Slasher Story escrita por PW, Felipe Chemim, VinnieCamargo


Capítulo 3
1x03: Melhor Esfriar a Cabeça


Notas iniciais do capítulo

Escrito com sangue e vísceras por Necromancer (Com colaboração de Superieronic).



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Era uma manhã fria de segunda-feira na cidade de Reaperswood. Peter Van Der Hills acordou em um salto, quase caindo da cama.

– Foi só um sonho. – Ele sussurrou, para si mesmo. Andou até o banheiro que tinha em seu próprio quarto, e tateou a parede, até encontrar o interruptor da luz. Acendeu-a e encarou seu reflexo no espelho. Peter era um garoto bonito, mas as olheiras em volta de seus olhos por noites de sono mal dormidas estavam o deixando acabado.

Com a mão esquerda, o garoto abriu a torneira, deixando a água morna escorrer um pouco para o ralo, antes de fazer uma concha com as duas mãos, para jogar a água em seu rosto. Ao fechar a torneira, ele encarou bem os olhos e suspirou, apagou a luz e voltou para cama.

Ao pegar seu celular, na cabeceira, foi até o álbum de fotos, e em uma pasta denominada “G.”, começou a passar algumas fotos. Todas elas eram fotos da ex-namorada, que ele não teve coragem de apagar. A maioria, eles estavam juntos, e ela sempre estava sorrindo. Ele se deparou com uma foto que não via há tempos; Gabriella estava sentada em sua cama, a janela estava aberta, e o sol entrava, iluminando seu cabelo longo e negro. Ela estava sem seus óculos, e seus olhos estavam fechados. A garota estava coberta por uma camiseta branca e larga, que pertencia a Peter. Aquela foi a primeira vez que a garota dormiu com ele, em sua casa.

Peter sentiu as lágrimas molharem sua bochecha novamente. O garoto voltou para a tela principal do aparelho, enxugou as lágrimas e se levantou, mas ele não podia se livrar das lembranças que essas fotos lhe trouxeram...

***

Semanas antes

A risada de Gabriella ecoou pelo cômodo de Peter, e ele riu junto, porque a risada dela era contagiante, gostosa. Ele a tomou nos braços novamente, puxando-a pela cintura. A pele dela estava quente, pois tinha acabado de tomar um banho, junto com ele, claro.

– Você viu a cara deles, quando chegamos juntos aquele dia no colégio? – Ela riu mais, tanto que chegou a derramar uma lágrima. – Mas sabe, até hoje, eu não sei que diabos você viu em mim.

Peter sorriu.

– Eu te vi. E isso é o bastante.

Ela corou, enquanto abaixava a cabeça. Seus cabelos negros caíram como uma cortina em seu rosto, mas logo ela levantou, e eles voltaram às costas. Estavam meio úmidos ainda, apesar dela ter usado um secador no mesmo.

– Pare com isso, está me deixando sem graça...

Ele a puxou para perto, e a pegou no colo.

– Eu quero ter uma vida com você, longe dessa gente, longe daqui. – Ele confessou. – Eu quero um cantinho só para nós, onde eu possa... ter você, e você me ter. Sei que eu não sou o melhor namorado do mundo, Gabs, mas... eu quero tentar. Por você. – Ele a beijou rapidamente, e soltou uma risada contida. – Você me faz tão bem, e mal sabe disso!

Ela passou as pernas pela cintura dele, o encarou e voltou a beijá-lo, com intensidade. Peter foi indo para trás, até caírem na cama, e começarem tudo outra vez, mas desta vez, sendo banhados pelo sol.

Flashback off

***

– Ei, bro... – Phillip chamou o irmão, quando percebeu que o mesmo estava perdido em pensamentos. – Você está bem?

– Estou... – Ele suspirou. – Vamos pro inferno logo?

Phillip riu.

– Vamos.

Os irmãos entraram no carro e foram para o colégio, encarando o clima um tanto morno do dia cinza perolado.

