Edward (PDV)

Depois de toda aquela confusão no jardim da minha casa, fico feliz de ter saído ileso. Já não posso dizer o mesmo sobre meu pai, que ainda estava internado. Ele levou um tiro no peito que por pouco não atingiu o coração, mas graças a Deus ele está fora de perigo. Tirando o ferimento da bala que parece estar cicatrizando bem, ele também deslocou o ombro, adiando assim a sua viagem para a Alemanha. Não que isso importe agora, já que finalmente nos acertamos.

Mini-Flashback ON:

Depois de sermos liberados pela polícia, fomos até o hospital saber como meu pai estava. Bella ainda estava um pouco abalada com tudo, o que não era pra menos, já que havia matado um homem horas antes.

No hospital Bella parecia melhor após uma longa conversa que teve com Ângela ao telefone. Dona Renê estava conosco no hospital, e ficou com Bella que permanecia na sala de espera abraçada a nossos filhos enquanto eu via o estado de saúde de meu pai.

Ele estava dormindo depois da cirurgia, então entrei no quarto e me sentei próximo a sua cama. Caius, motorista de meu pai, aguardava dentro do carro na hora em que meu pai foi ferido. Foi ele quem chamou a polícia e também foi ele quem havia ficado com meu pai desde então. Caius sempre fora fiel a meu pai, que sabia da sua lealdade, e mesmo ciente que ele tinha uma certa idade, o mantinha no cargo de motorista.

- Pode nos deixar a sós um instante?

- Sim senhor, qualquer coisa estarei lá fora. – Caius falou se retirando.

- Obrigado. – falei antes de voltar o olhar para meu pai.

Ele dormia devido aos remédios que havia tomado, sua aparência era pálida e frágil. Como a da minha mãe, semanas antes de morrer. Só de lembrar da cena eu já sentia um nó na garganta.

- Lílian...- ele sussurrou provavelmente em meio a um sonho.

Ele se lembrava dela, e isso me fez congelar em meu lugar. Sempre o culpei pela morte de minha mãe, cheguei a dizer em uma de nossas brigas que se ele não tivesse sido tão ausente ela não teria morrido, mas hoje eu sei que isso não era verdade. Ele a amava tanto quanto eu, e só agora percebo o quanto fui egoísta. A dor não era só minha, mas eu agi como se fosse. Me afastei dele por vários motivos, mas esse sempre foi o que mais  me doía, e mesmo sem querer admitir, acho que esse foi um dos motivos que meu pai teve pra fazer o que fez, não que isso justifique, mas só agora eu vejo o quanto essa distância nos prejudicou.

- Edward. - Ele falou me despertando de meus pensamentos.

Limpei minhas silenciosas lágrimas e então respondi.

- Sim. – falei com a voz embargada.

- Eu jamais deveria tê-lo deixado partir.

- A escolha não era sua.

- Era sim. Se eu tivesse sido um bom pai, você teria ficado... Mas tê-lo por perto sempre me machucou um bocado.

- Por que? Se e nunca te fiz nada?

- Nem precisa! Você tem os olhos de sua mãe, e olhar para você era admitir o quanto eu fui covarde deixando-a com aqueles médicos, quando podia estar ao seu lado, como você fez. Mas é que eu não conseguia vê-la sofrendo daquele jeito, então me afastei...

- Não foi sua culpa pai. - falei o interrompendo.

- Foi sim Edward, assim como foi minha culpa todo o sofrimento que você passou. Eu sei que é pedir demais, e eu sei que eu não tenho esse direito, mas por favor Edward me perdoe.

- Eu não tenho o que perdoar, caso o senhor tenha se arrependido, pois a sua culpa já lhe basta.

- Você tem razão, de qualquer forma, eu preciso te pedir uma coisa...

- Diga.

- Não se afaste de seu velho pai Edward. Eu sei que não mereço... mas vocês são tudo o que  eu tenho!

Um silêncio reinou no quarto então eu o respondi.

- Tudo bem! – falei e pude ver a surpresa estampada em seu rosto. - Mas com uma condição...

- Aí!!! O que quiser! – Ele falou se sentando a cama, o que deve ter lhe causado um pouco de dor. – Fale Edward, o que deseja?

- Que o senhor mude sua atitude, e que daqui por diante tente ser uma pessoa melhor.   - Sim, eu o farei Edward, eu o farei! – ele falou fazendo um esforço danado pra não chorar...  

Mini-Flashback OFF:

Sei que parece estranho, ainda mais depois de tudo o que aconteceu, mas a vida continua e ficar guardando magoa depois de tanto tempo não nos ajudaria em nada.  

(1 ano depois)  

Bella (PDV)  

- Engel é a Nessie.

– Edward falou me passando o telefone.  

- Será que eles já chegaram? – falei pegando o telefone.

– Nessie?  

- Oi Bella, que saudade! Me diz, como estão as coisas?  

- Bem, mas me conta como foi a mudança?  

- Foi ótima! A casa é enorme e tem um  jardim lindo pras crianças brincarem.  

- E a Esme? Como ela está?  

- Bem, risonha como sempre.  

- Que fofa. - *-* - Não preciso nem falar que eu estou morrendo de saudades de vocês né?  

- Não, não precisa, e nós também sentimos muito a falta de todos vocês! Bom amiga, agora eu tenho que ir, o Jasper está me chamando. Manda um beijo a todos... Ahhh o Jake também está, mandando um beijo!  

- Beijooo, e venham nos visitar logo. Forks está um tédio sem vocês.  

- Ok, Beijo!  

Depois de desligar o telefone me sentei sofá a lado Edward que assistia televisão.  

- Como eles estão? – perguntou Edward  

- Bem, a Nessie disse que a casa é linda, ahhh e ela também mandou um beijo. - falei lhe beijando o rosto e ele sorriu.

Jake terminou um curso de Engenharia Automotiva, e foi contratado por uma grande fábrica no Canadá, logo eles se mudaram e eu fiquei sem dois dos meus amigos mais queridos.

- Mamãe, o carteiro deixou uma foto lá no correio! 

- Foto Alice?  

- É, olha.  

- É um cartão postal Alice, não uma foto.  

- De quem é? - perguntou Edward.  

- É de Dona Renê, e diz assim:

Meus queridos,    

Como vão todos? Espero que bem! O Rio de Janeiro é lindo. Essa lua-de-mel está sendo inesquecível! Estou tirando foto de tudo, certa de que voltaremos cheios de histórias pra contar.    Will e eu sentimos saudades e prometemos voltar a tempo do Natal. Um beijo a todos.                                                                                                                                                                 Renê

- Nossa, o Natal! Eu havia me esquecido é daqui a um mês.  

- Bella, se acalme, vai dar tempo.  

- Espero que você esteja certo. – falei me aconchegando em seus braços.

– Você falou com o seu pai?   - Falei, e ele disse que vai tentarr vir, mas não garantiu nada.

- Nossa, tem tanta gente pra convidar, já estou cansada só de pensar no trabalho que isso tudo vai dar.

- Não se preocupe Mein Engel, eu estou aqui!