Hunter - A caçada começou escrita por Julia Prado


Capítulo 12
Um pouco de Jacob Black


Notas iniciais do capítulo

Genteeee!! Ah... Como posso colocar em palavras as maravilhas que aconteceram nessa semana e no capítulo anterior? Vamos por partes, então. Primeiro: Isabella Black e Lilian Blackwell. As recomendações de você me fizeram ir até a Lua e voltar. Nunca senti uma gratidão tão poderosa. É mais do que uma honra ter vocês como leitoras, não tem nada mais gratificante. Agradeço muito, muito, muito pela recomendação. Vou me empenhar o máximo para manter o padrão que vocês tanto elogiaram.
Segundo, mas não menos importante: Amando (minha fiel leitora, que está desde o inicinho de tudo, obrigada por seu comentário, amore!); Mrs. Salvatore (seja super bem-vinda, flor! espero que continue conosco, muitíssimo obrigada pelo comentário); Badflaws (seja super bem-vinda também, amore! obrigada pelo comentário!); Lilian Blackwell (sem palavras para você, né flor! obrigada pelo comentário!) e Julia -minha-chará-he-he (seja super bem-vinda, que bom que gostou do cap anterior, rs, eu também li e reli diversas vezes!).

Agora sobre o capítulo anterior: Espero ter correspondido a todas as expectativas, também espero corresponder com esse capítulo. Sejam pacientes com ele, ok? Rsrs, nós já sabemos da história do Jake, mas Gaele não então é preciso situá-la.
Próximo capítulo tem surpresas, mas, acima de tudo, é um capitulo muito triste. Chorei ao escrevê-lo.

Beijos e até a próxima!
;*



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Nem reparei que estava com tanta sede antes de Jacob me oferecer o copo de água, eu o tomei em longos goles, mas tentando fazer isso da forma mais discreta possível. No entanto, não havia mais nada que escapasse dos olhos sempre atentos de Jacob. Ele via meu nervosismo, mas não soube dizer se estava curtindo ou não. Seus olhos ainda eram um mistério para mim.

Coloquei o copo em cima da bancada. Era um momento inquietante. Eu não sabia como agir ao redor dele agora, também não sabia o que perguntar e se isso iria quebrar tudo o que tinha acontecido antes. Mas eu sentia, no fundo de meu peito, que o que aconteceu há alguns minutos não ia se quebrar tão facilmente.

Troquei o peso do meu corpo, me sentindo completamente desconfortável. Jacob se aproximou de mim com um curto sorriso nos lábios, ele parecia mais do que pronto para a proxima rodada de pegação. Não que eu estivesse reclamando, é claro, eu sentia uma urgência tomar conta de meu corpo como nunca senti antes. Pareia uma viciada em seus beijos.

– Onde estão as dez mil perguntas? – ele perguntou levando seus dedos para meu queixo, passando o dedão suavemente em meu lábio inferior. Ele não acreditava realmente que eu fosse conseguir pensar dessa maneira, certo? – Se eu soubesse que beijos evitavam perguntas, teria feito muito antes.

Jacob parecia... Muito feliz. Raras foram as vezes em que ele brincou dessa forma comigo, sem demonstrar nenhum mistério em volta de suas palavras, nenhum pensamento camuflado. E eu estava gostando mais do que deveria dessa versão dele. Por isso – e outras razões – não consegui segurar o breve sorriso que se estendeu em meus lábios. Eu também estava muito feliz. Parecia que todo o peso dos acontecimentos recentes estavam deixando meu peito a cada segundo que eu passava com ele.

– Espere só mais um pouco que elas virão. – falei baixo, não conseguindo alcançar a resposta espirituosa que estava na ponta da minha lingua. Era como se eu não pudesse pensar direito.