– Peter, tenho que passar no anfiteatro antes de ir pra aula. Me espera no refeitório, caso eu precise ficar cuidando daqueles inúteis.

– Certo. Eu vou indo, então. – O mais alto respondeu, em tom indiferente. Phillip abraçou o irmão e foi pelo lado oposto.

Peter entrou no colégio, e assim como acontecia com todos os populares, o mar de gente se abria, para vê-lo passar, e não esbarrar nele. Ao chegar em seu armário, ele se deparou com um bilhete, e ficou pálido ao reconhecer a caligrafia.

Peter;

Me encontre na árvore atrás do estacionamento.

W/love;

G.

– N-não pode ser...

Peter sai correndo, passando por Vince Hardy, que o olha torto.

Ao chegar até o lugar marcado, ele sente seu coração bater forte em seu peito. Ela não estaria morta, então? Ou seria então o assassino, querendo que ele fosse ao seu encontro, para que pudesse, finalmente, colocar fim no namorado da garota? Será que era alguém que o odiava, por ser um namorado ruim para Gabriella? Ele não poderia saber, mas algo dentro dele se remexeu com esperança de que, mesmo que remota, pudesse ser sua ex-namorada que estivesse a caminho.

– Peter Van Der Hills? – Peter ouviu uma voz feminina, e conhecida dele se aproximar.

– Brenda? – Ele perguntou indignado. Seu rosto estava pálido, e seu coração batia tão forte quanto bateu a primeira vez que viu Gabriella nos corredores do colégio. – O que você faz aqui?

– Eu consegui te atrair, pelo bilhete... – Ela riu amarga. – Te chamei aqui porque quero te perguntar uma coisa; por que você matou a minha amiga?

– O quê?! – Peter parece mais indignado ainda. – Você acha mesmo que eu teria coragem de matar a minha própria namorada? E ainda descrever daquela forma como você leu?! – Ele quase deu dois passos para bater na menina, mas se segurou. – Eu não faria nenhum mal a ela, eu a amava, queria ter uma vida com ela, depois do High School. Será que você não entende? Eu perdi o amor da minha vida, Brenda!

– E eu perdi minha melhor amiga! E você, querendo ou não, tinha seus motivos para matá-la, já que ela não queria mais ficar perto de alguém tão desprezível assim!

Peter se ajoelhou, encarou o nada e começou a chorar, em silêncio, voltando a ficar imerso em pensamentos...

***

Dias antes

– Peter, acabou! Eu não quero mais ficar ao lado de alguém que só sabe... que só sabe maltratar os outros como você e seus irmãos fazem. Eu não consigo, eu sinto nojo. Me sinto um troféu para você, e odeio me sentir assim. Se você queria alguém para expor desta forma, não deveria ter terminado com sua ex.

– Gabs, eu... me desculpa, tá? Eu não queria ser desse jeito, eu não queria que você se sentisse assim. Olha, eu vou tentar mais uma vez, me dá mais uma chance, por favor.

Ela suspirou, colocou os cabelos para trás e olhou para baixo. Ao levantar o olhar, ela foi impassível.

– Não.

Peter sentiu o peso do mundo caindo em suas costas, ao ouvir aquele não seco e direto.

– P-por favor...

– Peter... – Ela tomou as mãos dele nas delas e o encarou, os olhos castanhos mais claros por conta do choro. – Eu não consigo. Preciso de um tempo para ver se devo ou não te perdoar. Vamos ficar um pouco separados.... Eu preciso mesmo respirar.

Ele deixou algumas lágrimas caírem, antes de se desfazer dos nós em suas mãos e sair pela porta da frente da casa dela. Peter conseguiu ouvir, enquanto andava pelo grande gramado do casarão dos King, que Gabriella bateu a porta do quarto, e quebrou, no mínimo, duas coisas de vidro na parede, coisas que ele imaginava ser os dois porta-retratos que ambos tinham no quarto.

