito mais rápido que seus irmãos, alcançando o portão do Leviathan primeiro.

Os meninos quicavam na cadeira, ansiosos. Shanks esquecera-se completamente dos baderneiros, e estava inclinado na direção do velho Flint juntamente com Jim.

–Ao chegar lá, o caçula fez a última coisa que seus irmãos imaginavam que ele faria. Usando sua força descomunal de homem-peixe, o terceiro filho do rei esmurrou o décimo portão de Atlântida, que subiu como um míssel na direção da superfície. O golpe foi tão forte que o portão emergiu do mar e subiu acima das nuvens.

–Mas e depois? – interrompeu o mais velho do grupo. – Ele não caiu de novo no mar?

John Flint balançou a cabeça.

–É aí que está a parte mais curiosa da história. O portão não voltou para o mar. Ele se perdeu, flutuando nos céus.

Os meninos se entreolharam.

–E o que aconteceu com Atlântida?

–O primeiro filho foi expulso de Atlântida, o segundo assumiu o trono e o terceiro uniu forças com o novo rei de Atlântida. Porém, com um portão a menos e, consequentemente, sem o Leviathan, aos poucos, a cidade enfraqueceu. Alguns dizem que depois disso, Atlântida foi destruída.

Shanks escutou o homem do bigode dar uma risadinha.

–Mas e o portão flutuante de Atlântida? O que aconteceu com ele? Onde ele está? – perguntou Oliver arregalando os olhinhos e balançando as pernas.

O taberneiro bagunçou o cabelo do menino.

–Ninguém sabe. Mas quase todos concordam que ele se perdeu para sempre.

Os meninos pareciam decepcionados com o final da história.

–Mas... E se Atlântida ainda existir?

Os piratas, já bêbados, caíram na risada. Um deles se levantou e se aproximou do grupo de garotos.

–Oi, maldito! Não vai me dizer que acreditou nessa baboseira toda? Hyahyahya! Ele só conta histórias malucas e mentirosas! Atlântida nunca existiu!

Os piratas caíram na risada novamente como se o outro tivesse contado uma piada muito engraçada. Shanks levantou-se.

–Oi, desgraçado! – chiou o garoto ruivo. – Não zombe do velho Flint, está bem?

O pirata se voltou para ele.

–E se eu zombar, você vai fazer o quê? HYAHYAHYAHYAHYA!

O homem imundo empurrou Shanks no chão e voltou para a mesa de seus companheiros.

–Vamos sair dessa taverna cheia de otários! Até mais, velho idiota!

Os piratas saíram fazendo mais barulho do que quando entraram e nem pagaram a bebida. Shanks fez menção de que ia atrás deles, mas Jim segurou seu braço.

–Não vale a pena, Shanks.

O ruivo deu um soco na bancada.

Oliver chorava e os meninos pareciam bem tristes.

–Eu queria tanto conhecer Atlântida... – choramingou um.

–E achar o portão flutuante. – completou o pequeno Oliver aos prantos no ombro do taberneiro.

Shanks rangeu dentes. Jim Flint bufou de raiva e foi recolher as canecas usadas pelos piratas. O homem de bigode preto, que se conservara quieto durante toda a confusão, terminou sua garrafa de sakê com um estalar de lábios e se levantou. Foi caminhando lentamente para a saída, e Shanks o acompanhou com o olhar.

Oliver ainda chorava ruidosamente.

–Jii-chan, onegai! Buá! Me diz que Atlântida existe, jii-chaaaan!

O velho John Flint não sabia o que fazer. Apenas balançava carinhosamente o garoto no colo.

Aqueles piratas desgraçados...

O homem silencioso parou na porta, mas não a abriu. Pegou o chapéu de palha que carregava no pescoço e colocou-o na cabeça.

–Oi, garoto! – disse ele virando o rosto de lado. – Não acredite naqueles piratas desgraçados! Atlântida existe. Eu vi o portão flutuante.

Todos na taverna pregaram os olhos no homem. Shanks o olhava com os olhos arregalados.

–Hontoni, oo-san? – perguntou Oliver com os olhos brilhando.

–Ah! – exclamou o homem afirmativamente com uma risadinha.

Ajeitou o chapéu e saiu para a rua.

Por um momento ninguém se mexeu. Depois, Shanks saiu correndo para a porta e parou derrapando na rua. O homem do bigode ia andando calmamente rua abaixo.

–Oi! Você!

Ele parou e se virou.

–Hm?

–Quem é você?

Um sorriso esperto alargou-se no rosto do homem.

–Meu nome é Roger, garoto. Gol D. Roger, ao seu dispor.


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Notas finais do capítulo

E então meus leitores?O que acharam?



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