Meu coração ainda estava acelerado e fiquei imaginando quando ele voltaria ao normal, se ele voltaria mesmo. Uma outra parte de minha mente ficou imaginando se Jacob causava essa sensação em todas as mulheres ou se era só comigo. O mais importante, no entanto, não era a minha reação a ele, e sim a reação dele a mim. Por isso levei minhas mãos para seu peito.

Jacob respirou fundo, embora seus olhos não tivessem largados os meus em nenhum momento. Coloquei a mão por dentro de sua jaqueta de couro preta, alcançando a fina malha que era sua blusa branca sem mangas. A pele ali parecia ainda mais quente, quase pegando fogo. Franzi o cenho, finalmente a estranheza de sua temperatura entrando em minha mente. Pressionei um pouco mais minha mão em seu peito. O coração estava acelerado, quase no mesmo ritmo que o meu, mas um pouco mais.

Jacob colocou sua mão sobre a minha, pressionando ainda mais minha palma em seu coração. Havia um gesto implícito ali, algo que ele não ousava dizer agora. Entendi o motivo por ele não dizer, isso me assustaria muito. O gesto em si já tinha me deixado levemente temerosa. Estava claro o que ele dizia. “É seu”. Engoli em seco.

– Por que a gente não se senta? – ele perguntou. Eu o acompanhei até o sofá.

Não havia mais motivo para tentar me manter afastada. Então me sentei próxima a ele, que tinha uma das pernas dobradas no sofá, o corpo virado para mim. Seu braço estava apoiado no encosto do sofá. Sua atenção era toda minha. Eu tinha que acordar dessa letargia, até agora fora ele quem sugerira tudo. No entanto, não queria que esse momento acabasse. Não queria perder esses minutos falando sobre coisas que provavelmente me afastariam de Jacob, que fariam com que eu revesse cada conceito que tinha sobre ele, sobre mim e sobre La Push.

– Você parece temerosa. – disse.

– E não deveria? – falei um pouco mais normal agora. – Há coisas estranhas sobre você, Jacob Black. – tentei fazer graça.

Jacob sorriu um pouco, mas não como antes. Então eu tomei uma decisão, que agora parecia ser a melhor para ambos. Eu iria conhecer ele. Iria começar pelo começo. Não havia como eu querer saber o que estava acontecendo agora, exigir isso dele no momento e depois não me importar com sua história. Todo mundo tinha uma e todo mundo tinha o direito de contá-la.

– Me fala um pouco sobre você. – pedi com um sorriso curto. Jacob franziu o cenho, não entendendo o pedido. – Você tem irmãos?

Ele riu, entendendo o pedido. Parecia mais relaxado com isso também. Sua aparente tranquilidade não aliviou a minha curiosidade em saber o que ele tanto escondia. O que ele tanto protegia junto com os quileutes.

– Sim, duas irmãs. Rachel e Rebecca. São mais velhas que eu.

Isso era algo meio abstrato para mim, tentar imaginar Jacob com suas irmãs. Na verdade, qualquer quadro muito emotivo era um tanto abstrato de enxergar, embora aos poucos isso fosse mudando. Quanto mais eu via esse lado quente, sensual e verdadeiro dele, mais eu conseguia imaginar lados mais sensíveis.

– Pera. Rachel mora aqui, não é? – eu disse forçando minha memória para a festa de aniversário de Billy, que aconteceu há meses. Parecia algo tão distante depois de tudo o que aconteceu.

– Sim, é casada com Paul Lahote. – havia um tom amargurado em sua voz, um ciúmes típico de irmão para irmã.

Soltei uma breve risada.

– Quem diria, Jacob Black com ciúmes da irmã mais velha. – brinquei, ganhando um de seus sorrisos especiais.

– Bom, não é ciúmes. Paul só não é uma pessoa de fácil convívio. Embora, eu tenha que admitir, que ele está muito melhor do que era antes. Tinha um temperamento horrível. Rachel está fazendo um bom trabalho com ele.

Meu sorriso se tornou ainda maior.

– E Rebecca?