Flashback off

***

– Você acha, Brenda – ele disse com meia voz – que eu não gostaria de ser alguém melhor para ela? – Suas lágrimas agora caíam na grama. – Eu a amava. E eu também a perdi. E junto com ela, foi uma parte de mim. E eu estou me tornando uma pessoa mais fria e pior a cada dia. Acho que você deve me entender. – Ele ainda estava com o mesmo tom de voz. Peter estava quebrado por dentro, apesar de ainda manter sua pose.

Brenda sentiu as lágrimas caírem em seu colo, enquanto ela se escorava na árvore, onde elas tinham escrito um trecho de uma música folk, cuja Gabriella tinha apresentado a ela.

Brenda passou os dedos pelo galho e sentiu as lágrimas caírem ainda mais. Fechou os olhos e apertou as pernas. Quando se deu conta, Peter estava ao seu lado, no mesmo estado.

– Me desculpe, Peter... Tenho que ir. – Ela se levantou, pegou sua bolsa e saiu, sumindo rapidamente do campo de visão dele.

Peter enxugou as lágrimas, colocou a mochila nas costas e voltou para o corredor do colégio, que estava vazio.

Van Der Hills suspirou e foi diretamente para a sala de aula, sem se importar com os olhos inchados e a aparência derrotada. Ele sabia, assim como todos dali, que cada vez seria mais difícil suportar a falta de Gabriella King naquele lugar, mas eles também sabiam, assim como ele, que por mais que demorasse, as pessoas superariam. E ele sabia, dentro de seu íntimo, que o primeiro a se mostrar forte teria de ser ele.

“Allthat time... wasted.

I wish I, was a little more delicate...” – Clementine; Sarah Jaffe.

(Trecho por Gabriela Reis)

OPENING THEME

SLASHER STORY

1x03: Melhor Esfriar a Cabeça

Sem entusiasmo algum, Johnny abre a porta da pequena sala de cinema pouco iluminada por conta das cortinas. Ele entra e vê uma sombra sentada no chão que deduze ser Brenda.

— O que você tá fazendo aqui? — Ele estranha. — Não me diga que está deprimida por causa do Willy. —Ele franziu o cenho.

Ela sorriu.

— Só to refletindo. — Ela continuou observando as paredes.

Ele sentou ao seu lado.

— Johnny... Eu acho que estou tendo uma epifania. — Ela sorriu amarelo.

Ele continuou quieto esperando ela terminar de falar.

— Aliás... O que é ter uma epifania? — Continuou sorrindo.

— É, acho que você está se recuperando. — Ele se levantou rindo. — Vem, você não pode continuar se isolando desse jeito. — Ele a puxou pelo pulso, Brenda desanimada levantou.

— Eu fiz algo terrível. — Ela fez uma careta se sentindo culpada.

— Vai contando. — Eles saíram da sala que em seguida Johnny trancou.

— Você não tinha algo para fazer lá dentro? — A garota estranhou.

— Estudar pra prova de química, mas agora deu preguiça... — Arfou.

— Bem-vindo ao meu mundo de procrastinadores.

E eles saíram em direção a cantina.

***

O refeitório não tinha nem metade da movimentação que costumava ter, a maioria ali se sentia mal por achar ter contribuído com o suicídio de Willy Ganz, a verdade é que: todos já humilharam o garoto pelo menos uma vez.

— Os Van Der Hell não param de olhar pra cá. — Comentou Johnny enquanto cortava em mínimos pedaços cada alimento de seu prato, ele não pretendia comer, estava cortando apenas para passar o tempo.

Brenda continuava quieta mexendo e remexendo os cereais dentro de uma tigela.

Os outros garotos da mesa se entreolhavam inseguros.

— O que vocês têm? — perguntou a garota.

— O Willy ... não acho que ele se suicidaria. — Mark alisou o queixo.

— Claro que não, mr. Óbvio. — Brenda revirou os olhos.

— Tem um assassino obcecado por filmes à solta e você realmente acha que Ganz se matou justo na piscina da escola? — Johnny continuou.

— Ele adorava se aparecer, não duvido que tenha se suicidado. — Disse Maycon.

— Depois veremos quem está certo. — Brenda sorriu de canto.

— Só tenho uma dúvida.... Quem é o próximo? — Perguntou Mark com um olhar desesperado.

— Não sei e nem quero saber. — A garota respondeu friamente.

— Estou com medo. — Mark começou a ofegar. — E se for eu? Ai caramba...

— Espero que seja. — Newton riu. — Só assim para eu esquecer daquele dia que você se pendurou no mastro.

Todos em exceção a Mark fizeram cara de nojo.

— Deus, leva o Mark e devolve a Gabs, por favor. — Brenda fez uma careta indignada.

— Desde quando ele atende algum pedido nosso? — Johnny sorriu perverso.

Os dois góticos gargalharam.

— Bom dia, galera, como vão? — Disse um cara alto barbudo com óculos escuros e jaqueta de couro, ele sorria cínico enquanto sentava ao lado de Johnny.

Assustados, Mark, Newton e Maycon saíram da mesa.

— Ué? — O barbudo riu da reação dos garotos.

— Vince, o que você tá fazendo aqui? — Brenda franziu o cenho.

— Os tiras não param de me olhar, se eu me enturmar pareço menos suspeito. — Ele encarou os policiais encostados na entrada do refeitório, eles o encarava de volta.

— Só de querer parecer menos suspeito você se torna mais suspeito ainda. — Disse Johnny.

— Ah, cala a boca, Fire ass. — Tirou seus óculos ainda olhando para os policiais.

— Estão achando que você matou Willy? — Brenda começou a encarar os policiais também.

— Suspeitam de mim desde a morte da King, nunca que eu mataria uma garota tão linda como ela. — Ajeitou sua jaqueta desviando o olhar dos policiais.

***

— Aquele cara é muito estranho, ele me dá medo. — Mark coçou a cabeça apreensivo.

Ele e seus amigos andavam pelo corredor.

— O que não te dá medo, seu paranoico? — Newton o olhou impaciente.

Maycon riu olhando para os dois, distraído acabou esbarrando com uma morena de calça verde agua que corria apressada com seu celular na mão, era Terry.

— Olha por onde anda! — Reclamou do esbarrão.

Maycon sorriu encantado.

— Ei, era você que estava conversando com aquele mendigo no beco semana passada, não era?!— Continuou sorrindo infantilmente.

A trans ficou vermelha sem saber onde enfiar a cara.

— Mash, mendigo é o tapa que eu vou dar na sua cara, me respeita, seu.... Seu demônio! — Furiosa ela saiu andando na direção contraria dos garotos.

— O que deu nela? — Newton fez uma careta confuso.

O loiro não respondeu, mas sorriu malicioso.

Kat e Tory estavam encostadas em seus armários, Kat passava rímel, Tory observava os alunos indo e vindo enquanto mascava seu chiclete e enrolava uma pequena mecha de seu cabelo com os dedos.

— Com quem terei que transar para descobrir o que está acontecendo? —Tory revirou os olhos curiosa com a quantidade de policiais.

— Ain, miga, foi nada demais, só o Free Willy que morreu. — Respondeu indiferente.

— Nossa, que péssimo. — A mais baixa forçou uma compaixão inexistente.

— Pois é, pelo que parece os mais idiotas estão morrendo aos poucos. — Kat fechou seu rímel e sorriu sádica.

— Amiga, não fale assim! —Toryarregalou os olhos.

— Não faça cena, você pensou o mesmo que eu! — A ruiva exageradamente maquiada riu.

— Sim, mas quem disse foi você. — Riu junto.

***

— Não estou entendendo essa reação vinda de vocês, é tão simples o que eu pedi. — Phillip olhava com desdém para os dois atletas.

Eles estavam no banheiro quase sussurrando para que ninguém escutasse.

— Seria simples se fosse o quarto de qualquer outra garota do colégio, mas porra, é o da Winter! — Protestou o moreno com fones enormes.