– Rebecca quase nunca volta, mora no Havaí. É casada também, um cara chamado Salomão Finau, mas eu nunca o vi. As poucas vezes em que ela vem ele não a acompanha. – ele deu de ombros. – Ela tem dois filhos. Erin, de 13 anos, e Masen, de 7. Os traz de vez em quando.

Franzi o cenho. Os quileutes pareciam tão próximos uns dos outros, como se a convivência entre eles fosse extremamente necessária. Eu achava estranho que um deles não morasse aqui.

– Minha mãe morreu quando eu tinha nove anos em um acidente de carro, o nome dela era Sarah. – ele disse, seus dedos foram até os meus. Ele brincava com as pontas de meus dedos, entrelaçando em seus próprios. – Não foi tão difícil para mim, entende? Eu era muito jovem. Mas foi difícil para minhas irmãs e meu pai. Rebecca e Rachel assumiram o papel da minha mãe, cuidaram de mim por um bom tempo. De certa forma elas conseguiram suprir essa falta que eu tinha de um lado mais materno.

“No entanto, Rebecca e Rachel não conseguiram ficar por muito tempo aqui. Acho que sofriam diariamente com a falta de nossa mãe e a cidade... Bom, a cidade é pequena o suficiente para trazer lembranças de todos os tipos. Então Rachel se mudou para Washington quando terminou o colegial, indo fazer faculdade. Rebecca se mudou para o Havaí e se casou por lá. – ele sorriu de forma triste – Nunca as impediria de ir, por mais que eu quisesse que ficassem. Logo após isso, por conta da diabetes, meu pai ficou paraplégico. Então cuidei dele como elas cuidaram de mim”.

Era uma história trágica, a sua própria maneira. Eu acho que entendia as irmãs de Jacob. Ao andar por La Push eu não conseguia reprimir algumas lembranças. Como o cadáver na margem de minha casa. Ou ao olhar para a floresta e agora a remeter a Farad e a corpos despedaçados. Às vezes era complicado continuar a se mover quando se sabia que essas lembranças iriam me acompanhar.

Eu só poderia imaginar a sensação de perder uma mãe e ter que conviver com todos que a conheceram e ir nos lugares favoritos dela. Devia ser muito difícil.

– Sinto muito, Jacob. – falei baixinho.

– Hei, foi há muito tempo. Não me afeta mais. – ele sorriu calmo para mim.

– Mas Rachel voltou. – o lembrei.

– Sim, ela voltou e conheceu Paul. Desde então eles estão juntos.

– Rebecca?

– Faz um bom tempo que não aparece. – ele suspirou. – Mas acho que é bom. Não é um momento muito legal para fazer uma visita. Acredito que o Havaí seja muito mais seguro do que aqui.

Um frio desceu pelas minhas espinhas ao lembrar de tudo o que estava acontecendo. Mas eu não queria que isso fosse tocado no momento. O clima estava bom e não havia motivos para tentar mudar isso. Jacob notou a minha careta desconfortável ao tocar no assunto. Seu sorriso foi de desculpa.

– Às vezes me esqueço de que você sabe muito pouco ainda. É difícil controlar o que falo do seu lado. – revelou.

Ergui as sobrancelhas em choque. Isso era novidade.

– Sério? Tenho a impressão de que você tenta esconder muita coisa de mim.

Jacob riu, uma risada baixa e gutural. Era gostosa de ouvir por trazer um calor típico de Jacob.

– É mesmo? Sempre tenho a sensação de que você capta coisas que eu gostaria de esconder.

– Eu disse que você tenta. – abri um sorriso divertido. Ficava cada vez mais fácil entender Jacob, principalmente quando ele facilitava as coisas.

Lembrei da primeira vez em que o vi, no estacionamento da escola. Ele estava esperando por Brady e Collin com sua moto preta reluzente. Na forma perigosa como ele parava com os braços cruzados. O perigo que emanava dele, os mistérios que rondavam seus olhos. E então tinha ele agora. Ainda emanando mistérios, ainda na mais confortável das posições conseguia ser intimidante. Mas o perigo passara. Pelo menos para mim, pelo menos agora.