— É o mesmo que pedir para cavarmos a própria cova, ela é sinistra! — Lucky massageava a nuca inseguro.

— Parem de agir feito dois maricas! — Phillip socou a parede. —Entrem no quarto e procurem algo que comprove que ela é a assassina, façam algo de útil pelo menos uma vez!

— Ela nem em casa vai estar, ouvi ela comentando com o outro demônio sobre virarem a noite assistindo filmes na casa dele. — Continuou Phillip.

Marley e Lucky se entreolharam.

— Por que você quer tanto saber se foi ela quem matou a namorada do Pete? — Marley o encarava sério.

— Porque eu tenho quase certeza, e esse “quase” está me incomodando. — Revirou os olhos.

— Pensem.... Se acharem algo vão ficar com um puta mérito por ter descoberto a assassina, vocês serão os super-heróis da cidade.

Foi o suficiente para motivar os outros dois.

***

Eddie cantarolava músicas da Dulce Maria enquanto andava desnorteado pela mansão dos Van Der Hills sem se lembrar o nome do livro que Phillip mandara ele buscar. “Eu devia ter anotado o nome...”

— Hm, um chocolatinho vai refrescar minha memória.— Sorriu enquanto abria a geladeira e pegava uma barra.

Seu celular apitou, era uma mensagem vinda do número de Willy Ganz.

“ Que feio pegar comida na geladeira dos outros sem ter permissão. ”

Eddie gelou soltando a barra.

— Isso não tem graça!— Olhou em volta procurando quem estava te observando.

Sem ver ninguém correu até a sala, mas a porta estava trancada, inconformado continuou tentando abrir, ele não havia a trancado quando entrou, mesmo que fosse apenas uma brincadeira de mal gosto, Eddie queria escapar.

Pelo canto dos olhos viu um vulto negro se aproximando, automaticamente virou-se para ter certeza do que estava vendo.

O mascarado apontou a faca para o garoto que gritou desesperado.

***

A escola se esvaziava aos poucos e Mark continuava esperando Mash para que pudessem voltar juntos para casa, ele já estava impaciente andando de um lado para o outro olhando as horas no relógio.

— Tem certeza que fazer uma maratona de séries é uma boa ideia? — Perguntou Brenda para Johnny, eles caminhavam juntos para a saída.

— Claro que sim! Você vai adorar.

— Do jeito que estou vou acabar dormindo antes do segundo episódio.

— Se você dormir vou rabiscar sua cara, Bren. — Johnny levantou uma sobrancelha.

— Você sabe que eu não me importo de acordar com a cara toda rabiscada...— Ela deu de ombros.

— Cadê o Mash? — Perguntou Mark preocupado.

— Hm... No meu bolso não está, e no seu, Bren?

— Também não...— E foram embora.

— Merda!— Mark começou a roer as unhas. — Vou ligar pra ele, espero que esse puto atenda. — Falou sozinho.

Mark um pouco tremulo pegou seu celular e ligou para o amigo.

Do outro lado da linha Mayconestava com Terry dentro da cabine para deficientes no banheiro feminino, eles se beijavam freneticamente. O celular tocava, mas o loiro não se importava.

— Mash... Mash...— A trans o empurrou de leve. — Não aguento mais essa porcaria tocando.

Maycon desligou o celular sem nem ver quem estava te ligando, a morena satisfeita o abraçou e eles voltaram a se beijar.

Não valia a pena continuar esperando Mash, desapontado Mark foi embora sozinho.

Mark sentia um mal pressentimento o deixando apreensivo, suas pernas tremiam enquanto ele andava, por mais que ele tentasse pensar em coisas boas não conseguia, estava com medo.

Tentando se distrair colocou os fones de ouvido e deu play em uma música indie. Sorriu sozinho satisfeito com a que começou a tocar.

O céu estava escuro, as ruas eram fracamente iluminadas por alguns postes de luz, a chuva começara a cair de leve.

Mark sabia que estava sozinho, mas não se sentia como se estivesse. Por conta de sua paranoia ele tentava ignorar sua forte intuição negativa que acelerava seu coração.

Por mais que ele soubesse que tinha motivos para tanto desespero, tentou convencer sua mente que estava tudo bem.

Olhou para trás e nada viu.

Ao olhar novamente vira uma sombra mais escura que a noite, próxima de uma arvore tentando se camuflar. Mark não via seu rosto, muito menos seus olhos, porem sabia que era ele quem a sombra olhava fixamente. Sem saber oque fazer o franzino garoto de pouco mais de 1.70 correu. A sombra correu atrás, ao passar pelo poste de iluminação Mark conseguiu ver claramente sua máscara de caveira.

— Merda, é a morte!— Mark tropeçou em seus próprios pés, mas logo se levantou ainda desequilibrado e continuou a correr.

O mascarado sacou uma faca de dentro de sua capa e apontou para cima enquanto corria atrás do garoto. O coração de Mark estava mais acelerado que o normal, seus olhos marejados em lagrimas, era tanta adrenalina que ele não sabia onde ir, apenas corria.

— SOCORRO!

Ao avistar sua casa correu o mais rápido possível quase pulando o muro e o mascarado sumiu de sua vista.

Chegando em casa sentou no chão e começou a chorar ainda sem ar.

Seu celular apitou, ele achou ser mensagem de Mash, mas não era.

“Ainda não chegou a sua hora, foi divertido te assustar um pouco”

***

Como de costume a arrumadeira foi fazer sua limpeza semanal na mansão dos Van Der Hills. Ao entrar tampou os ouvidos incomodada com a música alta.

Ela desligou o som, abaixo tinha uma poça de sangue. Sem saber o que aconteceu seguiu algumas pegadas ensanguentadas que a levaram até a geladeira onde ela abriu e encontrou a cabeça de Eddie dentro, a pobre senhora gritou.

***

Sem muito esforço Marley e Lucky entraram no quarto de Brenda pela janela que ela esquecera de fechar.

— Não parece tão sombrio quanto imaginei. — Lucky observou.

Paredes cinza com pôsteres de bandas death metal e cartazes de filmes de terror. No teto havia adesivos neon de estrelas e planetas iluminando o quarto.

— Nossa, ainda existe uma garota dentro daquela esquisita...— Marley estranhou a arrumação do quarto, era tudo bem organizado, desde os livros em ordem alfabética até os cds separados por banda.

Desanimado Lucky sentou no chão e começou a procurar coisas dentro de caixas que estavam debaixo da cama.

Enquanto isso Marley procurava em gavetas.

— Tem velas aqui.... De várias cores diferentes e também tem livros de bruxaria, necromancia e satanismo... nada demais. — Lucky suspirou decepcionado.

Marley ainda procurando nas gavetas acabou encontrando um álbum de fotos.

Lucky resolveu olhar a mesa do computador onde havia dois porta-retratos abaixados, ele os pegou.

— Ei... essa não é a legista da cidade? — Lucky mostrou para Marley o porta-retratos.

— Sim... A Dra. Evellyn Hardy... tem outras fotos junto com Brenda, deve ser a mãe dela.

— Evellyn Hardy... Legista da cidade.... — Lucky olhou ao seu redor pensativo. — Então Brenda é irmã de Vince?

Marley abriu a boca surpreso.

— Phillip precisa saber disso!— Os dois sorriram vitoriosos.

***

A mansão dos Van Der Hills estava em polvorosa. Os funcionários permaneciam apavorados, comentando o ato brutal pelos cantos. O contraste vermelho e azul alternava e batia na parede extremamente branca, dando aquela sensação ruim da visita da polícia. O carro da perícia já estava a caminho. Três viaturas ficaram estacionadas em frente à mansão, o local do assassinato mantinha-se devidamente isolado com a fita amarela de “não ultrapasse” e Xerife Browning encarava a cena.