– E sua adolescência, como foi? – estreitei meus olhos para ele. – Imagino que quebrou o coração de muitas.

Jacob olhou para os nossos dedos, que tinham as pontas entrelaçadas. Ele ergueu nossas mãos e as avaliou, como se houvesse algo curioso na forma como elas se encaixavam.

– Foi bem o contrário, na verdade. – ele disse baixinho. Então olhou para mim e abriu um pequeno sorriso. – Tive meu coração quebrado diversas vezes.

Não era algo que eu conseguia imaginar. Jacob parecia ser um partido e tanto – desculpe pela frase tão antiquada. Não era novidade para mim que seu currículo amoroso era bem lotado, pelo menos era o que todos da cidade diziam. Então como alguém poderia quebrar o coração dele?

– Imagino que todos passam por isso. – falei.

Jacob estreitou seus olhos para mim, como se o que eu disse tivesse sido muito estranho. Repassei a frase em minha mente, mas não consegui encontrar nada de errada nela. No entanto, ele ainda me olhava avaliando minha frase.

– Você falou como se nunca tivesse passado por isso.

Ah sim, entendi a estranheza de minha frase agora.

Dei de ombros.

– Acho que não. Não saberia se tivesse. Não tive muitos relacionamentos, a maioria acabou de forma bem amigável, aliás. Eu ainda os tenho no meu Facebook.

Jacob começou a rir e eu não consegui evitar de rir também. Facebook? Honestamente o que eu estava falando? Não era como se ele precisasse saber disso, fora que eu mal mexia no meu Facebook, então não tive a oportunidade de excluir eles – não que eu fosse, falei sério quando disse que nenhum deles acabou com conflitos.

– Mas a situação é diferente, em todo o caso. – falei ao parar de rir. – Eu morava em Los Angeles, lá é grande o suficiente para você não precisar mas ver a pessoa. Então fica fácil se separar. É diferente aqui. As pessoas se conhecem e se trombam o tempo inteiro. Não há como escapar. Então você acaba vendo elas todos os dias.

Jacob assentiu.

– É mais complicado sim, mas não foram elas. – ele encostou seu corpo um pouco para trás, em uma atitude que deveria ser vista como relaxada, mas eu notei a tensão de seus ombros. Ele ainda parecia ter ressentimentos. – Ela morava em Forks e era amiga da família.

– Vocês ainda se falam?

A forma como ele contorceu os lábios foi uma resposta bem clara.

– Não por decisão minha. – e riu sem humor. – Ela se casou e teve uma filha. Foi embora logo depois de resolver uns problemas na cidade. Voltava de tempos em tempos para visitar o pai. Agora voltou e está por mais tempo do que eu gostaria. – deu de ombros. – Não posso reclamar por completo, mas não concordo com o.... Estilo de vida que ela leva.

Estreitei meus olhos para ele. Jacob teve muito cuidado para falar dessa garota, como se qualquer informação demais sobre ela fosse perigosa. Será que ela também tinha seus segredos envolvidos na reserva? Parecia que sim. Jacob geralmente se fechava quando o assunto era em volta da reserva. E estava fazendo isso agora.

– Ainda somos amigos, de certa forma. Éramos amigos antes de tudo ficar confuso.

– Triangulo amoroso? – perguntei como quem entende do assunto, embora eu nunca realmente tenha entendido.

– Sim. – ele abriu um sorriso curto. – O cara é até legal. Ela está feliz então está tudo bem. É o que importa.

Cocei meu queixo com a mão livre, pensando sobre a frase de Jacob. Ele ainda parecia se importar com ela, pelo menos o suficiente para querer vê-la feliz. Mas estava claro que ele não estava feliz com a decisão dela. Será que Jacob ainda nutria sentimentos?