O homem de porte atlético e rosto carrancudo olhava o corpo sem cabeça embaixo do pano branco ensopado de sangue e queria imaginar quem estava por trás daqueles assassinatos. Em menos de duas semanas, três jovens haviam sido mortos em circunstâncias e locais diferentes, mas todos a facadas e com requintes de crueldade. Ele sabia que aquele não seria o último e precisava unir as conexões entre os três casos.

Phillip surgiu atrás do xerife, abraçando o irmão, que estava estóico e olhando apenas para o nada. O gêmeo mais novo encarou a autoridade e disse:

— Provavelmente vai querer falar com a gente.

— O depoimento de vocês será importante, mas não exigirei isso agora. Vou esperar a perícia chegar, e então, lhes procuro.

O gêmeo assentiu e caminhou para longe dali junto do irmão.

Chegando ao jardim, Peter se desvencilhou dos braços de Phillip e começou a caminhar devagar, vendo as nuances das luzes das viaturas. Após um silêncio assustador, ele disparou:

— Primeiro a Gabs, depois o Willy e agora o Eddie.

— Acha que esse alguém vai continuar?

— Não tenho dúvidas. — Peter cruzou os braços, encarando um dos canteiros de flores. — Ignorei aquela primeira ligação, porque achei que era algum engraçadinho implorando por atenção. Depois, houve outro assassinato que interditou o ginásio poli-aquático e agora, tem sangue na nossa casa.

— Isso quer dizer que esse assassino está cada vez mais perto de nós?

— Pior do que isso... — Peter interpelou. — Pode ser qualquer um.

Phillip olhou-o desconfiado, franziu o cenho e perguntou:

— Acha que eu tenho alguma coisa a ver com isso?

— Claro que não, enlouqueceu? — Peter virou-se para o querubim de pedra perto dele. — Por que mataria a Gabs?

O outro iria balbuciar algo, mas apenas começou a andar de volta à mansão. De repente o celular em seu bolso tocou. Phillip tomou-o em mãos e olhou no visor. O número o fez desligar, seu coração palpitou mais rápido. Três segundos depois, tocou novamente. Peter o olhou confuso.

— Não vai atender? — Perguntou, mas como resposta teve a expressão indigesta do irmão. Aproximou-se. — Quem é?

— É do celular do Eddie...

— O quê?

No terceiro toque, o gêmeo mais novo atendeu. Peter pediu que ele colocasse no viva-voz. O irmão assim o fez. Ambos tremeram quando uma voz rouca disse:

Olá, Van Der Hills.

Phillip reconheceu o tipo de voz, era o mesmo que Peter havia comentado ter ouvido quando recebeu uma estranha ligação depois da morte de Gabriella. Peter percebeu no mesmo instante, ele não se esqueceria de como aquela voz revirou seu estômago ao avesso.

Gostou do que eu preparei para este capítulo? Em breve ele estará disponível e todos da escola verão como vocês se vingaram da inutilidade do seu empregadinho. A propósito, eu adorei vê-lo sofrer, enquanto engasgava-se no próprio sangue.

— Você é doente! — O mais alto exaltou. — Vai pro inferno!

Não perca a cabeça, Peter. Sua passagem só de ida está garantida e seu embarque será bem antes do meu. Mas... Até lá, você vai sofrer e eu vou machucar você tanto, que implorará pra que eu corte sua garganta, antes mesmo do epílogo.

O assassino riu assustadoramente e continuou:

Enquanto isso não acontece, terão que acompanhar os próximos capítulos e se perguntar... Quem é o próximo?

— Nós vamos te achar, seu otário! — Retrucou Phillip.

É difícil quando, como seu irmão mesmo acabou de falar, eu posso ser qualquer um.

Os gêmeos arrepiaram-se ao mesmo tempo e olharam em volta. O jardim estava pouco iluminado e o silêncio pareceu sucumbi-los.

A ligação foi encerrada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Não esqueçam de comentar!



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