– E foi por isso que você saiu da cidade? – perguntei lembrando do que Austin havia me contado sobre ele.

Jacob sorriu malicioso para mim, seus olhos se acendendo um pouco. Senti meu corpo reagir de imediato, esquentando. Minhas mãos voltaram a tremer um pouco.

– Andou pesquisando sobre mim?

Reprimi o sorriso.

– Não seja tão convencido.

Jacob riu.

– Sim. Ela me amava também, mas não o suficiente. Então depois de tudo ter ficado muito claro entre nós, ainda passei um tempo em La Push. Não podia deixar meu pai sozinho. Foi na época em que Rachel veio nos visitar depois de muito tempo. – ele suspirou, parecia farto desse assunto. – Mas recebi o convite do casamento deles, e isso me machucou. É claro que eu sabia que aconteceria, mas receber o convite foi um pouco maldoso demais. Então parti, Rachel estava com Paul mesmo, ela ficaria mais um tempo conosco e poderia cuidar de Billy. Não havia mais motivos para ficar aqui.

– E para onde você foi? – perguntei baixinho. Eu poderia estar forçando um pouco o assunto, mas queria saber sobre ele. Saber sobre o que ele passou, conhecer seu passado para depois poder conhecer o atual Jacob.

– Não tive um rumo muito certo. – ele deu de ombros novamente. – Só fui embora. Passei alguns meses longe. Depois voltei. Eu tinha feito algumas promessas para ela e sou o tipo de cara que as cumpri.

Ergui minhas sobrancelhas.

– Voltou por ela?

– Eu era meio idiota. – ele sorriu de canto. Sua mão livre veio até meu rosto, tocando de leve. – Fiz coisas idiotas no passado. Até prometi que nunca mais aconteceria, mas agora é diferente. Acho que faria tudo isso uma segunda vez, se necessário... Se fosse por você.

Meu coração acelerou novamente. Ele estava muito irregular hoje. Esperava que isso não fosse um problema. E então eu não queria mais saber sobre suas dores do passado. Era claro que seu coração quebrado não foi algo banal como é para a maioria das pessoas. A sua dor o modificou, o fez ser quem era hoje. Isso estava claro.

Arrastei meu joelho para mais perto dele e icei meu corpo para frente. Não precisei ir até o caminho sozinho. Jacob voltou seu corpo para mim. Sua mão encaixou em minha nuca enquanto seus lábios encaixavam nos meus. Nada nunca superaria a primeira vez que ele me beijou, mas a segunda estava competindo arduamente. Meu corpo estava ainda içado, sustentado por apenas uma perna dobrada no sofá.

Nunca que eu faria isso com qualquer outra pessoa que não fosse Jacob, só notei isso quando o fiz. Passei minha perna livre pelo quadril dele enquanto a outra se ajeitava do outro lado de seu quadril. Eu só precisava estar proxima dele o máximo que me era permitido no momento. Jacob levou suas duas mãos para as laterais de meu quadril. Uma delas subiu apertando minhas cintura e depois minhas costas, puxando meu corpo para mais perto também.

Prendi uma das mãos em sua nuca enquanto a outra apertava seu braço. O meu beijo tinha sido muito abrupto e sem aviso, mas isso não parecia ter sido um problema. Novamente senti como se Jacob já soubesse de minha vontade e já soubesse que eu iria beijá-lo. Eu curti o máximo que podia. Deixei que sua língua se movesse quente contra a minha, deixei que meus dentes arranhassem seu lábio inferior e o sugassem gentilmente. Senti seu corpo estremecer, enquanto o meu tremia de leve. Prendi minhas mãos em seus cabelos curtos da nuca, o puxando. Eu queria mais do que estava tendo no momento.

Jacob parou o beijo aos poucos, mas de forma firme também. Firme por que por mim eu ainda estaria o beijando.

– Espere. – disse suavemente, seus lábios ainda próximos dos meus, roçando de vez em quando. Seu hálito era quente. – Você sabe que precisa saber mais do que isso para ficar comigo. Não quero que se arrependa depois.

Soltei um suspiro enquanto soltava gentilmente sua nuca. Não saí de seu colo, mas também não tentaria algo a mais do que ele estava me oferecendo. Ele tinha razão, claro que ele tinha. Jacob me conhecia mais do que eu lhe dava crédito. Fiquei imaginando por quanto tempo ele ficou me observando para entender essas pequenas coisas.

– Seria tão mais fácil se você me contasse. – falei baixinho, encostando minha testa na sua.

– Eu poderia fazer muito melhor do que isso. – disse colocando um cacho solto atrás de minha orelha. – Eu poderia te mostrar, mas sei que isso só a afastaria e não quero correr esse risco. Quero ter tempo com você, por que tenho certeza de que quando você descobrir as coisas não serão as mesmas.

Suspirei. Esse era o meu medo também.

– Só me diga que não tem nada a ver com uma máfia. – isso já seria metade do caminho para mim.

Jacob riu baixo, só para mim, seu sorriso preenchendo meu peito com uma alegria que eu não entendia de onde vinha. Ele acariciou meu rosto novamente, seus olhos vendo algo em meu rosto que eu não sabia o que era.

– Não, não tem nenhuma máfia, gangue ou qualquer outra coisa parecia em La Push e na reserva.

– Mas todos aqueles carros caros e...

– São carros de meus amigos. – ele disse sorrindo. – Eu os concerto quando pedem. São pessoas que tem bastante dinheiro, só isso.

Menos mal, era mais fácil saber que Brady e Collin não estavam sendo obrigados a fazer algo ruim por causa de uma gangue. Mas eles ainda assim faziam parte do segredo.

– Como eu posso descobrir qualquer coisa se ninguém me diz nada? – rolei os olhos. – Vocês não são a melhor fonte de informação, se quer saber. É muito difícil descobrir algo que toda uma população se esforça para esconder.

Jacob sorriu largo para mim e me deu um rápido beijo.

– Você vai saber.

Suspirei e endireitei meu corpo. Jacob tocou meu rosto, havia algo em seus olhos que ele tentava reprimir com vontade. Franzi meu cenho quando notei isso. Ali, oculto sob sua natural camada de mistérios, havia um sentimento que quase transbordava de seus olhos.

– O que mais você esconde?

– Muitas coisas.

Mas ele deslizou. Talvez fosse a intensidade de minha pergunta, ou a forma ardente como ele me respondeu. Não sei qual foi o deslize de Jacob, mas ele o cometeu e eu tive acesso. O sentimento era quase palpável e entrou em mim, direto em meu coração. Seu olhar mostrava algo que as palavras atuais não poderiam nomear, mas havia uma chegava mais perto, mas mesmo assim estava longe de explicar plenamente o sentimento. Era amor.

Tão grande e tão intenso que a palavra “amor” não se adequou quando pensei nela. Não era o suficiente. Não fazia jus. Era quase ultrajante remeter esse sentimento ao amor.

Isso, no entanto, me assustou. Eu recuei um pouco, sentando novamente no sofá. Não conseguia largar meus olhos dos seus, não conseguia impedir meu corpo de sentir o magnetismo que Jacob exercia em mim, mas eu podia resistir. E assim o fiz. A partir do momento em que ele notou isso, Jacob voltou a lacrar o sentimento.

Não adiantou muito.

– Eu preciso ir. – falei baixinho. – Tenho que terminar de escrever minhas cartas de recomendação.

– Vou te levar para casa. – ele assentiu e se levantou.

Respirei fundo e o segui.

Eu não entendia completamente de onde vinha o meu medo. Mas isso era por que não era um único medo, eram vários. E todos eles envolviam Jacob. Todos me envolviam também. O principal, no entanto, era a dimensão de até onde eu estava envolvida.


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